Carta de uma Futura Mamae

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"Graças a Deus, sou uma pessoa que não tem inimigos. Deixa até bater na madeira... não posso dizer que de tal pessoa eu não gosto, posso até não me ralacionar muito com elas, mas não tenho inimigos. Luto para não ter, sou até meio falso às vezes, trato todo mundo bem, sou muito vaselina. Ajo assim deliberadamente. Já tive até quem eu pudesse odiar, mas não entro nessa. É um peso desnecessário. Sou muito egoísta, centrado em mim mesmo, para me incomodar assim com os outros."

Amizade é mais do que uma palavra, é mais do que uma união, é mais do que um sonho, é mais do que a realidade, é mais do que confiança, é mais do que sentimento, é mais do que defender, é mais do que proteger, é mais do que querer, é mais do que estar, é mais do que os olhos podem ver, é mais do que o coração pode sentir, é mais do que minha felicidade pode transmitir, é mais e maior do que tudo e só uma amizade verdadeira é capaz de passar por tudo e por tudo juntas, porque quando a gente tem um amigo, a gente nunca está sozinho e o que era dois vira um.

Andei pensando no quanto somos frágeis. Uma simples gripe nos torna fracos. Uma palavra mal empregada nos abate. Um abraço não dado nos faz sofrer. Um sentimento não vivido faz a gente perder a esperança. Tenho um pouco de medo da duração das coisas. Antes, eu acreditava no eterno. Mas depois de tantos percalços, tantas coisas perdidas e tantos nãos guardados no bolso eu já não sei mais.

Definir a eternidade como uma quantidade maior que o tempo e maior mesmo do que o tempo que a mente humana pode suportar em ideia também não permitiria, ainda assim, alcançar sua duração. Sua qualidade era exatamente não ter quantidade, não ser mensurável e divisível porque tudo o que se podia medir e dividir tinha um princípio e um fim.

Clarice Lispector
Perto do coração selvagem. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

A prostituição é apenas uma prestação de serviço. Tão legítima quanto a profissão de médico, que cobra para salvar uma vida e é "cidadão de bem". Prostitutas não matam nem roubam, em muitos casos fazem mais mal a elas mesmas que a outrem, e não me vem ao caso que elas cobrem para salvar uma vida, nem deixem de salvar alguém por que a pessoa não tem dinheiro para pagar.

Se soubesses da solidão desses meus primeiros passos. Não se parecia com a solidão de uma pessoa. Era como se eu já tivesse morrido e desse sozinha os primeiros passos em outra vida. E era como se a essa solidão chamassem de glória, e também eu sabia que era uma glória e tremia toda nessa glória divina primária que, não só eu não compreendia, como profundamente não a queria.

Clarice Lispector
A paixão segundo G. H. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

O outro te olhará com seus olhos vazios, não entendendo que teu ritmo acompanha o desenrolar de uma paisagem interna, absolutamente não-verbalizável, desenhada traço a traço em cada minuto de vários dias e tantas noites de todos aqueles meses anteriores, recuando até a data, maldita ou bendita, ainda não ousaste definir, em que pela primeira vez o círculo magnético da existência de um, por acaso banal ou pura magia, interceptou o círculo do outro.

E quando você vai embora, eu quero que você volte mais uma vez. É que quando você volta, eu me lembro que as coisas nunca vão ser do jeito que eu queria, e aí eu tenho certeza que se for assim eu fico melhor sozinho. E quando você vai embora de novo, eu me lembro que eu prefiro te ter pelo menos por perto do que não te ter de jeito nenhum.

Tenho tudo pronto dentro de mim e uma alma que só sabe viver presentes. Sem esperas, sem amarras, sem receios, sem cobertas, sem sentido, sem passados. É preciso que você venha nesse exato momento. Abandone os antes. Chame do que quiser. Mas venha. Quero dividir meus erros, loucuras, beijos, chocolates…

É a pior morte, a do amor. Porque a morte de uma pessoa é o fim estabilizado, é o retorno para o nada, uma definição que ninguém questiona. A morte de um amor, ao contrário, é viva. O rompimento mantém todos respirando: eu, você, a dor, a saudade, a mágoa, o desprezo - tudo segue. E ao mesmo tempo não existe mais o que existia antes.

Martha Medeiros
MEDEIROS, M. Fora de Mim. Rio de Janeiro: Editora Objetiva, 2010.

Tudo ultimamente em mim tem sido uma intensa vontade de afagar, seja com as mãos, com um olhar, com palavras que escrevo... Me desapeguei de algumas coisas para alcançar outras, alçar novos voos. Meu comprometimento é com essências, não vivo de aparências, abandonei hábitos e pessoas pelo caminho, que me deixaram mais leve, mais livre para seguir meu coração... Hoje eu vivo para afagar, vivo para amar, e amo intensamente, porque viver assim é lindo!

Eu via muto bem que estavam em questão movimentos de uma subjetividade fácil, que acaba logo, assim que a exprimimos: gosto/não gosto: qual de nós não tem sua tábua interior de gostos, desgostos, indiferenças? Mas precisamente: sempre tive vontade de argumentar meus humores; não para justificá-los, menos ainda para preencher com minha individualidade a cena do texto, mas, ao contrário, para oferecê-la, estendê-la, essa individualidade, a uma ciência do sujeito, cujo nome pouco me importa, desde que ela alcance (o que ainda não está decidido) uma generalidade que não me reduza nem me esmague.

Esse mistério todo é uma violência contra a minha inteligência. Sejamos diretos para não sermos idiotas. Paciência é dom de amor aquietado, pobre, pela metade. Calma, raciocínio e estratégia são dons de amor que pára para racionalizar. Amor que é amor não pára, não tem intervalo, atropela.”

Viver é uma caminhada e tanto, não há essa colher de chá de se poder selecionar onde descer. É preciso passar por tudo: pelo desânimo, pela desesperança, pela sensação de fracasso e fraqueza, até que se consiga chegar a uma praça arborizada onde se iniciam outras dezenas de ruas, outras tantas passagens, e seguimos caminhando, seguimos caminhando.

No fundo - ou no limite - para ver bem uma foto mais vale erguer a cabeça ou fechar os olhos. "A condição prévia para a imagem é a visão", dizia Janouche a Kafka e Kafka sorria e respondia: "Fotografam-se coisas para expulsá-las do espírito. Minhas histórias são uma maneira de fechar os olhos". A Fotografia deve ser silenciosa (há fotos tonitruantes, não gosto delas): não se trata de uma questão de "discrição", mas de música. A subjetividade absoluta só é atingida em um estado, um esforço de silêncio (fechar os olhos é fazer a imagem falar no silêncio). A foto me toca se a retiro do seu blábláblá costumeiro: "Tecnica", "Realidade", "Reportagem", "Arte" etc.: nada a dizer, fechar os olhos, deixar o detalhe remontar sozinho à consciência afetiva.

Todo pedido é uma transferência de poder. Você quer que alguém, ou algo, uma entidade cósmica qualquer, tome conta dos seus dias. Não fique devendo esse favor para os céus. Cancele a encomenda e meta você mesmo a mão na massa. Seja mais legal com seus irmãos, tome banho de chuva, dê um beijo surpresa em quem você ama, cuide dos seus dentes, aproveite sua juventude, viaje de trem, ande de bicicleta, responda os e-mails recebidos e passe horas dentro do mar. Trate de fazer as pazes com o espelho, de se espreguiçar, de dizer bom-dia pro porteiro e de dançar sozinho no meio da sala. Comece a correr atrás dos seus sonhos, a valorizar as coisas simples e a zelar pelo o que só você tem: sua vida.”

Vai, portanto, não hesites. Procura conquistar todas as mulheres. Em mil, haverá talvez uma para te resistir. E quer cedam, quer resistam, todas gostam de ser cortejadas. Mesmo se fores derrotado, a derrota será sem perigo. Mas por que serias repelido, já que toda volúpia nova parece mais gostosa e somos mais seduzidos por aquilo que não nos pertence? A colheita é sempre mais abundante no campo alheio, e o rebanho do vizinho tem as tetas mais grossas.

Ovídio
OVÍDIO, Arte de Amar

Honestamente, não gostaria de estar ao lado de uma pessoa que não tem nenhum interesse pela vida. Nem em evoluir. Tem coisa mais fútil que só olhar pra si mesmo?… Antes de amar alguém a gente admira essa pessoa. O jeito, o caráter, as qualidades, a forma como ri, sei lá. Qualquer coisinha vira coisona. Tudo é inspiração quando a gente ama.

Da mesma maneira, deve ser considerado despreparado para algo mais do que uma liberdade limitada e qualificada o povo que não estiver disposto a cooperar ativamente com a lei e com as autoridades públicas na repressão aos malfeitores. Um povo que está mais disposto a esconder um criminoso do que a prendê-lo; um povo que, como os hindus, comete perjúrio para salvar o homem que o roubou, ao invés de se dar ao trabalho de depor contra ele e daí extrair sua vingança; um povo que, a exemplo de algumas nações da Europa até recentemente, quando vê um homem apunhalar outro em plena rua, passa para o outro lado, porque cuidar do assunto ê tarefa da polícia, e porque é mais seguro não interferir em assuntos que não lhe dizem respeito; um povo, enfim, que se revolta por uma execução, mas que não se choca por um assassinato — esse povo precisa de autoridades agressivas, melhor armadas do que quaisquer outras, uma vez que as primeiras e indispensáveis condições para uma vida civilizada não possuem outras garantias

Só há amor quando nenhuma autoridade existe. Essa coisa "autoridade" é uma das coisas mais perigosas da vida. Eu não quero ser "autoridade". Nós temos e podemos criar um mundo novo. Ó gente! Eu estou perguntando a vocês, cabe a vocês achar essa resposta. Se aceitar a verdade de outrem não será a sua resposta. Há um imenso trabalho para fazermos juntos, isso nos acrescenta uma enorme responsabilidade. Devemos ser revolucionários; dentro em nós deve se operar uma profunda revolução psicológica.

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