Chega de Mentiras
Assim é a criação,
uma revolta por dentro,
um espetáculo trágico,
um grande acontecimento,
que só encontra sossego
quando se espalha no vento
e alcança todas as plagas
até ser esquecimento.
Vejam, é Linda Soglia.
Seu labirinto - do antes,
durante e agora -
não é feito de teias,
intrigas e horas.
São células de silêncio.
Todos os dias agradeço a Deus a oportunidade de poder conviver e resgatar dentro de mim o bom sentimento de ser criança...
Elas são espontâneas, entusiasmadas, felizes, sinceras e riem de tudo e de qualquer coisa.
Que bênçãos!
Perdoam facilmente , sem ressentimentos.
Como aprendo com elas!
Meu dia com certeza fica mais leve e prazeroso. Grande aprendizado!
Quando eu crescer, quero ser criança...
Ode ao caminhoneiro
Lá vai o caminhoneiro padecendo o dia inteiro
Estradas congestionadas, horários apertados
Vigilância controlada, vai e vem, vem e vai
Com tempo, sem tempo ou contra o tempo.
Conhece o caminho na palma da mão
Cansado, vence trilhos de alcatrão
Tem como companhia a solidão
O amor da sua amada e a saudade de pai.
Em percursos intermináveis,sofridos
Vislumbra novas paisagens,aclives, declives
Vales, montanhas, campos de flores
Ou roda com neve e grande tremor.
Na sua casa ambulante
Que se move de maneira sinuante
A estrada é o seu poema, a sua amante.
O Vento Traz O Cheiro Do Teu Perfume, A Madrugada Traz Saudades Dos Nossos Momentos, Mas Nada Traz Você.
Despedidas são geralmente frustantes. Há quem diga que são ruins, também há quem ame despedidas. Há despedida de solteiro(a), despedida em relação a morte de um ente querido, despedida de quem nós amamos ou despedida de boa noite. Existem infinitas formas de despedidas, mas todas sempre serão diferentes. Às vezes preferimos nem nos despedir, mas o porquê isso ocorre? Assim como a primeira imagem é a que fica na memória humana, a última também permanece. Por isso, despeça-se da melhor maneira possível, como se fosse a última vez. Temos o costume de não nos despedir como deveríamos, pois temos a certeza que veremos a tal coisa ou pessoa brevemente. É como se fosse um "até logo". Nunca esperamos que algo imprevisível aconteça e nos afete emocionalmente. Ao invés de ter dito o que era para ser dito, perdoado quem era pra ser perdoado, preferimos dizer um singelo "até logo", que infelizmente poderá se tornar um eterno "adeus".
Esse texto é sobre ter perdido você
Todos os dias me pego pensando
Se haveria algo a mais que eu pudesse ter feito
Se havia algum momento desse ano todo
Em que desse pra ter tido mais compaixão
Eu podia ter chorado mais
Ter deixado você ver a tristeza derramar
A tentativa sem fim de ser melhor pra você
A vontade de que o tempo parasse
Pra eu viver pra sempre com você
Farelo na cama
Toalha molhada
Uma mordida
Um uniforme por lavar
Vinho barato
Um óculos sujo
Uma meia sem par
Três pacotes de biscoito (um pra mim e dois pra você)
Uma mochila velha
Uma barba por fazer
Um filme na tv
E uma cueca apertada
Pra combinar com o aperto do meu coração
Esse texto é sobre ter perdido você.
Sabemos que, qualquer teoria, ainda que a professemos, não é perfeita – apresenta seus senões -, mas buscamos formas de validá-las quer frente a quem queiramos convencer desta validade, quer frente a algum opositor ideológico.
Meu amor é grito...
Grito sem censura, sem pudor.
Meu amor é aflito,
por desejar demais te ver se por...
Meu amor é canto,
canto embargado, ainda guardado,
a esperar por te encontrar... a fim de te encantar.
Meu amor é desatino,
louco e sem destino, te invento em ecos de imensidão.
Meu amor é voraz,
por ser capaz de por ti sangrar em êxtase,
Meu amor é visceral,
em meu âmago, amo calado, sem comprome(ter-te).
Meu amor é tanto... que não se for destino,
alucino, transgrido e morro, só por não te ter vivido...
Este amor é teu... Esteja pronta...
Enquanto te aguardo...
prometo ser teu, para sempre, sagrado.
Por sentir você quando a te contemplar,
venho a acreditar que os anjos existem.
Por ser sagrada tento não te desejar,
mas meus involuntários desejos insistem e persistem.
Por sentir você dentro a me invadir...
Sou capaz de tudo desistir,
pois se a você não consigo resistir...
me rendo, me entrego, te amo vencido,
a fim de verdadeiramente existir.
Catar feijão se limita com escrever:
joga-se os grãos na água do alguidar
e as palavras na folha de papel;
e depois, joga-se fora o que boiar.
Certo, toda palavra boiará no papel,
água congelada, por chumbo seu verbo:
pois para catar esse feijão, soprar nele,
e jogar fora o leve e oco, palha e eco.
2.
Ora, nesse catar feijão entra um risco:
o de que entre os grãos pesados entre
um grão qualquer, pedra ou indigesto,
um grão imastigável, de quebrar dente.
Certo não, quando ao catar palavras:
a pedra dá à frase seu grão mais vivo:
obstrui a leitura fluviante, flutual,
açula a atenção, isca-a como o risco.
Hoje acordei assim, feliz porque simplesmente acordei com saúde e liberdade pra viver mais um dia como escolher. Sou muito grato a Deus por esse milagre que vivo todos os dias.
