Carta a um Amigo Detento

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Katie soltou o ar, como se estivesse livrando de um fardo que trazia há muito tempo sobre os ombros. E quando ela conseguiu olhar nos olhos dele, foi como se repentinamente se tornasse fácil para Katie imaginar que seus medos fossem insignificantes. Que Alex a amaria independentemente do que ela dissesse. Que ele era o tipo de homem que já a amava e que a amaria para sempre.
E foi naquele momento que ela percebeu que também o amava.

Nicholas Sparks
SPARKS, N. Um Porto Seguro. São Paulo: Novo Conceito Editora, 2012.

"Se eu te confiasse um segredo e jurasse no pé do seu ouvido – antes de tirar a pólvora, colocar essa frase e te dar um tiro – contando pra você que nosso amor não passa de obsessão?"

Uma vez, alguém disse que, pra que pudesse ter laços bonitos na vida, ela precisava desfazer os nós. E foi nesse instante, moço, que entendeu que você era um nó. Apesar de não se verem com tanta frequência e nem conseguirem rotular a espécie de relacionamento que vocês levavam, ela precisava se desfazer disso pra se sentir livre. Ela estava ali pra isso, pra te desfazer de vez.

E olha, não esquenta muito a cabeça com a vida, porque talvez você também esteja nessa jornada e nem saiba. Nem vale se martirizar tanto por deixar alguém pra trás, porque se for amor, você volta. Se não for, você continua buscando alguma coisa, alguma resposta, mas nem vem sentir culpa por isso.

ASAS

Sonhos sem asas foi o meu
Busquei o infinito
Senti um despertar
Um sonho de Ícaro...

Nuances belas avistei
Num multicolorido indescritível
Voei alto demais, busquei o pináculo...
Enveredei pelo desconhecido...

Sem estruturas minhas asas cansaram-se
Lutando e sonhando compreendi...
Sou mero sonhador, um tolo, um bobo...
Um pobre pecador, que suplica piedade...
Amém!

A simplicidade é um estilo de vida, você escolhe ser simples ou não, há quem tenha uma vida abastada e escolha tê-la como simples e há quem seja financeiramente desprovido e a falta de opção o torne simples.
Agora a humildade se diferencia da simplicidade, pois, ela não é classificada pela condição financeira, você pode ser pouco favorecido e a humildade não tenha feito moradia em seu coração, não é estilo de vida, ou as adversidades da vida te conduzem a ela ou você será um eterno arrogante e poucos estarão ao teu lado quando colheres o que plantou durante tua vida.

"O quê você acha mais difícil: passar em um concurso público ou não passar?
Não passar em um concurso público é muito mais difícil!!!! Sabe porque:
*Estudar incansavelmente durante três anos da sua vida vai te dar uma remuneração consideravelmente excelente, variando entre R$: 5.000,00 e R$: 24.300,00. Assim a sua vida será bem mais fácil do que não estudar, pois você poderá comprar um ótimo carro, uma ótima casa, vai poder ir a restaurantes finos e comer do bom e do melhor!
Já se você não estudar sua vida será mais difícil, você terá uma geladeira vazia de alimento, um carro velho, o sonho de comprar um Iphone 5S (facilita a vida), mas só sonho mesmo! porque o quê você vai poder ter é um celular mais barato, parcelado em 12X no cartão de crédito (celular simples dificulta a vida), e outras situações difíceis você terá que passar por não ter estudado e passado em um concurso.

Moral da história: Ou você abre mão de três anos ou mais da sua vida de dedicação para passar num concurso público, para ter o restante de anos que sobrar com uma vida "mais fácil", ou você vai passar todos os seus anos tendo uma vida difícil!

"Você quer ser aprovado em um vestibular ou em um concurso público?
Saiba que o seu maior inimigo é você mesmo; então lute contra si mesmo, deixe seu cansaço de lado, seus complexos e indiferenças com matérias, abra mão do "excesso" de lazer, e dedique-se, pois a vitória é inevitável àqueles que perseveram!"

“Escrever era tão mágico quanto um pianista sentado diante do seu instrumento musical. Assim como ele, eu também escorregava as mãos sobre o teclado. Tentava com persistência e coragem encontrar o ponto de começo ou, ao menos, a ponta do fio que desenrolava todo o resto. A mim me encantava que a primeira nota do soneto fosse a primeira consoante do teu nome, eu queria escutar tua voz em cada estrofe, o ritmo do teu coração a cada palavra. Sem sucesso. Então eu decidi redigir mil sinfonias de poemas que não fizessem do tempo um inimigo que te apagasse dos meus sonhos. E era assim, na agilidade de um pianista, que eu bombardeava o papel com palavras que gritavam as tuas manias, as mesmas palavras, as mesmas metáforas, para fixar um pouco de ti em mim. Eu queria te escutar até nos vácuos sem som, nas frases tortas. Eu queria um concerto de trás pra frente até aquele dia em que te conheci. E nos meus intervalos inertes, descobria um pouco da tua ausência pesando sobre minhas pálpebras e a ardência na garganta pelas palavras nunca proferidas. Você saiu da minha vida e foi como se eu esquecesse o meu próprio nome. Havia memorizado os hábitos repetitivos de um clandestino para assim te encontrar neles. Coloria de vermelho o cenário do desalento. Usava a poesia de caminho mais curto até o afeto das palavras, o problema é que elas queimavam e não me aqueciam. A tristeza passa. Às vezes, a gente até passeia com ela. A tristeza consegue ser boa companhia se juntar boa música, boa memória e um vinho tinto. Eu precisava de todo esse meu drama só para não te esquecer de vez, entende? Suas palavras me atingiram em cheio como se fosse um trem descarrilando e talvez eu peque pela ingenuidade da dúvida ao dizer que você me fez mal sem querer o meu mal. Eu deixei as unhas compridas, apenas para deixar uma lembrança minha no contorno das tuas costas. Você feriu o meu coração, marcou teus passos como se controlasse minha arritmia. Não venha me dizer que não foi intencional, gritava o meu nome no escuro como se quisesse me arrastar junto para aquele abismo de pouca fé. Talvez eu te ame como as milhões de vezes que eu nunca disse por não saber exatamente a hora de me desarmar. Porque, na verdade, eu não sei onde você termina pra eu começar no controle das minhas ações. Então. Permita que o destino me borde nas palmas das tuas mãos. Dispa-me com os olhos, silencia-me com a boca. Lágrimas não cabem nesse nosso dueto de uma nota só. Desabotoa os versos, os equívocos, a camada fina de tecido que separa o toque dos nossos corações. Some comigo ou some de mim.
O tempo sussurrou no teu ouvido: “Menino, você tem a si”, e tu nunca mais voltaste.
E eu parei de escutar, mas ainda sinto a melodia do teu riso.

♦ Escolheríamos as estrelas mais brilhantes do céu e caminharíamos sobre elas.

Laura Dantas

Quero só mais um minuto antes de ir voar, Laura Dantas,
Eu me encontro sonhando quando você esta comigo
Eu me sinto em paz, então, você tem que ir embora
e eu fico aqui com um sorrisinho de quem foi vencido.

Quando o tempo insiste em brisas e calmarias
Dizem que tudo já foi visto e experimentado
tenho constantes confusões sensoriais, Laura Dantas,
e eu te beijo tentando não esquecer seu cheiro.
Laura Dantas, quando você vai vir me salvar?
eu me ajoelharia mas sinto uma dor no tornozelo
E eu agradeço aos homens e as sua tecnologia,
que me permitem ver que ainda posso ser verde.
E mesmo assim, eu te amo Laura Dantas – pelo menos por esta tarde.
E eu alvejo a mim mesmo com fé e balas de prazeres passageiros

Quando os deuses se escondem de nossas criações
Você percebe que a vida é um passo após o outro e nada te toca mais:
O negocio é insistir com coisas do passado,
e espremer os limões para fazer bebidas doces a tarde.

Mas agora eu percebo que sou ignorante
pois não entendo de canto, nem de melodias , nem de beleza musical
Contudo fui capaz de amar-te uma vez mais Laura Dantas,
Por toda a extensão da tarde
Pois sua imagem de mulher me veio preciosa
Numa chama queimando leve e preguiçosa
Laura Dantas: sonho místico ao entardecer.

Chegamos a mais um final e você tem que ir voar,
E eu sou capaz de te amar uma vez mais
Pelo simples motivo de ter te visto passar
Em um movimento, através de sua voz.

Se no meio dessa areia toda,
eu marcar um "x" bem grande do meu lado,
você vem aproveitar o pôr-do-sol comigo?

Se na hora de bater a foto,
eu resolver mostrar a lingua,
você vai sentir inveja o suficiente pra aproveitar o pôr-do-sol comigo?

Se eu te disser que o sol
aquece tudo menos meu coração,
você vem aproveitar o pôr-do-sol comigo?

De todas as as formas e maneiras de se convencer alguém,
será que alguma delas fará você vir aproveitar o pôr-do-sol comigo?

Será que com você algum dia do meu lado
Ainda vou precisar ver o pôr-do-sol ou o brilho de seus olhos será suficiente?

Me desculpa por não poder chegar hoje. Eu tava levando um buquê de flores rosa, daquelas surpreendentemente charmosas, para tentar me desculpar pelo atraso no trânsito. Tenho certeza que a sua voz brava iria ficar doce e um largo sorriso iria se abrir quando visse meu rosto por trás das cores delas. A pista estava molhada, tudo engarrafado, a estrada estava péssima. Nevou um pouco e eu pensei em como você adoraria fazer anjos de neve comigo amanhã. Me desculpa de verdade por ter me impressionado com as luzes na curva. Acho que foi a coisa mais bonita que eu já vi. Um lampejo, um som agudo. Eu não consegui desviar, meu anjo. A luz simplesmente foi maior que eu. E eu vi seu rosto antes de fechar meus olhos.
Ah, menina. Os paramédicos disseram que foi de uma vez só, que eu não sofri nada. Mas me sufoca ouvir meus pais gritando essa dor enquanto eu estou aqui deitado, cochilando no asfalto. Eu sempre fui bem preguiçoso mesmo, já dizia você. Em pensar que eu te disse várias vezes que a segunda-feira era o pior dia da semana, o dia com mais trabalho depois de um domingo calmo e morto. Eu trocaria qualquer segunda por um dia inteiro de sono ao seu lado. E cá estou eu num retrato de domingo. Com carros tocando sirenes e transeuntes parando aos solavancos para olhar a retenção do tráfego. Meu ego agradeceria em outras circunstâncias. Você teria me dado um tapa no pescoço se me ouvisse fazer essa piada agora.
O que eu mais queria nesse momento era ouvir a sua voz. E te pedir perdão por não ter sido tudo o que você sonhou e, principalmente, por não poder estar aqui com você. Eu queria te dar um último abraço, um beijo de despedida. Cuida deles, por favor? Você vai ter que ser mais forte do que todos eles juntos. Minha mãe vai precisar que você tire o bolo com ela e que lamba a calda da colher como eu fazia. Meu pai vai precisar ouvir a tabela dos campeonatos e vai querer te emprestar alguns livros de poesia argentina. Pobre velho. Meu irmão mais novo vai querer te levar em alguma festinha da turma dele ou te pedir pra andar de bicicleta. Mas segura firme, viu? Ele ainda não sabe andar e eu tinha medo de deixá-lo cair. Um dia ele vai crescer, eu sei. Vai se tornar um homem melhor do que eu fui. Quem sabe ele até cuide de você por mim. Eles te amam um pouco menos do que eu, mas tenho certeza que vão precisar tanto de você, minha pequena.
E você, meu bem, meu anjo. Eu quero que você seja forte. E que se lembre com carinho de ontem e de todo o tempo que passou. Quero ver seus olhos verdes meio embaçados de emoção quando ouvir meu nome, mas não quero que deixe a sua vida aqui comigo. Você foi a melhor pessoa que eu já conheci na vida. Minha namorada, meu amor de primavera. O chão ainda tá um pouquinho gelado e o meu rosto deve estar um horror. Não quero que você me veja assim, nesse estado. Você nem poderia olhar nos meus olhos “azuis-seu-bebê” para ter certeza de que estou falando a verdade. Eu confio em você como nunca confiei em guria nenhuma. E daquela vez que te empurrei do balanço e te pedi em casamento, você riu. Mas meu amor, eu nunca pensei em passar o resto da minha vida ao lado de outra pessoa. Eu queria realizar os seus sonhos, sabe? E nunca vou parar de me culpar por te deixar na mão quando você mais precisava de mim.
Mas olha. Olha bem pra trás e vê que a gente foi feliz. Você me fez o homem mais feliz do mundo. E eu quero que você possa ser a mulher mais feliz do mundo mesmo sem mim. Vai doer no início, tá doendo muito em mim. Sem trocadilhos infames. Mas por favor, não se fecha pra vida. A gente sorriu e brincou e tocou violão e caiu na piscina e se jogou de uma escada e pulou em cima da cama e fez tantas coisas divertidas que eu nunca achei que tivesse que me despedir. E eu quero que você encontre alguém melhor que eu. Alguém que seja tão bobo e louco por você como eu sou e ainda serei. E vou te contar um segredo. Eu ia te dar aquela Flor de Lótus que você gostou tanto quando visitamos o boticário da cidade. Tá guardada numa caixa vermelha em cima do meu armário. Tem uma foto nossa depois do dia do parque. Aquela foto no carrossel. Você tá linda como sempre e eu apareço doido por você (como sempre). Vai doer, eu sei, mas espero que a minha mãe te entregue isso. E que você guarde pelo tempo que for necessário. E que você veja as fotos sem que isso doa algum dia. Me promete que vai ser feliz, meu amor. Eu te amo, eu te amo, eu te amo tanto. E a maior conquista da minha vida foi ter te encontrado. Me encontra algum dia, se você ainda precisar de mim pra alguma coisa. Eu te prometo que vou esperar.
Eu te amo. Adeus.

O amor é um sentimento amadurecido, por isso não acontece do dia para a noite; leva tempo, pois vai surgindo aos poucos e se descortinando por meio do conhecimento das boas e más características que cada um possui. É como a planta que está crescendo lentamente em terra fértil e cujas raízes são profundas. No amor, os sentimentos são constantes, firmes e sinceros.
Trecho do livro Mediando Conflitos no relacionamento a dois.

Passamos uma vida inteira construindo nossa fortaleza. Um 'eu' interior que seja capaz de suportar o mundo e tudo o que vem com ele. Com nossa fortaleza desejamos repelir tudo aquilo que venha a fazer o império de quem nós somos, desabar.
Porém, há uma coisa que não há fortaleza que impeça. Lentamente, porém avassaladora, como a água ao bater na pedra sucessivamente: Esta é a morte, e dela, nenhuma fortaleza escapa.

SOU ASSIM NÃO VOU MUDAR

Nasci como todos nascem, ganhei um nome bonito,
Nunca tive apelido, e não cresci em conflito,
As virtudes que eu tenho, são de muitos invejar,
Que tapeia os meus defeitos, sou assim não vou mudar...

Não existe obstáculos, que obstrua o meu caminho,
Deus dá luz força e coragem, quem no escuro anda sozinho,
Nem pra uma china mui linda, eu nunca vou me dobrar,
Não existe mulher nenhuma, que um dia faça eu mudar...

Toda a chinoca buena, não cabresteia pra marido,
Quem mata cachorro a grito, pra mim é tempo perdido,
Vivo do jeito que eu quero, conheço bem meu lugar,
Não gosto de lero-lero, sou assim não vou mudar...

Isso pode demorar um tempo e você pode até pensar que ela não existe, mas não desista. Continue sendo uma amiga de verdade para todas ao seu redor, mesmo quando todas só lhe são meras colegas ou conhecidas. Um dia, quando você menos esperar, a amiga de verdade lhe achará!

Quando você é uma amiga de verdade, a amiga de verdade lhe acha.

BRANCA MANHÃ COLORIDA - Almany Sol, 01/01/2014

Amores gris ou amores multicor.
Um é frio e o outro é morno,
pois só com a força do pensamento,
é que se cria o elo que aquece
e faz arder como fogo de felicidade,
todo desejo de ser tom arco-íris,
chuva e sol, tudo ao mesmo tempo.
Sim, pois somente com o desaguar
e o brilho da alegria que se pinta,
é que podemos ter todas as cores,
clareando a vida e guiando o destino.
Um tino, que segue o caminho da luz,
aquele que levará você até a emoção
e ao prazer de se renovar por bençãos
a cada branca manhã colorida de paz!

Hoje é um dia especial.
Comece o dia a sorrir, pense em coisas boas. Alimente seus sonhos. Hoje é seu dia. Desejo que deseje desejar a realização de seus sonhos com as bençãos de Deus,que novos caminhos se abram e conquiste seus objetivos. Felicidades em toda a sua linda vida. Parabéns pelo seu aniversário filho, você que é a pessoa mais especial da minha vida. Ti amo de paixão.

UM MITO SEM VALOR - Almany Sol, 26/03/2014

E se Jesus em vez de homem, fosse mulher?
Seu nome não seria cristo e sim cristina.
Porém, certamente seria um mito sem valor
pois a cartilha que escrevesse sua história,
não passaria de um mero diário torpe e infame.
Seu árduo fado seria ignorado como doutrina
e a sua morte não representaria uma salvação
e sim uma condenação, talvez por blasfêmias.
Mesmo que seus atos apresentassem mistérios,
como sinais, milagres, curas e ressurreições,
certamente seriam considerados como bruxarias
e a levaria a um martírio penoso sem perdão.
A chamariam de filha do pecado, a maculada.
Sua via crucis seria lamentosa somente pra si
e seria amaldiçoada por todos os séculos, amém!

Dentro de um corpo.......
Um punhal....
Aspecto negro.....
De punhos na garganta...
Floresta de tontas palavras.......
Obsessiva descoberta...
Gente de saliva salgada....
Serpente falsa e altiva....
Mentira poética feita em brincadeira..
Bebendo o vinho para não vomitar fogo.....
Ruas cinzentas...caminhos transparentes...
São podres de palavras....
Onde a minha alma confia...
Pode-se parir um pensamento.....
Enterrando o punhal.....
Acabemos com este poema ilusionista....
Onde já chamaram de mentiroso......
Violento...... e até alquimista....
Dentro de um corpo.......
Uma floresta de tontas palavras.......
Obsessiva descoberta.......
De saliva salgada....
Nunca os gestos....
Serão feitos de falsas mentiras....
Donde a minha alma confia...
Em palavras podres....
Para parir um pensamento......
Enterraram num pinhal......
Com o punhal acabemos...
Este poema ilusionista......
Mentiroso......violento....
Sádico e até alquimista....
Bebendo o vinho para não vomitar fogo.....!!

Sou negra e não tenho um dia... tenho uma vida uma história uma cultura um valor um sonho. Consciência? mas o que é isso mesmo? Prefiro a inconsciência dos desejos, dos ébrios, dos loucos e dos apaixonados. Meu dia são todos os dias. De consciente mesmo só a minha negritude claramente estampada na retina do branco-branco.
(Poema composto para a peça teatral VAGABUNDOS, Teatro do Sesc, Fortaleza- CE, a pedido do meu genial e predileto ator Getúlio Cavalcante, em 27/03/2014, 14:58)

Eu tenho um costume estranho, ou talvez só um pouquinho diferente, de destacar partes de livros que leio e conectá-las a outros enredos. Ainda que não seja sobre a minha vida, a ideia de deslocar o drama de outra pessoa ou personagem faz com que eu me sinta capaz de fantasiar histórias que eu gostaria de ter vivido ou que eu gostaria de ter sentido. Numa dessas, enquanto lia e movia o celular com maestria num café vazio no meio da cidade, me deparei com a dramática sentença que mudou minha semana:
“Existe uma linha sútil entre adaptação e apego.”
Fui atingido por um trem em altíssima velocidade no exato momento em que terminei a leitura do ponto final. Será que eu sou uma dessas pessoas que se deixa levar por um comodismo barato que se apodera de algumas relações afetivas? Nah, eu sempre estive acima disso, pensei com ingenuidade. Mas a volta de ônibus pra casa foi turbulenta. Enquanto o motorista derrapava pela décima vez por uma via molhada, eu derrapava pra dentro de mim pensando em como seria possível distinguir apego de outra coisa.
A adaptação é o período correspondente à calmaria dos relacionamentos. Você sabe do que eu falo, é quando o namoro dá uma estacionada de leve e as coisas parecem todas iguais. Não que isso seja ruim, pelo contrário, parece que finalmente a gente achou aquele amor com sabor de fruta mordida, calminho, bom pra passar os domingos juntos e construir alguma coisa edificante e sólida e, pera, será que isso não é só uma desculpa pra não admitir pra mim mesmo que as coisas têm sido todas iguais e que aquela chama toda, aquele amor-combustível que movia a gente, pode ter chegado ao fim? Não, não é a rotina em si, é quando o sentimento estaciona. Imagina que o sentimento não evoluiu durante a coisa toda e que o desgaste vai batendo, arranhando, sujando a lataria.
Não é nem um pouco fácil, pelo menos pra mim, perceber e admitir isso. Paixão e apego podem ser sentimentos parecidos quando não se tem certeza do que se sente e de como funciona o nosso fluxo emocional. Pra mim calmaria significa morte decretada de um casal. Quando a gente passa a semana sem se falar, coisa e tal, e isso não incomoda nem um pouco. Quando a gente começa a se questionar se sentiria falta ou não, e acaba não sentindo mesmo. Tá, eu sou confuso, mas talvez você também seja e esteja nessa. Talvez seja uma tendência natural dos librianos (ou do zodíaco inteiro).
Descobrir se o namoro se tornou puro apego é complicado. Ainda mais quando bate aquela vontade de ir embora, porque, do contrário, a gente ficaria à beira de uma estrada pedindo carona, já que o carro não tem mais rota, nem combustível, nem motoristas aptos a conduzir o veículo. Pior do que descobrir, é o ato de admitir pra si mesmo. Sério, quem em sã consciência jogaria um balde de água gelada num castelo de areia que foi construído com tanto carinho? Talvez alguém que conseguisse fazer metáforas melhores que as minhas e alguém que quisesse ser realmente feliz. Sabe, tenho a impressão de que o apego faz a gente ficar mais pelo outro do que por nós mesmos, como bons samaritanos. Mas a verdade é que bate um medo danado de perder tudo aquilo, perder o outro, perder o companheirismo. Bate um medo danado de ficar sozinho, de ter feito burrada e errado, de sentir falta (você vai sentir, com certeza) e coisas do tipo. Admitir que é apego congela a gente, e é preciso coragem pra sair dessa inércia e resolver correr atrás de outra chance de ser feliz (ou quebrar a cara).
Digo, olha pra esse motorista do ônibus no qual estou, ele claramente não sabe o caminho, mas tá tentando chegar lá. Pode demorar, a gente pode reclamar, ele pode se sentir confuso, mas vai que ele chega. Na pior das hipóteses, ele liga o GPS ou pede ajuda pra alguém. E não é tão diferente assim na vida real. A gente não precisa ser vilão, eu acho. Basta explicar tudo direitinho, agradecer pela estadia, explicar que não existe culpa, que você quis se dar mais uma chance de ser feliz e sentir tudo aquilo que as pessoas merecem sentir: um arrepio na barriga enjoado que nem parece aquele bonito que é descrito nos livros de romance. Explica isso, fecha a porta do carro com carinho e assume a responsabilidade de pegar o seu futuro nas mãos e fazer o que bem entender com ele. Vamos acabar descobrindo sozinhos se foi bom ou ruim, se foi a decisão certa ou não, se era amor ou se era apego. Se era apego, bom, bem-vindo de volta à trilha. Se era amor, mantenha a calma: você só vai precisar achar um jeito diferente de achar a estrada de volta pra casa.

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