Cecilia Meireles Poemas Balada do Soldado Batista

Cerca de 30654 frases e pensamentos: Cecilia Meireles Poemas Balada do Soldado Batista

NÁUFRAGO (soneto)

Devastado pelos medos, a tudo, temo!
E nesta imensidão de negrura sem fim
Os assombros me aterram no extremo.
Donde cheguei e, pra onde irei assim?

Os sonhos se tornaram nau sem remo
O olhar se prostrou no horizonte carmim
Joelhos e mãos postas, de um blasfemo
No caos, o favorável estoirou em festim

Na sorte, o suspiro se fez de supremo
Choro, lágrimas e desespero em mim
É embarcação medonha, e eu tremo!

Oh! Náufrago, de alma sem lanternim
Miserando por um único ato sopremo.
Rogo aos anjos, ter-me ao som de clarim...

Luciano Spagnol
Novembro de 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

O MEU CALAR (soneto)

Solidão arde tal qual fogueira acesa
É como em um brasido caminhar
Perder-se no procurar sem se achar
Estar no silêncio do vão da incerteza

O que pesa, é submergir na tristeza
Dum incompleto, que nos faz cegar
Perfeito no imperfeito, n'alma crepitar
Medos, saudades... Oh estranheza!

Tudo é negridão e dor, é um debicar
Rosa numa solitária posposta na mesa
É chorar sem singulto e sem lacrimejar

E se hoje o ontem eu tivesse a clareza
Não a sentia como sinto aqui a prantear
Teria a perfeita companhia como presa!

Luciano Spagnol
Final de novembro, 2016
17'00", cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

VERÃO NO CERRADO

Um vento seco, no sertão ressequido
Mas, o céu está úmido, está aquoso
As nuvens cavalgando no azul vívido
As aves (andorinhas) num voo gostoso...
Pontilhando o céu com o seu colorido lívido
Ao som das cigarras num canto preguiçoso
É o verão dando as caras no cerrado árido...

Luciano Spagnol
Novembro, 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

CATA DUM AMOR (soneto)

Na cata dum amor, amor busquei
Em cada olhar, um olhar de rogo
E na sorte de tê-lo, em ter afago
Se tudo preciso novamente farei

Então constatei, que não é jogo
Ele acontece, é destino, eu sei
E em cada dia sempre acreditei
Na chama, que na paixão é fogo

No ser um amor sem fim, estarei
Sempre de prontidão, no epílogo
No destinado. Pois por ele ideei

Na conquista o que vale é diálogo
O amor é mago, gesto, nele saudei
A vida, pois é essência no âmago...

Luciano Spagnol
03 de dezembro, 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO ENDEREÇADO

Este é um soneto endereçado ao amor
Que redige na flor o doado nascimento
E nas estrelas segredos em sentimento
No imenso palco, a vida, ventura maior

Se a imperfeição influência detrimento
Sob o mesmo céu, sob o mesmo clamor
Nela também, brota um olhar acolhedor
O que se faz perfeito e um complemento

Quando penso que tudo nele é só primor
Há bravatas, desculpas apenas, momento
Também tem dor, que cessa o sonhador

Porém, amor que é amor, é sacramento
Não é vaidade, e sim, um transformador
Se de ti roubar, tente o mesmo fomento

Luciano Spagnol
2016, dezembro
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

DE VOLTA, O MEU OLHAR

Aqui vai o meu olhar de volta, que brade
pois pra mim o céu aquietou, emudeceu
depois que o seu silêncio me escreveu
só distâncias e, pouca reciprocidade

Se me deu o melhor, em mim só doeu
ao deixar teu gosto na minha vontade
ao sentir que foi um amor na finidade
e que no teu amor, não tem mais o meu

Olha pra mim, só restou a imensidade
dum coração vazio, onde, eu sou réu
num dia de sol que virou tempestade

Se ainda ouve de mim uma canção, eu
ouço o teu suspirar na minha saudade...
Que grita, uiva, na poesia dum plebeu.

Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Cerrado goiano
Dezembro, 2016

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO DE NATAL

Se fez homem, é noite de reflexão
Fé cristã, Menino Deus, Nazareno
Enfeitam o memorial de pequeno:
Família reunida, cantiga e afeição

É berço de amor, doce e ameno
Exaltado em versos do coração
Nesta noite cristã, de intenção
Aniversaria, Jesus, o Nazareno

É vida na vida em comemoração
Gesto de afago, de carinho pleno
Noite feliz, noite de total gratidão

É Natal, é sal do indulto terreno
Confraternização, e compaixão
Do pobrezinho que manou no feno...

Luciano Spagnol
Dezembro, 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

O SILÊNCIO QUE INCOMODA

O silêncio meu
está em erupção
e escorreu
pela ilusão

Matou os sonhos
matou a quimera
jorrou dias tristonhos
e vida, em espera

Hoje, um vazio
solidão
tácito e frio

Num silêncio
que incomoda
a mansidão...

Luciano Spagnol
Dezembro, 10 de 2016
Cerrado goiano
Poeta simplista do cerrado

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO ORANTE

Em teu louvor, Senhor, estes meus versos
Aqui a teus pés, minha fé, para cantar-te
Neste soneto em rogo, orante... Destarte
Aqui as falhas mortais, na prece imersos

Humildemente o meu olhar a adorar-te
Ó Sacrossanto que reina os universos
E põe a margem os corações perversos
Os meus erros para ao Teu perdão parte

Diz-me o necessário dos maus anversos
Pra que possa me redimir em descarte
E ter comunhão, caridade n'alma emersos

No merecimento do Céu inteiro, fartes
Meu coração de paz e bem, dispersos
Nas boas ações, e na fé como baluartes (Amém!)

Luciano Spagnol
Dezembro, 2016
Cerrado goiano
Poeta simplista do cerrado

Inserida por LucianoSpagnol

Ninguém pode realmente te aborrecer.
Quando isto ocorrer, lembre-se:
Se você sair da platéia,
Não há porque os palhaços continuarem no picadeiro do circo.

Inserida por NiravaGulaboBeth

ERROS

Meus erros, o fado e seus enganos
Má ventura, estão no meu legado
Numa perdição, no destino calado
Onde a sorte, bastava, ser planos

E na dor, as lágrimas, estive culpado
Tentei no querer, ter bons atos ufanos
Mas a vida, no acaso, teve olhos tiranos
E neste infortúnio cascalhou o passado

Errei todo o traçado dos meus anos
Cosi do avesso ao invés de adornado
Os valimentos os concederei profanos

Na admiração não tive o tal agrado
Os amores, sobejaram os insanos
E agora na rudeza eu sou castigado

Luciano Spagnol
Julho de 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

PAIXÃO E AMOR

A paixão arde, assim, nos inflama
O coração acelera, sem correr
Os dias viram nosso bom viver
No amor, arauto que proclama

Se é apaixonado, tudo é só prazer
O tempo conspira pra quem ama
A harmonia na alma se derrama
É querer ser, e o sentir é querer

O silêncio fala, espanta o drama
E renovo é sempre o amanhecer
A paixão no amor torna-se dama

Nos porquês, desenredar é acolher
Pois a satisfação torna-se panorama
Paixão e amor, é sempre bom ter...

Luciano Spagnol
Julho de 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO DE POUCA FÉ

Oh! Alma conturbada, assim desolada
É tão pouca a tua fé, oh filho ingrato
Prende-te à esperança, sejas sensato
E a confiança em Deus, onde guarda?

Ele te assiste, te olha dos Céus, é fato!
Com paternidade impávida, e iluminada
Jamais cansa ou desiste, nunca é nada
De amor estoico, âncora, firme vicariato

Porque assim, me cambaleia, na morada
Nele tudo se alcança, é afeto imediato
Inteiro, como na morte, é terna estrada

Paladino de lança em riste, superiorato
Não fiques assim triste, ouça a chamada
Deus te clama, no conflito, Ele é exato!

Luciano Spagnol
06 de junho, 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

CARRO DE BOIS

A lembrar do amor, nesta tarde invernada
numa longa distância de mim, está você
que faz o poetar vazio, sem te esquecer
no dia cinzento, no cerrado, sem nada

Vindo na estrada, o carro de bois, a ranger
tal plangor em harmoniosa lenta jornada
rangendo suspiros, gritando saraivada
ao coração, que põe a recordação a doer

E nestes uivos gementes, nesta cruzada
meu pesar sente, tua falta no meu viver
na tarde poente, com magoa adornada

O carreiro segui, aqui eu vou permanecer
lamuriando a solidão na saudade sediada
na alma, qual carro de bois, no seu gemer

Luciano Spagnol
07 de julho, 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Saber ter a alegria tal a liberdade dos pássaros, é o segredo da felicidade...

Luciano Spagnol
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO SOLENE

Memorar. Um ano. Que importa o ano? Talvez
somente para lembrar os suspiros de tua ida
do silêncio invasor na casa após a tua partida
pra morte, igual, desfolho outonal em palidez

Fatal e transitório, a nossa viveza é vencida
pelo sopro funesto, ao sentimento a viuvez.
Julho, agosto, setembro, vai-se mês a mês
ano a ano e outro ano a recordação parida

Da saudade filial, que dói numa dor doída
de renovação amarga e de vil insipidez
que renasce na gelada ausência sofrida

No continuar, o vazio, traz pra alma nudez
chorada na recordação jamais esquecida...
Neste soneto solene: - a bênção outra vez!

Luciano Spagnol
julho, 2016
Cerrado goiano
Um ano de morte de meu pai.

Inserida por LucianoSpagnol

Que insônia! O sino da igreja já badala
O galo da vizinha o canto já embala
E o sol pela janela a noite ameaça!

Luciano Spagnol
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Porém, se perde, também se ganha
Nas dores, se bate, também apanha
O próprio tempo que doutrina a gente

Luciano Spagnol
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Memorar. Um ano. Que importa o ano? Talvez
somente para lembrar os suspiros de tua ida
do silêncio invasor na casa após a tua partida
pra morte, igual, desfolho outonal em palidez

Luciano Spagnol
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Quisera eu o dissabor fosse menor
que os dias tivessem só harmonia
acalmando meu coração tão aflito
e na convicção ter dito: obrigado!

Luciano Spagnol
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.

Receba no seu WhatsApp mensagens diárias para nutrir sua mente e fortalecer sua jornada de transformação.

Entrar no canal do Whatsapp