Coleção pessoal de ArsAmandi

21 - 40 do total de 64 pensamentos na coleção de ArsAmandi

Porque eu sou do tamanho daquilo que sinto, que vejo e que faço, não do tamanho que as pessoas me enxergam.

O chão é cama

O chão é cama para o amor urgente,
amor que não espera ir para a cama.
Sobre o tapete ou duro piso, a gente
compõe de corpo e corpo a úmida trama.

E para repousar do amor, vamos à cama.

Nossa dor não advém das coisas vividas, mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram.

A liberdade é defendida com discursos e atacada com metralhadoras.

Entre as diversas formas de mendicância, a mais humilhante é a do amor implorado.

Eterno é tudo aquilo que vive uma fração de segundo mas com tamanha intensidade que se petrifica e nenhuma força o resgata.

A leitura é uma fonte inesgotável de prazer, mas, por incrível que pareça, a quase totalidade não sente esta sede.

O homem vangloria-se de ter imitado o voo das aves com uma complicação técnica que elas dispensam.

A minha vontade é forte, porém minha disposição de obedecer-lhe é fraca.

Difícil não é lutar por aquilo que se quer, e sim desistir daquilo que se mais ama.
Eu desisti. Mas não pense que foi por não ter coragem de lutar, e sim por não ter mais condições de sofrer.

Só se é curioso na proporção de quanto se é instruído.

Não existe nada de completamente errado no mundo. Mesmo um relógio parado consegue estar certo duas vezes por dia.

Se você tivesse acreditado na minha brincadeira de dizer verdades, teria ouvido verdades que teimo em dizer brincando, falei muitas vezes como o palhaço, mas nunca desacreditei da seriedade da plateia que sorria.

A humanidade não se divide em heróis e tiranos. As suas paixões, boas e más, foram-lhe dadas pela sociedade, não pela natureza.

Não sei como será a terceira guerra mundial, mas sei como será a quarta: com pedras e paus.

Loucura é querer resultados diferentes fazendo tudo exatamente igual!

O mais feroz dos animais domésticos é o relógio de parede: conheço um que já devorou três gerações da minha família.

Cada estação da vida é uma edição, que corrige a anterior, e que será corrigida também, até a edição definitiva, que o editor dá de graça aos vermes.

Esta é a grande vantagem da morte, que, se não deixa boca para rir, também não deixa olhos para chorar...

Não se irrite o leitor com esta confissão. Eu bem sei que, para titilar-lhe os nervos da fantasia, devia padecer um grande desespero, derramar algumas lágrimas, e não almoçar. Seria romanesco; mas não seria biográfico. A realidade pura é que eu almocei, como nos demais dias...