Cantico dos Canticos do Rei Salomao

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⁠Pedras de Silêncio

Quantas pedras no caminho,
silêncio de granito a bloquear os passos,
abismos do não dito,
vácuo entre as palavras,
o incômodo que reverbera na ausência,
pausa que pesa mais que o grito.
São pedras que travam a jornada,
despertam o torpor,
adormecem a razão e o afeto,
e nesse deserto sem verbo,
brotam vermes na casa, na alma,
no corpo, na mente, na relação,
consumindo o que não foi pronunciado.
Quando a comunicação se cala,
o verbo, exilado,
deixa órfãos os sentidos,
e o silêncio se torna cárcere,
sepultura do diálogo.
Mas quem haverá de quebrar as pedras?
Que mão será martelo
e trará do eco do silêncio
uma palavra nova, inteira,
capaz de reconstruir o espaço vazio,
onde a pausa se transforma
em ponte,
e o verbo renasce,
vivo e perfeito?

Inserida por EvandoCarmo

⁠por velhas avenidas
ando a recolherfragmentos de mim

cada passo é uma viagem
ao encontro do que fui
e do que sou

Inserida por josegoncalves

⁠A sua constância em tudo que faz, te leva a vencer por sua determinação! Então não pare e não desista! Siga em frente!

Inserida por claudiasanto

⁠Nicotina

Poesia crônica, cigarro cubano
Prosa de Neruda, lascívia de Caetano
Um canto, lugar único no mundo
Um tenor no máximo da sua entonação
Um acorde perfeito, música de Wagner
Encantamento de Isolda e Tristão
Sonoridade efêmera que apetece
Destoa, enlouquece alma em combustão
Meu espírito demente sem ação.
Um perfume cítrico e agreste
Nicotina que impregna o coração.

Inserida por EvandoCarmo

⁠Ser o que sou

Sou o universo em tons diversos, em mil cores,
no balé eterno das estrelas finitas.
Sou o todo de ontem e a soma do agora,
o peso e o voo, o fardo e a febre,
medo e desengano entrelaçados.

Sou luz que arde, sombra que dança,
ferida que abre, navalha que estanca.
Sou você, sou o outro,
estou por dentro, estou por fora.
No espelho me vejo — sou cais e mar,
o que resta e o que há de faltar.

Sou abismo, sou pranto, sou riso de insânia,
sombra que resiste à indomável aurora.

Inserida por EvandoCarmo

⁠A Força Está no Verbo, Não na Língua

A grandeza da escrita não repousa no ornamento das palavras, mas na intensidade do verbo que as conduz. A língua, por mais rica e vasta que seja, é apenas o veículo; o verbo, a força. A beleza estética que buscamos na escrita não está no deslumbre de uma construção complexa, mas na capacidade de um verbo bem colocado de transformar, de ressoar, de mover. É no verbo que reside a verdadeira elegância do escritor, aquela que não se preocupa com adornos, mas com a pulsão do significado.
Quem escreve com profundidade sabe disso: não se trata de mostrar erudição, mas de fazer com que a leitura se torne uma experiência visceral. O verbo é a chave que abre as portas da percepção, que torna o conceito tangível, que incita a reflexão e desperta o sentimento. Ele não precisa de adornos porque sua força é direta, crua, atemporal. É no verbo que se revela o que está oculto, o que se sente sem palavras, o que ainda não foi dito, mas que, ao ser proferido, encontra a verdade.
A língua, com suas regras e estrutura, é apenas o campo onde a batalha se trava. Mas é o verbo que, ao ser usado com precisão e intenção, tem o poder de mudar o curso do pensamento, de provocar uma epifania, de imprimir na mente do leitor uma marca indelével. Como uma lâmina que corta sem esforço, o verbo, por sua natureza, age e reage. Ele é a centelha da ideia, a faísca que acende a chama da interpretação.
A elegância do escritor não está em palavras vazias, mas em sua habilidade de manobrar o verbo com maestria, de fazer da linguagem um instrumento não de ornamentação, mas de ação. O escritor não deve buscar o enfeite; ele deve buscar a precisão. Um verbo, bem escolhido e colocado, possui a mesma força de uma obra-prima: simples, mas profunda; direta, mas cheia de camadas. É essa simplicidade, carregada de peso, que faz o escritor verdadeiramente elegante.
O verbo é o pulsar da escrita. Ele nos envolve com sua potência, com sua capacidade de criar, de destruir, de transformar. Ele é o que realmente importa.

Inserida por EvandoCarmo

⁠Na vida, tudo demais quer existir,
mas é preciso saber reverter,
transformar, como arte de ofício,
e buscar o que liberta, que alivia.
Pessoas de vida, pessoas de morte,
uns merecem pérolas, outros não,
como diz o provérbio:
não jogue pérolas aos porcos.
Mas há quem, em sua total apatia,
não mereça poemas, nem flores,
tão imunes ao amor, tão cegos nos desamores,
que não aplaudem, não batem palmas.
Essas pessoas não devem ser tratadas bem,
mas ainda assim, tratamo-las com gentileza,
porque nossa conduta não é deste mundo,
falamos do belo, mostramos o que é puro,
mesmo que o mundo fique mudo.
A minha maldição é ensinar poesia aos brutos,
filosofia aos estúpidos, amor aos indultos.
Amor em forma de indulto, talvez,
não sei, só sei que o gesto de amar
se faz com quem sabe receber.
E quem não sabe, recebe o silêncio.

Inserida por EvandoCarmo

⁠Tudo é Hábito

Tudo é hábito, costume que gera vício,
e o que se faz demais nos faz refém.
O vinho aquece, adoça a alma,
mas em excesso, curva o homem,
faz da taça uma jaula invisível.
O amor é luz quando livre,
mas quando prende, queima, fere,
e o ciúme, sombra de seu brilho,
se arrasta lento, como fera à espreita,
pronto para devorar.
O amante apaixonado, se não contido,
pode se tornar destino e maldição.
Já não ama, exige,
já não sonha, vigia,
transforma o desejo em sentença.
A busca pelo saber ilumina,
mas quem vai fundo demais
pode perder o chão,
trocar a dúvida pelo vazio,
e o mistério pela descrença.
Até a fé, se imposta,
deixa de ser fonte e vira peso.
Crer demais sufoca,
crer de menos nos faz naufragar.
E a criação, que deveria ser alívio,
se torna cárcere do próprio pensamento,
se não houver pausa, respiro,
se não houver o equilíbrio
entre a chama e a brisa.
O paladar se perde na fartura,
e o desejo se esvai no excesso.
Tudo demais vira veneno,
e o que era doce, sereno,
transforma-se em sal no próprio ventre.

Inserida por EvandoCarmo

Quem não se arisca a morrer, não sabe o que é viver!⁠

Inserida por SamuelSPereira

⁠Poema para Matheus Nachtergaele

No palco, ele não pisa — ele flutua,
entre o sagrado e o profano, entre o verbo e o silêncio.
Carrega nos olhos a vertigem dos séculos,
no peito, a febre dos que fazem da arte um destino.
A dor não o curva, o abismo não o afoga.

Ele dança sobre os cacos da ausência,
recolhe os vestígios de um nome que nunca partiu,
e os devolve ao mundo em cena, em chama, em fúria.
Seu corpo é verso, sua voz, uma carta esquecida,
um eco de todos que amaram sem resposta.

Ele encarna o que o tempo desfez,
e do esquecimento faz rito, faz oferenda.
E quando as cortinas se fecham, a luz permanece,
porque há almas que não pertencem ao mundo,
mas insistem em iluminá-lo,
como se viver fosse um último ato de redenção.

Inserida por EvandoCarmo

⁠De todas as distâncias,
a mais dolorosa é a que nos separa de nós mesmos.

Inserida por Ecosdoinfinito

⁠Crepúsculo de Ouro

O sol despede-se em fogo e mel,
derramando luz sobre os ombros da cidade.
As montanhas, sombras líquidas,
respiram o último suspiro do dia.
Um raio tímido dança no vidro,
sussurra segredos ao vento morno.
O céu veste ouro, veste brasa,
desfaz-se em luz antes do adeus.
E a noite, lenta, estende os braços,
balsâmica promessa de silêncio.
Mas o sol, eterno, dorme apenas,
guardado nos olhos de quem o viu.

Evan do Carmo.

Inserida por EvandoCarmo

⁠Morre o homem, mas ecoa seu nome,
na trilha de lama que um dia pisou.
Morre o homem, mas resta a história,
não é drama – é destino, é dor.

Morre o homem, mas ficam seus feitos,
nas marcas do tempo que ele deixou.
Morre o homem, mas vive a memória,
nos corações que tocou com amor.

Inserida por EvandoCarmo

⁠A Mariposa e a Luz

A mariposa dança no abismo da noite,
cativa de um sol que não nasce.
Seus olhos são fome de lume,
seu corpo, um verso prestes a queimar.

Ela não pergunta ao fogo quem é seu dono
nem teme o abraço da lâmina ardente.
É desejo sem fronteira,
um grão de poeira sonhando ser tudo.

O tempo não pesa em suas asas,
pois tudo o que vive já nasce em ruína.
A vida é uma ânsia de brilho,
um voo cego rumo ao cerne do nada.

E, quando, por fim, toca o imponderável,
não há grito, nem sombra, nem fuga.
A luz a devora num sopro sem nome,
a sede de eternidade, em silêncio, a consome.

Inserida por EvandoCarmo

⁠O desejo da mariposa

A mariposa não teme a morte,
anseia a luz como quem sonha o eterno.
Seu voo é um verbo que se conjuga em chamas,
um desejo faminto de tocar o impossível.

Ela não conhece a linguagem do medo,
apenas o chamado incandescente,
um segredo gravado em suas asas
como um poema que se desfaz no fogo.

Na lâmpada, no círio, na estrela,
tudo nela é pressa de ser centelha,
de ser faísca e se tornar universo,
de arder até o nome se apagar no vento.

E então, no último tremor das asas,
quando o brilho a devora sem piedade,
ela se torna o que sempre quis:
luz sem corpo, incêndio sem fim.

Inserida por EvandoCarmo

⁠O Riso da Razão

A razão nos trouxe longe demais.
Fez-se lâmina, espelho, consciência.
Inventou nomes para o que morre,
catalogou a tragédia, pesou a sombra,
criou a ilusão do controle.
Mas a morte ri.
Riu de Sócrates quando bebeu o veneno,
riu de Hamlet segurando o crânio,
ri agora de nós,
tão lúcidos, tão preparados,
tão certos de tudo que se esfarela.
A arte nasce dessa consciência:
sabemos que vamos morrer,
então escrevemos.
O poema é a voz do desespero
mas também do desafio.
Dissimula a finitude, mas não a nega.
Rabisca no ar um sentido impossível,
um mapa para lugar nenhum.
E ainda assim, rimos.
Porque entendemos o jogo.
Porque, no fim, a única resposta à morte
é este delírio lúcido—
este poema.

Inserida por EvandoCarmo

⁠Riso ao Ar Livre

Esperamos o que não vem,
erguemos muros para o vento,
nos calamos para dizer nada.
O tempo, cego e mudo,
tropeça nas próprias pegadas.
Rimos—
não do mundo, mas dentro dele,
não por graça, mas por ruína.
A palavra falha, repete,
cai como pedra no abismo
e volta em eco de gargalhada.
Beckett escreve silêncio,
Kafka lê a tragédia e ri,
Nietzsche dança na beira do abismo.
Deleuze escancara a porta
e nos joga para fora:
o pensamento precisa respirar.
Riso esquizo, riso seco,
o cômico do além-do-humano.
Entre os escombros da certeza,
só resta essa alegria dura,
essa centelha, esse clarão.
E no fim—
quando tudo desmorona,
quando o palco está vazio,
quando a última palavra falha—
só nos resta rir.

Inserida por EvandoCarmo

⁠O Peso do Mundo

A medida das coisas, o peso do mundo,
abismo profundo onde o mar se desfaz.
As costas do homem, forjado do barro,
o medo da morte, açoite voraz.
A busca insalubre nas ondas do vento,
sonhos abortados, perigos sangrentos.
A paz, utopia no vasto existir,
a sorte que foge, um monstro a engolir.
Davi e o gigante, um conto farsante
que não se refaz.
No campo terreno, a luta se perde,
o forte e o fraco bebem o mesmo veneno.

Inserida por EvandoCarmo

Sairemos mortos, todos, deste planeta.
Como viemos a ficar nesta situação?
Um plano metafísico, uma obra de experimentação,
Um ensaio crítico sobre redenção.

O homem condenado,
Pecado que não cometeu,
Culpa de Adão,
A fruta do saber,
Medo de viver,
A falta de razão.

Tudo é delírio,
Abismo sem conforto,
Um mar em desespero,
Um cais sem pôr do sol.

Um sopro no deserto,
A praga do divino?
Um filho sem destino,
Maldito natimorto.

Inserida por EvandoCarmo

⁠Eu sei

Eu sei,
que você é tudo que tenho,
e não há engenho intelectual quando digo isso.

Ao acordar, quando lhe sirvo o café,
sinto que o dia só começa
quando seu olhar repousa em mim.

Ah, meu anjo,
minha sorte,
meu guia neste escuro existir.

Quis voltar ao poeta simples de outrora,
livre do peso das palavras pensadas,
mas já não sei ser sem sentir.

Inserida por EvandoCarmo

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