Carlos Drummond Sofre por Viver
E L E
Era ele, de canastro robusto,
Sempre o foi, mas de cintura fina,
Calçava no pé, com perna de menina,
Quarenta a quarenta e um de justo.
Isto, é história dos anos de fusto:
Forte, baixote e de rosto sisudo,
Cantando e declamando poetas de rudo,
Mas moço bom de ímpeto augusto.
Poeta, por favores e epítetos tais,
Em recriações de fugidios tempos,
Tornados tormentos de amores reais.
Pouco desfrutou ele de galais eventos
Com luzes malignas, de cores fatais:
Por ser amante do escuro dos mortais.
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 08-01-2023)
FOTOGRAFIAS
Ó linda musa das minhas fotografias,
Por onde andas agora, amor silvestre?
Bati em ti tantos flashs de alegrias,
Mesmo quando na objetiva me bateste.
Lembras-te quando do ângulo me fugias,
A correr atrás da cansada borboleta?
Nem notavas que eu depois por outras vias,
Batia a câmara a captar melhor careta.
E neste vai e vem de fotos de gaveta,
Só me lembrei de ti, infeliz, ao ver-te
A chorar, em nova, com cara de pateta.
Se do mundo ainda fores um ser vivente,
E te restar alguma faúlha de vergonha,
Lembra-te de mim, sempre, mulher peçonha.
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 09-01-2023)
P E P I T A
Quando me foges ao longe
Fico tão triste, desprezado,
Torno-me em vida de monge,
Nesta solidão do meu fado.
Foste sempre o meu outro lado,
O calor no frio dividido em dois,
No aconchego do nosso estrado,
Erguido no antes para o depois.
Fica-me no olfato o perfume,
Do teu cheiro de puro ciúme
Tão louco e canil que agita.
E queima como o forte odor
Dos teus sonoros flatos de amor,
Minha terrier cadelinha, Pepita.
(Carlos de Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 10-01-2023)
Sou ESPIRITUALISTA nunca deixei de ser e dizer. E otipo de Ateismo que Acredito, é o que me libertou de sentimentos que nunca tive e não conseguiria viver ou carregar, porque são lixos de humanos com ESPIRITUALIDADE pequena.
SONHOS INCERTOS
Ó sonhos por construir
Neste coração de sentir,
Dir-me-eis
Quando vireis,
No agora ou no porvir?
Ó amores que prometeis
Os vossos belos anéis,
Dizei-me tições fogosos
Vícios da carne gostosos,
Quando vireis?
Ó vida real e crua,
Afasta de mim a incerteza:
Sonhos serão surpresa,
Como corpo de mulher nua?
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 13-01-2023)
“A RESPOSTA DE DEUS
Onde tu estás Senhor?
Só vejo as minhas pegadas na areia.
Não te desesperes meu filho!
Estas pegadas são minhas.
Tu estás sobre os meus
ombros.”
FRUSTRAÇÃO
Já não sei escrever...
Deixei de saber pensar.
A poesia deixou de me amar
E fugiu de mim sem eu ver
Nem poder mais versos ditar.
Que tábua agora para me agarrar
Nas ondas alterosas deste mar,
Se ela foi para não mais voltar
À inspiração dorida do meu penar?
Poesia vagabunda, iracunda, reles
A minha, que só contemplas aqueles
De sacrossanto nome já firmado
Nos anais dos teus egrégios brasões
E afundas sem mais remissões,
Os que querem só escrever um fado.
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 16-01-2023)
Quase terminando, escrevo agora sobre o contrário da maldita gula, que e entre outros, tem como antônimo a moderação, a parcimônia e se quiser ser radical, o ato de jejuar.
Creio que o termo moderação é bem adequado para definir o contrário dessa voracidade de comer.
Assim como a desnutrição, o sobrepeso é um problema de saúde pública mundial, mas existe um problema maior ainda em relação à gula, a obesidade mórbida.
Minha esposa, gosta de assistir um programa de fatos verídicos (um reality show do canal Discovery Home & Health), aqui chamado de Kilos Mortais.
No início eu reclamava de ver os capítulos, mas depois de ver tantos, já não reclamo e entendo melhor o problema que essas pessoas sofrem.
É assustador assistir a situação de alguém que não consegue mais levantar da cama, com 300 kg ou mais, e ainda,
enxergar todo o envolvimento dos familiares, que não sabem o que fazer para ajudar ou resolver. Em alguns capítulos, a coisa chega às raias da loucura, as pessoas que estão envolvidas com o problema, ajudam aquele ser humano a engordar mais ainda, afinal de contas, são eles que levam a comida para a cama onde essa pessoa imensa, depois de tanto comer, espera a hora de sua morte, impressiona demais.
Uma coisa é certa, quem está envolvido com esse ser, acaba sofrendo algum distúrbio psicológico, e junto com ele, entram em "parafuso" emocional. Tem que ter muita estrutura para sair desse círculo vicioso.
Enfim, é um programa muito deprimente. Tudo começa pela falta de moderação, inicia-se então um ciclo vicioso (comer também é um vício), comem para se satisfazer e acabar com alguma angústia, e a medida que não se sentem satisfeitos, comem mais para tentar acabar com aquela ânsia da falta de satisfação.
Há pouco tempo, uma colega de trabalho me disse: "acho que todo mundo tem um vício qualquer".
Concordo plenamente, tem vício para tudo quanto é lado, vício em trabalhar, em não trabalhar, em malhar, em sedentarismo, em bebida alcoólica, em cigarro, em drogas, enfim, a lista é estensa.
Tem um ditado que diz: "tudo em excesso faz mal", então ser moderado em tudo é importantíssimo.
Extrapolo isso para todo os pecados capitais.
Ser moderadamente irado, lhe aproxima da paciência, ser moderadamente soberbo, vai abrir o caminho para sua humildade e assim por diante..
Só não tem como ser moderadamente avarento, se a pessoa é mão fechada não tem como ser menos "pão duro", mas isso fica para o próximo texto enfadonho do contrário dos sete pecados capitais.
Antes de terminar, faço uma ressalva para o ato de jejuar.
Quando jovem jejuei algumas vezes, achava e acho um ato penitencial fantástico, sentir no corpo o que tantas pessoas sentem nesse mundo tão desigual. Está na hora de voltar a fazer isso de vez em quando. Acho que vou jejuar amanhã!
E tenho dito...
O contrário da luxúria: a castidade.
Hoje dia é um atributo raríssimo.
Na realidade não vejo a castidade como uma qualidade e sim aceitação social.
Vejam bem, não estou querendo enaltecer a pessoa que troca de namorado(a) como quem troca de roupa, como dizem os solteiros(as), o "ficante". Temos que saber separar as etapas da vida, se bem que isso não é regra absoluta, mas ajuda.
Não sabemos disso na adolescência, mas a família tem que orientar. Se uma pessoa começa namorar muito cedo e não tem experiências com outros parceiros, casando jovem, tende a queimar uma etapa, o contrário também se aplica, ou seja, se a criatura fica trocando demais de parceiros sem conseguir amadurecer um relacionamento para casar, acaba ficando para "tio Sukita" ou titia.
Mas, no frigir dos ovos, entendo que em função da consciência humana, somos todos muito obscenos. Os seres irracionais somente se preocupam em procriar, trocando de parceiros como quem troca um prato de comida, não se importam com a beleza, que embora não tenha padrão, tem um parâmetro social. E aí está o centro da questão, o que é libertinagem para a sociedade X pode ser visto como pureza para sociedade Y. Acho até, que em função de tanta estratificação, dentro da mesma sociedade vamos ter uma muitas divergências sobre o que é ser recatado(a). Sinceramente, no meu modo de ver, é a pecado capital mais sensível e por ser um assunto sujeito à "chuvas e trovoadas" não tenho uma opinião muito forte sobre o tema. Sei que o nosso mundo muda cada vez mais rápido e o que ontem era depravação, hoje é visto como normal. E tenho dito.
Homenagem ao meu amor Veronica Bockorny, que pacientemente corrige meu português ruim, obrigado meu docinho de coco.
OLHOS DE CRIANÇA
Eram olhos grandes…
Pareciam dois faróis na tempestade
A iluminar na mais pura claridade,
O escuro dum mundo ainda a descobrir.
Eram olhos na ânsia de muita esperança
Daquela que ao longe ainda está por vir...
Eram olhos mágicos a anunciar bonança.
Eram dois pesos fiéis de uma balança
Que um dia pesarão as coisas em fundo,
Na conta do peso e da medida
Da sua inocente e tão verde vida.
Deus te guie e salve, lindo infante
De teus pais vaidosos do semblante,
Desses cabelos aos caracóis, triunfante,
Esperança e bonança para o mundo.
Mesmo quando a vida pula e avança
Deus meu, por favor ilumina e conserva
Estes olhos de criança!
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 19-01-2023)
IMAGINAÇÃO
Um poeta, dizia:
Um dia, vou chorar de alegria!
E o poeta acreditou.
E eis que o dia chegou:
Mas o poeta nem riu nem chorou.
Porque esse não era o dia
Que ele pedia
Ou imaginou.
(Carlos De Castro, in Há Um livro Por Escrever, em 20-01-2023)
Atualmente, vivemos em um mundo onde até os tais "dias melhores" devem ser manipulados e não aguardados.
A ANDORINHA
Poisou uma andorinha
Tão mansinha
No parapeito,
Mesmo a jeito,
Da minha janela.
Era um sinal de vida
E eu pela minha sofrida,
Meti conversa com ela
Por gestos de simpatia
Em plena sinfonia,
Pintando com alegria,
A mesma paisagem da tela.
A amizade pura,
Cura
E supera
A mais dolorosa ferida,
Quando ela me disse ao
ouvido
Num silêncio estabelecido,
Sempre que haja primavera:
É sinal que renasce a vida!
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 21-03-2023)
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