Ceu Estrela Saudade
Como dois rios
que se encontram
nós dançaremos
o lundu em noite
de céu aberto
com direito a Lua
feito pérola poética,
amorosa e revelada
pela sutil concha
escura do Universo.
Rodeio é a Rota
Sendo a ligação
entre o Céu e a Terra
como grata poeta
desta cidade de Rodeio.
Celebro o meu amado
Brasil Brasileiro,
e no meu silêncio
agradeço por tudo.
Rodeio é a rota
das aves nômades
que pousam por
aqui neste recanto
do Médio Vale do Itajaí.
Nas asas dessas aves
nômades caroneio
em pensamento
no afã de viajar
mesmo aqui dentro
em busca do amor
que comigo deveria estar.
Rodeio sob a Lua
Cheguei como a Lua no céu
do Médio Vale Itajaí,
apareci na sua vida antes
mesmo que o amor tenha
sido por você percebido.
A cidade de Rodeio
sob a Lua Romântica
de junho dos namorados
veio para avisar que
estamos apaixonados.
A Lua me contou até que
você anda se ocupando
das músicas que você vai
ouvir comigo e do desejo
de receber muito carinho.
Esta noite enluarada
veio para anunciar
o inevitável e nós dois,
você está sendo brindado
pelo inefável sentir doce
e vertiginoso do amor.
Daquilo que é de sabor
completo está sendo
bem preparado no tempo
exato que estaremos
lado a lado para que
nada nos faça dispersos.
Olhando para o alto
do Hemisfério Celestial Sul
em dia de céu azul
apreciando as estrelas verdes
da Mata Atlântica
fincadas nas árvores
da nossa Pátria Romântica.
De mãos dadas, envolvida
no caleidoscópio erótico
dos teus lindos olhos
e com Bromélias sobre nós
prevejo o acontecimento
de uma das cenas dos sonhos
resumidos no primeiro
beijo muitos outros que hão
de vir com tudo e mais
um pouco deste tesouro
discreto, absoluto e potente
no caminho da gente.
Mergulhando em ti e os dois
se encontrando sem pressa,
compromissados amavelmente
só com o quê interessa,
sem olhar para os relógios
e flutuando com os pés na terra.
Rodeio é Quase
Acordei de madrugada
com inquietação,
o céu ainda está escuro,
e é véspera de São João;
O suave canto da chuva
com o canto do galo
encantam as flores
dorminhocas do tempo.
Descansa pleno
o Pico do Montanhão
em almofadas de poemas,
e eu em vigília poética
permaneço escrevendo.
Meu lindo Rio Itajaí-Açu
que a minha Rodeio
deste Brasil Brasileiro
com heroísmo abastece
e o meu coração agradece.
Minha Rodeio é quase
Dia de São João,
não faço ideia se a paixão
irá nos encontrar;
Meu Médio Vale do Itajaí
que a minha Rodeio
guarda, consagra e abraça:
de ti jamais me despeço.
Daqui a pouco o Sol gentil
se ergue e eu não voltei
a cochilar porque continuo
pensando em tudo
que me fez encontrar contigo.
Só sei que o ano inteiro
ao seu redor eu fico,
como se dança ao redor
da fogueira só que com
uma diferença: espero
e quero me arder em ti,
e permitir me você consumir.
Nesta véspera de São João
é a última vez que sozinha
vou estar porque o teu
coração definitivamente
para o meu irá se declarar.
Ver contigo a dança
das Bracatingas
cumprimentando o céu,
Receber como prêmio
o mel do teu amor
é o meu maior desejo,
Lado a lado estaremos
porque apaixonados
nós estamos e sabemos
muito bem o quê queremos.
Floresceu a Goiabeira Serrana,
para nós o Céu sempre se abre,
você sabe que eu te aguardo
e te quero com intensidade:
O coração jamais me engana
e o quê tem sido poesia
de todos os dias já é realidade.
Novena de Frei Bruno
O Céu abençoado sobre
o Médio Vale do Itajaí
está muito nublado
e o meu bem amado
não está comigo por aqui;
é ele a bênção do Céu
que ao Bom Senhor eu pedi.
Hoje é dia 30 de Junho
e mais tarde vai ter
Novena de Frei Bruno,
e vou lá por nós dois
no Diamante rezar com
o maior amor do mundo.
A Novena vai acontecer lá
na Capela Santa Apolônia
sob a condução das Irmãs
Catequistas Franciscanas,
e renovarei aqui em Rodeio
todas as minhas esperanças,
porque quem ama não se cansa
nem mesmo das próprias ânsias.
Os Camboatás-Vermelhos
e os Camboatás-Brancos
cortejam o Céu e dão
sustentação na Terra
dos humanos que conspiram
contra os humanos
que sequer conheceram,
e contra a Criação igualmente
vivem para conspirar;
Deste mundo onde teimam
em dar como perdido,
dele eu prefiro não me retirar,
e poemas de amor tenho escrito
para um dia talvez voltar acreditar.
O Araribá-Amarelo
quando floresce
é sempre um elogio
ao Céu e a Terra,
É uma memória
poética que muitas
vezes deixamos de fazer:
elogiar quem merece
é também na vida bendizer.
A cavalgada mágica
dos cavalos selvagens
do Céu fizeram ventar,
as pétalas amorosas
da Chuva de Ouro caíram
sobre os nossos ombros
e ao redor se espalharam,
Nesta vereda romântica
minh'alma se entrega
e a sua retribui entretida.
Um Vassourão-Preto
esplendendo na campina,
Pensamento esvoaçante
é poesia a Céu aberto,
Te querer por perto
dia e noite pode ser
para alguns alucinação,
Você cedo ou tarde
vai se entrega de coração.
Encontrar um Jequitibá-Branco
no caminho e abraçar contigo
em pleno Domingo de céu azul,
Sentir o carinho das tuas mãos
enternecidas e mergulhar
nos teus olhos de Jabuticaba amorosos e deles não querer
outra coisa na vida a não
ser a imensa e grata poesia,
Cultivando juntos com delicadeza
e entrega a cada nova expectativa.
Meu Beija-flor-de-orelha-violeta,
és minha arte mais rebelde,
Minha ligação entre o Céu e o Inferno,
meu bonito poema de amor secreto,
Quanto mais você me quiser
e será desta forma que também quero.
Cada árvore canta uma
canção diferente mesmo
que você não consiga ouvir,
Neste dia de céu azul
pude ver um belíssimo
Arapaçu-escamado-do-sul
pousando alegre por aqui,
Você existe e é o melhor
poema que ainda não escrevi.
Sob a sombra perene
dos poéticos juazeiros,
No céu noturno do peito
tenho em você o único
e luminoso cruzeiro,
És o meu amor sublime,
augusto e derradeiro.
Um par ligeiro
de Caburés-da-Amazônia
cruza o céu poente,
O importante é viver
o quê a gente sente,
e ignorar profundamente
o quê falam da gente.
A Coruja-de-Crista toca
o céu estrelado,
Está escrito no poemário
que você vai ser
o meu eterno namorado.
A Borboleta Seda-Azul
do Céu do meu Sul
se deixou iluminar pelo Sol,
E você querendo
o tempo todo saber
como chegar perto
e me ofertar o seu
borboletário vivaz e poético.
Brasilaelia purpurata semi-alba
sob o Sol e o Céu azul do Sul
poema deste torrão de América,
Onde aguarda a noite para ler
nos quadrantes do Hemisfério
o poema secreto e confesso
destes teus olhos universais
que me pertencem e os celebro.
