Cansei de dizer te Amo
Meu anjo da guarda acaba de me dizer que eu tenho que fazer tudo por mim mesma – e foi embora.
E sorrir, então, e dizer bom-dia, boa-tarde, talvez boa-noite, e convidar a sentar, como se costuma nessas situações, e explicar sempre que não há muito onde sentar, e espalhar cinzeiros, fechar a porta, escolher rapidamente um disco lento e abandonar a coisa que estivesse fazendo para sentar no canto oposto da cama, talvez cruzar as pernas, acender um cigarro, abrir um livro, olhar uma estrela e falar ouvir durante horas coisas duras e inúteis, e de repente me perceber novamente deslizando para um mar aberto feito boca, convite na esquina, veludo atrás de vidraça, e não ceder porque não seria de esperar que eu cedesse agora, nessas situações, embora me consuma, e penso. Então sorrir e afastar com delicadeza as inúteis durezas até que nos aproximemos das tardes no parque, e era sempre outono.
"Carpe Diem" quer dizer "colha a vida". Colha o dia como se fosse um fruto maduro que amanhã estará podre. A vida não pode ser economizada para amanhã. Acontece sempre no presente.
Relações começam e acabam. E só porque acabou não quer dizer que não deu certo. Tudo dá certo até onde tem que dar. Uma pessoa entra na vida da outra para ensinar alguma coisa, para aprender, para crescer. E fica o tempo que tem que ficar.
Não se pode dizer para a primavera: tomara que chegue logo e dure bastante.
Pode-se apenas dizer: venha, me abençoe com sua esperança, e fique o máximo de tempo que puder.
Eu vos digo que o melhor time é o Fluminense. E podem me dizer que os fatos provam o contrário, que eu vos respondo: pior para os fatos.
Fim de tarde. Dia banal, terça, quarta-feira. Eu estava me sentindo muito triste. Você pode dizer que isso tem sido frequente demais, até mesmo um pouco (ou muito) chato. Mas, que se há de fazer, se eu estava mesmo muito triste? Tristeza-garoa, fininha, cortante, persistente, com alguns relâmpagos de catástrofe futura. Projeções: e amanhã, e depois? E trabalho, amor, moradia? O que vai acontecer? Típico pensamento-nada-a-ver: sossega, o que vai acontecer acontecerá. Relaxa, baby, e flui: barquinho na correnteza, Deus dará. Essas coisas meio piegas, meio burras, eu vinha pensando naquele dia. Resolvi andar.
(...) Podemos então dizer que somos livres, com a paz e o sorriso de quem se reconhece e viajou à roda do mundo infatigável, porque mordeu a alma até aos... ossos dela. (...) Cada um de nós é por enquanto a vida. Isso nos baste.
O silêncio só é necessário quando não se tem nada de válido a dizer. Ele faz com que até os idiotas pareçam sábios por um minuto.
Não vou dizer que é fácil e que nunca deu vontade de desistir, mas vale muito mais a pena continuar.
O tempo irá lhe dizer se venceu ou perdeu; mas ele sabe que, a partir daquele momento, não se pode fazer mais nada. O destino daquela luta está nas mãos de Deus.
As pessoas me perguntam por que eu escrevo coisas tão brutas. Gosto de dizer que tenho um coração de menino – está guardado num vidro em cima da minha escrivaninha.
Nota: A segunda frase pertence originalmente ao escritor Robert Bloch.
Que me desperte com um beijo, abra a janela para o sol ou a penumbra. Tanto faz, e sem dizer nada me diga o tempo inteiro alguma coisa (...) quero adoçar tua vida.
Sacudir você e dizer que você é um otário porque está me perdendo dessa maneira... a minha ganância por te ter. Sim, eu escolheria você. Se me dessem um último pedido, eu escolheria você. Se a vida acabasse hoje ou daqui a mil anos.
A gente alonga a história, nem que seja para dizer que chorou. Porque terminá-la, colocar um ponto definitivo, é duro demais. A gente vira dor para não virar fim.
