Cartas de Morte

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Não ames nem creias. Todo o homem que ama é homem perdido, e todo aquele que crê nunca será ninguém. Odeia sempre. Odeia os que sobem e os que pretendem subir, odeia os que subiram e os que um dia subirão. Odeia todos e desconfia. Lembra-te que o Ódio dá mais prazeres que o Amor. A satisfação de ver agonizar um canalha, quer ele seja um mártir, quer ele seja um ladrão, é maior que a de sentir os braços opulentos de uma mulher que se entrega. É menos um. Sê pois forte como o diamante e como o Ódio.

⁠Lá está ele, em uma casa solitária, com luzes acesas. Na estante, fotografias antigas, pessoas importantes, momentos que o fazem lembrar do que passou e se perguntando onde estão aquelas pessoas. Não há ninguém ao seu lado, com exceção de seu fiel animal que o olhava, deitado naquele chão, ele sempre ficava naquele canto da sala quando chegavam, ficava lá até o cair da noite, o qual acontecia minutos depois da chegada deles. Não vejo ninguém ir lá há tempos. Não consigo ver com nitidez o que ele está fazendo por conta da janela embaçada, devido aos pingos de chuva, a tarde estava escura, diferente de seus cabelos. Mas parece que estava sentado, na velha poltrona, de olhos fechados, com seu amigo, o qual recebia carinho. Com a outra mão segurava aquele retrato, como sempre fizera. Depois de alguns instantes, um barulho, seguido de um latido, semelhante a um uivo. -Finalmente as luzes foram apagadas. -

Quando meu filho morreu (...), as visitas vinham me dar pêsames e, achando que isso iria me consolar, diziam: “A vida continua.” Que bobagem, eu pensava, porque é claro que ela não continua. É a morte que continua (...). Não existe fim para isso mas, talvez, haja um fim para o sofrimento que isso causa.

A primeira manifestação de consciência nascente é o desejo de morrer. Esta vida parece insuportável, e inatingível qualquer coisa. O desejo de partir deixa de ser vergonhoso: chegamos a rezar para que sejamos conduzidos da velha cela, que tanto odiamos, a uma nova, que ainda não aprendemos a odiar. Há nisso um traço de fé, pois sempre esperamos que durante a mudança de uma para a outra o Mestre haja por bem passar no corredor, contemplar o prisioneiro e dizer: 'Jamais fechem essa porta de novo, pois ele deverá vir quando eu o chamar' ",

Estou morto. Embora ainda se encontre ar em meus pulmões, embora meu corpo se movimente ainda, mesmo que meus sentidos e membros funcionem, estou morto, pois em mim não há mais o brilho nos olhos, nem a paz e o amor que outrora habitava minha alma ali se encontram mais... Portanto, estou morto, ainda que vivo, mas morto.

E ela temia ser sempre a figura quase fantasmagórica com o vento jogando com os cabelos e os olhos brilhando, em lágrimas não derramadas, enquanto gritava na miséria, um grito que rasgará sua alma em pedaços e trará a morte para aqueles em sua volta. Pois era como as pessoas sussurravam e diziam, que a vida ou qualquer coisa com vida não pode ouvi-la, somente a morte e aqueles prestes a morrer, pois esse era o grito triste de uma Banshee.

Ter saudades de quem não está mais fisicamente próximo é ter recordações de momentos que marcaram a convivência e que deixaram marcas na alma e coração. Pra hoje orar por quem está longe dos olhos, e criar boas recordações de quem podemos olhar nos olhos, abraçar e agradecer por fazerem parte da nossa vida. Crie bons momentos com as pessoas que são especiais pra você!

Mais um outono chegou, o primeiro sem ela. Nossa mãe, que hoje faria anos... Infelizmente, ela não está mais entre nós. Quem dera fosse apenas por uma estação! Assim como as folhas, as pessoas se vão e você partiu para não mais voltar… isso é tão definitivo, o que faz doer ainda mais. Para nós, o que resta são os momentos vividos ao seu lado que nunca serão esquecidos...

Sabe qual é a ironia da vida? Pensamos sempre ao contrário. Temos pressa de crescer e depois suspiramos pela infância perdida. Perdemos a saúde para termos dinheiro e logo em seguida perdemos o dinheiro para termos saúde. Pensamos tão ansiosamente no futuro que esquecemos o presente, e assim, não vivemos nem o presente e muito menos o futuro. Vivemos como se nunca fossemos morrer e morremos como se nunca tivéssemos vivido. A vida é feita basicamente de 'contrários'. A palavra 'vida' tem apenas um “V”, o resto é só “ida”...

Quando eu morrer, por favor não chore por mim, estarei em descanso. Quando me olhar no caixão, se lembre do sorriso e sorria comigo, saiba que todo choro se convertia em alegria quando estava junto a mim. Talvez o futuro não é dos mais justos, mas toda essa desordem, certamente tem um sentido... A desordem da mente, do coração, quantas vezes não choramos juntos sem ao menos deixar que qualquer lágrima tocasse nosso rosto? Queríamos mais do que podíamos e quando não conseguíamos, voltavamos como crianças e na cama, que mais parecia o nosso refúgio, adormeciamos... A morte chegava todos os dias, quando não era correspondido, quando me depreciavam... Agora, tenho paz. Então não chore por mim, chore pelas palavras que me ouviste falar, mas não me escutavas, chore por cada vez que não me compreendeu, eu só queria a tua felicidade. Enfim, chore por tudo, só, por favor, não chore pela minha morte.

⁠Quando eu morrer, meu corpo vai parar de funcionar. Ele vai se desligar, de uma vez ou gradativamente. A respiração vai cessar, o coração vai parar de bater. Morte clínica. E um pouco depois, tipo, uns cinco minutos depois, meus neurônios vão morrer. Mas, nesse meio-tempo, talvez meu cérebro libere uma maré de DMT. É uma droga psicodélica liberada quando sonhamos, então eu vou sonhar. Vou sonhar mais do que jamais sonhei, porque isso é tudo. É a última descarga de DMT toda de uma vez. Meus neurônios vão disparar e verei um espetáculo de lembranças e imaginação. Vai ser uma baita viagem. Vai ser alucinante porque minha mente vai estar viajando pelas memórias de longo e curto prazo, sonhos se misturando com lembranças, e finalmente a cortina se fecha. O sonho que fecha todos os sonhos. O último grande sonho enquanto minha mente esvazia o depósito e então… acaba. A atividade cerebral cessa e não resta nada mais de mim. Nenhuma dor. Nenhuma lembrança. Nenhuma consciência de quem já fui. De que já machuquei alguém. De que já matei alguém. Tudo permanece como era antes de mim. A eletricidade se dispersa do meu cérebro até sobrar só tecido morto. Carne. Esquecimento. E todas aquelas coisinhas que fazem parte do meu corpo, os micróbios, bactérias e bilhões de outras coisinhas que vivem nos meus cílios, no meu cabelo, na minha boca, na minha pele, no meu estômago e tudo mais, seguirão vivendo. E comendo. E estarei servindo o meu propósito: alimentar a vida. Quando me decompuser e as minúsculas partes de mim forem recicladas, estarei em bilhões de outros lugares. Meus átomos estarão nas plantas, insetos, animais. Eu serei como as estrelas no céu. Aqui em um momento, depois, espalhadas pelo cosmos.

⁠Memento mori, não há razão para você não seguir o seu coração. Lembre-se, você estará morto em breve. Então, expectativas, frustrações, orgulho, vergonha, erros, acertos... caem por terra diante da morte eterna. E o que te resta? Lembre-se, você vai morrer... Não caia na armadilha de pensar que tem algo a perder. Você já está nu... siga o seu coração. Que se foda a razão!

"Se... eu tivesse que ir embora deste mundo em breve... eu iria feliz... e gostaria de agradecer mesmo a oportunidade que nós tivemos até hoje, porque a gente pode dividir muita coisa com muita gente e isto é arte de verdade, isto acho que talvez seja... uma das únicas coisas que vale a pena nesta vida".

Vi ela um dia antes do ocorrido, ela estava com um sorriso enorme no rosto e dizia que era impossível ficar melhor, aquele sorriso lindo sendo distribuído para todos os amigos que chegavam, era inspirador e nos trazia paz interior, mas a paz era só pra nós, todas aquelas palavras dizendo estar bem e aquele sorriso de orelha a orelha era só um disfarce para toda a dor que ela sentia, mas não queria compartilhar, guardou pra ela e transbordou uma tristeza que a matou afogada por dentro levando ela a se matar por fora e deixar saudades no peito de todos que não entenderam o que teria acontecido. Pensei naquele sorriso e naquelas palavras e percebi que as pessoas ao nosso redor estão mortas por dentro fingindo estar vivas e nós nem sequer percebemos, somos tão impotentes, tão fracos, tão frágeis e sensíveis, eu não pude evitar e isso é o que mais dói!

Até que ponto, então, nós deve-se esperar a aproximação do perigo? Respondo: se algum dia chegar, terá nascido entre nós. Não virá do exterior. Se nossa sina é a destruição, seremos nós os autores e consumadores dela. Como nação de homens livres, viveremos para sempre ou morreremos por suicídio.

Em 2020, quando a Terceira Realidade terminou de envolver todo o planeta Terra, uma pandemia global matou mais de três bilhões de terráqueos. Foi um momento muito caótico que durou dois anos. Foi uma pandemia viral psicossomática que penetrava somente em corpos incompatíveis com a vibração de amor ao próximo. Não havia para onde fugir.

Quando um amigo morre, uma coisa não lhe perdoamos: como nos deixou assim sem mais nem menos, assim no ar, em meio de algo que lhe queríamos dizer ou – pior ainda – em meio do silêncio a dois no bar costumeiro? Que outros hábitos, que outras relações terá ele arranjado? Que novas aventuras ou desventuras de que não nos conta nada?

Mario Quintana
A vaca e o hipogrifo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012.

Jesus veio a este mundo para dar vida em abundância, plena, cheia de significado, e revela que o ladrão Satanás veio para nos roubar a vida, ou seja, matar, roubar e destruir. Diga não ao suicídio, diga não à morte. Queira Jesus. Queira a vida. Viva com Jesus, viva por Jesus e viva para Jesus, e você terá vida em abundância. (Pr. Gersé Jordão – Estas afirmações estão baseadas em Jo 10.10)

Preciso dessa emoção que os antigos chamavam de amor, quando sexo não era morte e as pessoas não tinham medo disso que fazia a gente dissolver o próprio ego no ego do outro e misturar coxas e espíritos no fundo do outro-você, outro-espelho, outro-igual-sedento-de-não-solidão, bicho-carente, tigre e lótus. Preciso de você que eu tanto amo e nunca encontrei. Para continuar vivendo, preciso da parte de mim que não está em mim, mas guardada em você que eu não conheço.

Preciso dessa emoção que os antigos chamavam de amor, quando sexo não era morte e as pessoas não tinham medo disso que fazia a gente dissolver o próprio ego no ego do outro e misturar coxas e espíritos no fundo do outro-você, outro-espelho, outro-igual-sedento-de-não-solidão, bicho carente, tigre e lótus.