Jean la bruyère

Por mim, creio que estamos mortos há muito tempo: morremos no exato momento em que deixamos de ser úteis.

O desejo exprime-se por uma carícia, tal como o pensamento pela linguagem.

Conheço muito bem os homens para ignorar que muitas vezes o ofendido perdoa, mas o ofensor não perdoa jamais.

A juventude é a época de se estudar a sabedoria; a velhice é a época de a praticar.

O povo, por ele próprio, quer sempre o bem, mas, por ele próprio, nem sempre o conhece.

O homem deve ser inventado a cada dia.

A consciência é a voz da alma, as paixões são a voz do corpo.

O que não é terrível não é sofrer nem morrer, mas morrer em vão.

A inocência não se envergonha de nada.

Um homem não pode ser mais homem do que os outros, porque a liberdade é semelhantemente infinita em cada um.

A falsidade é suscetível de uma infinidade de combinações; mas a verdade só tem uma maneira de ser.

A espécie de felicidade que me falta, não é tanto fazer o que quero mas não fazer o que não quero.

Quando, alguma vez, a liberdade irrompe numa alma humana , os deuses deixam de poder seja o que for contra esse homem.

A natureza nunca nos engana; somos sempre nós que nos enganamos.

Se os comunistas têm razão, então eu sou o louco mais solitário em vida. Se eles estão errados, então não há esperança para o mundo.

O dinheiro que temos é o instrumento da liberdade; aquele de que andamos atrás é o da servidão.

O mal só pode ser vencido por outro mal.

Nunca julgamos aqueles a quem amamos.

Não sei ver nada do que vejo; vejo bem apenas o que relembro e tenho inteligência apenas nas minhas lembranças.

Se é a razão que faz o homem, é o sentimento que o conduz.