Casemiro de Abreu Poemas

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Fico vivendo uma vida toda pra dentro, lendo, escrevendo, ouvindo música o tempo todo.

Às vezes penso que tornam de propósito as coisas mais duras do que realmente são, só pra ver se eu reajo, se eu enfrento.

E eu digo sempre no final de cada conversa: Te cuida meu bem ...Com vontade de dizer: Me cuida, por favor, pois meu eu está em você ...

‎Mas Deus sabe a hora certa pra nós e eu confio. E te espero. E te curto todos os dias. E te gosto. Muito.

Sei que a maioria das pessoas me diz: “menina, abre teu coração mais uma vez e segue em frente, não para de sonhar, um dia isso tudo passa.” Mas esse discurso, que já ouvi algumas vezes, não me convence e nem atinge quando o tema é você e todas as sensações e mudanças que você causou em mim.

No meu demente exercício para pisar no real, finjo que não fantasio. E fantasio, fantasio.

Eu vivo de muitas saudades. E quem se arrebenta de tanto existir, vive pra esbanjar sorrisos e flashes de eternidade.

decidi me poupar mais. tem sido difícil e nem sei se há recompensa. talvez, quem sabe, me sentir melhor comigo mesmo.

Fiquei ali parado, procurando alguma coisa que não estava nem esteve ou estaria jamais ali.

Mas as coisas são porque têm que ser, não adianta nada a gente querer que sejam de outro jeito.

A vida é curta, aproveite-a. O amor é raro, agarre-o. A raiva é ruim, jogue-a fora. O medo é ridículo, enfrente-o. Memórias são doces, saboreie-as. Não as jogue fora.

Você tem que me prometer que essa viagem não vai ser a toa, que vale a pena. Que por você vale a pena. Que por nós vale a pena. Remar. Re-amar. Amar.

O tempo passou. No meio da festa, outro dia, eu olhei para o sujeito e percebi que não sentia mais nada em relação a tudo aquilo. Parecia tão importante na época, parecia insuperável, mas acabou, ficou para trás, não deixou rastros. A vida andou, como a vida costuma fazer - desde que a gente não se agarre às memórias com as duas mãos, desde que a gente não fique refém da traição e da culpa.

Não sinto mais impulsos amorosos. Posso sentir impulsos afetivos, ou eróticos - mas amorosos, sinceramente, há muito tempo. É estranho, e não me parece falso, mas ao contrário: normal. Era assim que deveria ter sido desde sempre. E não se trata de evitar a dor, é que esse tipo de dor é inútil, é burro, é apego à matéria. Sei lá. E não sei se me explico bem."

Como eu queria tomar vergonha nessa minha cara e te mandar embora da minha vida, mas quanto mais eu penso em fazer isso, mais eu te desejo.

Deixe o tempo te ensinar que os tombos te fortalecem, que os ventos te levam e que a vida te molda da maneira que bem quer. Não tente entender, tente viver. Poucos conseguem.

Meu coração é um traço seco. Vertical, pós-moderno, coloridíssimo de neon, gravado em fundo preto. Puro artifício, definitivo.

As coisas que a gente escolhia para enxergar nesse mundo eram parecidas. Apontávamos para os mesmos lugares...

(...) todos os relógios estão parados, não sei se é ontem, se hoje ou amanhã, se é sempre, e nunca mais, estou solta aqui, completamente só, não há relógios, não há relógios e o tempo avança liberto, sem fronteiras nem limitações, uma bola de arame farpado, o sentimento vai se adensando em mim, transborda dos olhos, das mãos, sai pela boca em forma de fumaça, sinto meus lábios ressequidos, machucados, o gosto amargo, a bola cresce estendendo tentáculos, no meio dela eu me encolho cada vez mais, presa num círculo que cresce até explodir na vontade contida de gritar bem alto, bem fundo, rouca, exausta, correndo, esmagando as folhas de um outro outono, de um outro tempo, ainda este, o tempo, o outono, a tarde, o mundo, a esfera, a espera em que estou pra sempre presa.
Caio Fernando Abreu, in Inventário do ir-remediável

De repente ele começou a sambar bonito e veio vindo para mim. Me olhava nos olhos quase sorrindo.