Quintana Amar
Minha maior dor é não saber fazer a única coisa que me interessa no mundo que é amar alguém...(...) Me perdoe pela loucura que é algo tão pequeno precisando de amor e ao mesmo tempo algo tão grande que expulsa o amor o tempo todo. Eu sou uma sanfona de esperança. Eu tenho estria na alma."
Eu não sei amar manso, gostar devagarinho e nem ser aos poucos. O meu copo está sempre cheio, seja do que for. Meus sentimentos chegam fazendo estardalhaço e com direito a música-tema. Sou muito, o todo, o completo e mais um pouco. Ainda que me engarrafassem, eu estaria inteira em cada gota. Quer uma dose? Mas, de antemão aviso: eu devo ser mesmo um porre. Só lhe garanto, meu bem, que a ressaca é de poesia e que coisa melhor não tem. Um brinde a todos aqueles que têm coragem de sentir, de amar e de se entregar.
Amar é viver os mistérios que existem no mar
Tentar traduzir as mensagens que pairam no ar
É doar o melhor que se tem como faz uma flor
Entregando o perfume pro sol que lhe manda o calor
Amar é fazer de um verso a mais bela canção
Com a força que tem a ternura de uma oração
Como a tela se rende ao pincel
Se a vida te der um papel
Faça com que ele tenha a doçura do mel
Amar é isso
Amor tem que ser profundo
Força que move o mundo
Chama que aquece a vida
Amar é isso
Água que mata a sede
Somos da mesma rede
De uma terra prometida
Amar é sentir o prazer de cantar nosso hino
Quando o mundo reserva pra gente uma competição
É saber aprender nas palavras que vem de um menino
Que na sua inocência e pureza tem sempre uma lição
Amar é "voar" na leveza das folhas ao vento
É dizer sempre sim quando tudo responde que não
Como a tela se rende ao pincel
Se a vida te der um papel
Faça com que ele tenha a doçura do mel.
Dentre tantas derrotas, você foi a qual eu mais sofri. Pois a perdi, sem ao menos lutar, sem ao menos tentar, e tudo simplesmente por não crer, não acreditar, te merecer.
O mais espantoso nos velhos é a sua falta de pressa, como se eles dispusessem de todo o tempo que teriam os moços se não tivessem tanta pressa.
Ser poeta não é uma maneira de escrever. É uma maneira de ser.
Só o poeta é que tem de lidar com a ingrata linguagem alheia...
A impura linguagem dos homens!
By: Ana Claudia Lima
Não sou uma mãe politicamente correta
Tem dias que eu me esqueço de dar o Adtil
E quando eles resolvem ficar doentes juntos, às vezes eu confundo os remédios, as dosagens, os horários. È verdade, já dei remédio trocado. Pior! Teve vezes que nem trocado foi, não dei mesmo, esqueci.
Tem dias que os deixo dormir sem escovar os dentes e sem tomar banho. Quando me dou conta, já foi.
Tem outros que o almoço é o pastel da feira com caldo de cana e o jantar é a pizza. Tudo isso no mesmo dia.
Tem dias que eu cedo ao miojo.
E tem outros que eu escondo o final da barra de chocolate para comer escondida, sozinha.
Tem dias também que eu chantageio, barganho, negocio o feijão do prato com um doce de sobremesa.
E é à frente da TV que às vezes eles comem
Tem dias que eu faço suco de pozinho só para não ter o trabalho de descascar a fruta e AINDA ter que lavar o liquidificador, tudo por preguiça.
Quase todas as noites eles dormem na minha cama e não, eu não os devolvo para as devidas camas. Ou porque estou muito cansada pra fazer isso, ou porque eu quero dormir abraçada com eles.
Tem dias que eu peço para eles pararem de gritar, gritando.
E, desculpa Xuxa, tem dias que eu dou umas palmadas no bumbum deles, só para os chamarem a razão e deixar claro que ultrapassaram os limites.
Mas se quer saber Xuxa, tem dias que eu coloco o seu DVD para garantir o mínimo da manutenção da minha dignidade. Você se ocupa em hipnotiza-los com aquelas baboseiras e assim, eu consigo , pelo menos, escovar os dentes.
Tem dias que eu não sou justa. Faço mais pra um do que pra outro. Dou mais atenção pra um do que pra outro. Exijo mais de um do que do outro. Cedo as birras e choros de um do que do outro.
Tem dias que o que eu mais queria era ser repórter correspondente do Japão e só falar com eles pelo Skype. Ou que eles fizessem um passeio de volta ao mundo no balão e voltar daqui uns 10 anos.
Teve dias que eu me esqueci de ler a agenda da escola, de fazer a lição de casa, de mandar o lanche, a lancheira e até errar o dia de volta as aulas eu já errei.
Já assisti à novela das oito na companhia deles.
Já soltei uns belos palavrões no trânsito com eles no carro.
E quando termina esses dias, as vezes eu me angustio, me frustro e me entristeço, afinal, que tipo de mãe eu sou?
E isso acontece porque ninguém me ensinou, não li em lugar nenhum, não vi em nenhum documentário que mãe também pode ter um deslize de preguiça, de descuido, de praticidade.
Ninguém me disse que às vezes isso tudo pesa, que a gente enche o saco de tudo, que a gente se enche deles, só as vezes.
Não me preparei pra isso. Pensei que fosse pecado.
Em todos os sites que me cadastrei quando engravidei, em todas as edições da Crescer, da Pais & Filhos que li , em todos os blogs e grupos de maternidade que naveguei, vi que não bastava ter parto normal, o que vale mesmo é o natural e humanizado e olha que eu tive 3 partos normais, mas mesmo assim não foi bastante. Me disseram que tinha que amamentar EXCLUSIVAMENTE até o 6 º mês, que só podia oferecer os produtos orgânicos, que não podia colocar açúcar na comida doce e nem sal na comida salgada deles, que eles só podiam escutar o Palavra Cantada e que tinham que aprender a dormir sozinho aos 6 meses.
Ninguém me disse que ás vezes, só por alguns instantes, que nada disso faz sentido, ou até pode continuar fazendo, mas tem dias que simplesmente a gente tem o direito de não querer faze-lo.
Temos esse direito da transgressão, isso ninguém nos avisou.
Eu aviso: nós podemos.
E com isso eu devo admitir que sou Reú Confesso e por isso eu peço, não Tim Maia eu não peço pra voltar, eu só peço para me absolverem.
#eumeabsolvo
“Da perfeição da Vida: Por que prender a vida em conceitos e normas? O Belo e o Feio…O Bom e o Mau…Dor e Prazer. Tudo, afinal, são formas e não degraus do Ser!
Vida
Só a poesia possui as coisas vivas. O resto é necropsia.
( in: Caderno H, (1945-1973), Porto Alegre: Editora Globo, 1973.)
Dos leitores
Há leitores que acham bom tudo o que a gente escreve. Há outros que sempre acham que poderia ser melhor. Mas, na verdade, até hoje não pude saber qual das duas espécies irrita mais.
Fisiognomia
Há longos narizes pensativos que parecem estar pescando. São uns introvertidos, uns inofensivos... O diabo são esses narizinhos arrebitados, sempre se dando conta de tudo.
(in: Da Preguiça como Método de Trabalho, 1987.)
"Pus meus sapatos na janela alta, sobre o rebordo.
Céu é o que lhes falta pra suportarem a existência rude.
E lá, imóveis eles sonham
Que são dois velhos barcos abandonados
À margem tranquila de um açude."
“Porque a poesia purifica a alma
...e um belo poema — ainda que de Deus se aparte —
um belo poema sempre leva a Deus!”
Texto extraído do livro "Nova Antologia Poética", Editora Globo - São Paulo, 1998, pág. 105.