Cartas de Despedida da Namorada
Rousseau em seu livro "Do Contrato Social" preamburlamente arremata: "O homem nasceu livre, e em toda parte se encontra sob ferros", nos faz refletir sobre o que de fato está acontecendo com nossa sociedade; afinal, estaríamos caminhando para uma evolução da liberdade consciente e permissiva, onde todos terão o comportamento de entes humanos esclarecidos e fraternos, ou estamos indo direto à barbárie do "homo homini lupus est"?
Por todos os seus fundamentos, esta reflexão imanente do ser pensante, vem desde sempre espreitando o futuro da humanidade. A relação entre liberdade e sociedade continua paradoxal.
E foi exatamente esse esclarecimento que o Christo trouxe a esse mundo: fazer do homem um ser "vivo" e feliz, um ser fraterno, livre dos grilhões da burrice e da estupidez!...
Quando ELe nos dá o caminho a ser seguido, só nos cabe segui-lo, pouco importando o que estará acontecendo...
Segundo disse o novo Papa "...todo despertar exige cruz!"...
Eu sei que todo fardo pesa, e por vezes o caminho parecerá mais fácil sem ele. Já quis por várias vezes só seguir sem peso; porque muitos não me compreendem nem respeitam; mas ao refletir certa vez, tempos atrás, descobri que não dá pra fazer o caminho sem o fardo porque o caminho e o fardo são "um"... Daí...
Não consigo dormir.
Rolo pra todos os lados, e enfim, perdi.
Levantei-me no meio da madrugada.
Não sabia o que me encomodava.
Nenhum pensamento durava muito.
Cada assunto que meu cérebro buscava pensar findava já na introdução. Não tinham desenvolvimento, muito menos conclusão. Era como seu eu pescasse e fisgasse peixes que não me serviam e então eu os lançava de volta no rio.
Peguei um livro e extraí os trechos filosóficos para passar o tempo. Cada trecho com seu autor indicado logo abaixo.
Quando percebi, já estava amanhecendo.
E acompanhado a mutação lenta das trevas em luz, me dei conta.
Não estava amanhecendo.
A terra é que estava girando.
Pra mim foi a maior descoberta, mesmo sabendo que isso já acontecia.
O ponto onde eu me encontrava, não era mais diante do Sol e sim de uma estrela mais próxima que as outras tantas do universo.
Me senti totalmente alienado, mas de maneira iluminada.
A manhã está mesmo chegando?
Incrível! Não pode ser!
O que está acontecendo?
Foi nesse instante que tive o maior insight
da minha vida, até aquele momento.
O dia nunca mais raiará.
A noite nunca mais cairá.
O tempo como eu conhecia se desfez bem ali e se mostrou como algo jamais imaginado por mim.
Não há dia, não há noite.
Dia e noite são apenas um.
Não há verão e inverno também não há,
Outono já não existe e primavera jaz.
O mundo mudou?
Acho que nada no mundo mudou.
Apenas giramos num carrocel sem cavalos.
Sempre foi assim.
O dia nunca existiu e a noite não é o que eu pensava.
A madrugada, a manhã, a tardinha e a noite Só existem dentro de mim, nas minhas percepções, assim como as estações do ano, que também não existe.
*- FILHOS DE QUEM???*
Sabe porque os filhos de Satanás, quando acreditam que são deuses, acabam sempre sendo expostos?... Bem, não é porque Satanás é fraco ou estúpido... Primeiro é porque ele se importa sempre, e apenas, com ele mesmo, jamais com os outros. Segundo porque é astuto.
Diferente dos filhos de Deus que sempre são protegidos e amados, os filhos de Satanás são, por Ele, desprezados. Tudo porque Ele se lhes conhece os íntimos, e sabe tudo de cada qual; pois que qualquer deles seria capaz de subtraí-lo, tormar-lhe o poder. Assim, ele os mantem reféns de si mesmos, e dele, no universo da iniquidade fornecida; a cada dia, a cada um. É por isso que os facínoras do poder respondem a ele: anseiam o poder mas comem de suas migalhas. E toda vez que começam a ficar grandes e poderosos, o pai deles os reduz; para que jamais ousem concorrê-lo.
O pai do mal nunca dá nada; silente e esperto, ele apenas vicia seus filhos; os droga, como incautos no imperio dos sentidos; e de tudo faz para que sejam venais; mesquinhos, egoístas, vaidosos, gananciosos e cruéis; sempre muito bem cooptados; seus eternos seguidores; cegos claudicantes que arremedam poder, mas que vivem das migalhas; migalhas de um tempo curto de uma vida; um tempo permitido que não veio dele, mas que ele usurpou do tolo que anseia nas facilidades e nas traições; um tolo que viverá só um tempo, uma vida vã, para ser esquecido por toda a eternidade.
(Victor Antunes)
A terra, o barro
a mão divina molda o homem.
o homem moldado
cria com imaginação:
faz o tijolo,
o artefato,
o vidro,
a edificação.
a casa que acolhe,
o muro que cerca,
a ponte que atravessa,
a plataforma que eleva.
do pó que vira forma,
do gesto que vira chão —
Deus sopra essência,
o homem faz invenção.
e assim,
a terra respira arquitetura:
matéria que sonha
em cada construção.
Deus existe? A alma é imortal? Há uma vida após a morte? Qual a origem do Universo? Ninguém pode chegar a um conhecimento absoluto sobre essas questões, pois o Saber humano não tem capacidade de alcançar alguma verdade absoluta, se é que elas existem, por isso acredito que o Não Saber, ou seja, a aceitação da incerteza e o reconhecimento da nossa própria ignorância é o melhor caminho
- Agnosis
Há coisas frequentemente associadas a meninos, a meninas e a todos os gêneros.
No entanto, esses elementos não deveriam ser usados como padrões rígidos para definir ou limitar o que cada pessoa pode ou deve fazer.
A crítica está em transformar essas referências sociais em regras inflexíveis, que acabam por restringir a liberdade individual e alimentar estereótipos.
No passo que vai e vem,
carrega-se a vontade — viva, inquieta.
Que passos são esses,
que a areia reteve como lembrança?
São vestígios de quem busca o sentido,
de quem caminha sem saber,
mas deixa, mesmo assim,
marcas fundas no tempo.
Pegadas que narram silêncios,
segredos que o vento não levou.
São mapas ocultos no chão,
histórias que sussurram nas entrelinhas.
Memórias ancoradas num instante,
revivem quando o tempo nos alcança.
O tempo — esse não apaga tudo.
Há passos que nos guiam de volta,
e neles, talvez,
o nosso destino esteja escrito.
PRESENTE DE POETA
Chegou o grande dia
Onde poeta que faz poesia
Sendo o seu olhar
Tá na hora de celebrar
Que venham anos como mais estrofes
Com rimas doces, calmas, fortes
E que o poeta se permita escrever
Muitas linhas para você
Hoje os versos são para ti,
Que tanto já nos fez sorrir
Neste texto quero imprimir
O quanto é bom te aplaudir
Tu dizes — com teu jeito leal —
Que sou teu topázio imperial,
Pedra rara, brilho teu,
Mas és tu, pai, quem me deu
O dom de ver beleza no normal
E transformar em arte o essencial.
Hoje quem ganha o poema és tu,
Poeta de alma clara e luz.
Que a vida te leve onde quiser,
Com saúde, afeto e o que couber.
Que nunca te falte inspiração
Nem o aconchego do coração.
Pois neste mundo tão sem par,
É um privilégio te celebrar.
Parabéns, pai, por ser quem és,
Um mestre em amor, em rima e fé.
Neste texto deixo o meu sinal:
Te ama, teu topázio imperial
sabe...
Hoje em dia, ter uma pessoa realmente que se preocupe com você de uma forma gratuita, que te ame e demonstre isso abertamente, tem a mesma sensação de ganhar na loteria. O mais incrível que pareça, tem gente que dá pouco valor a esse prêmio.
Um Poeta em Anonimato ( Ves ) ♥️
POeMA DE SEGUNDA
A semana começa.
O dia termina.
O tempo voa.
Sexta chegou —
e o tempo foi pouco.
Sábado passou,
domingo é sala de espera pra segunda.
Tudo recomeça.
A roda gira:
tempo, trabalho, tropeço e o vôo.
E a vida?
Bilhete de ida
pra um tempo qualquer
Pra uns, curto.
Pra outros, um pouco mais.
No fim,
somos só isso:
passageiros do tempo,
com hora marcada.
Existem lugares que não me cabem mais
E pessoas que não merecem compartilhar minha energia, isso não me faz um cara metido e sim não gosto de ambiente tóxico de xingamento, gritaria e baixaria simples, as pessoas que convivem na minha vida social são bem diferentes e compartilham do mesmo pensamento que o meu, então não sou obrigado agradar a todos, e fingir ser uma cópia, não sou um boneco de ventrículo, enfim ...
Faz-me ouvir a tua voz, ó Deus.
Faz-me, ó Deus, sentir a beleza do teu olhar.
Resplandece, ó minha alma, o brilho do olhar do teu Deus, Senhor.
Ó beleza imensa,
a ti anseia minha alma e todo o meu ser.
Busco-te nos campos dos lírios,
nos pastos serenos,
no silêncio onde tu repousas,
onde o amor habita
e a fonte eterna jamais se apaga.
Viver ou existir é paradoxal. Todavia, duas são as persecuções na vida: objetivos e proposito.
Quem vive por seus objetivos, é como quem vai a igreja como pedinte: interpreta Deus. Daí, vai lá pra angariar uma benção oportunista, que satisfará durante um tempo a sua querela ou queixume;
decerto que os objetivos são coisas que queremos para breve ou que almejamos realizar a certo tempo, e sempre ao sufrágio de alguma "benção" da vida, seja pelo esforço ou "graça"; já o propósito, é aquilo que nos define.
E sendo assim, o propósito é como o ato de ir a igreja para exercer a "gratidão" por sublimação do Divino; uma pauta das convicções que regem a existência; e ante a luz reveladora da perseverança, viver o louvor do reconhecimento e consciência das finitudes materiais; a sapiencia de coisas que a morte não vai jamais mitigar. Eis então que o propósito refoge a alma das coisas deste mundo.
Cuida, pois, vijiarmos as persecuções de perto; e espiar atentos, em qual delas mais nos empenhamos.
(Victor Antunes)
Datilografia
Traço, sozinho, no meu cubículo de engenheiro, o plano,
Formo o projeto, aqui isolado,
Remoto até de quem eu sou.
Ao lado, acompanhamento banalmente sinistro,
O tic-tac estalado das máquinas de escrever.
Que náusea da vida!
Que abjeção esta regularidade!
Que sono este ser assim!
Outrora, quando fui outro, eram castelos e cavalarias
(Ilustrações, talvez, de qualquer livro de infância),
Outrora, quando fui verdadeiro ao meu sonho,
Eram grandes passagens do Norte, explícitas de neve,
Eram grandes palmares do sul, opulentos de verdes.
Outrora...
Ao lado, acompanhamento banalmente sinistro,
O tic-tac estalado das máquinas de escrever.
Temos todos duas vidas:
A verdadeira, que é a que sonhamos na infância,
E que continuamos sonhando, adultos, num substrato de névoa;
A falsa, que é a que vivemos em convivência com outros,
Que é a prática, a útil,
Aquela em que acabam por nos meter num caixão.
Na outra não há caixões, nem mortes.
Há só ilustrações de infância:
Grandes livros coloridos, para ver mas não ler;
Grandes páginas de cores para recordar mais tarde.
Na outra somos nós,
Na outra não vivemos;
Nesta morremos, que é o que viver quer dizer.
Neste momento, pela náusea, vivo só na outra...
Mas ao lado, acompanhamento banalmente sinístro,
Se, desmeditando, escuto,
Ergue a voz o tic-tac estalado das máquinas de escrever.
O remorso é sentimento destruidor. Não edifica, senão quando o que se crê culpado, resolva se redimir.
Por isso, não alimente remorsos, por orgulho ou qualquer outro sentimento semelhante.
Confesse seu erro, quando ele ocorra. E parta para o acerto. Você não é infalível.
Aprenda a pedir desculpas, a admitir seus equívocos, para que não aninhe remorsos na alma.
O remorso somente é positivo quando tem o poder de lhe fazer reerguer e não sucumbir.
Todos os que seguimos pelos caminhos humanos podemos tropeçar.
O importante é que aprendamos a nos recuperar, soerguer-nos, elevarmo-nos para os planos de luz da alma em paz.
Diálogo entre o médico e Margaret Thatcher:
Médico:
- O que voce sente?
Thatcher:
- O que eu teho que Sentir?
OS pensamentos se tornam palavras,
As pessoas Não Pensam mais elas sentem.
Como se sente? Não me sinto cofortável (...)
Um dos maiores problemas da nossa era é porque somos governados por quem mais liga para sentimentos
do que para pensamentos e ideias.
OS pensamentos se tornam palavras
Cuidado com seus pensamentos, pois eles tornam-se palavras.
Cuidado com as palavras, pois elas tornam-se ações.
Cuidado com as ações, pois elas tornam-se hábitos.
Cuidado com os hábitos, pois eles tornam-se a tua personalidade.
Cuidado com a tua personalidade, pois ela torna-se o teu destino.
Nós nos tornamos, O que nós pensamos.
Filha da Natureza
Sou filha do Vento, do Mar, das Estrelas, da Lua…
Sou filha da Natureza, amante do Sol…
Levando a Luz no âmago de minha alma…
Sou filha da Deusa…
Levando todas as suas faces em mim…
Sou mística…
Sou mulher…
Sou bruxa…
Eu faço a vida se tornar mágica…
Sou filha da Terra, da Água, do Fogo, do Ar…
Sinto a energia da Vida fazendo parte da minha essência…
E assim…
Sou eu…
Somos nós…
A TORRE SEM DEGRAUS
No térreo se arrastam possuidores de ciosas recoisificadas.
No 1.° andar vivem depositários de pequenas convicções, mirando-as, remirando-as com lentes de contato.
No 2.° andar vivem negadores de pequenas convicções, pequeninos eles mesmos.
No 3.° andar - tlás tlás - a noite cria morcegos.
No 4.°, no 7.°, vivem amorosos sem amor, desamorando.
No 5.°, alguém semeou de pregos dentes de feras vacos de espelho a pista encerada para o baile de debutantes de 1848.
No 6.°, rumina-se política na certeza-esperança de que a ordem precisa mudar deve mudar há de mudar, contanto que não se mova um alfinete para isso.
No 8.°, ao abandono, 255 cartas registradas não abertas selam o mistério da expedição dizimada por índios Anfika.
No 9.°, cochilam filósofos observados por apoftegmas que não chegam a conclusão plausível.
Mo 10.°, o rei instala seu gabinete secreto e esconde a coroa de crisógrasos na terrina.
No 11.°, moram (namoram?) virgens contidas em cinto de castidades.
No 12.°, o aquário de peixes fosforecentes ilumina do teto a poltrona de um cego de nascença.
Atenção, 13.°. Do 24.° baixará às 23h um pelotão para ocupar-te e flitar a bomba suja, de que te dizes depositário.
No 15.°, o último leitor de Dante, o último de Cervantes, o último de Musil, o último do Diário Oficial dizem adeus à palavra impressa.
No 16.°, agricultores protestam contra a fusão de sementes que faz nascerem cereais invertidos e o milho produzir crianças.
No 17.°, preparam-se orações de sapiência, tratados internacionais, bulas de antibióticos.
Não se sabe o que aconteceu ao 18.°, suprimido da Torre.
No 19.° profetas do Antigo Testamento conferem profecias no computador analógico.
No 20.°, Cacex Otan Emfa Joc Juc Fronap FBI Usaid Cafesp Alalc Eximbanc trocam de letras, viram Xfp, Jjs, IxxU e que sei mais.
Mo 22;°, banqueiros incineram duplicatas vencidas, e das cinzas nascem novas duplicatas.
NO 23.°, celebra-se o rito do boi manso, que de tão manso ganhou biograifa e auréola.
No 24.°, vide 13.°.
No 25.°, que fazes tu, morcego do 3.°? que fazes tu, miss adormecida na passarela?
No 26.°., nossas sombras despregadas dos corpos passseiam devagar, cumprimentando-se.
O 27.° é uma clínica de nervosos dirigida por general-médico reformado, e em que aos sábados todos se curam para adoecer de novo na segunda-feira.
Do 28.° saem boatos de revolução e cruzam com outros de contra-revolução.
Impróprio a qualquer uso que não seja o prazer, o 29.° foi declarado inabitável.
Excesso de lotação no 30.°: moradores só podem usar um olho, uma perna, meias palavras.
No 31.°, a Lei afia seu arsenal de espadas inofensivas, e magistrados cobrem-se com cinzas de ovelhas sacrificadas.
No 32.°, a Guerra dos 100 Anos continua objeto de análise acuradíssima.
No 33.°, um homem pede pra ser crucificado e não lhe prestam atenção.
No 34.°, um ladrão sem ter o que roubar rouba o seu próprio relógio.
No 35.°, queixam-se da monotonia deste poema e esquecem-se da monotonia da Torre e das queixas.
Um mosquito é, no 36.°, único sobrevivente do que foi outrora residência movimentada com jantares óperas pavões.
No 37.°, a canção
Filorela amarlina
lousileno i flanura
meleglírio omoldana
plunigiário olanin.
No 38.°, o parlamento sem voz, admitido por todos os regimes, exercita-se na mímica de orações.
No 39.°, a celebração ecumênica dos anjos da luz e dos anjos da treva, sob a presidência de um meirinho surdo.
No 40.°, só há uma porta uma porta uma porta.
Que se abre para o 41.°, deixando passar esqueletos algemados e coduzidos por fiscais do Imposto de Consciência.
No 42.°, goteiras formam um lago onde bóiam ninféias, e ninfetas executam bailados quentes.
No 43.°, no 44.°, no... continua indefinidamente).
..Uma jovem tamoia, cujo rosto moreno parecia tostado pelo fogo em que ardia-lhe o coração, muito linda e sensível, tinha por habitação esta rude gruta, onde ainda então não se via a fonte que hoje vemos. Ora, ela, que até aos quinze anos era inocente como a flor, e por isso alegre e folgazona como uma cabritinha nova, começou a fazer-se tímida e depois triste, como o gemido da rola; a causa disto estava no agradável parecer de um mancebo da sua tribo, que diariamente vinha caçar ou pescar na ilha, e vinte vezes já o havia feito, sem que uma só desse fé dos olhares ardentes que lhe dardejava a moça. O nome dele era Aoitin; o nome dela era Ahy, que o seguia, ora lhe apanhava as aves que ele matava, ora lhe buscava as flechas disparadas, e nunca um só sinal de reconhecimento obtinha; quando no fim de seus trabalhos, Aoitin ia adormecer na gruta, ela entrava de manso e com um ramo de palmeira procurava, movendo o ar, refrescar a fronte do guerreiro adormecido. Mas tantos extremos eram tão mal pagos, que Ahy, de cansada, procurou fugir do insensível moço e fazer por esquecê-lo; porém, como era de esperar, nem fugiu-lhe nem o esqueceu.
Desde então tomou outro partido: chorou. Ou porque a sua dor era tão grande que lhe podia exprimir o amor em lágrimas desde o coração até aos olhos, ou porque, selvagem mesma, ela já tinha compreendido que a grande arma da mulher está no pranto, Ahy chorou.
Envelhecer
Na manhã da existência, ouvindo o peito,
que previa teu vulto no caminho,
dentro em minha alma levantei teu ninho,
e, nesse ninho, preparei teu leito.
Desceu a tarde, e ainda me viu sozinho.
Murcham as flores, que, de leve, ajeito;
de novas rosas tua colcha enfeito,
e o travesseiro, novamente, alinho.
Cai, tristonho, o crepúsculo, na estrada.
Alongo os olhos, atirando um beijo
à forma vaga do teu corpo… E nada!
Recomponho as palavras que não disse.
E, apagando a candeia do Desejo,
adormeço na noite da Velhice.
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