Citações de Clarice Lispector

Cerca de 1762 citações de Clarice Lispector

Na exigência de vida tudo é lícito, mesmo o artificial, e o artificial é às vezes o grande sacrifício que se faz para se ter o essencial.

Clarice Lispector
A paixão segundo G. H. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Eu te amo geometricamente e ponto zero no horizonte formando triângulo contigo. O resultado é um perfume de rosas maceradas.

Clarice Lispector
Um sopro de vida. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1978.

Quero que todos sejam felizes e me deixem em paz.

Clarice Lispector
Todas as cartas. Rio de Janeiro: Rocco, 2020.

Nota: Trecho de carta para Lúcio Cardoso, escrita em setembro de 1944.

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Água-marinha? meu primeiro namoradinho tinha olhos azuis de água-marinha. Mas eu não chegava perto dele: tinha medo. Porque água quieta é água funda e me dava calafrios.

Clarice Lispector
Um sopro de vida. Rio de Janeiro: Rocco, 2015.

Estou cansada de pessoas e sozinha me aborreço. Eu mesma não sei o que quero.

Clarice Lispector
Todas as cartas. Rio de Janeiro: Rocco, 2020.

Nota: Trecho de carta para Tania Kaufmann, escrita em 16 de fevereiro de 1944.

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É a vida? Mesmo assim ela me escaparia. Outro modo de captá-la seria viver. Mas o sonho é mais completo que a realidade, esta me afoga na inconsciência. O que importa afinal: viver ou saber que se está vivendo?

Clarice Lispector
Perto do coração selvagem. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Nasci dura, heróica, solitária e em pé. E encontrei meu contraponto na paisagem sem pitoresco e sem beleza. A feiura é o meu estandarte de guerra. Eu amo o feio com um amor de igual para igual. E desafio a morte. Eu – eu sou a minha própria morte. E ninguém vai mais longe. O que há de bárbaro em mim procura o bárbaro e cruel fora de mim. Vejo em claros e escuros os rostos das pessoas que vacilam às chamas da fogueira. Sou uma árvore que arde com duro prazer. Só uma doçura me possui: a conivência com o mundo. Eu amo a minha cruz, a que doloridamente carrego. É o mínimo que posso fazer de minha vida: aceitar comiseravelmente o sacrifício da noite.

Clarice Lispector
Água viva. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Meu problema é o medo de ficar louco. Tenho que me controlar. Existem leis que regem a comunicação. A impessoalidade é uma condição. A separatividade e a ignorância são o pecado num sentido geral. E a loucura é a tentação de ser totalmente o poder.

Clarice Lispector
Um sopro de vida. Rio de Janeiro: Rocco, 2015.

Devo dizer que ela era doida por soldado? Pois era. Quando via um, pensava com estremecimento de prazer: será que ele vai me matar?

Clarice Lispector
A hora da estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

A verdade é sempre um contato interior e inexplicável.

Clarice Lispector
A hora da estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Amor (...) é quando é concedido participar um pouco mais. Poucos querem o amor verdadeiro, porque o amor é a grande desilusão de tudo o mais. E poucos suportam perder todas as outras ilusões.

Clarice Lispector
A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Nota: Trecho da crônica Atualidade do ovo e da galinha (II).

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Mas enquanto eu tiver a mim não estarei só.

Clarice Lispector
Água viva. Rio de Janeiro: Editora Rocco, 1998.

O que chamo de morte me atrai tanto que só posso chamar de valoroso o modo como, por solidariedade com os outros, eu ainda me agarro ao que chamo de vida. Seria profundamente amoral não esperar, como os outros esperam, pela hora, seria esperteza demais a minha de avançar no tempo, e imperdoável ser mais sabida do que os outros. Por isso, apesar da intensa curiosidade, espero.

Clarice Lispector
A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Nota: Crônica Espera impaciente.

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Ela passaria a noite a rezar, a olhar para o céu escuro, a velar por alguém.

Clarice Lispector
Perto do coração selvagem. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

É que, quando amávamos, eu não sabia que o amor estava acontecendo muito mais exatamente quando não havia o que chamávamos de amor. O neutro do amor, era isso o que nós vivíamos e desprezávamos.

Clarice Lispector
A paixão segundo G.H. Rio de Janeiro: Rocco, 2009.

Eternidade: pois tudo o que é nunca começou.

Clarice Lispector
Água viva. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

É assim então o teu segredo. Teu segredo é tão parecido contigo que nada me revela além do que já sei. E sei tão pouco como se o teu enigma fosse eu. Assim como tu és o meu.

Clarice Lispector
A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Nota: Trecho da crônica Teu segredo.

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Escrevo neste instante com algum prévio pudor por vos estar invadindo com tal narrativa tão exterior e explícita. De onde no entanto até sangue arfante de tão vivo de vida poderá quem sabe escorrer e logo se coagular em cubos de geleia trêmula. Será essa história um dia o meu coágulo? Que sei eu. Se há veracidade nela – e é claro que a história é verdadeira embora inventada – que cada um a reconheça em si mesmo porque todos nós somos um e quem não tem pobreza de dinheiro tem pobreza de espírito ou saudade por lhe faltar coisa mais preciosa que ouro – existe a quem falte o delicado essencial.

Clarice Lispector
A hora da estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

"Escrever" existe por si mesmo? Não. É apenas o reflexo de uma coisa que pergunta. Eu trabalho com o inesperado. Escrevo como escrevo sem saber como e por quê – é por fatalidade de voz. O meu timbre sou eu. Escrever é uma indagação. É assim: ?

Clarice Lispector
Um sopro de vida. Rio de Janeiro: Rocco, 2015.

Eu serei forte como a alma de um animal e quando eu falar serão palavras não pensadas e lentas (...) o que eu disser soará fatal e inteiro!

Clarice Lispector
Perto do coração selvagem. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

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