Carta de uma Futura Mamae
Mãe, quando eu comecei a escrever esta carta, usei a pena do carinho, molhada na tinta rubra do coração ferido pela saudade.
As notícias, arrumadas como perólas em um fio precioso, começaram a saltar de lugar, atropelando o ritmo das minhas lembranças.
Vi-me criança orientada pela sua paciência. As suas mãos seguras, que me ajudaram a caminhar.
E todas as recordações, como um caleidoscópio mental, umedeceram com as lágrimas que verteram dos meus olhos tristes.
Assumiu forma, no pensamento voador, a irmã que implicava comigo.
Quantas teimas com ela. Pelo mesmo brinquedo, pelo lugar na balança, por quem entraria primeiro na piscina.
Parece-me ouvir o riso dela, infantil, estridente. E você, lecionando calma, tolerância.
Na hora do lanche, para a lição da honestidade, você dava a faca ora a um, ora a outro, para repartir o pão e o bolo.
Quantas vezes seu olhar me alcançou, dizendo-me, sem palavras, da fatia em excesso para mim escolhida.
As lições da escola, feitas sob sua supervisão, as idas ao cinema, a pipoca, o refrigerante.
Quantas lembranças, mãe querida!
Dos dias da adolescência, do desejar alçar vôos de liberdade antes de ter asas emplumadas.
Dos dias da juventude que idealizavam anseios muito além do que você, lutadora solitária poderia me oferecer.
Lágrimas de frustração que você enxugou. Lágrimas de dor, de mágoa que você limpou, alisando-me as faces.
Quantas vezes ouço sua voz repetindo, uma vez mais: “tudo tem seu tempo, sua hora! Aguarde! Treine paciência!”
E de outras vezes: “cada dia é oportunidade diferente. Tudo que você tem é dádiva de Deus, que não deve desprezar.
A migalha que você despreza pode ser riqueza em prato alheio. O dia que você perde na ociosidade é tesouro jogado fora, que não retorna.”
Lições e lições.
A casa formosa, entre os tamarindeiros assomou na minha emoção.
Voltei aos caminhos percorridos para invadi-la novamente, como se eu fosse alguém expulso do paraíso, retornando de repente.
Mãe, chegou um momento em que a carta me penetrou de tal forma, que eu já não sabia se a escrevera.
E porque ela falava no meu coração dorido, voei, vencendo a distância.
E vim, eu mesmo, a fim de que você veja e ouça as notícias vibrando em mim.
Mãe, aqui estou. Eu sou a carta viva que ia escrever e remeter a você.
Entre as quadras da vida e as atividades que o mundo o envolve, reserve um tempo para essa especial criatura chamada mãe.
Não a esqueça. Escreva, telefone, mande uma flor, um mimo.
Pense quantas vezes, em sua vida, ela o surpreendeu dessa forma.
E não deixe de abraçá-la, acarinhá-la, confortar-lhe o coração.
Você, com certeza, será sempre para ela, o melhor e mais caro presente.
Eu sei que você ama muito uma pessoa. Todas as pessoas percebem isso, até aquelas que não fazem a menor questão de perceber. O problema é que você não está com essa pessoa, e queria muito estar, por mais que você jure por todas as coisas que não, queria estar junto! E aquilo começa a te corroer, você faz de tudo, faz coisas que se arrepende e aprende com isso, mas não consegue colocar em prática o que aprendeu, e nem teria aprendido, se não tivesse passado por isso, mas quer colocar aquilo em prática a todo custo! Se te perguntassem qual a data que você gostaria de voltar no tempo, saberia exatamente todos os pontos que voltaria, e corrigiria as besteiras que fez, mas sabe que isso é impossível, e fica se lamentando, dia após dia, do que fez. Até que um dia, percebe que não tem mais o controle da situação e se desespera! Mas simplesmente não há nada! Absolutamente nada a fazer. E você deseja parar de gostar, e fica tentando e tentando, mas não sabe o que fazer, tudo que faz pra esquecer, piora! Mas ao mesmo tempo em que quer esquecer, não quer! Por quê? Ninguém sabe, talvez tolice, talvez esperança, talvez seja um sentimento muito grande para ser suprimido assim tão facilmente. E o aperto no seu peito fica lá constantemente, durante o dia todo, aquela dor física. Você acha que vai morrer, até coloca a mão no peito algumas vezes, como se isso fosse aliviar em alguma coisa, mas ele não passa. Você depois de tanto tempo, acaba se acostumando com a dor, e ela fica ali. Um dia até aprende a controlá-la, mas ela não sai de lá. Se ficar, mesmo que por um segundo desatento, a dor aparece e volta para o seu peito. Toda vez que ela surge, parece que está mais forte, você sempre acha que quando ela vem, não vai conseguir controlá-la. O que acontece é que, na verdade, cada vez você vai ficando mais forte, mas tudo tem o seu preço, quanto mais forte fica, mais frio também, mais difícil é alguém conseguir chegar perto, porque quanto mais frio você é, mais frieza transmite pra quem está à sua volta. As pessoas, na verdade, não estão procurando por frio, sabia? Elas querem é um aconchego quente e confortável, e não um cubo de gelo duro.
O Preço de Uma Lição
Existem mulheres que não querem amigas.
Elas querem colecionar súditos.
Elas te tratam muito bem desde que você continue no seu lugar de mãe solteira, talvez sem uma faculdade, talvez tentando terminar a obra da sua casa sem ajuda de ninguém.
Essa pessoa observa sua espontaneidade, sua vida, seu sorriso sincero, suas brincadeiras e sente muita raiva por você ser feliz com muito menos do que ela, e a mesma não consegue ser preenchida.
Você toca sua vida, você brinca, ri...e ela fica fixada em você.
"Como ela pode ser assim com essa casa feia, com roupas baratas, sem um diploma? Como as pessoas se encantam com ela que não tem berço, nem classe, como eu?"
Até que um dia ela vai arrumar um jeito de poder dizer pra você tudo o que ela pensa. Vai usar você como um objeto de prazer, para jogar toda a sujeira que estava dentro dela em cima de você.
Essa rainha, sozinha em seu reino de areia, brinca com bonequinhos , coloca seus súditos para reverenciar seus feitos.
"Aplaudam! Aplaudam a rainha!"
Ela grita, fazendo eco no seu quarto frio, solitário e com odor de naftalina.
Não tem ninguém.
Só aqueles bonecos de Lego, que ela coloca para brigarem entre eles, coloca uma mãe a implorar por água, um pai de família implorando pão, e uma minoria que ela diz ser a representante, pisando sobre seus ombros, cabeças e o que restou de dignidade, para olhar sobre os muros altos de seu castelo.
E...olhar a sua vida.
Sua vida real.
A dela? Bem...
"Esses bonecos de Lego não batem palmas! Vou comprar aqueles macaquinhos que batem pratos!
Onde está minha melhor roupa?"
Sai nas ruas em sua carruagem. As pessoas acenam porque têm medo da rainha louca. Dizem que ela morde.
E assopra...
Ela não quer a atenção deles.
Ralé!
Ela quer a sua.
Felicidade.
Nesses momentos não penso no infortúnio, e sim na beleza que permanece. É nisso que eu e mamãe somos muito diferentes. Seu conselho diante da melancolia é: "pense em todo o sofrimento que há no mundo e agradeça por não fazer parte dele." meu conselho é: "saia, vá para o campo, aproveite o sol e tudo que a natureza tem para oferecer. Saia e tente recapturar a felicidade que há dentro de você; pense na beleza que há em você e em tudo ao seu redor, e seja feliz."
Nestes poucos e dolorosos dias que você partiu para eternidade mamãe Sisi confabulando com minha dor cheguei a uma simples conclusão que nunca sabemos onde está uma despedida. Maravilhosa e cruel à vida! Tudo pode acontecer... Separar-se contém sempre a hipótese da despedida. Por isso, uma dor sempre se infiltra em cada afastamento.
Ainda que para ir ali pertinho e logo voltar... Um simples "até já" pode conter inimagináveis “nuncas”...
Tenho descoberto nestas mais de 50 horas que você partiu deste mundo minha mãe, que nada é mais importante que a atenção que damos para aqueles que amamos. Ao receber a noticia que você não estava mais aqui na “escola terra”, a vontade de ti abraçar foi tão grande que senti você em meus braços e meu coração se encheu de esperanças e mais certezas, que um dia voltaremos a estarmos juntas e com nossas almas mais preparadas e dispostas a viverem a plenitude do amor e da compreessão.
Em tão poucas horas que você fez a viagem mamãe consigo perceber como perdi tempo com brigas e discussões bestas... Com sua partida minha “mamita bebota”, Consigo perceber agora neste exato momento mamãe (28/01/214 as 4:42) tentando organizar,avaliar e expressar meus sentimentos em palavras que precisamos da destruição para renascer e se regenerar, por que o que pensamos ser destruição não passa de uma transformação. As minhas lágrimas de tristezas são inevitáveis minha florzinha mamãe, no entanto sinto que sofrer é uma opção, depois das 3 maiores despedidas de minha vida ( papai avô Tobias, Mamãe avó Dilma e agora a mamãe Sisi) consigo perceber que a separação representa um estado momentâneo que não significa o corte de uma relação ou ruptura de um vinculo afetivo, mas uma interrupção necessária para seguirmos o nosso próprio trajeto, na minha humilde opinião de alma atrasada que precisa e quer muito evoluir, definitivamente não existe perda! Como disse um grande filósofo: “ na natureza nada se perde tudo se transforma”. Segundo os ensinamentos espíritas que há muitos anos eu tento aprender e usar na minha vida (infelizmente a maioria das vezes sem sucesso) é preciso apreendermos a nos despedir do apego, aprender o desapego das coisas, das pessoas, dos costumes,das vontades, creio que desapego não é desprezo, e sim aceitar de boa vontade, essas transformações em nossas vidas, designadas por Deus.
O conhecimento espiritual que durante anos venho tentando absorver mostrou-me a necessidade do fim, que na realidade não é fim e sim o recomeço, ou um novo começo! A REGENERAÇÃO...O corpo orgânico morre, porém a alma liberta-se, e torna-se espírito livre, portanto, para mim, MORRER SIGNIFICA UMA NOVA VIDA! COMO ESCREVEU KARDEC “O QUE CHAMAIS DESTRUIÇÃO NÃO PASSA DE UMA TRNSFORMAÇÃO ...
Mamãe fica tranquila aí onde você está, que esta dor que eu estou sentindo vai passar, e logo vai dar espaço para recordar as lindas pérolas que nos deixaste... Te amo muito e sempre te amarei até o amor não conseguir lembrar dos começos e dos temporários finais....
Se queres ser feliz, auxilia.
Se desejas que te ouçam, ouve.
Se queres ser amado, ame.
Quando descobrires o verdadeiro caminho e ao indicá-lo fores desacreditado,
crê em ti e segue, pois algum dia vislumbrarás bem distante a despontar pequenas luzes na estrada.
Assim é a vida meus amigos. Um longo caminho, um grande aprendizado, onde o correto, o verdadeiro por vezes começa só. Mas um dia perceberá um séquito a segui-lo.
Portanto, não te afastes de tuas verdadeiras convicções pautadas pelo teu Deus Superior e não questiones se foste ouvido, seguido, amado!
Esta estrada precisa ser achada e a descoberta é individual.
É longa, cheia de percalços e, para muitos, continua bloqueada.
Procura afastar as pedras, as tuas pedras, e se conseguires afasta também as do teu próximo.
E, se for de teu alcance, transforme-as em grãos diminutos, por onde tu e ele possam transitar.
Sem ele perceber, propicia-lhe um atalho sólido. Deixa o caminho pronto e segue.
Completa a tua obra e crê naqueles que te enviam luzes.
O amor comeu até os dias ainda não anunciados nas folhinhas. Comeu os minutos de adiantamento de meu relógio, os anos que as linhas de minha mão asseguravam. Comeu o futuro grande atleta, o futuro grande poeta. Comeu as futuras viagens em volta da terra, as futuras estantes em volta da sala.
O amor comeu minha paz e minha guerra. Meu dia e minha noite. Meu inverno e meu verão. Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte.
A arquitetura como construir portas,
de abrir; ou como construir o aberto;
construir, não como ilhar e prender,
nem construir como fechar secretos;
construir portas abertas, em portas;
casas exclusivamente portas e tecto.
O arquiteto: o que abre para o homem
(tudo se sanearia desde casas abertas)
portas por-onde, jamais portas-contra;
por onde, livres: ar luz razão certa.
Até que, tantos livres o amedrontando,
renegou dar a viver no claro e aberto.
Onde vãos de abrir, ele foi amurando
opacos de fechar; onde vidro, concreto;
até fechar o homem: na capela útero, com confortos de matriz, outra vez feto.
Rasas na altura da água
começam a chegar as ilhas.
Muitas a maré cobre
e horas mais tarde ressuscita
(sempre depois que afloram
outra vez à luz do dia
voltam com chão mais duro
do que o que dantes havia).
Rasas na altura da água
vê-se brotar outras ilhas:
ilhas ainda sem nome,
ilhas ainda não de todo paridas.
Ilha Joana Bezerra,
do Leite, do Retiro, do Maruim:
o touro da maré
a estas já não precisa cobrir.
O Engenheiro
A luz, o sol, o ar livre
envolvem o sonho do engenheiro.
O engenheiro sonha coisas claras:
Superfícies, tênis, um copo de água.
O lápis, o esquadro, o papel;
o desenho, o projeto, o número:
o engenheiro pensa o mundo justo,
mundo que nenhum véu encobre.
(Em certas tardes nós subíamos
ao edifício. A cidade diária,
como um jornal que todos liam,
ganhava um pulmão de cimento e vidro).
A água, o vento, a claridade,
de um lado o rio, no alto as nuvens,
situavam na natureza o edifício
crescendo de suas forças simples.
A um rio sempre espera
um mais vasto e ancho mar.
Para a agente que desce
é que nem sempre existe esse mar,
pois eles não encontram
na cidade que imaginavam mar
senão outro deserto
de pântanos perto do mar.
Por entre esta cidade
ainda mais lenta é minha pisada;
retardo enquanto posso
os últimos dias da jornada.
Não há talhas que ver,
muito menos o que tombar:
há apenas esta gente
e minha simpatia calada.
A carta de despedida que nunca te escrevi (e que talvez nunca venhas a ler)
Tudo o que queria era que conseguisses entrar dentro da minha cabeça e encontrar as soluções para tudo o que me tornava naquele menino assustado que nunca encontrava as palavras certas para dizer o que o atormentava.
Terias então descoberto que quando errava era porque não sabia fazer melhor e que aquele silêncio que me davas me corroía por dentro. Como eu teria gostado de não ter que implorar por perdão por coisas pelas quais muitas das vezes não me sentia culpado, como eu teria gostado que viesses conversar comigo depois da briga, do desencontro.
Terias descoberto que se me acordasses a meio da noite para me dizeres :”És me tudo” eu te teria enchido de beijos e dormido o melhor dos sonos, pois teria sonhado acordado.
Terias descoberto que quando fosse momento de dormir me teria sabido tão bem a mim quanto te sabia a ti se procurasses o meu corpo e te encostasses para assim dormirmos.Terias sabido que quando me viravas as costas me sentia abandonado, terias sabido que um beijo de bom dia me teria demonstrado que gostavas de acordar a meu lado.
Ficarias a saber que tudo o que eu queria era que me tivesses dito que não aguentavas nem mais um minuto longe de mim em vez de dizeres que por ti passavas mais um mês noutro continente.
Como eu teria gostado que me dissesses que só pensavas em mim, como eu teria gostado que me compreendesses, que ouvisses o que tinha para dizer sem dizeres “não inventes”, que tivesses sido a minha melhor amiga, de ter desfeito em mim pedaços aquele véu que parecias ter sempre, como eu teria amado que me tivesses dado aquelas coisas de “primeiro mês”, que depois até poderia passar, mas sempre teria pelo menos um primeiro mês.
Como eu queria sentido que me amavas com eu te amava…
Despeço me assim e despeço me também do rancor que me tem atormentado nos últimos meses porque agora sei que não posso exigir o amor de ninguém. Posso apenas dar boas razões para que gostem de mim, e esperar que a vida faça o resto…
Como eu gostava de ter escrito esta carta antes.
Carta para um amigo distante
Meu amigo,
Hoje estava orando por você e me peguei chorando. Cansado do orgulho de não dizer que te amo, decidi escrever. Não sei se você vai ler isso e nem sei por que existem momentos assim, nos quais, por mais que você tente, as lembranças insistam em encher a nossa cabeça. Não sei como se pode descrever isso, talvez seja coração... ou talvez saudade! Prefiro pensar que ela não é maldosa, mas só se preocupa em me mostrar incessantemente como esses momentos foram importantes e preciosos. É algo fascinante! Mas a força de lembrar cada momento com carinho, por mais que sempre me arranque um sorriso, não acaba com aquela dor que insiste em se instalar.
Disso nascem as perguntas: desde quando começou o final de nossos rumos? Quando algo que era normal virou saudade? Por mais que eu insista em não saber, dentro de mim a resposta é clara... Meu amigo, a vida é uma surpresa! Talvez o mundo seja tão grande para nós e nossos sonhos tão diferentes, que seguiremos caminhos opostos. Ou talvez ele seja pequeno demais e nos permita encontrar sempre e partilhar aquelas risadas que tanto conhecemos. Seja como for, sei que não há de existir nada capaz de apagar o que vivemos. Momentos preciosos com um amigo... que sempre pude chamar de irmão!
Carta para o futuro
Quando chegares
Sabes o que vai estar a te esperar?
De dia, um amor santo
De noite, um profano
E, depois um amor diferente, cada dia
Para constantemente conviver com a rotina
Quando chegares te receberei com uma menina
Correremos pela casa
Faremos guerra de travesseiros
Mediremos força
Te jogarei no sofá
Colaremos nossos narizes
E, olhos vidrados na felicidade, em carne e osso
Vou dizer algumas coisas no seu ouvido
Depois, aparecerá a mulher que te fascina
E, só então, aquela que tu imagina
E, chegando, encontrarás segredos pelo chão
Seguindo-os entrarás num templo
Ali, amarás e te libertarás para mais amar
Serás o que sempre quis
Amado, desejado, fruto de um amor desmedido
Aí, respirarás.
Porque, só então, começarei a te contemplar
Para depois, sentir seu paladar
Seu respirar
Seu pulsar
Seu olhar
Suas vontades
Suas insanidades
Suas manias
Então, chegou a hora de eu te mostrar o que é o meu amar
Quando chegar, o amor estará a te esperar
Mas, cuidado, o desejo, a paixão, a fascinação que há em mim
Pode, por um descuido, primeiro, lhe recepcionar
É bom se preparar.
Carta de um amigo para um amigo especial
Tirei esse tempinho para te dizer o quanto você é especial, talvez no nosso dia a dia estamos correndo tanto e esquecemos realmente o que nos importa.
Corremos atrás de sonhos, de objetivos e ficamos cegos ao mundo que polui nossa mente com metas sem sentido. O importante pra mim hoje é te dizer o quanto você é especial...
O quanto você é importante. É te pedir perdão pela minha falta de capacidade de administrar o meu tempo e compartilhar minhas alegrias e dificuldades com você. Não temos muito tempo nesta terra, talvez com tudo que está acontecendo, nós nem nos vejamos mais. Por esse motivo, vi a importância de te lembrar o quanto você é especial.
Não podemos guardar nenhum tipo de mágoas, ódios, e nem sequer ressentimentos insignificantes. Pois talvez seja tarde para dizer o quanto você é especial.
Ao dormir, lembre-se: você é especial.
Ao acordar, lembre-se: você é especial.
Ao trabalhar, lembre-se: você é especial.
Sempre foi e sempre será especial para mim!
Carta aberta: o cansaço que ninguém quer ver
Não é drama.
Não é falta de fé.
Não é preguiça.
É exaustão.
Física, mental, emocional. Uma falência silenciosa do corpo e da alma.
Tenho tentado.
Fui a médicos, psicólogos, psiquiatras, fiz exames, busquei respostas.
E ainda assim, nada muda.
Parece que estou me apagando aos poucos, como uma luz que vai perdendo força, mesmo quando alguém gira o interruptor com força.
É uma junção de tudo: depressão, ansiedade, burnout, hormônios em desordem, imunidade baixa, cansaço crônico.
Um corpo que pede socorro, e uma mente que já não tem mais fôlego pra gritar.
Às vezes, levantar da cama é uma guerra.
Tomar banho parece escalar uma montanha.
Comer, responder mensagens, existir… tudo dói.
E o pior é sentir que ninguém entende.
Vivemos em um mundo doente, onde todo mundo diz “cuide-se”, mas ninguém tem tempo pra escutar.
Os profissionais tentam, mas o sistema é frio, impessoal, repetitivo.
E a gente segue colecionando diagnósticos, receitas, e o mesmo vazio.
Escrever isso talvez seja o pouco de vida que ainda me resta.
Talvez alguém leia e se reconheça — e perceba que não está sozinho.
Talvez isso sirva pra lembrar que há uma linha muito tênue entre estar vivo e apenas continuar existindo.
Eu não sei o que vem depois.
Só sei que estou cansada.
E que, se eu ainda falo, é porque algo em mim insiste em não se calar completamente.
Mas eu queria, de verdade, só descansar — de tudo isso, de mim, do peso que é sentir demais.
Carta de quem cansou de amar sozinha.
Sabe, a gente demora para cansar, porque o amor, por mais urgente que seja, ele é paciente. Ele nos pede calma e a gente ouve, a gente quer que fique tudo bem, a gente quer a pessoa do nosso lado a qualquer custo.
Quando eu falo que cansei de amar sozinha, não é porque você necessariamente não me amava, eu não sei o que passa dentro de você, eu achei que sabia.
Eu cansei de amar sozinha, quando percebi que eu falava de forma detalhada de algum acontecimento e ser respondida de forma seca, fria e desatenciosa. Eu cansei de amar sozinha quando percebi que eu fazia de tudo para estar ao seu lado, desmarcava compromisso, quando você sequer se esforçava para me ver. Quando eu falo de cansar de amar sozinha, é sobre não ver a retribuição de uma atenção que é necessária.
Eu sentia que amava sozinha quando não via retorno no que eu fazia, no que eu dava, no que eu sentia. E eu sei que não é certo esperar muito, mas o certo nem sempre é tudo que sabemos fazer. E com relação ao amor, não tem como não esperar, porque o amor é troca, seja de beijos ou de energia. Seja de força ou de segurança.
Eu estava cansada de carregar tudo o que eu sentia e chegou um dia que eu não queria mais te dar o amor que eu tinha, comecei acreditar que você não merecia.
Eu fui vencida pelo cansaço, tentei tudo que pude, todas as formas e frases de psicologia positiva eu usei, mas não adiantou. Eu tentei entender que esse era seu jeito, que essa era sua forma de amar, mas aí eu percebi que mesmo que essa fosse sua forma de amar, ela me doía bastante. Sendo assim, eu não podia aceitar sua forma de amar, eu sei que parece egoísmo, mas acho que nada que fazemos para ficarmos felizes e bem consigo mesmo, é egoísmo.
O importante agora é saber que eu te amei, fiz minha parte, se foi sozinha ou não, isso já não importa. O que importa é que fiz e amei tudo que pude, para algumas pessoas isso não é e o bastante. Talvez ninguém saiba te amar tanto como eu, nem em um amor conjunto, nem em um amor sozinho.
Carta aos Céus
Deus, eu estou no meu limite.
Eu falo isso sem força, sem filtro, sem enfeite.
Socorre-me, Jesus.
Eu já não tenho mais onde esconder essa exaustão que pesa nos meus ombros
e arrasta meus dias como se cada passo fosse um mundo inteiro para carregar.
Eu estou cansada, Deus.
Cansada de tentar explicar o que ninguém vê,
cansada de sentir o que ninguém entende,
cansada de lutar contra um corpo que já não responde,
uma mente que implora por descanso
e uma alma que está se apagando devagar.
Eu não quero desistir, mas tem horas em que tudo em mim desaba.
Eu tento respirar, mas parece que o ar some antes de chegar aos meus pulmões.
Eu tento orar, mas minhas palavras saem trêmulas, rasgadas, incompletas.
Eu tento ser forte, mas eu quebro, Deus.
E eu quebro tantas vezes que já perdi a conta dos pedaços.
Tu sabes.
Eu te chamo daqui, desse lugar apertado onde a dor faz eco.
Eu falo contigo mesmo quando minha voz não sai —
quando só meus pensamentos gritam,
quando só minhas lágrimas oram por mim.
Eu sei que Tu estás aqui,
mas hoje eu preciso sentir Tua mão segurando a minha.
Preciso que Tu me levantes, porque minhas pernas não estão dando conta.
Preciso que Tu acalmes essa tempestade que mora no meu peito
e que parece não ter fim.
Socorre-me, Jesus.
Eu não quero me perder de mim.
Eu não quero me apagar.
Eu só preciso de um respiro,
de um alívio,
de um colo que sustente o que eu já não consigo carregar sozinha.
Sei que não estou pedindo muito,
só estou pedindo amparo.
Só estou pedindo sobrevivência.
Só estou pedindo que Tu me encontres,
mesmo aqui,
mesmo assim.
Amém.
Carta final
Assim vai a última esperança, a última chama que o coração guardava na espera de que algo
mudasse, mas desde o princípio, quando notei frieza em seus olhos, percebi que naturalmente
isso acabaria em dor. Inicialmente era incrível o poder que isso tinha de me fazer sorrir, como
eu via tanta inocência, sem saber que a inocente era eu.
Superei as barreiras do espaço e do tempo, burlei as leis da casualidade e entrei na sua vida;
não temia as consequências enquanto era bom.
Então chega a realidade, avança ferozmente e rouba toda luz, todo riso converteu-se em
lágrimas. Inevitavelmente isso acabaria em dor.
Mas precisava efetuar a última oração, precisava superar os limites de meu medo, tudo isso para a
resposta que eu deduzia.
Juntando todos os resíduos de força, resistindo bravamente a qualquer hesitação, meu coração
deixa aqui meu mais sincero adeus.
Carta Aberta
Àqueles que buscam profundidade nas palavras e sensibilidade na vida,
Este é um convite para olhar além da superfície, para perceber o que a vida e a morte têm a nos ensinar. Em meio à jornada de autodescoberta e expressão, encontrei um caminho onde as palavras não são apenas formadas, mas sentidas. Onde cada frase é uma dança entre o corpo e a alma, e cada pensamento se entrelaça com a essência do ser.
A fotografia, essa arte tão delicada, é a minha forma de traduzir o mundo. A sensibilidade da lente me permite revelar a alma do que é visto, tornando as pequenas coisas em preciosidades. Não se trata apenas de capturar uma imagem, mas de traduzir sentimentos, histórias e conexões invisíveis. Como fotógrafa, busco olhar através de novos olhos, e convido outros a verem a vida de uma maneira mais pura, mais intensa.
Em meus textos, procuro desvelar o oculto. A morte, por exemplo, é mais que o fim de uma jornada. Ela é a cortina que se abre para a eternidade, revelando aquilo que sempre esteve além de nossa compreensão. A vida, com suas complicações e acúmulos, nos leva a crer em muitas coisas. Mas, quando a morte chega, ela nos liberta de tudo o que não serve. E é nesse momento que podemos entender o verdadeiro peso do viver, da transição que nos leva do visível para o invisível, da carne para o espírito.
Tudo o que escrevo e fotografo reflete meu desejo de conectar. Conectar com o íntimo de cada ser, com os sentimentos mais profundos que muitas vezes preferimos esconder. Busco um encontro genuíno, onde as palavras e imagens não sejam apenas expressões de um ego, mas uma forma de tocar a alma. Afinal, o verdadeiro encontro vai além do superficial; é uma dança silenciosa entre quem somos e o que podemos compartilhar.
Meu propósito é claro: transmitir a essência daquilo que vejo, daquilo que sinto. Acredito que, ao fazer isso, posso ajudar outros a se encontrarem também, a verem a beleza do que está diante de nós. A fotografia e a palavra, quando bem utilizadas, podem transformar o simples em algo essencial, algo que toca profundamente.
E assim, sigo criando, escrevendo, fotografando e buscando a verdade nas entrelinhas da vida, da morte e do que reside em nós, em cada momento. Que possamos todos encontrar a nossa própria maneira de nos expressar, de nos conectar com o mundo e com os outros, de entender e de sentir. Pois, ao final, é isso que nos torna verdadeiramente vivos.
Com todo o meu ser,
Jorgeane Borges
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