Casemiro de Abreu Poemas
CLARA
Não sabes, Clara, que pena
Eu teria se - morena
Tu fosses em vez de clara!
Talvez... Quem sabe?... não digo...
Mas refletindo comigo
Talvez nem tanto te amara!
A tua cor é mimosa,
Brilha mais da face a rosa,
Tem mais graça a boca breve.
O teu sorriso é delírio...
És alva da cor do lírio,
És clara da cor da neve!
A morena é predileta,
mas a clara é do poeta:
Assim se pintam arcanjos.
Qualquer, encantos encerra,
Mas a morena é da terra
Enquanto a clara é dos anjos!
Mulher morena é ardente:
Prende o amante demente
Nos fios do seu cabelo;
- A clara é sempre mais fria,
Mas dá-me licença um dia
Que eu vou arder no teu gelo!
A cor morena é bonita,
Mas nada, nada te imita
Nem mesmo sequer de leve.
- O teu sorriso é delírio...
És alva da cor do lírio,
És clara da cor da neve!
Agradeço ao universo, à força da vida, à mãe natureza…
Pelo amanhecer silencioso que aguarda o burburinho de todos os sons.
Pelo dia que, mesmo planejado, surpreende com novos acontecimentos nas entrelinhas de cada acontecimento.
Pelas pessoas que entram e saem da vida da gente. Às que se vão, que levem o nosso toque carinhoso, sutil e verdadeiro. Às que ficam, que sejam reais, que permaneçam pelos propósitos da vida porque nada acontece por acaso…
Agradeço ao tempo que revela coisas grandiosas, jamais imaginadas… Que livra de todo o mal e, como todo o mestre sábio, ensina que a paciência e a determinação são responsáveis por grandes presentes nos caminhos da vida.
Agradeço por cada ser vivo pela troca fraterna de respeito. Cada animal, cada vegetal, a água, a folha, o pássaro, a flor… Se eu os respeito, todos me respeitam.
Agradeço à força maior que está em todos os lugares e dentro de cada um, que move todo o universo e faz da gente um ser único e imcomparável.
Agradeço cada recomeço, por mais difícil que seja, porque viver bem, muitas vezes, é só uma questão de recomeçar, reaprender, reciclar-se. Então, hoje, eu só agradeço…
Ai! um sorriso que se desprendesse dos
lábios formosos daquela virgem,
mataria de amores um homem!
Um olhar meigo e terno que brilhasse
por entre aquelas pestanas aveludadas,
venceria o mundo!
A vida é semelhante a quebra-cabeças...
Ajustamos aqui, acertamos ali, tentamos acolá,
até que encontramos o encaixe perfeito.
E para não sair do jogo,
embaralhamos tudo e começamos novamente."
Que o dia seja
suave como uma brisa,
tão leve como uma pluma,
festivo como o retumbar de uma vitória,
colorido como o arco-íris,
encantado como uma história de amor,
alegre como as flores,
iluminado como o sol...
E que se prolongue para amanhã,
depois de amanhã, depois e depois...
Quem é ele que diz que conhece ela como ninguém?
Quem é ele que conhece seus corpo, seu coração, sua alma?
Ele é o Dono, não de algo, mas de alguém!
Ele é o Dono de seus desejos, de seus caminhos de sua vida.
Ela tem o desejo e ela a vontade de realizá-lo.
Ele tem os motivos e ela os meios de atendê-los.
Ele á a ordem, ela a obediência!
Ela é o violino e ele o que tira dela os melhores sons.
Ela e as pegadas e ele seus caminhos.
Ele a guia pelos caminhos e ela confia em seu guia.
Ele sabe das coisas que ela precisa e ela realiza seus desejos
Cegos pelos desejos, mas lúcidos pelas certeza. É assim a relação de um Dono e sua posse. O desejo os torna insanos, mas a certeza de que juntos podem chegar aonde ninguém mais chegou é os que os move. Quem sonos nós, meros mortais para entendermos realmente a beleza da entrega de uma submissa apaixonada pelo prazer de ver seu Dono feliz? Quem somos para entender que a cada chibata, a cada açoitada ele só deseja o bem de sua posse?
Não precisamos, entender... apenas precisamos ver a beleza da entrega que ela dá a ele e da recepção dele ao realizar nela seus mais profundos desejos. O dia que nós, meros mortais entendermos o quão belo é dar sem receber, entenderemos o amor de uma submissa ao servir seu Dono.
Eu quero viver o leve, sem ter muito o que pensar, como uma amizade antiga, um chinelo velho, sem longas interrogações, sem ter que me preocupar com o modo que sento, com a quantidade que bebo, não ter medo de falar palavrão, quero a intimidade de poder ficar em silêncio e que isso não signifique mais do que sentir paz a dois, passei da fase das paixões sem freio, sem rumo, a maturidade me trouxe a felicidade de perceber o amor nas coisas simples, como Cazuza disse " quero a sorte de um amor tranquilo com sabor de fruta mordida ", não a tranquilidade de um cemitério, da indiferença, onde não se sente, mas da tranquilidade de poder partilhar, dividir e somar.
Ter o tempo de poder se descobrir, e descobrir o outro, saber amar, deixar alguém te amar, se permitir, permitir o outro, não quero longas declarações no Facebook, eu quero a leveza do verdadeiro, a certeza que amanhã é dia de construir mais um dia juntos, isso serve para as amizades também, amizades que você tem que ter muitos dedos para lidar, sempre pisando em ovos, não quero, quero a tranquilidade de poder ser eu mesma, não tem nada mais gostoso do que alguém te aceitar exatamente como você é.
Eu precisei quebrar muito a cara pra perceber, que o lugar da gente é onde se vem com facilidade, sem a angústia da aprovação, o que é nosso está sempre apontando na próxima esquina, não nos esquece, não nos abandona, sorriso fácil, facilidade pra chegar até nos, é aquela amiga que se sente a vontade pra sentar perto de você na faculdade, aquele amigo que nunca esquece de você e está sempre mandando uma mensagem desinteressada, aquela pessoa que você não dava nada por ela e até hoje está na sua vida e você não entende o porquê, os sinais são simples, mas as vezes requer olhar com calma para perceber os amores que temos na nossa vida.
AH!
Que graça teria o desvendar dos mistérios da mulher?
Tão misteriosa graça que nem mesmo ela sabe o que é!
Prefiro o universo feminino incompreendido.
Tamanho o fascínio sobre mim exerce o mundo perdido.
Pra ti frmosa, o meu sonhar de louco e o dom fatal que desde o berço é meu.Mas se o canto da lira achares pouco, pede-me a vida por que tudo é teu!
Se rires,rio, se chorares, chor
E bebo o pranto que rolar-te a tez!
Há alguns anos perdi o maior
homem da minha vida,
não teve seu nome impresso em livros,
nunca subiu ao pódio,
nem, tampouco, foi um nome famoso.
Não deixou patrimônios, nem riquezas,
mas deixou o maior tesouro para os seus queridos:
a dignidade. Para esses ele foi um herói.
Jogou no time da honestidade,
fidelidade, justiça, do amor e do trabalho.
Ensinou às pessoas, a quem Deus lhe confiou,
o caminho da verdade, com sabedoria.
Para mim, foi o maior exemplo de amor pela vida.
Saudades de você, meu pai!
O tempo passa, a gente acostuma, mas a dor...
Uma vontade de chegar perto, de só chegar perto, te olhar sem dizer nada, talvez recitar livros, quem sabe só olhar estrelas… Dizer que te considero e que hoje, só por hoje ou a partir de hoje de ontem, de sempre e de nunca, é sincero.
Porque você não pode voltar atrás no que vê. Você pode se recusar a ver, o tempo que quiser: até o fim de sua maldita vida, você pode recusar, sem necessidade de rever seus mitos ou movimentar-se de seu lugarzinho confortável. Mas a partir do momento em que você vê, mesmo involuntariamente, você está perdido: as coisas não voltarão a ser mais as mesmas e você próprio já não será o mesmo.
E é só nisso que estou interessado: um pouco de saúde, um pouco de honestidade, um pouco de decência.
É que de vez em quando dá uma saudade na gente dessas coisas. São todas coisas simples. Meio bobas muito bonitas. (...) Mas tudo bem.
Tenho a impressão que a vida, as coisas foram me levando. Levando em frente, levando embora, levando aos trancos, de qualquer jeito. Sem se importarem se eu não queria mais ir. Agora olho em volta e não tenho certeza se gostaria mesmo de estar aqui.
Nada de mau me aconteceria, tinha certeza, enquanto estivesse dentro do campo magnético daquela outra pessoa.
Liguei o rádio. Além dos pensamentos, queria outros ruídos no cérebro. Mais profanos, menos confusos.
Que a vida me ensine a amar cada vez mais, de um jeito mais leve. Que o respeito comigo mesma seja sempre obedecido com a paz de quem está se encontrando e se conhecendo com um coração maior.
Ah, mas tudo bem. Em seguida todo mundo se acostuma. As pessoas esquecem umas das outras com tanta facilidade.
