Cerejas
CEREJAS COM CHANTILLY- J.Khalil
Te trago para perto, te abraço, sinto seu cheiro, te respiro..
Olho em teus olhos e te beijo lentamente, meus lábios ficam colados aos seus, na eternidade de um momento entrego alma e pensamento.
Respiração ofegante, corpos em chamas, os beijos se prolongam, bebo teu mel com uma sede insaciável, com meus braços te envolvo e nos colamos ainda mais, somos prisioneiros de um desejo inconformado, quase canibal, livre de todo o pecado e pudor.
A fome aumenta e sentir teu gosto e cheiro, me leva a uma viagem afrodisíaca por cada centímetro do seu corpo, sem pressa, mas voraz!
Trouxe cerejas, são tão vermelhas quanto o sangue que inunda nossas veias, feito larvas em um vulcão.
Repousadas sobre ti, elas brilham feito estrelas e me guiam por teus segredos, revelados a cada arrepio e gemido, num enredo de de loucura e paixão!
Bendito é o fruto! Ele foi plantado e agora colhido.
Meus lábios saboreiam cada um como se fosse o ultimo.
Aguardo por um sinal e ele chega por suas mãos ansiosas.
Elas acariciam meus cabelos e com delicadeza suplicam para que eu chegue ao meu destino, outro fruto anceia ser colhido..
Saudade das cerejas com chantilly...
Cerejas, meu amor
Cerejas, meu amor,
mas no teu corpo.
Que elas te percorram
por redondas.
E rolem para onde
possa eu buscá-las
lá onde a vida começa
e onde acaba
e onde todas as fomes
se concentram
no vermelho da carne
das cerejas...
Se eu pudesse comparar
os teus olhos compararia
com as Cerejas do Rio Grande,
Você me olha com delícia,
e me faz querer ser poesia.
Cerejeira-do-Rio-Grande
Meus lábios pintados
com as mais doces cerejas
da Cerejeira-do-Rio-Grande
te chamam para viver
com eles e os teus o romance,
Todos os dias ando pedindo
ao Bom Deus uma chance.
Compota com Cerejas-do-Rio-Grande
Pintei os meus lábios
com uma Cereja-do-Rio-Grande
da compota que fiz para nós,
O quê te espera você sabe
que é o nosso romance
e o quê interessa mesmo
não ficará jamais por um
instante fora de alcance
porque até de olhos fechados
saberemos nos guiar pelo roteiro amoroso, particular e alucinante.
CEREJAS
Degustava eu um ramo delas,
Quase assim.
Uma mais vermelhas
Ainda de formas fedelhas
De polpa ruim.
Outras, matizadas de branco,
Amarelado,
E eu sou franco,
Deixei as amarelas de lado.
Algumas, de bordeaux vincado,
Mas só cor
Sem sabor
Adocicado.
Poucas mais encontrei
Doces
Ainda que maduras
Apesar de duras
Como o mel melado.
Ia a meter a última à boca
E parei.
Era mais redondinha que as outras
Mas muito vermelhinha
E tinha
Uma outra cerejinha
Pegada à sua barriguinha
Como uma mãe que acabou
De dar à luz,
E quer mostrar a filhinha
Que reluz.
Tive pena de as comer
E num rebate de consciência,
Com exemplar paciência,
Fui metê-las em terra fresquinha:
A cereja mãe e a filha,
À espera que um dia destes
Irão nascer mais cerejas
Assim,
Por mim.
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 05-06-2023)
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