Coleção pessoal de andrevilelaf

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Os ruídos são as vozes
da poesia das asas
das borboletas escondidas
no brilho do dia mais azul.
Para entender o azul
é preciso entender a primavera
se entregando para o verão.
É preciso entender o hálito
do início do dia na boca
da aurora, banhada
pelo cheiro dos raios de sol.

Estendo o tapete com o tecido
com os pedaços de ninhos,
contendo essências
de canto de pintassilgos.
Um canto que torna
minha fé inabalável, pois emudece
o mundo, inundando-o de beleza.

Apanho folhas de amoreiras
para encher o travesseiro de minha amada.

Meu filho de 10 anos,
com o dom de ser crianca,
diz coisas que eu não
tenho sabedoria para entender,
porque falta-me o olhar
para ver, ouvido para ouvir e
coração para sentir
as coisas vindas do céu.

Senhor, torna essa mulher
a brisa refrescante no calor
da tormenta da minha inquietude.
Bem aventurado seja esse
ser que traz o céu para Terra
dando vida ao meu coração árido.

A felicidade dura
um momento do caminhar
dos nossos olhos, meu amor,
no céu de uma noite
estrelada, onde a paz
fez-se enfeitada de eternidade.

Eu te amo aqui onde começa
O inicio e o fim de tudo
No infinito da tua saliva
Que ao benzer meus lábios
Traz-me as sensações de tudo.
Que nunca senti antes e nem depois
Da tua vinda no terreno das palmas
De minhas mãos estendidadas
No arrepio de delicias do teu corpo.

Não sei aonde está minha felicidade
que me entristece sem maneira.
Acompanha-me as lindas
canções de louvores aos olhos
de todas as lembranças
que tocam meu coração
e levam-me a presença de Deus.

Dias melancólicos com a cruz
tão pesada que tiro dos ombros
e cravo no peito de minha dor.

A mim me deste o sonho e o
dom da poesia sem palavras
que pude um dia traduzi-la em letras,
porém sempre foste mais poeta.
Nunca minha barba crescerá,
pois perto de ti, meu pai,
sou menino a pedir tua mão
para atravessar o caminho desconhecido...

Expulso deste mundo
fui entregue ao paraíso
dos teus braços.

Eu aprendi a viver com a coragem que sempre me acompanhou e assim vou caminhando. Não levo qualquer coisa que pese em meus ombros, mas aquilo que me fortalece e dá-me direção, mantendo-me nesse bom caminho. Vou onde tiver que ir e vou inteiro, o que deixei ficou para quem amo, como garantia de que um dia eu voltarei a te encontrar!

Fico pensando como somos... Atribuímos a deus qualidades humanas, colocando-o como pai, e por isso imaginamos um deus que juga, recompensa e puni, criamos uma cena de medo em torno do Amor. Temos que se sentir ameaçado para ser bom? E o que é ser bom? Quem tem a palavra final sobre isso?
Mas só existe o Amor, talvez existindo o Amor possa existir deus!

Já gastei todas minhas vidas
No avesso dos dias,
E tenho, agora, os ásperos
Anúncios da tua voz
Amaldiçoando-me pela
Débil luz que chega
Da estrela morta.
Mas tenho fé no amor
Que unem os humilhados
Mendigos do amor.

No ventre das lobas, Transbordando leite quente
Estão retidas todas as histórias.
E nos rastros que levam
Os animais à gruta do coração,
Desvendam os limites
Entre o tudo e o nada.
São rastro de sangue,
Com cheiro de sangue.

Na eternidade de todos os minutos eu penso
em você, meu filho, como uma luz
que se encontra no mar e te pressinto
tão perto e tão longe
tão perto que nem posso te alcançar
tão longe que se faz presente

De vez em quando eu choro
e não consigo conter minha dor
por não poder te ter e tendo
por poder te amar como a força
do rastro de uma felicidade
sempre eu te tenho junto a mim,
pois és no meu amargor
a chama da vida além da vida!

Eu te vi pela última vez
E partindo dali
Afundi-me no vale do silêncio
No precipício sem fim
Tornei-me tão infeliz
Pela profundeza que deixou-me.
Na profundeza deste amor
É um fosso de pedras,
Dejetos, plantas carnívoras
De rancor e de uma ferida cega.
Aqui não pode ser encontrado o amor,
Neste fosso d´onde deito meu cadáver.
Nada mais tenho a guardar,
Além do distante de flores de cactos
Tão lindas e orvalhadas
Pelo ar do deserto
Com o beijo mais profundo que o abismo.
Pode ter medo do meu carinho
Da magoa que pousa sobre meu coração
Que é a sobra do meu amor.
Sei que aquilo que pronuncio hoje
Fere teus ouvidos como uma lança
Ela, minhas palavras, podem ferir-te
Porque está carregada de momentos
Que não merecíamos viver,
por ser carregada de instantes duros.
Mas ainda consigo possuir o seu sorriso
Mesmo se o que digo
É como os músculos de um estivador,
mas, porém, vai ao mar
Colher ventos e espinhos das profundezas.
Mulher, venha, da-me
O dom da bondade novamente.
Não roube de mim o
Sonho de amá-la.

Como eu gostaria que você
Partisse comigo
Para aquele lugar longínquo
Perdido no Pacífico
Mas, se desejar ficar,
Fique.... embora sempre quis ir,
Pois nasceu para partir comigo.
Devo dizer-lhe,
em forma de despedida,
Que teus olhos deu-me a ilusão
Da linda realidade perfeita
Que viveríamos noutro lugar,
Es a mais bendita amada
Do meu coração apaixonado.
Queira Deus (eu que sou descrente)
Para ser tão amada pelo outro,
que a faz ficar sem correr perigo,
protegendo-lhe a cabeça,
Na praia onde ficarás.
Se eu não ficar tão feliz
Com a recusa de não embarcar comigo
Serei feliz pelos seus sonhos que a fez ficar.
Amarei você hoje e sempre.
Estou partindo, mas enxergarei teus olhos
Em todos os cais que chegar, antes
De desembarcar naquela ilha do pacífico!

Te encontro dentro da esfera
E firmo-me em tua ausência
Sinto o pulo covarde
Do meu coração perdido
Por saber que tuas mãos
Não cabiam dentro das minhas.

Dor dentro da dor,
E era apenas você,
Mas eu morri demais
Para encontrá-la.

Este cadáver que adere
Sobre os pelos do peito
E faz-me lembrar do
Vento caminhando vacilante
E trazendo no dorso
As tristezas do brilho escuro
De todas estações.

Desço ao porão da morte
E o tapete de insetos azuis
Acaricia meus pés sujos.
O manto de sombra
Cobre meu corpo
Como o frio dos caixões.

São os dias em migalhas
Do teu corpo.
Teu hálito entregue como
Doação a minha alma,
Recendendo esperança
Em cânticos eternos.

Um pouco do meu sangue
Escorre nas linhas firmes
Da tristeza sem igual,
Uma tristeza manchada,
Mas brilhante.

Aqui e o lugar onde
O passado se move
Com passos derretendo
Em poças de espelho
Trazendo a história de um amor
Insensato, como as esperanças
Existentes nas pupilas
Dos cães danados.

A transição a passagem da vida para morte eh um pouco complicado, mas a morte em si não me assusta. Eh desvencilhar-me de toda essa bagagem quase inútil, peso da vestimenta carnal, os grilhões dos pensamentos, alcançar o apaziguador descanso profundo e eterno!