Coleção pessoal de areopagita

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Ortega y Gasset lembra-nos o óbvio ululante: o que define o estudante é o ato de estudar. Sim, outras atividades e ocupações também fazem parte da vida, mas não são, e nunca serão, a pedra distintiva daquele que responde pela alcunha de estudante.

A vilania que impera nos parlatórios e nas tribunas fica desconcertada, sem saber o que fazer, quando são confrontadas com as palavras dum coração sincero.

Há uma passagem da Sagrada Escritura, que guardo vivamente em minha memória, onde somos admoestados a sermos prudentes e astutos como as serpentes. Todos conhecem essa passagem e, talvez, por isso mesmo, ignoramos o quão profundo e profícuo é esse abençoado conselho.

A prudência, como nos ensinam os antigos, é a mãe de todas as virtudes, não madrasta de todos os vícios e vilanias.

Silêncio; paciência; perseverança; e phoda-se.

Quando voltamos nossos olhos para o passado, campeando preciosidades entre as produções culturais de antanho que foram paridas nessa terra de desterrados, descobrimos, entre outras coisas, que há obras de valor inestimável que, infelizmente, são sumamente desdenhadas pelos sábios diplomados de agora e que, grande parte dessa produção, esquecida e desdenhada pela soberba modernosa que impera nestas plagas, foi realizada por indivíduos sem “diproma” algum. Pois é...

Só para constar: Machado de Assis não era “dipromado” e, independente disso, ele é e continuará sendo Machado de Assis. E você, com seus “dipromas” e currículo estufado, apesar disso, é e continuará sendo apenas o que sempre foi: um conjunto vazio burocraticamente documentado.

- Mestre, para que servem os chatos?
- Para nos lembrar de nossa chatice nada original.

Só pra constar: cara de “cool” não é sinônimo de decência, nem de seriedade.

Como certa feita o palhaço havia dito: histeria não é coragem.

- Você é a mosca na sopa?

- Não. Sou o ranho que caiu no seu prato.

- Mestre, o que é Deus?

- É Aquele que não é aquilo que você pensa sobre Ele.

- Mestre, o que é o óbvio?

- É algo que não é, assim, tão óbvio.

- Fessor, o que é um indivíduo bem intencionada?

- É um cara que quer te sacanear e ser louvado por isso.

- Mestre, por que o fulano não gosta de mim?

- E por que o fulano deveria gostar de você?

- Mestre, o que seria esse tal de destino?

- É a incerteza apresentada diante do livre-arbítrio.

Sim, o cão é o melhor amigo do homem. Por isso, não seria incorreto afirmar que o livro é o cão que levamos – ou que nos leva - passear através do olhar.

As pessoas podem, um dia, nos trair; já os livros, nunca fariam uma vilania desta. Nunca.

O celular, com as bobagens que nele carregamos, é todinho nossos, todinho ele, pois sabemos o trabalho que tivemos para adquiri-lo. Aliás, a tranqueira não é nem um pouco barata, não é mesmo? Já as bobagens, que chamamos de nossas, todinhas elas, não nos pertencem, porque, na maioria dos casos, não sabemos donde vieram e nem mesmo nos esforçamos para recebe-las, armazena-las e repeti-las, como se fossem todinhas nossas.

Não há meio termo: o moderado ou é um canalha, ou um otário.