Bom fim de Semana Amiga
FUNÇÃO FINAL
No fim, não há prêmio, nem festa.
Só o cansaço que não se despe.
Só o corpo que ainda se presta
A fazer o que ninguém mais quer.
Sou o que cumpre, não o que sonha.
Sou o que segue, não o que escolhe.
Sou o que vive, mas sem vergonha
De saber que a vida me engole.
E quando tudo enfim cessar,
Não haverá quem vá lembrar.
Só o vazio que vai ocupar
O lugar que fui — sem durar.
Jerónimo Cesarina
A Desagregação e o Retorno ao Todo
A morte
não é o fim, até porque o fim não existe, a morte é apenas o instante em que a matéria cessa seu labor de renovação e o corpo se desfaz em seus elementos primordiais. As 37 trilhões de células que formam nosso corpo se desagregam, retornam à natureza e, nesse mesmo processo, libertam aquilo que nunca lhes pertenceu inteiramente: o intelecto, a vida, o eu, a individualidade. aquele que sentiu e viveu embarcado no corpo, que agora se desfaz, que volta a natureza
O intelecto (a capacidade de perceber, julgar pensar, coordenar cada membro) não é uma criação do criação do cérebro apesar de estar intimamente ligado a ele, mas uma expressão do próprio universo. Ele é a centelha consciente do infinito, um fragmento do Todo que, por breve tempo, assume a forma humana e experimenta a existência sob os limites da carne e no comando desta.
Quando nascemos, é como se uma fração do cosmos se adensasse em nós, uma gota do oceano cósmico ganhando forma e identidade. Vivemos, pensamos, sonhamos, e por um curto lapso acreditamos ser algo separado. Contudo, quando o corpo já não consegue sustentar a contínua dança celular que chamamos comumente de vida, essa gota retorna ao mar.
Nada se perde, tudo se transforma, (parafraseando um grande cientista ), e o intelecto, sendo energia consciente, não poderia ser exceção. Ao desprender-se da matéria, ele se reintegra ao universo, dissolvendo-se em tudo o que existe. Passa a ser todos os lugares, todos os tempos, todas as dimensões, assim como uma pedra de gelo no oceano que ao derreter e “morrer”, não morre apenas passa a integrar o oceano.
Assim como nos sonhos, onde somos muitos e estamos em toda parte, o intelecto liberto já não conhece fronteiras: torna-se o Todo novamente. Não há mais o “eu” individual, há apenas a unidade essencial do ser. A morte, então, não é uma tragédia, mas um retorno, o reencontro do fragmento com o infinito, do gelo com o oceano da consciência com o silêncio que a gerou.
"O segredo está em senti-las, não apenas entendê-las.No fim das contas, tudo o que elas querem é saber que não estão sozinhas."
Nascidos fomos, sob um céu de cinza e bruma,
Com a exata medida para a dor sem fim.
Duas metades buscando a mesma espuma,
Um laço trágico tecido em linho carmim.
Desde o primeiro olhar, a alma reconheceu
O espelho partido, a sua parte ausente.
Mas o destino, em escárnio, interveio,
Deixando a chama acesa, mas fria e renitente.
És meu avesso, a chave que a dor contém,
A prova viva de um amor que não se finda,
Mas entre nós, a sombra, o que convém,
O grito mudo de uma estrada que se cinda.
Melancolia em cada suspiro teu que ouço,
Tristeza funda em cada passo meu que dou.
Somos a tragédia do mais puro poço,
Onde a água clara nunca se encontrou.
Ah, esta união de almas, dramática e amarga,
Que nos condena ao longe, ao eterno anseio.
Uma febre que arde e que a vida embarga,
Um abraço negado, morrendo em meio ao meio.
E assim seguimos, dois espectros em conflito,
Ligados pela dor, não pelo doce intento.
Um poema de pranto que jamais foi dito,
O eco que restou de um amor sem sustento.
Mesmo quando tudo parece ruir, Deus prometeu um fim onde não haverá mais dor nem morte — tudo será feito novo.
Às vezes, o erro é só um atalho disfarçado. No fim, tudo o que parte de verdade volta em forma de força, até as escolhas que doeram.
NO FIM DO ESPETÁCULO
No fim do dia -Quando as luzes se apagam
Quando as cortinas se fecham,
Quando os atores saem do palco,
Quando os aplausos não ecoam mais,
Quando as máscaras são guardadas...
Bem,
quando chega ao fim do espetáculo eu não valho a pena.
No momento em que a tinta seca,
No momento em que o quadro está pronto,
No momento em que os pincéis e a tinta são guardados,
No momento em que a obra já não é mais contemplada...
Então, no momento final, vejo que eu não valho a pena.
Logo a música chega às notas finais,
Logo os cantores já não cantam mais,
Logo a sinfonia está acabando,
Logo a realidade recai, logo o silêncio ecoa..
Logo eu escuto:
eu não valho a pena.
Assim que a escrita termina,
Assim que as ideias param de fluir,
Assim que são escritas as últimas palavras,
Assim que são expressos os últimos sentimentos,
Assim que chega à última estrofe do poema,
Assim que eu percebo que estamos chegando ao ponto final...
Assim que eu percebo que, no fim do dia e no fim do poema-
eu não valho a pena.
“Quando alguém trai quem o ama por quem só o usa, descobre no fim que o castigo do engano é acordar só no próprio vazio.”
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