Cecilia Meireles Poemas Balada do Soldado Batista
[...]desabrochar
ao acordar destramelo a janela
lá fora o silêncio empoeirado
e cá adentra a alva donzela
num frio do julho do cerrado...
desabrocha... e a vida se revela!
© Luciano Spagnol -poeta do cerrado
16 de Julho de 2020, Triângulo Mineiro
Amor
Sofremos! Se de amor for, que seja!
Viver no coração amado de paixão
Quero no afeto estar sem peleja:
- choro, riso, que venha emoção.
Que assim, então, sejamos vigor
Amemos! Na mais doce razão
E no suave desejo, ofertar: - flor
Olhar com beijos, e satisfação...
Pois, o que vale é ser amador
E, no elevo da sede absoluta
Quero afago, quero o dispor
Onde a alma fique na escuta
Com seus suspiros e o ardor
De cada um deste momento
Quero,
- morrer nos braços do amor!
© Luciano Spagnol -poeta do cerrado
17 de julho de 2020, Triângulo Mineiro
POÇO (soneto)
Dizem que a saudade é a dor profunda
Que no peito nem o suspirar a estanca
Todos querem tirar, mas pouco arranca
E se mais a cava, tanto mais se afunda
Contudo, padece sempre, ó prava tunda!
Que nessa sofrência mina e desbarranca
E vai dando aflição, tão velhaca retranca
Que desalenta e de insatisfação inunda
Quanto vazio, e noite que não encerra
Dando ao olhar um gemido que berra
Té que o silêncio a prostração convida
E então, nesta lavra tão árida e tão nua
Que na lembrança só se tem a falta tua
Sufoca, estrangula e empobrece a vida!
© Luciano Spagnol -poeta do cerrado
20/07/2020, 09’46” - Triângulo Mineiro
FLOR DO IPÊ (soneto)
Pra o Ipê florar tal uma poesia, não basta
A poética e encantos dos seus segundos
Sua beleza acesa, são cânticos profundos
Que invadem o olhar na amplidão vasta
Do cerrado. Flor igual em todo mundo
Não há; tua delicadeza tão bela e casta
Declama graça que pelo pasmo arrasta
Ornando o sertão, no seu chão sitibundo
Mais terna, e pura, frágil, fina e à mercê
Do matiz: rosa, amarelo e branco, airoso
São essências vibrantes das pétalas do ipê
Hei de exaltar está flor além da sedução
Porque o meu fascínio, ao vê-la, é ditoso
Onde o poeta inspira a emotiva emoção.
© Luciano Spagnol -poeta do cerrado
20/07/2020, 18’48” - Triângulo Mineiro
AME O TEU AMOR (soneto)
Ame o teu amor, enquanto tens e enquanto
O teu afeto é o aconchego no amável olhar
Assim, quem no singular amor te ame tanto
Porque nunca cortejarás outro pra tal lugar
Que nunca o deixe solitário, no vão vagar
Lembra-te sempre, no convívio, o quanto
É bom poder com o outro contar e confiar
E no teu abraço encontrar o teu real canto
Ame-o, este amor, e sentirás, por certo
Cada ausência, a falta, ó suspiro agudo
Se a saudade no peito for impulso incerto
Então, ame! Clame por tê-lo por perto
Ao alcance do coração, da vida, de tudo
Pois, assim, pulsarás na emoção o acerto...
© Luciano Spagnol -poeta do cerrado
21/07/2020, 10’31” - Triângulo Mineiro
SONETO EM PROSA DE AMOR
Relato com zelo, o soneto que faço
Numa prosa de amor, que encanta
Pois, colhe-se poética quem planta
Afeto, apreço e sentimental passo
Então, nele tem o apaixonado laço
Para descativar do nó da garganta
Que, assim, é uma alegria e tanta
Ter na melodia o doce compasso
A paixão a sussurrar e aprazendo
Em sentimentos que vão dizendo
Na poesia que a sedução conduz
Ah soneto, o poema para ser feito
De amor, amor tem que ser eleito
Em mimo que nos nomeia e seduz
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
07 fevereiro, 2022, 11’10” – Araguari, MG
NOBRE CERRADO
Nobres as flores de pequi perfumadas
das caliandras, dos ipês e das lobeiras
das quaresmeiras, orquídeas delicadas
tortos galhos, folhas grossas, palmeiras
Nobre cerrado, de sensações diferentes
de encantos e agrados a não esquecer
concentrados no âmago, contundentes
o seu chão, como é fecundo o seu viver
Venta o vento no seu chão cascalhado
dançando no seu singular agigantado
em sussurros e gemidos de melancolia
E, dos caboclos poesia, és uma poesia
fascínio, contemplação e farta ousadia
pois, quem lhe conhece fica admirado
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
08 fevereiro, 2022, 09’34” – Araguari, MG
CÂNTICO PARTIDO
Meu poema busca a poética cantada
Do coração, a tal sensação em glória
Traçando o rumo sedutor na história
Pra não se deter na rima amargurada
Meu sonho clama pela mesma vitória
Que já estravou em prosas já passada
Quando a poesia vivia só apaixonada
Em lágrimas e dores em sua oratória
E o amor, ah como é abrigo o seu zelo
Quero-lhe versejar em delírios e o tê-lo
Na alma, no sentido e doces emoções
Essa procura é um verso amordaçado
Angustiado no estro e no canto calado
Por ter errado demais nas inspirações...
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
08 fevereiro, 2022, 15’50” – Araguari, MG
CORPO E ALMA DA POESIA
Bendita a prosa que segue o rumo
De um coração, quase que despido
Das vaidades, na poética o prumo
Do corpo e alma no canto esculpido
Bendita o verso de uma rima pura
Onde figura a sensação da gente
Com trovas tantas, sem censura
Que a ritmo da imaginação sente
E, um afago na atenção do bardo
De um ardor a vibrar tão felizardo
Faz o jeito de trovar mais afinado
É arte e ato certeiro, prosa gigante
Terna e peregrina, o verso amante
Deixando o sentimento aflorado! ...
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
09 fevereiro, 2022, 10’59” – Araguari, MG
TU POESIA
Diversas entre as demais e tão desiguais
prosas sussurradas do lenho do meu eu
mostrando que o seu aroma é todo meu
da alma, do coração e de emoções mais
Suspiros distintos em meio a vendavais
imensidões que sempre nos pertenceu
quando ausentes, sofridas, como doeu
dói, cada verso, dessoante, passionais
Ah tu, poética, base e essencial harmonia
sensação de que na métrica a autonomia
da razão do sentimento do possível acaso
Bendita cada trova ao ledor uma magia
ao poeta inspiração, que não é quantia
sim, a aptidão de um inspirado parnaso...
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
12 fevereiro, 2022, 11’19” – Araguari, MG
TRIBUTO
Eu acato cada verso de uma poesia
Com gosto de ventura e de passado
Onde cada ritmo é um elevo sagrado
De dourado sonho e sentimental via
Bendigo o vocabulário em sintonia
A ousadia duma inspiração, ao lado
A poética que faz do bardo fadado
Ao tom intenso que d’alma contagia
Os versos são eternos, com riqueza
Da mente que tem saudade, tristeza
Também, de ser emotivo, ser amado
Sensação que torna vez em quando
A imaginação no imaginário voando
Para se tornar no aplauso venerado
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
13 fevereiro, 2022, 15’25” – Araguari, MG
...Todavia da dor da despedida de um boa noite, tem, também, o reencontro com o bom dia... Na noite que era açoite, o dia se vê em outra via...
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
"EXPECTAT"
As ilusões que revestem minha poesia
São de variados sentimentos integrais
Rebordam de sussurros e doce magia
Tão sedentas em fazerem-se imortais
A sensação vai além daquela emoção
Silenciam, ressoam, também, trovam
E descem as ladeiras do terno coração
E de cada qualquer perceber, provam
E se quieta e se mais agitada, suspira
Vai além de cada prosa, a alma revira
Moendo o âmago pra surgir especial
Além, bem mais além de um impuro
Versar, esconde o anseio mais puro
No aguardo de uma poética visceral
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
14 fevereiro, 2022, 15’39” – Araguari, MG
POLÊMICO
O cerrado é um lindo chão discordante
Polêmico, diverso, uma sensação inteira
Vive na transformação, e é tão gigante
Na pluralidade, no devaneio, na poeira
Para uns ele se posta mais entediante
Árido, frio, um tropeço, uma fronteira
Outros, porém, tem o recanto diante
Prisioneiros do encanto a vida inteira
E rebrota, e é cinza. E acaso, quando
Se volve o notar pelo caminho andado
O sertão que nos mantém encantando
E, que deixará no trieiro duro percorrido
Cascalhado: uma surpresa, e o admirado
Fascínio. Pois, é de imprevisto contido...
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
24/01/2022, 08’17” – Araguari, MG
Soneto de janeiro
Então, janeiro, primeiro do ano
E, assim, caminha dia pós dia
A sorte na sua inquieta valeria
Agridoce magia, de fatal plano
O destino palpita tão soprano
Num canto de tristura, alegria
E, seguindo, cheio de fantasia
Faz-se vida, e o tempo decano
Indo, que se vai, caminhando
Fatos, estórias, n’alma flamas
Com um horizonte passageiro
Sentido, então, vai passando
Fugaz, vigente, em chamas
Alvorecendo mais um janeiro...
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
21 janeiro, 2024, 14’12” – Araguari, MG
FEIÇÃO DA POESIA (soneto)
Amo a poesia pelo que é a poesia
Pela ilusão que há no teor a dizer
Sem importar com a reta simetria
Se tem paixão e na prosa a dor ter
Amo a imaginação, a vária surpresa
O deparar, quando sentimento há
Enchendo o versar com gentileza
Sem se preocupar de como será
A poesia é bela, só saber cantá-la
Pois, a sua soada na alma badala
E a sedução se põe a nos arrastar
Pôr a chorar se o pesar atormenta
Sorrir, caso a magia se apresenta
Afinal é provar, apreciar e delirar...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
21/07/2025, 16’21” – Araguari, MG
ÍMPAR FUNERAL (soneto)
Fui vigilar as minhas ilusões
Torno, versado, e tão servis
No compor, duras sensações
Das versificações que eu fiz
Também, contentei, então sigo
No delírio de uma imaginação
Ah! e a tristura chorou comigo
Lagrimejando do meu coração
Criei trova tosca, árida, escura
Ali enterrei suspiros e loucura
E na saudade, aquela vastidão
É ventura deste ímpar funeral
Cheios de emoções nada igual
Pulsando sentimento e paixão.
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
21/07/2025, 20’214” – Araguari, MG
AMOR QUE FREIMA (soneto)
Versos meus que chamei de ilusão
Devaneios, mas cheios de sentido
Suspiro, sussurro, na dor escondido
Versos meus a que chamei paixão
O ardor cultivei, tive sofreguidão
Também, de afeição fui servido
Nesta versificação estive aluído
Ora cá, ora acolá, varia emoção
Romantismo na rima foi colocado
Onde o meu versar fica debruçado
A espiar o existir a se movimentar
E direis, versos meus, ainda teima?
Como negar a um verso apaixonado
Se meu canto tem amor que freima.
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
24 julho, 2025, 19’56” – Araguari, MG
Devaneio
Quando acreditava que a vida era um sonho pra não viver e
não sonhar, não me importava como tudo podia acabar, como
acabou. Quem eu amei, quem me amou.
Por isso não preciso de mais um motivo pra acredi-
tar que nem tudo é relativo, de onde vim pra onde vou
Re-encontro
Eu mau posso esperar pra te encontrar. Se você esqueceu de mim vai sair correndo, eu sou tão feio, mas eu tô nem aí. Eu tô em paz com quem faz guerra, talvez
você fique na espera.
Na esperança do clichê do principe encatado que só pode ser gay, fresco ou veado.
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