Cecilia Meireles Criancas
Metáfora
O rio, em pânico, prestes à queda,
Olhando para traz, vislumbra toda sua bela obra,
Lamenta perder seus investimentos.
Receia as mudanças que estão por vir.
Correndo ainda no mesmo passo,
Segue seu caminho em direção ao desconhecido.
Intempéries, cachoeiras, corredeiras...
Nada impede o seu trilhar.
O medo ainda o apavora,
A dúvida constante o instiga,
Mas a certeza de que deve seguir jamais o abandona
E enfim a nova realidade infinita o recebe de forma inesperada e feliz.
Aqui também é bom,
Aqui, agora, é ainda melhor;
Ainda mais tranquilo.
Fidelidade..
É o intervalo que se dá entre o
respeito e a confiança. Quando
dedicamos o nosso respeito a
uma pessoa e depositamos
nela nossa confiança, recebemos
dela uma de suas maiores virtudes
"a fidelidade". Porém quando o
respeito escapa por entre os dedos
e a confiança é quebrada , se anula
a fidelidade que havia e o que era
bonito passa a se chamar "decepção".
A fidelidade nos é concedida através
dos nossos atos e reconhecida
através dos frutos que recebemos.
Fidelidade é confiança conquistada
Na suavidade cortante da dúvida
Vasculho os porões da razão
A procura dos esconderijos da emoção.
Na emoção, descubro que sua racionalidade falhou mais uma vez;
E em minha razão, questiono sua emoção.
Talvez não passe de um modo inseguro de viver sua segurança,
Talvez seja a repetição do meu modo seguro de viver as inseguranças.
Em meio a divagações, a chuva cessa aos poucos,
E nos permite ver a verdade além das nuvens
E o oceano que separa suas razões das minhas emoções.
É tão notável o que estou sentindo.
E sempre sinto, e torno vezes mais a sentir...
Um dia desses ouvi que, preciso disso para me sentir viva.
A adrenalina que me corre,o perigo da descoberta.
Te sentir,um dos meus perigos favoritos.
Queria tocar seu interior, por que não abriu ainda as portas do seu corpo para eu poder entrar, em? Diga-me? Desejo provar-te, saber o teu sabor, será que são pêssegos? Pêssegos frescos... Por que não me deixa invadir-te? Tem medo da minha suavidade? Calma... não sou feita de doces mentiras... Abra as portas do teu paraíso, abra-te? Por que meu amor está preso aqui fora louco para poder entrar.
Veja através dessa vidraça afiada o meu rosto esvanecido e enfraquecido, lábios pálidos dizendo algo incapaz de se escutar... Esse é o seu delírio, a minha lembrança ofuscada.
Eu já sabia, porque naquela noite em que nos encontramos, eu tive a sensação de que aquela seria a nossa última vez juntos... Te beijando, a voz do inconsciente disse " Beijar-te como se fosse a última vez, que não seja, mas será" E foi ..
Foi, eu fiz todas aquelas cartas para te entregar quando você já ia... Arrisquei pegar um táxi e te encontrar na rodoviária, e assim que cheguei, soltei os balões luminosos que estavam na minha mão junto as cartas, corri... Em meio a tantos olhos, procurava os seus, mas não via... Deitei o meu rosto no joelho e imprimir toda a minha dor na face. Ninguém saberia... Arrancaram-me o queixo do joelho e cobriram minha boca com uma boca e os meus olhos se fecharam. Só me lembro daquele gosto gostoso, mais nada.
Se não fosse as ondulações frescas, morreria. Por que o vento que te sopra, é o mesmo que te traz de volta.
Eu sei, sei que esteve por aqui nessa manhã cinza, me fitando, cheirando paz, inalando-me com seu perfume de oceano.
Segundos antes de acordar, ouvir sua voz me chamar pelo nome, seus lábios roçavam e arranharam com tanta delicadeza a minha pele da nuca... Lentamente sentia sua boca correndo por minhas curvas causando- me um êxtase maravilhoso, perguntando-me se podia me levar para o seu mundo pardo. Quis falar; mover-me; mas em minha menção, levastes a meus lábios brancos de sono o seu indicador pedindo um silêncio mútuo e fiz. Senti as energias dos seus olhos mortos pesarem sobre mim, uma pena veio. Olhava-me com tanta posse que partia- me o coração.
Acordei com o pulo da alma me dando vida de forma estridente. Olhei ao redor e o que tinha nos ares era o seu cheiro em forma de vento... Triste amor inconformado desculpa-me por não ter morrido ao seu lado.
Enquanto a dor me entorpecia eu ficava imóvel tremendo o corpo por dentro e deixando o suor de amostra, a gastrite nervosa me deixava ainda mais estúpida...
De inverno indo para primavera enquanto eu me mantinha em um só lugar tendo crises profundas gritando o seu nome, arranhando-me com garras de ira. Por segundos me mantinha em pé, mas as recaídas me atropelavam...
Essa tempestade negra não vai terminar? Em que lixeiro jogo esse amor? Na coleta recicláveis?
Espero continuar trazendo sorte para o time que você torce. Que pense em mim quando deitar metade do seu rosto no travesseiro, que apenas não deite e durma. Que olhando para a mesa de vidro do seu trabalho se lembre das minhas afeições singelas, do meu sorriso de canto e do meu jeito desconfortável de ficar com você a vontade, só não me deixe desvanecer... Nunca.
Se os meus olhos são mesmo os mais encantadores que já viu, durma sobre eles... E quando acordar, entenda o que eles querem que saiba.
Aqueles olhos negros, estranhos e sérios penetravam em mim. Quis entender como, mas, eu estava tão perdida, eu... Eu estava paralisada, enfeitiçada naquela sua expressão endurecida solta no ar... Parecia nunca sorrir, parecia difícil de se arrancar um riso, parecia ter a perversidade de uma arma letal. Me olhava confusamente sem piscar forçando uma imagem de quem queria saber o que se passava dentro de mim... E, quando tocou seus dedos grosseiros em mim, agiu como folhas secas caídas de um arbusto, causando-me um estranho e leve arrepio... Seus dedos iam e vinham, subiam e desciam da minha boca até os olhos acompanhando o meu olhar, olhando-me para lá e para cá. Aproximei-me e levei minha mão na sua mão formando uma breve união laçando seus dedos nos meus dedos, subi sua mão até a minha boca e lhe rocei um beijo seco olhando-te com ternura, e disse: - votre amour est mon amour
Me olhou misteriosamente, quando eu já sabia que não havia entendido aquele francês. E, não era para, pois, era cedo demais para entender aquele sentimento terno que havia florescido em mim num olhar...
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