Branco
Nossa aquarela
Os seus olhos me encantaram,
E eles já disseram que você seria minha.
Eu acreditei,
Cheguei até você e disse olá.
Mesmo que a gente fosse diferente,
Como o amarelo e o vermelho,
Nós sentimos algo.
Meu coração que já estava trancado há tanto tempo,
Você me mostrou como destrancá-lo.
Confesso, no inicio eu tive tanto medo.
Entre nós, não deixei margem.
Você sorriu e eu criei coragem.
O seu toque me leva para outra dimensão, como uma viagem.
Gostos diferentes,
Olhares tão tímidos,
Mas combinamos como o branco e o preto.
Gritos de gloria e uivos de inveja.
Eu pintava e você bordava.
Deixamos aqueles invejosos com raiva.
Somos diferentes como o amarelo e o vermelho,
Mas combinamos como o branco e o preto.
Colocamos tudo em um quadro,
E servimos a nossa aquarela.
Não sei se é branco,
Franco,
Seco,
Sem jeito,
Feito tinto,
Vermelho,
É groselha
Ou será
Cantina da serra?
"Você pode enxergar as coisas como elas são. Mesmo seu coração daltônico, consegue amar como eu sou. Mesmo que ainda fosse no preto e branco eu te amo."
Há quem saiba saber
Há quem vê a vida assim,
Meio preto e meio branco.
Há quem sente a vida assim,
Como se fosse o preto no branco.
Houve quem sentia a vida assim,
Meio triste e meio feliz.
Há quem notou a vida assim,
Como se fosse a tristeza na felicidade.
Talvez haja quem sinta isto aqui,
Parecido com o que carrego no peito.
Quem sabe alguém note o meu profundo ser,
Que anda meio assim, assim...
Carrega as verdades dentro dum saco preto e as mentiras num saco branco, transparente, e deixe as pessoas afundarem na própria ingenuidade.
Mentiras ditas
Verdades cuspidas
Lagrimas em um rosto de uma menina
Que apenas se iludia
Branco era sua cor preferida
Chegava a usar todos os dias
Usou tanto que acabou com feridas
Ficou internada por sete dias
Perdeu uma vida
Quinze anos tinha
Infancia não teve morava sozinha
Teto, asfalto, chão, pontilhão sua moradia
Mais devia
A cor branca consumia
Fiado pedia
Em uma solução pensava ali aquela menina
Como pagar sua divida
No dia da cobrança pagou com sua vida.
O ORGULHO DO ACRE
Da Penápolis de Afonso Pena
À Rio Branco de Galvez
Nossa terra tão amada
Assim se fez
Nosso Rio Acre tão imponente
Que trouxe tanta gente
Ajuda a contar a história
E fazer toda a nossa memória
Das matas nasceu a cidade
Praças, casas, carros seduziram
O seringueiro do Ceará arigó
Que lutava por igualdade
Assim foi nossa história
Grandes batalhas permanecem na nossa memória
Ó, Rio Branco magnifico, viril na perfeição
Sempre trará orgulho ao povo desse chão.
Daniel Eduardo
"Abro o Word, coloco a musica em volume ambiente, suspiro fundo. Mas, nada sai. A pagina em branco fica me encarando, porém, eu não consigo entender, já que eu tenho tanta coisa a dizer, a desabafar. O silencio parece invadir minhas atitudes, sinto-me no mudo, mais com muita coisa a dizer. O silencio me domina."
Você tem uma página de vida todinha sua, todinha em branco, e não sabe o que escrever...
Às vezes é assim.
Diz o bom senso que os filhos não herdam as dívidas dos pais ou ancestrais. Assim sendo, o povo que não se identifica pela cor da pele em relação aos seus pares (se os considerarmos iguais perante a Lei) não têm dívida histórica alguma, nem para com pessoas que já se foram, vítimas ou não de crimes no passado, nem para com os descendentes destes se não estiverem num regime legal isonômico (ou seja, se estes são tão cidadãos quanto todos os outros).