Carta dos Filhos ao os Pais

Cerca de 8094 frases e pensamentos: Carta dos Filhos ao os Pais

O Bandolim

Cantas, soluças, bandolim do Fado
E de Saudade o peito meu transbordas;
Choras, e eu julgo que nas tuas cordas,
Choram todas as cordas do Passado!

Guardas a alma talvez d’um desgraçado,
Um dia morto da Ilusão às bordas,
Tanto que cantas, e ilusões acordas,
Tanto que gemes, bandolim do Fado.

Quando alta noite, a lua é fria e calma,
Teu canto, vindo de profundas fráguas,
É como as nênias do Coveiro d’alma!

Tudo eterizas num coral de endeixas…
E vais aos poucos soluçando mágoas,
E vais aos poucos soluçando queixas!

Augusto dos Anjos
ANJOS, A. Eu e Outras Poesias. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1998.

POR MUITAS E POUCAS...

Ahhh!!! Essa sensação de abandono, me consome
Me afasta das pequenas proezas da vida, me inibe
Me traz paz, é estranho como me conforto
Essas palavras desleixadas, pequenos espinhos na minha alma
Essa dor, de ausência total, me corroi, me protege
Choro por nada, me alegro por tudo
São muitas coisas em tão poucos momentos
São meus tormentos, feridas do coração
Colírios nos meus olhos, assim pequenos desgastes
Por favor, me abracem!!!!
Ninguém, me vê!!! oh!!! não me enxergo
Me reprimo e me encontro, oh!!! solidão companhia eterna
És esfinge e eu não te decifrei, me devoraste
Pudera!!! Por muitas e poucas coisas me desfaço
Choro, como sabe bem chorar,
É bom sentir o docinho amargo dos sais de minhas lágrimas
São poucas coisas, me alegro...
Por muitas coisas me entristeço e choro,
De prazer, de emoção, alegria, de tristeza
Por muitas e poucas minha face é nascente
Afluente de rios tranbordantes, deltas que dasaguam em margens estancadas nos oásis
Miragem cheias de verdades...
Por muitas e poucas eu sou ilusão...
Estado de vida latente, sou abandono
Definição concreta de solidão, sinónimo de saudades
Sou ao mesmo tempo sono tranquilo, em marés de pesadelos
Por muitas e poucas não aprendi a sonhar, imagino
Fecho os olhos e me conformo sonânbula, me debato
Por muitas e poucas sou solidão rodeada de gente, que procuro amar.

Nunca deixe de elogiar as pessoas. Pode ser a salvação delas!
Nunca deixe de elogiar as pessoas! Nunca! Não perca nenhuma chance de fazer um elogio!

Quando foi a última vez que você elogiou alguém? Sim, isso mesmo: um simples elogio a um filho, a um amigo, a um funcionário ou até mesmo para um desconhecido, quando foi?

Deixar de elogiar os outros é um erro tão comum que vivemos reclamando dos outros uma palavra de aceitação, de reconhecimento mas, muitas vezes, nós mesmos não fazemos, certo? Somos capazes de repreender quem está falhando, mas quase sempre não somos capazes de cumprimentar os acertos dos outros.

As pessoas que não recebem elogios, apreciação, validação, acabam buscando essas coisas de maneiras estranhas, sabia? Uma única graminha de elogio vale muito mais que uma tonelada de críticas! Afinal, sempre podemos encontrar motivos para elogiar qualquer pessoa, sabia?

As pessoas não mudam quando apontamos suas falhas. Nem vão nos amar por isso! Pelo contrário, poderão se ressentir. Mas se procurarmos agir com encorajamento sincero, isso sim vai valer a pena! O elogio feito com sinceridade é o calor e a ternura que todos precisam para mudar para melhor!

Faça um retrospecto de sua vida e perceba que as palavras bondosas de encorajamento de um pai, um professor, um amigo foram provavelmente aquelas que te deram autoconfiança e uma boa imagem de você mesmo! E as críticas que recebeu provavelmente se transformaram em alguns problemas de identidade. Há sim uma grande diferença entre a crítica destrutiva e a crítica construtiva, e você sabe bem disso, né?

Elogiar não estraga ninguém e nem custa nada! Quem nunca recebe um elogio ao fazer uma coisa digna de louvor acaba buscando o mesmo de maneira até bizarra. Pense nisso! Valorize aquilo que é de responsabilidade da pessoa e não o que não depende dela. Sabe o que quero dizer? Não depende da pessoa a cor dos olhos, o cabelo bonito, a sua afeição. Mas elogiar a pessoa pelo seu ato de bondade, de generosidade, de esforço.

Tenha sempre em mente que quanto mais cedo for feito o elogio a alguém, melhor, tá? E não perca mais a oportunidade de valorizar, validar, reconhecer e de elogiar as pessoas!

Bom Dia! Bom Divertimento! Fique com Deus!

"Ao elogiar ou amar uma pessoa, não amamos ou louvamos aquilo que existe, mas aquilo que esperamos venha existir"

MINHA PAIXÃO MINEIRA

Tenho uma paixão, ela é mineira
Besteira querer entendê-la
O que quero é desejá-la, amá-la
Estar com ela, curtir a vida, porque ela
É a vida, a minha vida..

Tenho uma paixão, ela é morena e mineira
Graciosa e fogosa, uma verdadeira fogueira.
A amo sim, a quero pra mim, a desejo
Dia e noite seu amor é um açoite trem bão.

Tenho um amor da cor do pecado
É meu bem querer, é o meu prazer,
É a mulher que sempre desejei ter
Sem ela não saberia o que fazer
Mas também não teria porquê.

Minha paixão mineira é você
A mulher do sorriso que encanta
Linda, brasa coberta e faceira
Tô falando de você, MARLI CALDEIRA.

''A distancia entre o amor e o ódio é a desilusão''


E aquele amor de infância, que foi guardado

As lembranças vêm, como um ataque cibernético

Não tem hora nem lugar, vocês cresceram

Cada um seguiu seu destino, sem lembrar

No vazio hostil, cada um no seu caminho

Compartilhando uma egoísta solidão

Sem saber um do outro, foram expostos

A dor de nascerem pela metade

Destino covarde, de longe planejou

Arquitetou um reencontro sem intenções

Marcaram pra sair, estavam ali, novamente

De frente um para o outro, olharam pra si

Encontrou em fim, a criança que perdida

Estava, mas o destino não estava satisfeito

A moça e o rapaz, meio sem jeito

Descobriram que a esperança havia de falecer

Mas ela não era a ultima a morrer?

E o amor, não se faz renascer?

Se enganar, confundir, se iludir

É tão comum, sorrir, chorar, gargalhar

Deprimir, sentimento e estado de emoção

A distancia entre o amor e o ódio

É a desilusão, fatigados pela esperança

Você faz o seu destino, poucos saem vivos

Desse labirinto chamado vida!

Kurt Staden



Parece nome de nazista... e era.


Meu pai tinha um amigo, chamado Kurt Staden.


Um alemão de quase sessenta anos, que combatera na frente Russa, na segunda grande guerra.


Esse alemão, andava apoiado em duas bengalas, tinha o rosto todo deformado e um ar austéro.


São Paulo antigamente talvez fosse um pouco mais fria do que é hoje. Por várias vezes vi o Senhor Kurt, sempre de sobre-tudo.


Pouco falava da guerra, mas quando falava reunia à sua volta muitas pessoas.


Uma destas vezes parei e resolvi escutar um pouco o que dizia.


Falou que ficou mais de um ano em uma trincheira em Leningrado; que o frio era horrível e que a carnificina era indescritível.


Os russos atacavam com muitos homens, e os alemães entrincheirados, varriam os batalhões com metralhadoras ponto 50.


Os cadáveres ficavam lá.


O cheiro da morte era insuportável.


Quem não morria pelos petardos e balas, morriam de fome, pois era impossível manter logística de abastecimento de alimentos naquele inverno tão rigoroso.


Desta forma, começaram a comer animais, ratos e por fim, o canibalismo.


Comiam parte dos cadáveres para que pudessem sobreviver.


Os russos em maior número, em determinado momento, começaram a avançar; no rolo compressor chegaram até Berlim.


Tanto era o ódio, que no avanço russo, inúmeras alemãs foram estupradas e mortas.


O Senhor Kurt foi salvo pela Cruz Vermelha, semi morto.


Era apenas um soldado seguindo ordens.


Perdeu uma perna pelo frio intenso e outra quase totalmente destroçada por estilhaços de bomba.


O Senhor Kurt tinha um olhar triste e sempre fitava o infinito, como se estivesse procurando algo que tivesse desaparecido da sua vida.


O Senhor Kurt faleceu no final dos anos 60, aproximadamente há 25 anos após ao término da guerra, sozinho e longe da velha Alemanha.

Como posso desisti do que mais quero se quando dou por mim estou pensando em você e me vejo perdido nesses pensamentos que ao mesmo tempo me acalma, atormenta a minha alma. Como posso não lembrar no seu sorriso? Da tonalidade da sua voz que me trazia euforia, felicidade, que despertava em mim o desejo de te ouvir por horas e horas. Como posso tentar esquecer um passado? Se tudo o que eu queria era voltar no exato momento em que terminamos e fazer tudo diferente para ter você novamente.
Muitos vem até mim e diz: Desiste; parte para outra; siga a sua vida; para de ser tolo; você está sendo ridículo; ela não vai voltar; aproveite o que a de bom... Mais dentro de mim eu só consigo ouvir. “Não desista”, “Lute”, “Espere”, “Tenha paciência”... O que tiver que ser, será, mais escute só a você e o que seu coração fala.
Sim amor, eu tenho te esperando todos os dias apaixonadamente, tenho esperado a sua volta, tenho esperado que você veja que tem alguém em algum lugar que te ama de verdade e faria qualquer coisa para ver um sorriso seu..

O ato de agradecer ajuda o coração e faz a sua mente se expandir
Agradeça, agradeça, agradeça! Agradeça sempre! Agradeça por tudo que você tem, por tudo que recebe. Agradeça por tudo que ainda vai receber! Agradeça até por aquilo que não entende e também não aceita!

Essa é a melhor maneira e também a mais inteligente de ter uma atitude positiva em relação à vida! O próprio ato de agradecer atrai o melhor para você, viu?

Agradeça pelos fracos, pelos chatos, pelos pobres de espírito.... Agradeça pelos amigos, por aquelas pessoas que te agradam!

Agradeça pelos momentos felizes. Não deixe de manifestar gratidão aos membros de sua família. Seus pais, seus irmãos são os vínculos mais fortes que você tem!

O ato de agradecer ajuda o coração! Ajuda a mente a se abrir! Talvez para sair desse buraco que muitas vezes você se encontra é preciso agradecer, viu? Experimente agradecer a tudo e a todos! Agora!

Não é possível você passar por essa vida sem ter o hábito de agradecer! Gratidão continuada, entende isso? Demonstrar pelo seu exemplo, pelos gestos, pelo afeto, pelo olhar, pelo coração.... a gratidão que você tem por ter vindo a esse mundo!

Você sempre terá algo pelo que agradecer e quando começar a fazer isso, observe-se! Fique atento e perceba como a vida fica mais gostosa de ser compartilhada. Assim como é certo que é dando que se recebe, também é verdade que é agradecendo que se alcança!

Aquela conhecida frase também é bem oportuna nos dias de hoje: "os que menos merecem são os que mais necessitam". Pense nisso!

Bom Dia! Bom Divertimento!

"Tudo tem uma razão de ser. Tudo! Até aquilo que é mal pode surgir o bem"

Você acha lindo poemas, frases que te fazem refletir e pensar? Então nem imaginas a confusão que é o poeta, nem o próprio entende como isso consegui criar, vem do fundo do coração, onde ninguém ousa caminhar, é como dizem: das nuvens mais escuras é que cai a chuva que o mundo precisa pra se sustentar.
26/04/18

"Quero vida cheia de alma, alma essa cheia de paz.
Quero coração cheio de amor, amor esse cheio de perdão.
Quero amigos cheio de risos, risos esses cheios de beleza.
Quero enfim, o meu EU completo e sem medo.
O que não quero? Não quero que seja eterno enquanto dure, quero eternidade plena!"

Despedida

Vá... Siga seu caminho, meu amigo, meu companheiro de tantas jornadas. Em uma estrada paralela a sua, acompanhando os seus passos, eu seguirei. Não adianta mais discutir, nem reconhecer qual de nós dois foi o culpado. Nem continuar nos iludindo e fingindo um grande amor que já morreu. Chega! Não dá mais para disfarçar, nem suportar essa nossa vida de mentiras. Não mais importa quem errou ou quem traiu. Quem ganhou ou quem perdeu. Temos que encarar a realidade, aceitar que tudo acabou e só restou à amizade. É doloroso, mas nosso caso não tem mais solução. Temos que nos dizer adeus.
Vá... Siga sua vida, meu homem, meu companheiro de uma longa existência. Acredite. É bem melhor que seja agora, enquanto ainda existe uma amizade. Vamos procurar esquecer nossas mágoas, nossos sofrimentos e indiferenças. Aceitar essa nossa despedida sem ódio, sem brigas, sem ofensas e sem rancor. Pense: nada nessa vida acontece por acaso, nem dura para toda a eternidade. Cada encontro, cada separação, cada partida, foi o nosso destino que traçou. O que você ganhou e depois perdeu, não lamente, pois nunca lhe pertenceu. Foi só um empréstimo da vida, uma ajuda, para enriquecer suas experiências.
Vá... Amigo. Não sofra por mim. Aproveite as novas chances que lhe esperam. Leve de nossas vidas, boas lembranças, experiências que iluminaram seus dias. Não estrague seu futuro, remoendo frustrações e infelicidades de seu passado. Nem machuque quem lhe espera e pode oferecer o que entre nós não foi possível. Aproveite tudo de bom que surgir em seu caminho, viva com prazer e intensidade. Não construa mais castelos que possam desmoronar e nem busque o impossível.
Conhecermo-nos não foi em vão. Teve o seu tempo, sua razão e sua finalidade. Foram lições de vida que o ajudarão a seguir em frente e a atingir novos objetivos.

*

O CAVALINHO
Pr. Abílio Carlos dos Santos

Um pai passeava com suas duas filhas.
A mais nova cansada e chorando pediu colo.
O pai apanhou um pequeno galho e disse:
Olhe aqui um cavalinho para você montar, filha! Vá em frente...

Toda feliz a menina pôs-se a cavalgar “o cavalinho”...
Estava encantada... Chegou antes dos outros.

O pai sorrindo disse para a outra filha:

É filha! Assim é a vida. Há momentos que é quase impossível
caminhar. São tantas lutas! Então surge um “cavalinho” que vem
nos animar a prosseguir na caminhada.
Esse “cavalinho” pode ser: um amigo, uma canção, um conselho, uma oração.

Não pare! Sempre haverá um “cavalinho” para cada momento.

*

abíliocarlos

udo o que você precisa está dentro de você!
Tudo o que você precisa está dentro de você. Tudo! Aí dentro tem tanta coisa boa e muitas vezes esperando para ser descoberto, reconhecido, desenvolvido e puxado para fora, sabia?

Se numa semente de carvalho contém dentro de si uma poderosa árvore, imagine em você o que contém?! Acredite: um poderoso potencial. Ou você acha que Deus perderia seu tempo fazendo porcaria? Você não é nenhuma porcaria, viu? Você é muito bom!

Se a semente tem que ser plantada e cuidada para poder crescer e se transformar num majestoso carvalho, assim também o que está dentro de você tem que ser reconhecido antes de poder ser trazido à tona e usado em todo o seu potencial. Não permita mais que nada fique dormente dentro de você, viu?

O que acontece comigo, com você e com muitas pessoas é que este tremendo potencial nunca chega a se desenvolver nesta vida. E toda essa coisa boa, talvez, seja carregada de uma vida para outra, num processo desnecessário!

Agora é hora de despertar e utilizar tudo o que você tem em seu interior! O momento é esse, viu? Faça florir a árvore da sua vida! Deixe-a forte, poderosa, majestosa!

Saiba que você pode fazer qualquer coisa porque Deus está com você! Na verdade, Ele está em você! Sinta-se fortalecido e sendo guiado o tempo todo! Sinta-se que até seus pensamentos estão sendo inspirados por essa Força Maravilhosa e Universal. Permita que Deus guie cada um de seus pensamentos e também suas decisões, até que, como a semente daquela árvore você consiga romper a sua casca e sentir-se livre para crescer como o poderoso carvalho.

Bom Dia! Bom Divertimento! Fique na Paz.

"O ponto de virada no processo de crescimento é quando você descobre o centro da força dentro de você, que sobrevive a qualquer sofrimento"

ENGANA A SE MESMO

Naqueles dias chuvosos, quando apenas se ouve o barulho da chuva, o frio da madrugada, os pensamentos ganham força e atingem níveis realmente recordes, coração acelera, ansiedade aumenta e com toda essa carga de químicas o calor do corpo vence a noite fria, seria uma noite perfeita para dormir, mas lembranças e sentimentos brotam do nada, desejos e fantasias ganham vida, coração acelera e não entendemos como não saímos correndo para o destino que o coração e o corpo insiste em querer estar...
Dias assim apenas provam que não adianta o quanto ignoramos uma realidade, lá no fundo nunca desejamos tanto o que fingidamente odiamos sentir.
10/09/18

A um carneiro morto

Misericordiosíssimo carneiro
Esquartejado, a maldição de Pio
Décimo caia em teu algoz sombrio
E em todo aquele que for seu herdeiro!

Maldito seja o mercado vadio
Que te vender as carnes por dinheiro,
Pois tua lã aquece o mundo inteiro
E guardas as carnes dos que estão com frio!

Quando a faca rangeu no teu pescoço,
Ao monstro que espremeu teu sangue grosso
Teus olhos - fontes de perdão - perdoaram!

Oh! tu que no perdão eu simbolizo,
Se fosse Deus, no Dia do Juízo,
Talvez perdoasses os que te mataram!

Augusto dos Anjos
ANJOS, A. Eu e Outras Poesias. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1998.

Ao Amor da Amizade

Nada é mais importante que ter amigos.
A amizade é o amor verdadeiro, por inteiro.
Quem pode duvidar do poder de uma amizade?
Uma amizade sincera é a maior prova da existência de Deus.
Imagine o que Ele é capaz de fazer por nós...
Rios atingem seus objetivos porque aprenderam a contornar os obstáculos.
A raça humana atinge os seus, somente quando tem um amigo ao lado.

E ter um amigo ao lado é uma dádiva divina.

Lutar por uma amizade...
É sem dúvida uma briga que vale a pena.
Impossível, sentir-se cansado.
Desistir de uma amizade é desistir do amor.
Infelizmente, os homens estão esquecendo de amar...
As barbaridades insistem em aparecer
Numa ordem absurda... inexplicável...
E cada vez mais intolerável.

Amai-vos uns aos outros.
Mais que um mandamento divino, um conselho.
Os homens precisam compreender a força da amizade.

Verti em seus escritos disse:
O homem cresce quando descobre o verdadeiro sentido do crescer.
Cresce quando aprende a amar.
E nós crescemos muito.
Somente Deus e nós sabemos o quanto.

VIAJAR NO MEU PEQUENO EU

Me encontro aqui, sentada a deambular entre meus ínfemes e míseros pensamentos... sem muito no que pensar
No meio de um nada e em minha constante e feliz melancolia.
Passam-se os anos eu mudo, reviro-me e me reencontro aqui num mar de contrastes...
Mil perguntas passam pela imensidão do meu cérebro, perguntas parvas de respostas concretas e desconjugáveis.
Mudam-se-me os nomes, permanecem-me os apelidos e meus contrastes, me perco em mim... morro em minhas atitudes e ressuscito em meus contrastes.
Outra vez, a mesma sensação... de novo a mesma dor da perda me consome.
o que falta em mim? o que a complicada simplicidade que me rodeia roubou de mim desta vez? Algures perdi algo que não consigo encontrar, mas onde se não sai daqui, encontro-me a séculos nesta mesma monotonia....
Ohhh!!! Agora entendo tudo... é essa monotonia que me consome, me rouba todo nada que consigo... não aguento mais isso!!!!
Mas espera aí!!!!! Que monotonia? Como sei eu que isso é monotonia se não conheço outro estado de vida se não essa latessencia em que me encontro?
ohh! Injusta de mim... condeno-me sempre a um mundinho de desesperos e futilidades úteis... apresso-me a julgar o modelo medíocre de vida numa linear constante.
Mas como posso eu querer ou ainda exigir de mim uma aderência a uma vida mais apreciável se é só esta a realidade que conheço... se minha fraca e fértil imaginação nunca viajou por outros campos se não a oscuridade da minha própria realidade?
Daí me ponho aqui sentada no meio a nada e uma vez mais viajo e percorro o interior do meu pequeno eu, numa corrida lenta e rotineira que não me cansa, e apesar de exausta me alegro com as tristezas que revivo.

O poeta do hediondo

Sofro aceleradíssimas pancadas
No coração. Ataca-me a existência
A mortificadora coalescência
Das desgraças humanas congregadas!

Em alucinatórias cavalgadas,
Eu sinto, então, sondando-me a consciência
A ultra-inquisitorial clarividência
De todas as neuronas acordadas!

Quanto me dói no cérebro esta sonda!
Ah! Certamente eu sou a mais hedionda
Generalização do Desconforto…

Eu sou aquele que ficou sozinho
Cantando sobre os ossos do caminho
A poesia de tudo quanto é morto!

Entre minhas palavras traduzo um contexto
Que nem se interessa em ter fim ou começo.
Eu sou assim mesmo...
Meio cão sem dono,
Sem endereço.
Minha vida é Deus
Não os meus planos.
Entre palavras descrevo fragmentos dos meus pensamentos
Que ousam confundirem-se com meus sentimentos a todo instante.

Monólogo de uma Sombra

"Sou uma Sombra! Venho de outras eras,
Do cosmopolitismo das moneras...
Pólipo de recônditas reentrâncias,
Larva de caos telúrico, procedo
Da escuridão do cósmico segredo,
Da substância de todas as substâncias!

A simbiose das coisas me equilibra.
Em minha ignota mônada, ampla, vibra
A alma dos movimentos rotatórios...
E é de mim que decorrem, simultâneas,
A saúde das forças subterrâneas
E a morbidez dos seres ilusórios!

Pairando acima dos mundanos tetos,
Não conheço o acidente da Senectus
— Esta universitária sanguessuga
Que produz, sem dispêndio algum de vírus,
O amarelecimento do papirus
E a miséria anatômica da ruga!

Na existência social, possuo uma arma
— O metafisicismo de Abidarma —
E trago, sem bramânicas tesouras,
Como um dorso de azêmola passiva,
A solidariedade subjetiva
De todas as espécies sofredoras.

Como um pouco de saliva quotidiana
Mostro meu nojo à Natureza Humana.
A podridão me serve de Evangelho...
Amo o esterco, os resíduos ruins dos quiosques
E o animal inferior que urra nos bosques
É com certeza meu irmão mais velho!

Tal qual quem para o próprio túmulo olha,
Amarguradamente se me antolha,
À luz do americano plenilúnio,
Na alma crepuscular de minha raça
Como uma vocação para a Desgraça
E um tropismo ancestral para o Infortúnio.

Aí vem sujo, a coçar chagas plebéias,
Trazendo no deserto das idéias
O desespero endêmico do inferno,
Com a cara hirta, tatuada de fuligens
Esse mineiro doido das origens,
Que se chama o Filósofo Moderno!

Quis compreender, quebrando estéreis normas,
A vida fenomênica das Formas,
Que, iguais a fogos passageiros, luzem.
E apenas encontrou na idéia gasta,
O horror dessa mecânica nefasta,
A que todas as cousas se reduzem!

E hão de achá-lo, amanhã, bestas agrestes,
Sobre a esteira sarcófaga das pestes
A mostrar, já nos últimos momentos,
Como quem se submete a uma charqueada,
Ao clarão tropical da luz danada,
espólio dos seus dedos peçonhentos.

Tal a finalidade dos estames!
Mas ele viverá, rotos os liames
Dessa estranguladora lei que aperta
Todos os agregados perecíveis,
Nas eterizações indefiníveis
Da energia intra-atômica liberta!

Será calor, causa úbiqua de gozo,
Raio X, magnetismo misterioso,
Quimiotaxia, ondulação aérea,
Fonte de repulsões e de prazeres,
Sonoridade potencial dos seres,
Estrangulada dentro da matéria!

E o que ele foi: clavículas, abdômen,
O coração, a boca, em síntese, o Homem,
— Engrenagem de vísceras vulgares —
Os dedos carregados de peçonha,
Tudo coube na lógica medonha
Dos apodrecimentos musculares!

A desarrumação dos intestinos
Assombra! Vede-a! Os vermes assassinos
Dentro daquela massa que o húmus come,
Numa glutoneria hedionda, brincam,
Como as cadelas que as dentuças trincam
No espasmo fisiológico da fome.

É uma trágica festa emocionante!
A bacteriologia inventariante
Toma conta do corpo que apodrece...
E até os membros da família engulham,
Vendo as larvas malignas que se embrulham
No cadáver malsão, fazendo um s.

E foi então para isto que esse doudo
Estragou o vibrátil plasma todo,
À guisa de um faquir, pelos cenóbios?!...
Num suicídio graduado, consumir-se,
E após tantas vigílias, reduzir-se
À herança miserável de micróbios!

Estoutro agora é o sátiro peralta
Que o sensualismo sodomista exalta,
Nutrindo sua infâmia a leite e a trigo...
Como que, em suas células vilíssimas,
Há estratificações requintadíssimas
De uma animalidade sem castigo.

Brancas bacantes bêbedas o beijam.
Suas artérias hírcicas latejam,
Sentindo o odor das carnações abstêmias,
E à noite, vai gozar, ébrio de vício,
No sombrio bazar do meretrício,
O cuspo afrodisíaco das fêmeas.

No horror de sua anômala nevrose,
Toda a sensualidade da simbiose,
Uivando, à noite, em lúbricos arroubos,
Como no babilônico sansara,
Lembra a fome incoercível que escancara
A mucosa carnívora dos lobos.

Sôfrego, o monstro as vítimas aguarda.
Negra paixão congênita, bastarda,
Do seu zooplasma ofídico resulta...
E explode, igual à luz que o ar acomete,
Com a veemência mavórtica do ariete
E os arremessos de uma catapulta.

Mas muitas vezes, quando a noite avança,
Hirto, observa através a tênue trança
Dos filamentos fluídicos de um halo
A destra descarnada de um duende,
Que, tateando nas tênebras, se estende
Dentro da noite má, para agarrá-lo!

Cresce-lhe a intracefálica tortura,
E de su'alma na caverna escura,
Fazendo ultra-epilépticos esforços,
Acorda, com os candieiros apagados,
Numa coreografia de danados,
A família alarmada dos remorsos.

É o despertar de um povo subterrâneo!
É a fauna cavernícola do crânio
— Macbeths da patológica vigília,
Mostrando, em rembrandtescas telas várias,
As incestuosidades sanguinárias
Que ele tem praticado na família.

As alucinações tácteis pululam.
Sente que megatérios o estrangulam...
A asa negra das moscas o horroriza;
E autopsiando a amaríssirna existência
Encontra um cancro assíduo na consciência
E três manchas de sangue na camisa!

Míngua-se o combustível da lanterna
E a consciência do sátiro se inferna,
Reconhecendo, bêbedo de sono,
Na própria ânsia dionísica do gozo,
Essa necessidade de horroroso,
Que é talvez propriedade do carbono!

Ah! Dentro de toda a alma existe a prova
De que a dor como um dartro se renova,
Quando o prazer barbaramente a ataca...
Assim também, observa a ciência crua,
Dentro da elipse ignívoma da lua
A realidade de uma esfera opaca.

Somente a Arte, esculpindo a humana mágoa,
Abranda as rochas rígidas, torna água
Todo o fogo telúrico profundo
E reduz, sem que, entanto, a desintegre,
Á condição de uma planície alegre,
A aspereza orográfica do mundo!

Provo desta maneira ao mundo odiento
Pelas grandes razões do sentimento,
Sem os métodos da abstrusa ciência fria
E os trovões gritadores da dialética,
Que a mais alta expressão da dor estética
Consiste essencialmente na alegria.

Continua o martírio das criaturas:
— O homicídio nas vielas mais escuras,
— O ferido que a hostil gleba atra escarva,
— O último solilóquio dos suicidas —
E eu sinto a dor de todas essas vidas
Em minha vida anônima de larva!"

Disse isto a Sombra. E, ouvindo estes vocábulos,
Da luz da lua aos pálidos venábulos,
Na ânsia de um nervosíssimo entusiasmo,
julgava ouvir monótonas corujas,
Executando, entre caveiras sujas,
A orquestra arrepiadora do sarcasmo!

Era a elegia panteísta do Universo,
Na podridão do sangue humano imerso,
Prostituído talvez, em suas bases...
Era a canção da Natureza exausta,
Chorando e rindo na ironia infausta
Da incoerência infernal daquelas frases.

E o turbilhão de tais fonemas acres
Trovejando grandíloquos massacres,
Há-de ferir-me as auditivas portas,
Até que minha efêmera cabeça
Reverta à quietação da treva espessa
E à palidez das fotosferas mortas!

Augusto dos Anjos
ANJOS, A. Eu e Outras Poesias. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1998.

✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.

Receba no seu WhatsApp mensagens diárias para nutrir sua mente e fortalecer sua jornada de transformação.

Entrar no canal do Whatsapp