Cai na Real Voce me Perdeu

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“As vezes tarde demais,
é a hora certa.”

Porque eu não posso estar realmente vendo o que meus olhos me dizem

Save me from myself.
Don't let me drown.

Alguns amores são deixados em lugares escondidos para serem lembrados mais tarde ou esquecidos mais cedo.

Sem exagero, não há nas bibliotecas deste mundo, não há nos pisos deste chão, não há na lucidez das minhas loucuras e muito menos na imensidão das suas ausências, nada nem ninguém capaz de entender o silêncio dos meus poemas com a mesma delicadeza dos seus olhos. Eles têm o privilégio de ler as entrelinhas de cada verso, e por ali ficar por horas e horas e dias e dias, até adormecerem num sonho confuso e denso – como são os sonhos dos que amam e não podem se entregar. E eles nunca se fecham porque precisam de vida para morrer, e também precisam se alimentar dessa poesia para continuar a brilhar e a sentir saudades e a mentir verdades. Por isso serão sempre densos, tensos e imensos.

Já, meus poemas têm a necessidade de buscar nos seus traços o formato de cada letra e o compromisso de catar em suas mãos as palavras mais imperfeitas – aquelas que nunca foram versificadas – e ver se cada "eu te amo" gritado silenciosamente pelos seus lábios finos consegue me acolher sem dentes, sem me deixar sofrer e só me fazer enxergar o que há de mais belo no amor: aquilo que não se diz. Meus poemas também têm a obrigação de contar nos seus dedos todas as vezes que eu não pude ouvir o tom da sua voz tão deliciada dizer que sente a minha falta. E nesse timbre ficar e respirar por meses e meses e rimas e rimas, até adoecerem num sonho doce e triste – como são os sonhos dos que amam e não encontram ninguém para se entregar. E eles nunca se ausentam por muito tempo porque precisam das migalhas da sua presença, dos pedaços mastigados do seu coração e de alguns goles das suas lágrimas para não secarem, sozinhos, como os pontos finais dos breves romances sem final feliz. Por isso também serão sempre densos, tensos e imensos.

Saiba que também não sei muito bem o que pode sair da boca e dos poros e das mãos e dos olhos de um homem de carne e osso e sangue e sonhos que se permite acreditar na realidade de vez em quando. E mesmo que nada faça sentido. E mesmo que eu não consiga me expressar com as palavras certas. E mesmo que você não interprete da maneira mais simples meus sentimentos mais complicados, meus desejos mais confusos e minhas mais sinceras verdades sobre você, sobre mim, sobre nós; saiba que aqui, em cada página, em cada erro ou palavra, em cada espaço ou entrelinha, em cada ponto e vírgula, estão os meus mais vivos pensamentos, aqueles que pulsam e vibram cada vez que pensam no que não fomos... Não sei como nem quando surgiu a ideia de começar a te escrever.

[página solta de uma carta despedaçada; antônio]

Desista, mas desista aos poucos para dar tempo de não desistir.

Ela trouxe palavras bonitas e alguns cigarros. Trouxe também aquele sorriso de canto e contou algumas histórias engraçadas. Rimos tanto, tanto, tanto, entretanto ela pediu para que eu esboçasse um gesto de entendimento: eu não conseguia entender uma palavra sequer. Ela então apagou seu último cigarro com a naturalidade de quem está acostumada a enterrar os primeiros amores. Rasgou os meus contos ainda não escritos e escreveu no espelho, com a delicadeza de uma mão trêmula, "eu te amo tanto que prefiro não te estragar. Adeus". Depois de rir e vir tantas vezes pelo meu mundo, desapareceu levando os silêncios, as cinzas, os contos e esse coração aprendiz que, de tanto esperar, desaprendeu a ter paciência.

fiz uma cicatriz com todos os pontos que você perdeu comigo.

Rasguei a minha timidez para costurar eu te amo.

Rasguei a minha timidez para costurar eu te amo.

"Não consigo enxergar o fim do meu eu
Minha total extensão, eu não consigo enxergar"

“Tudo é raso
quando a gente não vai,
afundo.”

Caminhar ao seu lado já é meio caminho amado.

⁠Porque a verdade é tão insuportável que eu queria que ele me entregasse uma mentira.

Eu acho que algumas crianças já nascem com a tragédia em seu sangue.

“Regra número 1: a saudade sempre volta para apertar o peito e acertar as contas. Ela se infiltra nos meus sonhos, pelas janelas fechadas dos nossos olhos, e fica ali, quietinha, até se apoderar com força descomunal das nossas fraquezas. Acho que é assim que nascem as nossas lágrimas. Lágrima é a nossa saudade em estado líquido.”

Se foi amor, ainda é."

Não posso me ferir por alguém que não me cicatriza.

Não tenho celular. Não gosto deles. Acho que os celulares são apenas ferramentas para nos escravizar.

Cai chuva do céu cinzento Que não tem razão de ser. Até o meu pensamento Tem chuva nele a escorrer. Tenho uma grande tristeza Acrescentada à que sinto. Quero dizer-ma mas pesa O quanto comigo minto. Porque verdadeiramente Não sei se estou triste ou não. E a chuva cai levemente (Porque Verlaine consente) Dentro do meu coração.

DAS MINHAS MÃOS, QUE SÃO TÃO FIRMES

Das minhas mãos, que são tão firmes,
cai-me o espelho, que era tão claro,
e à meia-noite se divide,
com meus olhos cheios de teatro.

Nas grandes sedas do vestido,
ficam meditando meus braços.
E de longe correm antigos
pássaros cheios de presságios.

Há um cristal de sonho e de lua
cobrindo com serenidade
as adormecidas criaturas.

Uma mulher no alto da noite
pensa que é solidão, que é tarde,
e que o cristal levou seu rosto.

Mente-se e cai-se na verdade. Mesmo na liberdade, quando escolhia alegre novas veredas, reconhecia-as depois. Ser livre era seguir-se afinal, e eis de novo o caminho traçado. Ela só veria o que já possuía dentro de si. Perdido pois o gosto de imaginar.

Clarice Lispector
Perto do coração selvagem. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

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