Bolero de Ravel Carlos Dummond de Andrade

Se as viagens simplesmente instruíssem os homens, os marinheiros seriam os mais instruídos.

O valor do casamento não está no fato de que adultos produzem crianças, mas em que crianças produzem adultos.

Um devoto é aquele que, sob um rei ateu, seria ateu.

O orgulho é o caminho do erro.

Aquele que perde a reputação pelos negócios, perde os negócios e a reputação.

Causam menos danos cem delinquentes do que um mau juiz.

A virtude é mais perseguida pelos maus do que amada pelos bons.

A ignorância, lidando muito, aproveita pouco: a inteligência, diminuindo o trabalho, aumenta o produto e o proveito.

Mudamos de paixões, mas não vivemos sem elas.

Não fazer nada, é ser vencido.

Paciência e nada de pressas fazem mais do que a força e a ira.

Sopra o vento
Segura-te borboleta!
Na pétala da flor.

A religião supre o juízo e a razão que falta em muita gente.

Sem os males que contrastam os bens, não nos creríamos jamais felizes por maior que fosse nossa felicidade.

Não há no mundo palavras tão convincentes como as lágrimas.

É pelos defeitos que podemos governar os que nos amam.

O receio aumenta-nos os desgostos, tal como os desejos os prazeres.

Quem muito nos festeja, alguma coisa de nós deseja.

É uma infelicidade ser tão breve o intervalo que medeia entre o tempo em que se é jovem demais e o tempo em que se é velho demais.

A devoção encontra, para praticar uma má ação, razões que um simples homem jamais encontraria.