Bolero de Ravel Carlos Dummond de Andrade

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O sonho é o alívio das misérias dos que as têm acordados.

O ciúme nunca está isento de certa espécie de inveja, e frequentemente se confundem essas duas paixões.

Aquele que se envergonha ainda não é incorrigível.

O talento é um título de responsabilidade.

Mudai os tempos, os lugares, as opiniões e circunstâncias, e os grandes heróis se tornarão pequenos e insignificantes homens.

Até mesmo os homens honestos precisam de patifes à sua volta. Existem coisas que não se podem pedir às pessoas honestas para fazerem.

A maioria dos homens é mais capaz de grandes ações do que de boas.

Um império fundado pelas armas tem de se manter pelas armas.

Os leões têm uma grande força, mas esta ser-lhes-ia inútil se a natureza lhes não tivesse dado olhos.

É uma infelicidade que existam tão poucos intervalos entre o tempo em que somos demasiado novos e o tempo em que somos demasiado velhos.

Nada parece verdadeiro que não possa parecer falso.

A polidez nem sempre inspira a bondade, a equidade, a complacência, a gratidão; mas, pelo menos, dá-lhes a aparência e faz aparecer o homem por fora como deveria ser por dentro.

Quando se destrói um velho preconceito, sente-se a necessidade duma nova virtude.

A fortuna não muda os homens; apenas os desmascara.

Sinto-me feliz por não ser homem, porque, se o fosse, teria de casar com uma mulher.

Para salvar o crédito é preciso ocultar a perda.

Mãe

Mãe - que adormente este viver dorido,
E me vele esta noite de tal frio,
E com as mãos piedosas até o fio
Do meu pobre existir, meio partido...

Que me leve consigo, adormecido,
Ao passar pelo sítio mais sombrio...
Me banhe e lave a alma lá no rio
Da clara luz do seu olhar querido...

Eu dava o meu orgulho de homem - dava
Minha estéril ciência, sem receio,
E em débil criancinha me tornava,

Descuidada, feliz, dócil também,
Se eu pudesse dormir sobre o teu seio,
Se tu fosses, querida, a minha mãe!

Amar é comprazer-se na perfeição.

Nunca um marido será vingado tão bem como pelo amante da sua mulher.

É por fraqueza que odiamos um inimigo e pensamos em nos vingar; é por preguiça que nos acalmamos, desistindo da vingança.