Bolero de Ravel Carlos Dummond de Andrade
Poema Intencional
Há em cada substância a sua negativa
e a possibilidade de processo.
Processo inexorável a ir ao fim
meta a ser de pão e flores:
A rosa será uma outra rosa
e nós já não seremos
vejo nos olhos tristes
um filho possível
vejo na árvore antiga do parque,
uma cadeira, uma muleta, mas sobretudo um aríete
descubro na boca angustiada
o hino pronto e pesado:
é inevitável o acontecimento
mas procuro ser um elemento,
Carrego em mim a utilidade
sei que posso dar existência
e na minha total renúncia
utilizo-me para um bem maior:
tenho que colher a rosa
e transformá-la
tenho que possuir Maria
e dar-lhe um filho
tenho que transformar a árvore do parque
em cadeira, em muleta mas, sobretudo em aríete.
Morro todos os dias para manter a Vida,viva dentro de mim.
Deixo de viver,para que minha vida não me leve á morte,
Pois hoje estou lúcido, e não me entrego á minha própria sorte.
Sem Palavras
Por muito tempo deixei de escrever,
Por muito tempo deixei de dizer,
Não conseguia mais me expressar,
Por causa de um simples falar.
Me fechei em quatro tempos,
Tapei os quatro lados,
Me tranquei em quatro quartos,
Por causa de um pequeno grande mal trato.
Tudo não passa de ontem,
Nisso já não penso,
E o tempo como duração limitada,
Levou essa dor,como a folha pelo vento
Não posso negar a mim mesmo,
Pois de Deus recebi esse dom,vou lapidar esse talento,
E por mais que sua dúvida em minhas palavras me machuque,
Por mais que isso venha me doer,nunca vou deixar de dizer,
O quanto Eu gosto de Você.
Chegará o dia que implantaremos chips nas moléculas humanas; será quando comandaremos um novo e revolucionário ser.
A vida é feita de escolhas e a arte é ter maestria nessas decisões! Quando erramos, a vida nos recompensa com o aprendizado!Nos acertos ganhamos o deleite!
Meditar e racionalizar estrategicamente o mercado e todos os meus relacionamentos é parte importante no cumprimento da minha missão.
Noites de junho, noites de outrora
Junho acabou e eu nem sofri com isso. Sei que alguns lugares as festas ainda teimam em sobreviver, mais por vício de calendário e pesquisa mercadológica do que por necessidade.
Considero obscena a decoração que as lojas comerciais promovem em nome de uma tradição que não mais existem, as bandeirinhas de papel fino, os balões armados com arame e plástico, as fogueiras de mentirinha, movidas a ventilador. No adro de algumas igrejas, também há movimento, mas sem empolgação, lucro das barraquinhas mudará as telhas quebradas dos templos, alguns deles aos pedaços.
Não sei como as coisas se passam em outros sítios. Aqui, no Rio, é uma calamidade, os jardins de infância faturam por fora em nome dos santos juninos, e os pais são obrigados a gastar os tubos com fantasias caipiras que as crianças sem entender e sem amar. Até o presidente da republica bota na cabeça um chapéu de palha em frangalhos e convida os ministros para um quentão oficial geralmente substituído por uísque 12 anos.
Da antiga e bonita tradição das festas de Santo Antônio e São João não sobrou nada, apenas a referencia no calendário e a advertência anual das autoridades a respeito de os balões e fogos.
Pois foi por aí que a festa acabou. Reconheço os motivos que obrigaram o governo, em seus diferentes níveis, a proibir os balões. Mas que diabos na minha infância, o céu ficava pintado de balão-como lembra a marchinha de Assis Valente. As casas eram mais frágeis, mais espaçadas, havia matagais em abundancia na paisagem e mesmo assim os incêndios eram poucos.
Que me lembre nunca vi incêndio provocado por balão, embora meu pai, nos anos de infância, fosse famoso baloeiro entre os baloeiros mais famosos. Foi talvez a única arte em que se distinguiu,nas demais foi um desastre.
Os preparativos começavam no mês de maio, as resmas de papel fino sueco, era o melhor e o mais resistente, de cores mais cintilantes e duradouras. Os balões se amontoavam pelas salas e quartos, pendurados em varas, ganchos, em cima dos armários, deles saia um cheiro de cola de farinha de trigo e do papel importado. Ali eles aguardavam a noite mágica em que subiriam ao céu.
Murchos, coloridos e disformes, pareciam monstruosas fantasias de palhaços, sem alma, sem chama, à espera do momento em que entrariam em cena , no imenso espaço da noite de junho.
Mas dia 13 (Santo Antônio) ou dia 24 (São João), eles se erguiam, iluminados, varando espaço majestosamente, enquanto aqui embaixo ficávamos, ao redor da fogueira, olhando atônitos aquela beleza que subia, frágil e poderosa. Eram enormes os balões e belos.
Lá distante, da sala onde funcionava a primeira radio vitrola que meu pai comprara na casa Edison, provavelmente a prazo, vinha a marchinha de Assis Valente na voz de Carlos Galhardo. “Cai, cai balão/ não deixa o vento te levar/ quem sobe muito/ cai depressa sem voar/ e a ventania/ de tua queda vai zombar/ cai, cai balão/não deixa o vento te levar ”
Mas os ventos levavam os balões e eles sumiam na imensa enseada da noite. Mais um pouco e as fogueiras ficavam reduzidas a cinza, onde se assavam batatas-doce e roletes de cana. Enquanto isso os balões voavam pela madrugada, silenciosos, buchas apagadas. Manoel Bandeira tem versos pungentes sobre os balões apagados das madrugadas, no poema que foi o primeiro que entendi e amei. (“Profundamente”).
Vivi a mesma experiência: acordava no meio da noite e pensava em todos os que estavam dormindo, profundamente, e de repente um balão apagado passava em silêncio pela minha janela, vindo de longe, cansado sem gloria, cumprindo seu destino de balão. Todos estavam dormindo, menos eu, vigiando o céu, esperando que um deles viesse cair em nosso quintal. Alvoroçado acordava meu pai e íamos juntos e orgulhosos apanhar a dádiva que os céus nos mandara.
Pois é! As fogueiras acabaram mesmo. As noites de junho eram as mais frias do ano. E as festas também estão acabando. Mas não posso deixar de lembrar os balões que nunca me libertaram do seu legado de tristeza, mansidão e fragilidade.
Não há milagre por maior que seja que possa comparar-se com o despertar da mente superior em conhecimentos da mais alta transcedência intelectual, moral e espiritual.
Enquanto os interesses materiais ocupem o primeiro posto nas mentes humanas, sempre haverá discussões, disputas, desacordos e guerras.
O esforço é uma manifestação da vontade e é, ao mesmo tempo, um recurso da mente; é pois o esforço uma força em ação.
A defesa é o mais legítimo direito dos homens.
A justiça de Deus é inexorável e exige, por meio de suas leis, o cumprimento do divino plano de evolução que todos os seres e as coisas devem seguir.
HERANÇA DE SI MESMO
Cada indivíduo haverá de encontrar, dentro de si, o caudal hereditário que foi formando através de suas próprias gerações. Haverá de descobri-lo, por exemplo, ao sentir uma acentuada vocação por determinada ciência, arte ou profissão. A facilidade que encontre ao encarar estudos e as ideias que auxiliam sua compreensão, enquanto se encaminha para o pleno domínio do conhecimento a que aspira, serão demonstrações claras de que nisso opera a herança de si mesmo.
Cada um é o que é, conforme o quis e - salvo nos casos em que aparecem males irreparáveis - será aquilo que se proponha ser, mas pela única via possível: o conhecimento.
Os bens do conhecimento não podem ser herdados pela ignorância. Daí que seja necessário ativar o campo das próprias possibilidades, para que a herança se manifeste onde se lhe ofereça a oportunidade de fazê-lo.
Há emoções que, traduzidas em palavras, perdem grande parte de seu encanto.
O homem foi criado com uma individualidade própria e dotado de todos os atributos indispensáveis para evoluir por si mesmo em direção a um fim superior.
Para o homem em pleno exercício de sua liberdade de consciência, não há dogma algum atrás do qual a verdade possa se manter oculta.
Não há prazer mais sentido nem mais bem ganho, que o proveniente do bem que fazemos a nosso semelhante.
O segredo consiste em preparar os dias futuros com antecipação, semeando hoje o que queremos colher amanhã.
Quando se faz o bem conscientemente,quando se faz com naturalidade, sem soberba, sem arrogância, por uma necessidade espitirual, a vida, logicamente, se amplia.
Recordar o bem recebido é fazer-se merecedor de tudo quanto amanhã possa nos ser oferecido
Não é possível alguém inspirar confiança a outros quando nele mesmo essa confiança não existe.
Da amizade nasce a confiança mútua, e é esta a que cimenta e dá vida aos grandes vínculos afetivos.
Conhecendo-se a si mesmo, isto é, explorando seu mundo interno e descobrindo as maravilhas que nele existem, o homem conhecerá seu Criador.
Não se pode ensinar o que se sabe, se ao fazê-lo não vai refletida, como garantia do saber, a segurança que cada um deve dar com seu próprio exemplo.
Conseguir que as gerações futuras sejam mais felizes que a nossa será o prêmio maior a que possamos aspirar.
Quem é generoso ao aprender, é generoso ao ensinar: mas nunca haverá de exceder-se nessa generosidade, pretendendo ensinar antes de haver aprendido
"Observar, Avaliar, Comentar, Criticar, Elogiar, Repudiar um ESTEREÓTIPO, é fácil e o mesmo que comprar um lindo ovo...Aliás, superficial como uma casca...O desafiador e que requer um minuto de reflexão e uma base mínima de inteligência, é saber que o ovo pode estar podre ou ter 2 gemas !!!"
Em busca de sabedoria é certo quê mais desafios serão travados e impostos a você, não para serem temidos mas sim, superados...
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
Receba no seu WhatsApp mensagens diárias para nutrir sua mente e fortalecer sua jornada de transformação.
Entrar no canal do Whatsapp