Casemiro de Abreu Poemas
SONETO DE SIGNIFICAÇÃO
Amor é apogeu do intangível
É maior que a Terra, é constelação
É o infinito no coração
Inalcançável pelo insensível
É livre de qualquer tradução
Que tenha um nome é compreensível
Mas o sentimento é indizível
O que está no dicionário é enganação
Essa busca pela significação
É coisa de poeta e escritor
Embora saibam que não se define o amor
O escritor perde a coesão,
A noção de sujeito e predicado
O poeta, a métrica e a rima.
Fênix
O amor é como uma fênix:
Às vezes precisa morrer
Para que, das suas cinzas,
Outro possa renascer
Filho
Mãe, seu filho
Não é mais seu
Agora é filho
Do mundo
Adotivo, claro
Mas sempre
Que ele sai
Volta apenas
Para um lugar:
A casa sua
Cuide-me
Quando sair
Acolha-me
Quando voltar
Plantio
Plantei-lhe
Aqui no peito
Pregue a raiz
Se alguém
Perguntar
O porquê
Apenas diga:
"Porque eu quis"
Réu
Dizem que as pessoas felizes
Foram condenadas a ver
Tudo de cabeça para baixo
Então percebi que,
Deste crime, sou réu
E que não voava baixo
Mas andava no céu
Marcas
Nada apaga
As marcas
Do tempo
As marcas
Do vento
As marcas
De dentro
Nada apaga
As marcas
Do tempo
De vento
Eu aqui, só para você,
você aí sem nem ligar.
eu sofro e me ponho a chorar,
Você nem para me consolar.
Agora eu falo para você,
a flor murchou,
não choro mas.
a garota que antes era rosa,
virou pedra,
e tudo foi culpa sua meu "amor."
agora chora,
e sofra o que sofri,
correr atrás não adianta mas.
o tempo passou e junto com ele
meu amor, te esqueci.
agora chora , o tanto que chorei,
lamente-se , O tanto que me lamentei,
se ajoelhe aos meus pés,
igual fiz.
meu antigo amor ,
meu ódio presente,
minha futura diversão.
Não te quero mas,
a fila anda ,
E meu coração já não lhe pertence mas.
Não se lamente,
não adianta,
foi culpa sua,
Não minha.
Meu antigo amor,
Minha eterna paixão.
Miudezas
Meu amor é um pássaro pequeno, daqueles miudinhos,
voa e pousa em qualquer lugar,
sem pressa e ambição alguma de ficar.
Um dia encontrei um amor, ele não me devolveu minha beleza.
A melodia que cantava, com o tempo,
entristeceu por ficar num mesmo canto.
Meu amor, esse pássaro pequeno, muitos desejaram deformar,
transformar,
reformar.
A miudeza era feiura. Não era beleza.
Não entenderam que feiura e beleza são aspectos da mesma arte.
Eu, porém, sou poeta dos contrários,
profeta dos caminhos tortos.
Sou um amante de miudezas.
Que a primavera me assopre seus ventos,
aromas diversos de amores,
eu irei.
Meu amor. Adeus.
Acho que sou Flor, quem me beija é Beija-Flor
Tristonho ele vem voando esperando um afeto a ti negado
E além de comida, ele busca um inebriante amor
Que o leve onde nem ele conseguiu ir ainda
A natureza observa sua tentativa de conquista
E seguido do revés desta sua ação
Eu grito: Vem cá ser feliz nos braços meus.
Neste contexto ludibriador, eu canto
Inescrupulosos os homens que ferem a alma sublime dos seres humanos que enfrentam seus temores para superar essa escassez de amor.
A vida vai se exaurindo conforme o declínio da complacência humana fazendo os pássaros cantarem seus infortúnios para as arvores e para as flores que regozijam seus corações.
Mas se o tempo não me impelir,Se o vento não vier abrupto,Irei em direção a imensidão.
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