Cartas se te Fiz algo eu te Peco Perdao
Homem é igual a biscoito: Vem um, vêm 18. Depois eu compreendi tudo sobre essa teoria. Funciona assim: quando a gente tá carente, sozinha, solteira, e sai ligando pra todos os paqueras, ex-namorados, rolos e afins, ninguém te quer, não é? Pois é. Essa é a primeira fase: tocos em profusão. Na segunda fase, a gente resolve que não precisa de homem nenhum para ficar bem, e aí aparece um só para contradizer nossa certeza de auto-suficiência. Vem todo carinhoso, romântico, paparicante. A gente baixa a guarda, começa a sair com o cara, percebe que ele é interessante, resolve ver no que dá. E aí o que acontece? Entra na fase3: a Teoria do Biscoito. Chega um momento em que tu sente que a historinha tá evoluindo pra um possível compromisso. Só que aí, neste exato momento, TODOS os outros que te dispensaram antes começam a te ligar. Parece que eles
farejam no ar, que combinam entre si.
Durante todos estes anos, duas ou três frases foram verdades.
Os "eu te amo" mais sinceros foram pra quem não amei.
E os homens que amei não me escutaram.
Eu não sei o lugar certo de dizer.
A hora certa de ser humana.
Tenho a sincronia de um espantalho.
Paralisada.
Ninguém precisa se assustar comigo.
Eu sou de mentirinha.
No começo eu prestava atenção
em todas as palavras que você ia me dizendo
me custava muito acreditar que aquilo tudo
estava acontecendo
eu sentia que você não queria me magoar
escolhia cada letra e cada pausa e desviava
o olhar
nas horas em que era inevitável dizer o que
pretendia
você pretendia me deixar, deixava claro
que juntos fomos ótimos parceiros mas
que de agora em diante
era cada um para o seu lado, e apesar da
saudade
era assim que tinha que ser
você não respondeu minhas perguntas,
foi evasivo, gaguejou
fugiu do assunto várias vezes e quando
voltava era pra repetir:
não dá mais
não dá mais, não posso mais,
não vou deixar você tirar minha paz,
eu concordo
aceito, assino a separação, não vou fazer
escândalo
e quando eu te encontrar com essa que
tomou o meu lugar
(é evidente, não venha negar), vou ser
civilizada
não vou quebrar os pratos nem te
constranger
você não vai me reconhecer, não vai
mais me proteger
não vai mais me amar, não vai mais
telefonar,
não vai mais aparecer. não vai mais dizer
meu nome,
não, eu agora já não estou te ouvindo mais
Sem Título (1984)
Eu não quero ficar em silêncio
Não mais!
Eu não quero escrever no banheiro
Jamais.
Eu não quero ficar no escuro
Não mais!
Eu não quero me sentir solitário
Nunca mais.
Eu não quero viver com quem é fraco
Não mais!
Eu não quero me sentir tenso
Jamais.
Eu não quero sofrer
Não mais
Eu não quero peso nas costas
Nunca mais.
Eu não quero deixar de sorrir
Jamais
Eu não quero andar de passo leve
Não mais.
Eu não quero viver gastando palavras
Pra quem não me ouve jamais!
Eu não quero dúvidas de quem não me aceita, não mais!
Eu não quero o silêncio
De quem não me preenche com palavras de paz.
(...)Eu só queria que ele aparecesse, o homem que vai me olhar de um jeito que vai limpar toda a sujeira, o rabisco, o nó.
O homem que vai ser o pai dos meus filhos e não dos meus medos.
O homem com o maior colo do mundo, para dar tempo de eu ser mulher, Para dar tempo de eu seu ser criança, chorar para sempre.
Para dar tempo de eu ser para sempre.
Cansei de morrer na vida das pessoas. Por isso matei você.
Antes que eu morresse de amor. Matei você.
Eu sei que sou covarde. Surpreso? Eu não."
Eu luminoso não sou. Nem sei que haja
Um poço mais remoto, e habitado
De cegas criaturas, de histórias e assombros.
Se, no fundo poço, que é o mundo
Secreto e intratável das águas interiores,
Uma roda de céu ondulando se alarga,
Digamos que é o mar: como o rápido canto
Ou apenas o eco, desenha no vazio irrespirável
O movimento de asas. O musgo é um silêncio,
E as cobras-d´água dobram rugas no céu,
Enquanto, devagar, as aves se recolhem.
Quis ligar pra você tantas vezes...
Mas eu sabia que eu não podia
Pois ele poderia ver
Ou até mesmo querer atender o telefone
E por um momento eu tive inveja dele
Por que ele tem os teus beijos
Por que ele tem o teu abraço
Por que ele pode deitar-se entre tuas coxas
Todas as noites
Por que ele tem você consigo...
E eu,aqui,
Tenho-te tão pouco...
Mas o pouco que eu te tenho
Já invade toda a minha alma!
Os Cegos do Castelo
Eu não quero mais mentir
Usar espinhos que só causam dor
Eu não enxergo mais o inferno que me atraiu
Dos cegos do castelo me despeço e vou
A pé até encontrar
Um caminho, o lugar
Pro que eu sou
Eu não quero mais dormir
De olhos abertos me esquenta o sol
Eu não espero que um revólver venha explodir
Na minha testa se anunciou
A pé a fé devagar
Foge o destino do azar
Que restou
E se você puder me olhar
E se você quiser me achar
E se você trouxer o seu lar
Eu vou cuidar, eu cuidarei dele
Eu vou cuidar
Do seu jardim
Eu vou cuidar, eu cuidarei muito bem dele
Eu vou cuidar
Eu cuidarei do seu jantar
Do céu e do mar, e de você e de mim
Acontece
Esquece o nosso amor, vê se esquece.
Porque tudo no mundo acontece
E acontece que eu já não sei mais amar.
Vai chorar, vai sofrer, e você não merece,
Mas isso acontece.
Acontece que o meu coração ficou frio
E o nosso ninho de amor está vazio.
Se eu ainda pudesse fingir que te amo,
Ah, se eu pudesse
Mas não quero, não devo fazê-lo,
Isso não acontece.
Espírito Santo, ore por mim, leve pra Deus tudo aquilo que eu preciso, use as palavras de que eu necessito usar, mas não consigo. Me ajude nas minhas fraquezas, não sei como devo pedir, venha interceder por mim. Todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Ti. Espírito Santo, vem orar por mim.
Te agradeço por tudo, meu Deus! Obrigada.
TRAVESSIA
Quando você foi embora
Fez-se noite em meu viver
Forte eu sou mas não tem jeito,
Hoje eu tenho que chorar
Minha casa não é minha,
E nem é meu este lugar
Estou só e não resisto,
Muito tenho prá falar
Solto a voz nas estradas,
Já não quero parar
Meu caminho é de pedra,
Como posso sonhar
Sonho feito de brisa,
Vento vem terminar
Vou fechar o meu pranto,
Vou querer me matar
Vou seguindo pela vida
Me esquecendo de você
Eu não quero mais a morte,
Tenho muito que viver
Vou querer amar de novo
E se não der não vou sofrer
Já não sonho, hoje faço
Com meu braço o meu viver
Solto a voz nas estradas,
Já não quero parar
Meu caminho é de pedra,
Como posso sonhar
Sonho feito de brisa,
Vento vem terminar
Vou fechar o meu pranto,
Vou querer me matar
Vou seguindo pela vida
Me esquecendo de você
Eu não quero mais a morte,
Tenho muito que viver
Vou querer amar de novo
E se não der não vou sofrer
Já não sonho, hoje faço
Com meu braço o meu viver
O verdadeiro amante não é aquele que diz: "Você precisa estar a meu lado e eu preciso cuidar de você, porque somos leais um ao outro."
Mas aquele que entende que a lealdade só pode ser demonstrada quando a liberdade está presente. E sem medo de traição, aceita e respeita o sonho do outro, confiando na força maior do Amor.
– Se eu soubera, dizia Soares, que no fim de tão pouco tempo a senhora me faria beber fel e vinagre, não teria prosseguido em uma paixão que foi o meu castigo. Fernanda, muda e distraída, mirava-se de quando em quando em um psyché, corrigindo o penteado ou simplesmente admirando a esquivança desarrazoada de Fernando. Soares insistia no mesmo tom meio sentimental. Afinal, Fernanda respondia desabridamente, exprobrando-lhe o insulto que fazia à sinceridade dos seus protestos.
– Mas esses protestos, disse Soares, é que eu não ouço; é exatamente o que eu peço; jure que eu estou em erro e fico contente. Há uma hora que lho digo.
– Pois sim...
– O quê?
– Está em erro.
– Fernanda, juras-me isso?
– Juro, sim...
não tente me esquecer
Nas cartas que eu te fiz eu tentava te dizer
que todo o meu amor é direto para você
que toda essa loucura que eu faço, todo o dia
é na esperança de ter você de novo outro dia
uma esperança que nunca se acaba
que é eterna como um ouro
não só como um ouro mais como todas as jóias
que formam um tesouro
um tesouro assim como você, difícil de se achar
mais valioso para se ter
tão valioso como o sol, que ilumina toda a terra
Fazendo-se brilhar toda uma era
uma era de paixão profunda é amor especial
que dependendo de você forma um casal
isso só depende de você
por isso eu lhe suplico
não tente me esquecer
Eu fiz
Eu coloquei meu sangue em um pedaço de papel, escrevi cartas e palavras de amor para você
Eu implorei, eu rezei, eu fiz coisas loucas por um pouquinho do seu amor
Eu diria que eu era mais louca do que qualquer um seria por você
Eu pensei que você me acumulasse assim
mas eu vi e percebi que eu não me amo o suficiente
e eu vi que ninguém me ama assim também
o amor não é implorado, não é rezado e não é amarrado
O problema é que a classe masculina ainda não reconheceu que canalha é um substantivo feminino e ainda despreza a potência embutida nelas. (...) Ela se acertou com ela mesma e vai levando até onde quiser. Não tem muita novidade, então por que você continua boquiaberto? O substantivo canalha dela é usado como acessório. Coloca quando quer e tira na hora em que preferirem.
É com elas que aquela música clássica do Leoni faz sentido. É com elas que a gente é só garoto e nada mais. É que não tem como tentar ser rei perto da rainha de copas. Muito menos ganhar dessa mulher que é um ás em tudo.
Embora esteja embaralhada
As cartas são todas de Copas
Assim nunca cai Espadas
Te peço truco e tu topas
Assim faremos o jogo
Amor sem Espadas nem Paus
E não precisamos de Ouro
Meu tesouro protejo dos maus
Protejo-te até com minha alma
Em pról do que nós dois queremos
Seis, nove, doze,
Fim de jogo, nós dois vencemos
E se for com você eu vou... vou sem medo, sem receios, sem desconfianças. É com você que eu quero e preciso estar. Como é bom falar de você, é tão bom pensar em você e incrível estar com você!
Antes de te conhecer desejava tantas coisas, é engraçado como tantos desejos e vontades são insignificantes perto de como desejo você, de como preciso de você.
É tão bom te observar e esquecer de tudo, até mesmo de respirar... Você é lindo quando fala, quando dorme, quando sorri, quando toma banho e principalmente quando me beija e faz amor comigo; Não sei explicar quão intenso é o que você me faz sentir... Eles falam que pra amarmos alguém precisamos primeiro nos amar, não sei se é correto pensar assim, porque depois que você apareceu hoje sim posso falar que me amo, amo muito mais o que sou hoje, porque hoje existe você em mim.
Eu gosto de gente de verdade... que chora e reconhece seus erros. Gente, que tem valor e não movida a valores. Eu gosto de sentar e esclarecer tudo aquilo que não está me fazendo bem, eu gosto de clareza e de gente movida de luz. Admiro motivação, garra e autenticidade. Gosto de gente que sabe o valor de um favor e não vive de bajulações para um sorriso despertar. Eu gosto de agregar emoções a quem me desperta as maiores já vividas. Eu vivo com fé de que o amanhã será melhor, eu gosto de gente que faz isso de uma prática diária. Eu sou fã de
quem sabe que erra e não tem medo de voltar atrás e pedir desculpas. Eu gosto de gente que não exita em demonstrar amor, seja por quem for. Gosto de cara na cara, brilhos nos olhos, eu gosto de viver a vida com aquilo que levo dentro do meu coração.
Dos muitos homens que sou, e nós somos,
não podemos nos assentar em apenas um.
Eles estão perdidos para mim dentro das capas das roupas,
eles tomaram o rumo de outra cidade.
Quando tudo parece estar bem
para que eu me mostre como um homem inteligente,
o louco que eu mantinha encerrado em minha pessoa toma minha
fala e ocupa minha boca.
Em outras ocasiões, quando estou perdido
entre pessoas distintas
e chamo meu eu corajoso
um covarde completamente desconhecido vem sacudir meu pobre
esqueleto
com mil pequenas reservas
Quando uma casa digna explode em chamas,
ao invés do bombeiro que eu chamo,
irrompe em cena um incendiário
E ele sou eu. Não há nada que eu possa fazer.
O que posso fazer para escolher a mim mesmo?
Como posso me compor?
Todos os livros que li
idealizam figuras de heróis brilhantes.
Sempre cheios de auto-confiança.
Eu morro de inveja deles e;
em filmes em que balas voam ao vento,
Sinto inveja dos cowboys,
Admiro até os cavalos.
Mas quando eu chamo meu eu corajoso,
lá vem meu velho ser preguiçoso,
e assim, nunca sei quem eu sou,
ou quantos eu sou, ou quem estará sendo.
Eu gostaria de ser capaz de tocar um sino
e chamar meu ser real, o verdadeiro eu,
pois se eu realmente preciso do meu ser próprio,
não posso deixá-lo desaparecer.
Quando estou escrevendo, estou longe
quando retorno, já me fui.
Eu gostaria de ver a mesma coisa acontecer
a outras pessoas como ocorre comigo,
para ver se tantos são como eu,
e quantos deles sentem-se da mesma forma consigo mesmos.
Quando este problema for totalmente explorado
vou me treinar tão bem nessas coisas que
quando eu tentar explicar meus problemas,
falarei não de um ser, mas de uma geografia.