Carinho e Ternura
Estrela perdida
Procurarei na imensidão do universo,
Buscarei alguém que se assemelhe a você.
Procurarei a minha estrela perdida,
Alguém que mereça o seu lugar.
Se encontrar, entregarei o meu corpo.
Quem sabe ela resgate o meu coração,
E traga de volta para nós dois
O melhor de mim que ficou com você.
Entregarei o meu corpo
Para que ela ganhe o meu coração,
E com ele, amor que você não quis.
Edney Valentim Araújo
'SINTO FOME'
A fome tem gosto queimadura,
e queima a alma.
Grunhido latente apregoando penúria.
A missa ainda reza aos órfãos,
pobres nas calçadas!
Olhares martírios,
e tantas outras melancolias...
Urubus Garbosos,
- mirando pasmos entre si -
pulverizando o divino pernil jogado.
Sublinhadas orações passadas,
alertando o sino amordaçado:
é hora de avocar!
Mendigar acenos...
A luz penumbra,
lembra indumentários,
- e uma cama quentinha! -
Escuridão, escuridão!
Porquê embrulhas o tempo indelével?
Tempos de fome,
sonhado nas portas das igrejas...
Fome na espinha!
A triste viúva e seus rosários,
sem revindas no caminhar matinal.
O contemporâneo-bicho-papão,
e suas rezas não vindas.
Excêntrico que assusta,
fome de arrimos...
'ESCOLHAS - Fragmentos I'
Teus filhos dormem tranquilos,
sossegados.
A comida está à mesa,
tem sabor agrião e cansaço...
Espalha a felicidade por mais insano que sejas.
Não impedes o abraço,
e as fadigas que te vem,
no dia a dia embaraços...
Sabe-se,
és ferida pelas circunstancias das buscas.
Não tornar-te insignificante,
já és tão gigante...
Beijas as mães que geram vidas,
aos fortes,
aos fracos.
Torce a fatalidade nos braços...
E nas tuas diligências - ser diário -,
fazendo do coração: diamante!
Alucinante na mera intuição.
Tu decides!...
'NASCIMENTO'
Noite turva.
Frio na espinha.
À Pátria mãe clamava atalaias,
rondas.
Trabalho em círculo,
andar cansativo,
mas significante em épocas de chuvas...
Lembro-me o olhar de tubarão,
serras pontiagudas,
escorpião.
E as tantas palavras vãs.
Não eras soldado,
mas capitão,
metralhando hediondos adjetivos...
Ser eletrocutado no desprezível,
exímio de chorume,
fuligem nos olhos,
teve significâncias no tempo.
Acolhi o que dissestes para crescimento.
E cresci infindavelmente,
não sabes o bem que fizestes...
Sem asas,
mostrastes o infinito.
Sem forças,
nascera um gigante.
Houveram milhares de noites,
e inspirei-me apenas naquela...
Lembro quando verbalizavas 'desmerecimentos',
'fracassos'.
Não sabes o volume,
tampouco o tamanho da medida.
Mas me levantastes naquelas palavras bem arejadas,
tão bem colocadas...
Engraçado!
Teu nome de guerra era 'Nascimento'.
Mal sabias,
do renascimento a cada palavra mal adjetivada.
Eras grande no momento para que eu galgasse o meu mundo.
Obrigado pelo nascimento,
caro amigo 'Nascimento'...
Hoje,
vi tua imagem,
com mãos ainda em formato de 'descansar'.
Ainda há tempo no moinho.
A vida dá voltas,
e o tempo nos ensina maravilhas....
'JANELA II' - [Fragmentos...]
Bebe-se uma tequila,
a fome é lembrar dela:
pobre vida!
Na madrugada ornamentando sequelas.
Recriando canções,
há de se sonhar com elas,
bravejando capelas,
sons oblíquos,
imensidão que não se vê.
A janela só tem sentido fechada...
'AMAR PORQUE...'
Quando se ama,
colhe-se as mais belas riquezas.
Doação sem trocas ou reparações...
Aprende-se [o eu] na mais bela essência.
Ser 'menos eu',
'mais doação'... .
Amar é,
não se importar p'ra vírgulas,
ou ponto final...
É despertar,
abstrato como o infinito.
Concreto na alma...
Amar é,
ter esperança,
bonança nas tempestades...
Sorriso,
quando tudo parece perdido.
Sinônimo de bem-querer...
Amar porque,
é dádiva.
É renascimento...
O amor e suas sementes,
plantadas em todas as estações.
Sem subjeções...
A finalidade do amor,
está nas pequenas ações.
Amar simplesmente por amar...
Porque é intrínseco aos humanos,
à moral.
Amar sem ser banal...
Amar mostra magnitude,
esperança e atitude.
Vamos amar até o final dos tempos...
'JANELA II'
A vida sempre leva,
o olhar p'ra vida aquarela,
janelas embaçadas.
Palco - pessoas cruas-,
não veem o clarão da lua.
Andam a despedaçar-se.
É o olhar circular,
"a vida pendurada na janela."
Corações crus,
fixados nas ruas desertas...
Bebe-se uma tequila,
a fome é lembrar dela:
pobre vida!
Na madrugada ornamentando sequelas.
Recriando canções,
há de sonhar com elas,
bravejando capelas,
sons oblíquos,
imensidão que não se vê...
Mudanças no tempo,
cancelando querelas.
Invisíveis nos olhos,
- a tal janela -.
E como se perdem!
Sem quê e sem porquês.
Ela tem atiradores,
sabor perspectiva p'ro mundo,
forma nas tempestades.
A janela só tem sentido fechada...
Ainda serei,
Esse 'poeta',
Tão chamuscado...
Cheiro de letras,
Peito apertado,
Criando ilusões...
Como os malabares,
Nas janelas,
Pendurados...
Abraçando letras,
Extraindo sequelas.
Vislumbrando sacadas...
Estradas criadas,
Amortecendo a ilusão.
Algodões em tigelas...
Faminto espalhando sonhos,
vida abstrata,
poeta...'
'MEU CORAÇÃO'
Meu coração, mar de indecisões. descompreensões e outras coisas que eu não entendo. Debilitado nas condições de amar. Relutante e inseguro como as pedras nas cachoeiras. Avistando abismos profundos. Preservando sequelas e outras enxurradas...
Meu coração, conflitante ao extremo. Sangrando palavras vãs. Mórbido nos limbos. Desencorajador de almas. Incógnita a relutar o futuro, vivendo à migalhas a cada manhã. Sou eco sem respostas. Existo? Não sei! Talvez! Só sei que, ser poço de indecisão, causa grande confusão. Ora sou eu! Ora não tenho horas para ser o que me pedem...
Meu coração, mórbido. Conflitante consigo. Tenta ser diferente, mas a verdade: é igual aos outros corações. Que deixam ser abatidos. Morrendo e parecendo ter vida. Corações sorriem e choram ao mesmo tempo. Sorrisos verdadeiros. Lágrimas escondidas. Coração é ter vida e se aproximar da morte a cada dia! É um pulsar, pulsando estranho. Tarântula escorregadia nos braços. Desprendendo veneno e revivendo o passado. Matando leucócitos enfraquecidos...
Meu coração tem flechas. Matando sonhos que acordaram para vida a cada lançar-se. Ter vida é ter coração. Voltados pra razão ou qualquer coisa que pareça papiros. As pessoas sempre falam nas coisas do coração, como se isso fosse tão banal. Que truculência esse meu amigão. Corroído sonhos, artista sem intenção. Decidi: não quero mais tê-lo...
É chegada a hora de viver, sem vitalidade ou órgão algum. Sou perecível desde que nasci. Não preciso de sequelas, nem de costelas para abrasar a dor. Quero um coração de verdade. Desses que a gente joga no rio. E espera ele fazer o percurso. Provisório como não saber do calendário, ou do dia santo que passou. É chegado a hora de pulsar, respirar outras intenções, pintas outros quadros, fotografar imagens reais, cobertas de razões...
'VIR DA LAMA'
O velho destino abraçando o pesar. Um filme à céu aberto e o prato bestial do meio dia. Ainda tenho mãe à tiracolo, seu colo aquecendo o frio no ônibus matinal. Milhares de fúteis paisagens. Quatro da manhã o garoto fez-se homem de idade. Não decorou sobrenome, apenas ruas paralelas, banalidades...
A vida parece autêntica miragem, microfilmes. Turvos dias, apenas! O estômago a embrulhar ecos. O riso solto em projeções, sem foco principal, reflexos. Infância corroída nos aluviões, perdido como pedras nos rios mais profundos. Os dias não têm porquês. Longe de raciocínios, tudo vem, meio, sei lá pra quê...
Casa de palha. Entulhos e panos ao redor da vida baldia. Que chatice! Hoje tem escola. Mas a barriga ainda ronca. Vazia de pretérito. Uma, duas horas. Sou mais meus carrinhos de latas. fico a Imaginar outros meninos, fartos à vontade, fazendo trajetória, futuro promissor...
Histórias sem leitores. Quase nada mudou! Apenas retrocesso. Do processo circular estagnado, definhando pessoas. Sou da lama, quem se importa? Tenho sonhos. Faço lúdica minhas memórias. Sou leitor de um mundo melhor. Inventor correndo na chuva, íngreme em chamas. Utopizante em vitórias...
Singular e exuberante como as flores que, preenchidas de sentidos para exalarem, deixam um perfume de beleza. Levada pelos ventos, e forte na sua essência...
'ESCOLHAS'
A felicidade pousou nos lagos, fez morada nas águas e suas correntezas. Floresceu no verão ensolarado. Cultivou o inverno sombrio. No outono, o banho de rio te aguardas, favorável como o nascimento. Prepara-te para o bronzeamento artificial. Não precisas tirar as vestes, ou preservar o sapato macio. Emerges no sintético como viestes ao mundo. Planta tuas sementes em qualquer estação...
Não precisas pegar trem para a próxima parada, ou pagar pelo centelho. O horizonte é teu irmão e irmã mais velha. Atraí alimentos para o almoço, e não esquece dos famintos. Enfarta-te como os anciãos de muita labuta. Sorri! Praguejas! Emergi pela manhã com o sorriso de outrora e dizes que precisas de aconchego. O mundo vivido é raridade. Teu lar, é tua sublimação do amanhã. Crias a olho nu, com pedaços de tijolos, teus pedaços de vitrines, quem se importas com tua criação?
Sem distanciar-te dos rios e igarapés, enches o peito de boas recordações. Respiras como quem vai enfartar, e abre teus sonhos um a um, com certo cuidado para não caírem. Tira do ombro o peso das dores e trilhas o caminho que te foi dado, com paciência e hombridade. Usas teus dardos de maneira diferente das outras pessoas. Não perpetuas o ócio, como muitas pessoas fazem. Descobres o presente, e escreve tuas linhas. Linhas parecidas como as de ontem, ou do amanhã. Usa tuas vírgulas, dois pontos, reticências...
Escreve nas calçadas os enigmas que te fortalecem. Deixas cair a fina chuva nas noites de solidão e gritas até quando não mais poder, gritos verdadeiros. Enches uma concha e escutas o balançar das águas. Tudo parece tão distante, tão próximo. A felicidade é utopia criada para afagar o coração das dores do mundo. Carregas a tua [felicidade], na medida das tuas forças. Mas esforça-te nos olhares e nos sentidos. Olha as paredes em volta que te prendem e liberta-te enquanto podes...
Teus filhos dormem tranquilos e sossegados. A comida está à mesa, tem sabor agrião e cansaço. Espalha tua felicidade por mais insano que seja. Não impedes o abraço desconhecido que te fadigas. Sabemos, és ferido pelas circunstancias das buscas, mas não deixa tornar-te como os insignificantes. Beijas as mães que deram vida aos fortes e aos fracos e ser diário nas tuas diligências, fazendo do coração diamante, ou mera intuição. Tu decides...
'QUERER'
Queremos tantas coisas essenciais,
outras fúteis.
Todas são relevantes.
Custa-nos descobrir a linha que realmente queremos seguir.
Descobertas assolam.
É conveniente guardarmos a sete chaves,
não adianta extravasarmos o que talvez,
irá nos pertencer um dia.
O contíguo sufoca,
e a distância nos alimenta...
Temos mundos diferentes,
porém,
a direção é a mesma.
E seguimos...
Sem saber o que realmente queremos.
Sabemos,
mas fingimos com habilidade.
Que nosso eu extravase.
Que sufoque!
É isso que nos deixa parcialmente vivos: o querer que inquieta e o extenso caminho a prosseguir...
Quisera termos a ingenuidade dos loucos.
Sim!
Desses que não se importam com a chuva e o sol.
Uma loucura aparente,
para um mundo aparentemente louco...
Amor maior
Não necessito de um amor maior
Eu só preciso do seu amor,
Por quanto em mim
Desejo-te cada dia mais e mais.
E se outro sentimento
Em mim nascer
Torne-o pequeno por nós dois
E deixe crescer o teu amor por mim.
Essa dependência que me lança ao arredio
Deste frio inverno...
Sem flores, sem perfume, sem o teu calor,
Não sei se corro ou te espero na estação do amor.
Seja como for, eu só quero o teu calor
Pra aquecer esse inverno de dor,
Para chegando a primavera
Levar cativo o seu amor.
Edney Valentim Araújo
Nosso mundo
Que tudo em mim permaneça como está,
Eu vim ao mundo só pra ti amar.
E no embaraço desse amor
Desembarquei na solidão.
Organize o teu mundo
Onde possa me achar,
Ponha tudo em um lugar
Em que eu me encontre em teu olhar.
Deixe-me ficar onde eu possa te amar,
Pois é lá com você que eu quero sempre estar.
E se o teu mundo se acabar
Deixe o nosso mundo começar,
Só não me deixe nesta vida sem você ficar.
Edney Valentim Araújo
Por sentir
Desejei falar-te o meu sentir
E lhe expressa “o meu amor”,
Só não soube o que dizer
Nem mesmo soube como agir.
O amor é mesmo assim,
Não se fala o que se sente
Ele mesmo se expressa
O que se sente por viver...
É como eu fico junto a ti,
Não lhe sei o que dizer
Nem mesmo sei o que fazer...
O meu desejo é simplesmente amar você!
E se me vir comigo estar
Sentir-se-ia esse amor a transbordar,
Pra fazer do teu querer
Em amor por mim se transformar.
Edney Valentim Araújo
'DEUS'
Deus é 'interpessoal'.
Arquétipo imprescindível aos homens.
Arquiteto nos jardins privados.
Moldando passagens,
ínfimo na sua pomposa majestade...
Deus é 'gabarito'.
Flutuando com suas respostas.
Ritos e arritmias criando vastos monumentos.
Energia em versos,
sentimentos...
Deus é 'vereda',
inesperado.
Folhas que caem despercebidas.
Terra prometida,
chuvas ácidas...
Deus é 'humanitário',
plantando bondade nos corações dos homens.
E os homens,
com definições patéticas,
criando desaires...
Deus é o 'mundo'!
onde tudo caminha para guerras,
Invólucros homens corruptos,
corações de pedras,
microscópio...
Deus é 'criação dos homens'.
Latifundiário.
Comandando cenários.
Literário quando o assunto é,
salvação...
Deus é 'humano',
sicrano desmedido.
Inevitável no hora da morte,
no amanhecer.
Sublime quando o objeto é remissão...
Deus é 'interior',
pintado nas galerias presumidas.
Sabor imanente,
hermético.
Prognóstico dos homens...
'O RIO SEMPRE CORRE'
Os rios sempre correm,
nos olhos correntezas tropeçam.
Pupilas pequenas,
peixes artificiais.
Puro 'eu' no espectro da cena...
Canoas enferrujadas,
abotoadas no leito caído.
No remanso,
limbo de abelhas,
insetos praguejando tormentos...
Da janela,
carnificinas estilhaçam o peito amarroado.
Sou agora fúlgidos ferimentos,
perdas no espaço,
loucos sentimentos...
Curvas infinitas,
nas ilusões deixadas nas noites.
Rios permearão,
nas pernoites passadoras,
nas auroras de essências deixadas p'ra trás...
Sonho carnes cruas e mera existência,
sequelas jogadas nas ruas.
Sons nas madrugadas digerindo utopias.
Tudo se foi com os ventos,
deveria!
Reflito à montanha calado,
presente gladiador em revoltas,
águas revoltas nas nuvens.
Serei contornos sem inspiração,
ausência de rotas no alvorecer...
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