Novembro azul
Reconheçamos...
Estamos muito distantes da perfeição!
E nada nos faz melhores que nossos irmãos.
Precisamos de mais sentimentos nobres
como a solidariedade,
a humildade e a gratidão.
A ausência de expectativas
é o que traz sabor aos acontecimentos...
Se eu espero ansiosamente por alguma coisa
que não sei se acontecerá ou não...
Estarei usando minha energia vital na dúvida, ao invés de usá-la para agradecer e reverenciar pela dádiva.
Cika Parolin
Seres que desesperadamente
tentam roubar nossa alegria...
Nem sempre são invejosos,
mas os que precisam, a todo custo,
que partilhemos de seus tormentos
e perversidades.
Cika Parolin
Com minha escrita imperfeita,
sem rima nem métrica,
busco mostrar sentimentos,
enfeitar o dia,
arrancar sorrisos
e quem sabe...
transmitir fé, esperança e alegria.
Cika Parolin
É NATAL... pensemos:
MENOS na roupa que queremos exibir.
MAIS em quem tão pouco possui
e nada tem para vestir.
MENOS nas comidas elaboradas para a ocasião.
MAIS na falta de remédios e alimento
que aflige quem não tem ao menos o pão.
MENOS em presentes
a quem não precisa
e nem deles faz tanta questão.
MAIS nas crianças desvalidas
para quem um agasalho, um caderno, um calçado...
facilitaria imensamente a vida
e lhes traria alento ao coração.
Que a lembrança do Menino Jesus, na manjedoura,
nos faça pensar mas, acima de tudo,
que nos motive a AGIR como irmãos.
Cika Parolin
Vida... não espere de mim algum queixume ...
Minha alma não é dada a lamentações !
Vivo cada dia como o único
e dele extraio, até a última gota,
o seu doce sumo.
Cika Parolin
Ah... não discuto miudezas...
Há tantos momentos bonitos para se viver,
tanto carinho para retribuir,
tantas belezas para apreciar
que me recuso a competir
por uma ínfima restiazinha de sol.
Se usarmos apenas o sol que nos cabe
e permitirmos que o outro se aqueça nele também..
não haverá por que discutir
aquilo que o PAI para todos criou.
Cika Parolin
Benditas sejam as almas pacíficas que, além das palavras,
conseguem esquecer os rancores e promover o entendimento.
A efemeridade da existência sugere: perdoe de fato, esqueça o passado,
olhe para frente e siga...
Cika Parolin
Talvez o Universo conspire
quando nos apresenta os "maus amigos"...
Deve ser essa a maneira que ele usa
para que possamos perceber
quando os bons surgem...
Cika Parolin
Quando se trata de "Ser Feliz",
não faço concessões...
Aprendi, desde muito cedo, a não dar tanta importância
a acontecimentos desagradáveis.
Poupo-me para viver intensamente os momentos felizes
e me fortalecer para as perdas e vicissitudes
que realmente não estão ao meu alcance evitar. Cika Parolin
Quando percebemos que carregamos fardos pesados demais
e que eles nos escravizam...
Teremos a chance de decidirmos deixá-los pelo caminho.
Isso faz toda diferença para levantarmos a cabeça
e apreciarmos a paisagem repleta de levezas!
Cika Parolin
Palavras cruéis ferem.
Mas machucam mais a quem as pronuncia,
visto que são reflexos da sua alma.
Quem as ouve poderá absorvê-las ou não!
Tudo depende da serenidade com que as recebe. Cika Parolin
Não invejo a ninguém
e nem alimento a ideia de que alguém nutra
esse sentimento por mim.
Aprecio o talento alheio e não me sinto insegura
das minhas capacidades, apenas não me acho tão importante
a ponto de me acreditar invejada.
Cika Parolin
A Felicidade é toda cheia de vontades!
Faz pequenas aparições;
finge que vem, mas não vem;
não tem compromisso com hora marcada
e faz visitas breves, muito breves!
Cika Parolin
Éramos crianças felizes, apesar de tudo!
Não havia presentes caros, mas certamente
nada nos faltava para realizarmos nossas travessuras.
Havia o terreiro enorme, o campo,
o riacho, as frutas verdes,
os animais e o mais importante,
éramos livres para usufruí-los da manhã até o anoitecer.
Papai cuidava da mercearia e mamãe dos afazeres de casa,
de modo que tínhamos os dias ao nosso inteiro dispor para inventarmos mil brincadeiras, algumas um tanto arriscadas, como quando Ciro me "instruiu" a pegar uma lata de ameixas pretas da mercearia, enquanto ele providenciaria um abridor de latas na cozinha. Lá fui eu, disfarçadamente, aproveitando da distração de papai com a freguesia, peguei uma lata das grandes e corri com ela até meu irmão. Mais do que depressa fomos até as proximidades de casa, onde havia árvores enormes de eucaliptos; nos acomodamos à sombra e com dificuldade abrimos nossa preciosa lata de ameixas secas.
Comemos delas até não mais poder e tratamos de ocultar a lata e as sobras. Voltamos para casa com a cara mais inocente desse mundo, excessivamente calados e sem graça. Mamãe matutava, tentando descobrir o que teríamos aprontado. Mal sabia que estávamos com uma tremenda dor de barriga que tentávamos em vão esconder, porém horas depois, começara uma disenteria das grandes. Mamãe acudiu-nos rogando a Deus por seus gêmeos que estavam evacuando algo parecido com sangue, o que a fez temer por alguma doença extremamente grave. Nós dois, como todos os peraltas que se prezam, permanecemos calados quanto à origem daquele "acidente intestinal".
Tempos depois, mamãe providenciando gravetos para acender o fogo pela manhã, passou pelos tais eucaliptos e encontrou meia lata, das grandes, de ameixas pretas, muito mal ocultada entre alguns arbustos. Não é preciso nem dizer que ela desvendou no ato o que tinha causado a "enfermidade" de suas crianças. Como era praxe na época, fomos chamados à ordem e advertidos quanto à furtar, mentir, trapacear...e para encerrar o caso, levamos os dois, o castigo de varrer, durante duas semanas, o quintal da casa, o que, naturalmente, foi feito aos "trancos e barrancos".
Cika Parolin
Há muito fiz minha opção pela escrita!
Não por exibicionismo,
não para provar alguma coisa,
Jamais para usá-la contra quem quer que seja.
Mas para trazer à tona
o que me arde na alma.
As histórias passadas, os sentires,
o amor a Deus e à família
são minhas verdades
e procuro retratá-las com palavras.
apenas isso!
Cika Parolin
Quando se fala lindamente,
mas se age de forma contrária ao que se diz,
percebe-se a inviabilidade de criar laços mais profundos.
Eles só se estabelecerão quando os atos
caminharem ao lado do discurso.
Cika Parolin
Na compreensão da importância dos gestos de reciprocidade é que reside o nascimento dos afetos duradouros. Nunca vi uma amizade sobreviver à desatenção e às delicadezas de "mão única".
Cika Parolin
E assim sigo garimpando as gemas preciosas
da esperança, do respeito e do amor fraterno.
Onde estão?
No que calo, no que falo,
no que recebo, no que dou?
Podem estar onde menos se espera
e sua busca exige um olhar amoroso e atento!
Cika Parolin
Nem vilã, nem mocinha!
A maturidade me ensinou a reconhecer
e procurar corrigir minhas falhas,
sem deixar de saber das minhas qualidades.
Não me julgue pior e nem melhor do que eu sou.
Considere-me igual a todos: Apenas humana!
Cika Parolin
