Bolero de Ravel Carlos Dummond de Andrade

Por detrás das vitórias de Alexandre, encontramos sempre Aristóteles.

A natureza concedeu aos grandes homens a faculdade de fazer e aos outros a de julgar.

Todos os seres derivam de outros seres mais antigos por transformações sucessivas.

A felicidade só cria recordações.

O amor e a amizade excluem-se mutuamente.

A sisudez é a armadura dos parvos.

Os velhos dão bons conselhos para se redimirem de ter dado maus exemplos.

Uma coisa essencial à justiça que se deve aos outros é fazê-la, prontamente e sem adiamentos; demorá-la é injustiça.

O prazer mais delicado é o de dar prazer a alguém.

A dor é como uma dessas varetas de ferro que os escultores enfiam no meio do barro, ela sustém, é uma força!

Não pode haver educação onde não há discrição.

Terrível condição do homem! Não há uma das suas felicidades que não provenha de uma ignorância qualquer.

Não gosto de Deus, porque não o conheço, nem do próximo, porque o conheço.

O valente tem medo do seu adversário; o covarde tem medo do seu próprio temor.

O apreço exterior pela arte é a sobrecasaca da inteligência.

A sabedoria tem os seus excessos e não é menos necessário moderá-la do que à loucura.

Chorarmos por daqui a cem anos não estarmos vivos é loucura semelhante à de chorarmos por não termos vivido há cem anos.

A verdadeira liberdade é podermos tudo por nós.

Segui o vosso caminho e não deis conselhos a quem não vo-lo pede.

A liberdade, esse bem que nos permite desfrutar dos outros bens.