Cartas de Amor Perdão
Sempre que uma pessoa faz algo de errado perto de ti, considera que noção de bem ou mal ela tinha em mente. Pois quando fizeres isso, sentirás compaixão, em vez de espanto ou raiva. Pois tu mesmo podes ter as mesmas noções de bem e mal, ou parecidas, caso em que serás tolerante com o que ela fez. E caso não tiveres as mesmas noções, estarás mais disposto a ser complacente com o erro dessa pessoa.
Alguns entre nos são mestres "acensionados", vem para este plano pela ultima vez, espalham ensinamentos e conhecimentos místicos e espirituais, podem ter a vida terrena por um minuto ou por cem anos mas a mensagem divina é irrefutável. Estão sob as esferas sublimes das freqüências, por onde passam exalam monotonamente amor, compaixão, simplicidade e perdão.
Enfim, pegando a PA. melhor começar por aqui do que por LA. apesar dos mil sentidos e subjetivos, ela é escrava. Sim, a palavra é escrava do coração atormentado, solitário, ferido e sem perdão. Algumas bocas deveriam omitirem certas palavras, quando viessem como gilete, ferirem o ar e o lugar onde são proferidas. Todos temos feridas, mas algumas delas em algumas pessoas, permanecem abertas por medo, covardia ou nostalgia ao longo da vida como se fosse uma casquinha que não fecha da única verdadeira patente não ilusória do justificado sofrimento. Vidas amargas.
Recordo-me dos meus erros, da dor que causei àqueles que mais me amavam. A carga da culpa passada ecoa no presente, moldando os dias de hoje dentro do meu lar. É um reflexo doloroso da responsabilidade que carrego e da necessidade de reparação. É tempo de enfrentar as consequências e buscar redenção, pois só assim poderei encontrar paz e reconciliação comigo mesmo e com os que amo.
Buscar um novo caminho, uma palavra fresca, um alívio. Mas como encontrar isso, se carregamos em nós a bagagem do ego ferido e do orgulho inquebrável? Pedir perdão é uma confissão de fraqueza, pensamos. Aceitar o perdão alheio é deixar que a pele queimada seja tocada. Que ironia: queremos a redenção, mas tememos a vulnerabilidade que ela exige.
E se o que buscamos não está fora, mas dentro? Talvez o conforto que procuramos em palavras de outros seja apenas um espelho — não para refletir, mas para distorcer. Porque é mais fácil culpar o outro ou a condição humana do que admitir que, no fundo, a miséria que nos prende tem raízes na nossa incapacidade de domar o ego, de calar o orgulho. Talvez sejamos apenas fragmentos partidos de um todo que nunca entenderemos, eternamente a oscilar entre a dor de ser e o desejo de transformar.
