Camila heloíse
Meu coração tem parado algumas vezes, é como se eu tivesse morrido e estivesse enxergando tudo por outro ângulo, bem, eu nem mesmo acredito nisso, mas me ocorreu agora, como se eu estivesse paralisada, tentando a todo custo ser alguém melhor e não conseguisse, e isso me frustra demais.
Estive há horas com o moderno "papel e caneta" em mãos, sem esboçar reação alguma ou mesmo qualquer mínima vontade de relatar ou escrever qualquer coisa, sinto saudades do cheiro de tinta da caneta no papel e dos riscos desajeitados nas pontas dos dedos, mas nada disso é importante, não é...
... Entre algumas letras, eu gostaria de não poder escrever, sinto que sempre estou tentando me defender, como se tudo me atacasse.
Me odeio por não passar o mínimo de segurança para ela, queria que soubesse o quão incrível ela é.
Eu não sei o que acontece comigo, eu tenho mil coisas aqui na minha cabeça e não sei pôr para fora, nada sai como eu gostaria, eu sempre achei que mostrava a ela o tempo todo o quanto eu a amava e o quanto a amo, mas, eu levo ela a outro caminho e me sinto mal, me sinto mal mais ainda por ela não sentir qualquer vontade de partilhar suas vontades ou idéias comigo, tenho me sentido um lixo nessas últimas semanas e acho que isso não vai passa...
Quando abrirmos mão do amor que idealizamos, conseguiremos nos abrir para sentir e receber o amor real, sobretudo dos nossos pais. Enquanto desejarmos a partir da fantasia da criança, viveremos frustrados e desejosos, não aceitaremos o amor real, e o amor recebido será sempre insatisfatório.
A realidade psíquica nos afeta mais que a realidade externa: a intenção e o desejo causam culpa mesmo quando não cedemos à eles. Oferecemos aos nossos pensamentos a qualidade da onipotência. Nossos sofrimentos, portanto, se sustentam na fantasia.
Quantas das nossas culpas e esforços são, em última análise, sacrifícios ao nada?
Deixemos a onipotência e onibenevolencia a Deus, não aos nossos pensamentos.
A nós, cabe apenas sermos humanos.
Todos os esforços na direção da fuga do eu são fracassados. Tudo o que conseguimos fazer é reprimir uma parte de nós, o que resulta na completa cisão entre o eu e a sua própria essência. Busca-se então fora aquilo que escondemos em nós. Nos tornamos pedintes, sentados em cima de um baú de ouro, com a chave na mão, clamando por esmolas.
AQUELES QUE SENTEM
Aqueles que sentem
Sentem um olhar
Sentem um sorriso
Sentem a dor
A dor de não compreender os que não sentem
Aqueles que sentem
Carregam o sorriso no olhar
Na intenção
Aqueles que sentem
Não sentem o mundo nas mãos perceptível
Mas vivem no invisível
No mundo do coração
(C.F.S)
Quando estamos profundamente identificados com aquele que se foi, na angústia que sentimos pela perda do objeto amado reside a sensação da perda de parte de si mesmo.
Não há angústia maior que a ausência de si mesmo.
Sem consciência, sem reconhecer tudo o que precisa ser transformado em nós, passamos a vida nos movimentando como um barco à deriva, sendo conduzidos um lado para o outro pelas ondas e pelos ventos fortes, sem chegar a lugar nenhum.
A verdade é que, quando nos mantemos no estado de consciência da vida que temos levado e das consequências das escolhas que fizemos até aqui, seguimos pela nossa existência de olhos vendados, repetindo os mesmos erros e destruindo tudo à nossa volta, a começar por nós mesmos e pelas pessoas que mais amamos.
Não existe transformação sem consciência. Não existe crescimento sem consciência. Não existe vida abundante sem consciência de tudo o que está disfuncional em nossas vidas e quais são nossos erros em cada área para que possamos mudar nossos comportamentos é acessar as promessas de Deus para nós.
Sempre que estamos diante de uma situação em que existe o risco de sermos expostos à crítica pelos nossos erros, temos o ímpeto de mentir ou de omitir. O problema é que a mentira ou a omissão nos rouba a consciência e adultera nosso caráter. A mentira ou a omissão nos impedem de reconhecer nossos erros; logo, nos impedem de nos arrependermos e pedirmos perdão a fim de mudarmos nossos comportamentos e nosso caráter.
Existe um Deus senhor de tudo, que faz a madre estéril dar à luz, a flor desabrochar, e o coração pulsar...