Carta de uma Futura Mamae

Cerca de 88014 frases e pensamentos: Carta de uma Futura Mamae

⁠Talvez o Tempo, por sua irrevogável efemeridade, seja tal qual um rio que não podemos domar; sempre impermanente, recente, irresoluto, enfim, jovem demais para assumir qualquer forma definitiva. É justamente por isso que nós, sujeitos a esse mesmo Tempo, devemos nos tornar parte de seu fluxo: não tentar resistir contra ele, que mesmo assim ele persistiria; tampouco se alienar dele, porque sua extensão é ubíqua às nossas vidas; em vez disso, tornar-se em sua inefável sintonia. A correnteza tem a água do rio em si mesma; o que acontece com a água do rio quando a correnteza é apaziguada? Em verdade, somos cada um o infinito instante sintonizado do todo eterno.

Nós somos o tempo.

Inserida por Roberto_de_Nasim

⁠É indescritível como sentir falta pode parecer um pedaço arrancado de você—um olhar que um dia já foi seu, um coração que um dia lhe pertenceu, um sorriso que um dia você viu como parte de si, sempre destinado a você e suas bobagens. Impressionante como podemos sentir tanto por alguém, e essa pessoa sequer faz ideia… ou, talvez, prefere não acreditar. Mas o peso de um silêncio ensurdecedor que ecoa dentro de mim me faz questão de lembrar a cada dia a falta que você me faz.
Atenciosamente: Thiago M.G de Moraes

Inserida por naoacredito

Em O Banquete, Platão descreve que um de seus amigos ali presentes expõe a seguinte teoria sobre o amor: em outro mundo, tínhamos cada membro do corpo em duplicidade (braços, pernas, cabeça etc.), éramos dois em um só. Como castigo, viemos para este mundo separados e estamos fadados a procurar nossa alma gêmea, nossa outra parte.

E se, por acaso, neste mundo, nossa outra parte não sobreviveu? Ou se em algum momento nós já nos encontramos e nos perdemos? Como alguém neste mundo saberia reconhecer a presença do outro quando finalmente o encontrasse? E como teria certeza disso?

E se, no primeiro mundo, nunca nos demos bem, mas mesmo assim éramos um só, como, neste mundo, eu seria eu sem você (um sem o outro)?

Inserida por naoacredito

Feiura é tão triste quanto belo.
Tristeza é tão belo quanto feio.
Beleza é tão feio quanto triste.
Amor é tão alegre quanto o ódio.
Ódio é tão triste quanto o Amor.
A morte é tão triste quanto a vida
A vida é tão alegre quanto a morte.
Sonho é tão amargo quanto a realidade.
A realidade é tão doce quanto o sonho.
O sol é tão ruim quanto a chuva.
A chuva é tão boa quanto o sol.
A dúvida é tão deprimente quanto a certeza.
A certeza é tão nobre quanto a dúvida.
diante de tantos contrastes, o equilíbrio é um desastre.
Diante de tanta harmonia ao som de uma sinfonia, aspira-se o ar da hegemonia no qual resulta de uma disfonia oriunda de uma alegoria.....

Inserida por Alegoria

Pensar é ultrapassar os pesares e ascender por andares aos antros inexoráveis da mentalidade humana, ou ainda, da consciência que emana uma condição insana para almejar a tão soberana inteligência sobre-humana.
A ciência cura a ignorância, de uma forma irrefutável, a sapiência é cura a
preponderância de uma jeito inimaginável...

Inserida por Alegoria

Diante das decisões, surgem as oportunidades
Diante das oportunidades, surgem as escolhas.
Diante das escolhas, surgem as abdicações.
Diante das abdicações, surgem os arrependimentos.
Diante dos arrependimentos, surgem novas expectativas.
Diante disso tudo,.cabe a você decidir qual será o seu próximo passo, sabendo que, tudo depende de uma DECISÃO...

Inserida por Alegoria

O mar do esquecimento

A melhor forma de começar um texto é dando lances no mar das ideias; para alguns possa parecer algo entediante, para outros um esporte, mas para mim é uma questão de vida ou morte; Sei que parece um exagero, mas é assim que vivo, dependendo da sorte, pescando no mar da vida e correndo risco de fisgar a morte. De uma maneira mais inteligível, diria que os momentos em que passei tentando rabiscar algo ceifaram parte da minha vida, e a outra parte que restou está perecendo por causa da parte que se foi. Com efeito, uma parte depende da outra, e nesta lógica, preciso plantar o resto que me resta; sei que não irá trazer de volta o tempo perdido, mas a floração de uma parte pode imortalizar a outra. Entretanto, no meio disso tudo, corro o risco de perder tudo, e ser mais um nesta vida em que os mais fortes imortalizam e os mais fracos transmutam em esquecimento.

Inserida por Alegoria

A imobilidade da luz

Agora do mesmo jeito que os fiz, desfazer-los-ei. Morrem uns para existir outros. Às vezes, o tédio ou falta de perspectiva me faz deletar em massa. Assim eu era. Sei que podia parecer algo cruel deletar a existência de “alguém”, (espero que entenda) não fazia isso por que queria ou por que gostava, simplesmente porque era preciso.
A vida foi, a princípio, uma ideia que me surgiu em um momento de tédio; Eu não esperava tanto; simplesmente me surpreendi! Quando tive a primeira ideia da criação, estava passando por um momento conflituoso, tinha me entediado com tantos projetos monótonos e acabei destruindo o meu último projeto que era uma esfera consideravelmente grande de energia branca, e foi aí que tive a ideia de algo mais interessante: resolvi criar uma galáxia invés de constelações e centros sugantes. Mesmo assim, vi que aquilo não passava de uma ampliação dos meus projetos anteriores. Então, fui a pasárgada refletir; estava muito exausto e nenhuma ideia boa ainda me exsurgia. Após algumas consideráveis eternidades, vislumbrei algo que seguia um fluxo próprio e fugia da monotonia; algo que era regido por uma regra geral. Era a gênese da vida. Assim sendo, foi nesse momento que me debrucei em um projeto magnificente: A Criação. Remodelei os destroços da esfera de outrora, criei a natureza e os animais. Com o pulsar das gerações e o dardejar dos milênios, sucumbi ao ver o grande equívoco da criação: foi a pior monotonia que já vivera; antes pelo menos eu podia ter eternidades para outras coisas, entretanto, daí em diante, tive que tutelar esse projeto. Nesse momento, tive muito trabalho, deletando e renovando existências que no fundo seguem uma lógica continua de perpetuação. Isso tudo me dava calafrios em gastar algumas das minhas eternidades nesse fastidioso trabalho. Sei que para infinitas eternidades que tenho, algumas não iriam me fazer diferença. Entretanto, isso me fustigava lentamente e me causava uma monotonia cruel. Foi então que decidi criar uma vida que se destacasse. Por tentativa e erro, comecei por macacos, depois sapos, aliens, e por fim, sapiens. Já estava com as mãos doloridas de tanto misturar. Com o tempo acabei gostando dessa criatura. Pensei, que talvez deveria misturar dois deles. E assim ficou: Sapiens Sapiens. No final do processo, só restou uma criatura, e assim, intitulei-o de Anão. Ah não, não era esse nome; lembrei: Adão. E assim o foi. A criatura a cada “secundos” demonstrava destreza, sabedoria e, assim, me alegrava. Certa vez, resolvi criar o Destino para cuidar da vida e da morte. Com tempo livre, ocupei-me em outros projetos, e acabei deixando a minha criação em segundo plano. E de supetão quando estava no cinturão de Orion, uma ideia catucou a minha mente, sugerindo-me a criação de uma companheira para a criatura. Estava sem tempo para visitar frequentemente a minha criação, e por isso, resolvi dá a luz à ideia. Só que quando fui criá-la, tinha esquecido da fórmula. Misturei sapo, macaco, peixe e acabei criando uma mistura de sapiens com peixes; vi que não estava legal para uma companheira. Chamei-a de sereia para não ser desprezada. E sem obter sucesso, resolvi arrancar uma costela do Adão, e assim, formei uma companheira; intitulei-a de Eva . Vi com o tempo que ambos estavam felizes. Mas isso não me agradava nem um pouco. Felicidade é monótono e monotonia me causava incômodo. Então coloquei uma arvore com frutos afrodisíacos para testar a resiliência de ambos. Eles passaram um tempo se contendo em comer os frutos; foi então que decidi colocar uma serpente para atentá-los. A serpente fez um ótimo trabalho. Ainda me recordo da retórica da serpente que usou para ludibriar Eva:
—Estes frutos têm poderes especiais, por que não comes um?
—Porque fui proibida; estes frutos não fazem bem.
—Não seja tola, se o criador colocou uma árvore desta no paraíso, é claro que foi para vocês. Ele devidamente está testando a inteligência de vocês. E desta forma, ele quer que vocês ultrapassem as restrições e façam a diferença.
—hum, talvez tenhas razão
—É claro que tenho; sou fruto do criador!. venha aqui; Tome este fruto, este é seu; partilhe-o com Adão.
E assim, Eva levou o fruto, e Adão, ingenuamente, comeu o fruto de Eva e não percebeu que caíra na tentação da serpente. Dessa forma, acabei vendo a fragilidade dessas criaturas; vi que estavam muito longe da minha sapiência. E nessa lógica, vi que eles jamais iriam chegar perto dos meus Arcanjos. Com efeito, condenei-os a lei do Destino. E assim ao Destino declarei:
—Estarás incumbido de ceifar a vida deles, toda vez que chegar a hora. Eles terão o fado de nascer, crescer, procriar e morrer. Eles não mais viverão uma eternidade. Vão sentir a dor carnal. sofrerão com os temores e seguirão a Lei Natural.
Depois me ausentei e deixei-o regendo a criação.
Após algumas finitas eternidades, resolvi visitar a criação. Senti um verdadeiro abalo ao ver aonde a minha criação chegara. As criaturas de outrora não mais seguiam a Lei Natural. Criaram a sua própria lei. O Destino estava cada vez mais com problemas. As criaturas estavam dominando cada vez mais a inteligência. Estavam adiando o veredicto do Destino. Guerras, miséria, contrastes, tecnologia, temor, destruição, estavam caracterizando a criação. Aquilo de fato não era monótono, era extremamente inconstante. Talvez a minha ânsia pela fuga da constância tenha a impulsionado à Evolução. Não os via mais como uma criação. Via-os como uma transmutação. E destarte, resolvi me ausentar novamente e esperar mais algumas eternidades para ver até onde eles irão chegar...

Inserida por Alegoria

Um dia serei algo

Nem que seja um derrotado
Um homem sozinho, isolado
Astuto, instável, inconsolado
Fora de si, louco, transtornado
Um verdadeiro desgraçado
Um dia serei algo

Nem que seja um defunto
Ou ainda um conjunto:
terra, lama, pó, rejunto.
As vezes eu até pergunto:
serei eu um consunto?
Um dia serei algo

Há quem diga um mineral
Absorvido por um animal
Internamente, parte visceral
Terei um destino cru e fecal
Serei um efeito colateral
Um dia serei algo

Nem que seja uma memória
Talvez eu entre para história
Triunfarei com a minha glória
Ou apenas, terei uma vida ilusória
Um fracasso, azarado, sem vitória
Um dia serei algo

Nem que seja um sonhador
Um memorável doutor,
Um senhor sem pudor
Ou apenas um desfavor
Para uma vida sem amor
Um dia serei algo

Nem que seja um destroçado
Há quem diga um milionário
Um grandioso empresário
Ou apenas um esfomeado
Em uma rua, desolado
Um dia serei algo

Nem que seja amigaço
Um super-man, homem de aço
Um beberrão, um bagaço.
Ou quem sabe Pablo Picasso
Ou apenas um palhaço
Um dia serei algo

Nem que seja um velho instável
Há quem diga um ditador inigualável
Populista, com caráter formidável
Ou apenas, um pobre velho deserdado
Sem afeto, simplesmente, abandonado.
Um dia serei algo

E assim, com caráter ferrenho
Com esforço, confiança e empenho
Digo a única certeza que tenho:
É que um dia serei algo.

Inserida por Alegoria

Sóbrio eu pergunto

O Campo relvado
Está a encantar
O sol elevado
Está a brilhar

O solo escalvado
Só pode rachar
Caminho silvado
Só pode afrouxar

Vida sem cortejo
É triste de ver
Amor sem pelejo
Talvez deva ter

Brandura na terra
Raridade nos atos
Candura na fera
Brevidade nos gatos

Talvez deva ter
Um homem feliz
E esse deva ser
A força motriz

Talvez seja um Deus
Um homem distinto
Presente, com seus:
Os filhos extintos

Virarei defunto
E Assim morrerei
E sóbrio eu pergunto:
Para aonde irei?

Inserida por Alegoria

Diálogo entre o médico e Margaret Thatcher:
Médico:
- O que voce sente?
Thatcher:
- O que eu teho que Sentir?
OS pensamentos se tornam palavras,
As pessoas Não Pensam mais elas sentem.
Como se sente? Não me sinto cofortável (...)
Um dos maiores problemas da nossa era é porque somos governados por quem mais liga para sentimentos
do que para pensamentos e ideias.
OS pensamentos se tornam palavras
Cuidado com seus pensamentos, pois eles tornam-se palavras.
Cuidado com as palavras, pois elas tornam-se ações.
Cuidado com as ações, pois elas tornam-se hábitos.
Cuidado com os hábitos, pois eles tornam-se a tua personalidade.
Cuidado com a tua personalidade, pois ela torna-se o teu destino.
Nós nos tornamos, O que nós pensamos.

A TORRE SEM DEGRAUS

No térreo se arrastam possuidores de ciosas recoisificadas.
No 1.° andar vivem depositários de pequenas convicções, mirando-as, remirando-as com lentes de contato.
No 2.° andar vivem negadores de pequenas convicções, pequeninos eles mesmos.
No 3.° andar - tlás tlás - a noite cria morcegos.
No 4.°, no 7.°, vivem amorosos sem amor, desamorando.
No 5.°, alguém semeou de pregos dentes de feras vacos de espelho a pista encerada para o baile de debutantes de 1848.
No 6.°, rumina-se política na certeza-esperança de que a ordem precisa mudar deve mudar há de mudar, contanto que não se mova um alfinete para isso.
No 8.°, ao abandono, 255 cartas registradas não abertas selam o mistério da expedição dizimada por índios Anfika.
No 9.°, cochilam filósofos observados por apoftegmas que não chegam a conclusão plausível.
Mo 10.°, o rei instala seu gabinete secreto e esconde a coroa de crisógrasos na terrina.
No 11.°, moram (namoram?) virgens contidas em cinto de castidades.
No 12.°, o aquário de peixes fosforecentes ilumina do teto a poltrona de um cego de nascença.
Atenção, 13.°. Do 24.° baixará às 23h um pelotão para ocupar-te e flitar a bomba suja, de que te dizes depositário.
No 15.°, o último leitor de Dante, o último de Cervantes, o último de Musil, o último do Diário Oficial dizem adeus à palavra impressa.
No 16.°, agricultores protestam contra a fusão de sementes que faz nascerem cereais invertidos e o milho produzir crianças.
No 17.°, preparam-se orações de sapiência, tratados internacionais, bulas de antibióticos.
Não se sabe o que aconteceu ao 18.°, suprimido da Torre.
No 19.° profetas do Antigo Testamento conferem profecias no computador analógico.
No 20.°, Cacex Otan Emfa Joc Juc Fronap FBI Usaid Cafesp Alalc Eximbanc trocam de letras, viram Xfp, Jjs, IxxU e que sei mais.
Mo 22;°, banqueiros incineram duplicatas vencidas, e das cinzas nascem novas duplicatas.
NO 23.°, celebra-se o rito do boi manso, que de tão manso ganhou biograifa e auréola.
No 24.°, vide 13.°.
No 25.°, que fazes tu, morcego do 3.°? que fazes tu, miss adormecida na passarela?
No 26.°., nossas sombras despregadas dos corpos passseiam devagar, cumprimentando-se.
O 27.° é uma clínica de nervosos dirigida por general-médico reformado, e em que aos sábados todos se curam para adoecer de novo na segunda-feira.
Do 28.° saem boatos de revolução e cruzam com outros de contra-revolução.
Impróprio a qualquer uso que não seja o prazer, o 29.° foi declarado inabitável.
Excesso de lotação no 30.°: moradores só podem usar um olho, uma perna, meias palavras.
No 31.°, a Lei afia seu arsenal de espadas inofensivas, e magistrados cobrem-se com cinzas de ovelhas sacrificadas.
No 32.°, a Guerra dos 100 Anos continua objeto de análise acuradíssima.
No 33.°, um homem pede pra ser crucificado e não lhe prestam atenção.
No 34.°, um ladrão sem ter o que roubar rouba o seu próprio relógio.
No 35.°, queixam-se da monotonia deste poema e esquecem-se da monotonia da Torre e das queixas.
Um mosquito é, no 36.°, único sobrevivente do que foi outrora residência movimentada com jantares óperas pavões.
No 37.°, a canção

Filorela amarlina
lousileno i flanura
meleglírio omoldana
plunigiário olanin.

No 38.°, o parlamento sem voz, admitido por todos os regimes, exercita-se na mímica de orações.
No 39.°, a celebração ecumênica dos anjos da luz e dos anjos da treva, sob a presidência de um meirinho surdo.
No 40.°, só há uma porta uma porta uma porta.
Que se abre para o 41.°, deixando passar esqueletos algemados e coduzidos por fiscais do Imposto de Consciência.
No 42.°, goteiras formam um lago onde bóiam ninféias, e ninfetas executam bailados quentes.
No 43.°, no 44.°, no... continua indefinidamente).

Filha da Natureza

Sou filha do Vento, do Mar, das Estrelas, da Lua…
Sou filha da Natureza, amante do Sol…
Levando a Luz no âmago de minha alma…
Sou filha da Deusa…
Levando todas as suas faces em mim…
Sou mística…
Sou mulher…
Sou bruxa…
Eu faço a vida se tornar mágica…
Sou filha da Terra, da Água, do Fogo, do Ar…
Sinto a energia da Vida fazendo parte da minha essência…
E assim…
Sou eu…
Somos nós…

Datilografia

Traço, sozinho, no meu cubículo de engenheiro, o plano,
Formo o projeto, aqui isolado,
Remoto até de quem eu sou.

Ao lado, acompanhamento banalmente sinistro,
O tic-tac estalado das máquinas de escrever.

Que náusea da vida!
Que abjeção esta regularidade!
Que sono este ser assim!

Outrora, quando fui outro, eram castelos e cavalarias
(Ilustrações, talvez, de qualquer livro de infância),
Outrora, quando fui verdadeiro ao meu sonho,
Eram grandes passagens do Norte, explícitas de neve,
Eram grandes palmares do sul, opulentos de verdes.

Outrora...

Ao lado, acompanhamento banalmente sinistro,
O tic-tac estalado das máquinas de escrever.

Temos todos duas vidas:
A verdadeira, que é a que sonhamos na infância,
E que continuamos sonhando, adultos, num substrato de névoa;
A falsa, que é a que vivemos em convivência com outros,
Que é a prática, a útil,
Aquela em que acabam por nos meter num caixão.

Na outra não há caixões, nem mortes.
Há só ilustrações de infância:
Grandes livros coloridos, para ver mas não ler;
Grandes páginas de cores para recordar mais tarde.
Na outra somos nós,
Na outra não vivemos;
Nesta morremos, que é o que viver quer dizer.
Neste momento, pela náusea, vivo só na outra...

Mas ao lado, acompanhamento banalmente sinístro,
Se, desmeditando, escuto,
Ergue a voz o tic-tac estalado das máquinas de escrever.

O remorso é sentimento destruidor. Não edifica, senão quando o que se crê culpado, resolva se redimir.
Por isso, não alimente remorsos, por orgulho ou qualquer outro sentimento semelhante.
Confesse seu erro, quando ele ocorra. E parta para o acerto. Você não é infalível.
Aprenda a pedir desculpas, a admitir seus equívocos, para que não aninhe remorsos na alma.
O remorso somente é positivo quando tem o poder de lhe fazer reerguer e não sucumbir.
Todos os que seguimos pelos caminhos humanos podemos tropeçar.
O importante é que aprendamos a nos recuperar, soerguer-nos, elevarmo-nos para os planos de luz da alma em paz.

O prato da amargura e mãe da destruição.

A guerra é um prato frio, e que se come com frieza, irmã da vingança e aliada do desespero, ela faz a sua vida se torna um pesadelo.
Geradora da fome, e promovedora de chacinas a guerra espelha uma vida sofrida,
onde sobreviver é a unica alternativa.
Quem vive em meio a guerra não pensa em ser artista, vive em meio a fome e luta para se manter vivo.

Inserida por guzmon120

MEUS AGRADECIMENTOS!...

Minha gratidão a Deus, pelo dom da vida, e a todos vocês, caros amigos - virtuais ou não, pelo carinho de sempre!
É muito bom saber que temos pessoas abençoadas que nos acolhem, nos encorajam, nos apoiam...
Amigos de perto e de longe, os mais chegados ou não, e até os que não puderam se manifestar, mas gostariam. Sou grato a eles também!
Foram muitas as felicitações natalina que tornaram meu dia melhor: por saber que alguém se importa comigo; e não se contiveram em guardar unicamente para si, tal sentimento de afeto!
Bem hajam!
Ribeirão das Neves- MG, (14.10.17).

Inserida por NemilsonVdeMoraes

Juventude : Afetividade e Sexualidade

O que é ser juventude? O que é ser juventude nos dias de hoje?

Quais os problemas e os dilemas que enfrentamos atualmente? Por que é mais fácil odiar do que amar?

Esses tabus que vem em forma de perguntas deverão ser quebrados nesse texto. Sei que não posso responder a todas as perguntas, mas como sou jovem posso começar a dizer que temos mais dúvidas do que certezas. Portanto ser jovem é viver intensamente a vida mais não podemos esquecer que devemos viver com responsabilidade, pois essa é a chave para a felicidade.

Estamos habituados a sermos egoístas e conviver com os erros e com as mentiras para não magoarmos os outros. Distorcemos as realidades para não mostrar o quão insensato é nosso coração, mas isso não é culpa dele nós estamos envelhecendo, entristecendo mesmo com aparência de jovens estamos fechados para coisas positivas do universo. Prestamos mais atenção nos outros do que em nós mesmos, “estamos habituados ao negativo”.

Esquecemos que somos pessoas e temos sonhos, nos permitimos sofrer e fazemos os outros sofrerem. Parece que amar não tem mais sentido. Mas tudo isso é resultado de uma sociedade capitalista, tomamos como exemplo a mídia, ela nos faz a cada dia atores de um imenso teatro de fantasias, estamos destinados a sermos meros fantoches dos interesses de alguns “não pensamos, não falamos, não criticamos”. Porém podemos aprender muito com a mídia e os meios de comunicação que nos fazem perceber que o mundo está ficando cada vez menor afinal tudo tem seus pontos positivos e negativos.

O ser humano usa a agressividade para se defender porque não se aceita, não se ama e não é verdadeiro nem consigo mesmo, nem com os outros. Um grande exemplo disso é o casamento que é uma empresa que deve ser bem sucedida, agora venho dar um conselho a você jovem ou a você que é mãe ou pai (homem e mulher), não deixe sua empresa falir, lute por ela até o final da sua vida, não deixe que essa corrente de amor e respeito morra.

“O amor não se compra, se conquista”.

Existe um ditado que fala: criamos os filhos para o mundo, mas os pais irão concordar comigo que isso é mentira, porque quando o mundo os machuca eles retornam aos braços de seus pais e mesmo sem falar nada suas lágrimas já dizem tudo.

Agora acredite Deus criou o homem e a mulher para serem seres amados, amando na medida certa, do jeito certo, no tempo certo e não para serem seres frustrados. Por isso deixo aqui uma mensagem “não devemos confundir liberdade com libertinagem”. Para não nos tornar seres banais, como se fossemos vazios e não tivéssemos sentimentos.

Então jovem sempre que estiveres triste lembra – te do refrão da música de pe. Fábio de Melo “Ao coração” e veja que você é humano e que vive em busca de uma beleza imperfeita.

Já me condeno tanto
pelos erros que na vida cometi
pelas vezes que eu não soube decidir
e assim, meu coração gritava
desespero de quem ama
coração, tu que estás dentro em meu peito
me condenas desse jeito
e eu não sei por qual motivo
se és divina voz em mim
só te peço, por favor, eu sou humano
não me condenes assim

Agora é sua vez: “Nós enquanto seres humanos quais nossos sonhos, desejos, medos e limite?”

Inserida por elayneplaymusic

Envelhecer

Na manhã da existência, ouvindo o peito,
que previa teu vulto no caminho,
dentro em minha alma levantei teu ninho,
e, nesse ninho, preparei teu leito.

Desceu a tarde, e ainda me viu sozinho.
Murcham as flores, que, de leve, ajeito;
de novas rosas tua colcha enfeito,
e o travesseiro, novamente, alinho.

Cai, tristonho, o crepúsculo, na estrada.
Alongo os olhos, atirando um beijo
à forma vaga do teu corpo… E nada!

Recomponho as palavras que não disse.
E, apagando a candeia do Desejo,
adormeço na noite da Velhice.

Inserida por MERRAH

Vês tu este gigante corpulento
que solene e soberbo se reclina?
Pois por dentro é farrapos e faxina,
e é um carregador seu fundamento.
Com sua alma vive e é movimento,
e onde ele quer sua grandeza inclina;
mas quem seu modo rígido examina
despreza tal figura e ornamento.
São assim as grandezas aparentes
da presunção vazia dos tiranos:
fantásticas escórias eminentes.
Vês que, em púrpura ardendo, são humanos?
As mãos com pedrarias são diferentes?
Pois dentro nojo são, terra e gusanos.

Francisco Quevedo, in Antologia Poética. Tradução de José Bento

Inserida por DavidFrancisco