Bilhete
Ovations disse: ‘De onde venho, chamamos isso de viagem sagrada. Cada passo é um portal, cada giro, uma nova dimensão.’ Dançar é viajar sem bilhete, sem destino, apenas guiado pelo ritmo da alma.
Título: Bilhete.
A jovem mais bela, o sorriso mais sincero,
um coração que ainda não conhecia a paixão.
Até que, um dia, minha boca, sem consideração,
falou com um amigo: "A olho faz um tempão."
Não entendo o que está acontecendo,
ele falou: "É paixão, vai acabar perdido, Lucão."
"Que paixão? Sou louco, maluco, não!"
Mas, para mentiras, eu sou bom,
até que ele me convenceu a falar.
Não tinha coragem, nem noção,
então, uma carta escrevi à mão.
"Serás minha? Sim ou não?"
No papel, meu medo, minha indecisão.
Entreguei tremendo, quase sem olhar,
mas o "sim" que veio fez meu peito parar.
E ele ficou, ficou e ficou...
Parou, parou… e nunca mais voltou.
Só que a felicidade durou o tempo de um café.
A entrega de um presente bastante inesperado a pedido de alguém amado que está distante, mas que faz questão de mostrar que é recíproco, quer estar por perto de alguma forma, pois a distância não é um obstáculo,
então, um pequeno jardim de pétalas vermelhas esteve sobre a cama, um bilhete amável com as palavras certas, declaração sincera de amor, deixando um simples quarto ser um lugar incrível, apaixonante, um pedaço de um paraíso singular,
notado com o olhar de quem está amando e sendo correspondido, em um momento muito oportuno, apartando um desânimo destrutivo, trazendo um doce espanto e causando um belo sorriso,
pertimindo que um intenso coração ficasse acelerado de tamanha felicidade, dessarte, uma ocasião breve e memorável, um refrigério na mente durante a grande saudade inevitável.
O Bilhetinho do Amor
Era um rabisco apressado,
Num papel quase esquecido,
Mas trazia o mundo encantado
De um amor correspondido.
"Te espero às seis, no portão",
Ou talvez um "sonhei com você".
Eram frases de quem, com paixão,
Dizia tudo sem muito dizer.
Escondido no bolso da blusa,
Ou entregue com o coração na mão,
O bilhetinho era a prova confusa
De um amor sem complicação.
Hoje trocamos por telas brilhantes,
Mensagens rápidas, frias, banais.
Mas faltam as dobras, os riscos constantes,
Que davam às palavras sentidos reais.
Ah, que volte o papel rasgado,
Com garranchos e cheiro de flor,
Pois nele cabia, dobrado,
Todo o encanto do amor.
Café da manhã na cama, beijinho antes de sair, bilhete de volto logo com carinha feliz, filme de terror com mão nos olhos, abraço na chegada..na saída e inesperados, conversa fiada ou mole, vontade de estar perto, ligar para saber como está, se preocupar, cuidar, querer, estar...Olhe, eu não queria dizer não, mas se tem uma coisa que eu gosto dessa minha vida essa coisa com certeza é a de ter que dividir ela com alguém assim como você, e outra assim como você o que...assim como a gente, viramos plural.
Te fiz um café
Era o meu bilhete de amor
Dizendo que contigo meu coração sorri
E você nem percebeu
Meu jeito de dizer que te amo
Através destes pequenos gestos
Entre olhares e silêncios
Um Bilhete na Porta
Se você voltar...
Nem precisa acender a luz pra me procurar
Até porque a luz está queimada
E não tinha ninguém pra trocar
Se você voltar...
Já aviso que a janela está aberta
Pois o passarinho aqui, não queria
Mas teve que voar
Se você voltar...
Vai encontrar nossa antiga cama toda molhada
Isso foi de um choro meu
Que eu nunca mais hei de chorar
Se você voltar...
Tome cuidado com os cacos ao chão
Cacos que são pedaços meus
Cacos que eu não consegui mais colar
E se você voltar...
Peço que tranque a porta
E feche a janela
Pra que em nossa casa
Ninguém nunca possa entrar.
A vida é uma breve passagem só de ida, sem bilhete de retorno e o mais importante nessa estrada é ser feliz!
Testamento
A você deixo o meu afeto. E mais. Deixo os beijos que ainda não dei. O bilhete para ser lido. O quadro colocado no alto para nunca ser de lá retirado. Um jantar à altura de sua fome. O velho livro de histórias. A coleção de filmes para chorar. Uma garrafa cheia de café. E uma bruta saudade.
A você eu deixo tudo de bom para me vingar de todas as sequências de discórdias nas falidas noites de domingo. Deixo o meu telefone azul. Os sonhos adormecidos. As extravagâncias das férias. O vício de escrever na madrugada. A você deixo o meu relógio vermelho, que de propósito está uma hora adiantado, assim não correrá o risco de perder seu jogo predileto. E por falar em jogo, deixo a camisa do seu time, no ponto de ser usada. O taco de beisebol, mas não acerte a janela. Folhas de caderno para as cifras da madrugada. O vinho gelado para as noites de frio. A pipoca amanteigada. O filme no pause. O copo de vodka. Ovos mexidos. Roupa limpa e suaves prestações da coleção de Drummond.
Deixo a roupa lavada, passada. A carne assada no forno. A conta vencida. A senha da internet. E tudo desligado. Aceso deixo apenas as fagulhas do coração, prontas para serem apagadas.
Um pouco das tempestades, não te fará mal, portanto deixo vinte e cinco dos meus odiados clichês, dois poemas ordinários, uns palavrões impublicáveis.
Pelo excesso de mistério, deixo as vírgulas, as reticências, as aspas, a interrogação.
Deixo o dicionário para decifrar as palavras soltas e não confundir sentimentos.
Deixo sem nenhum medo a minha covardia transbordante. As atrapalhadas afetivas. O sol. A lua. O mar, não necessariamente nessa ordem. Deixo a desordem das escolhas que é mesmo para bagunçar as ideias.
Deixo a sensação da promessa cumprida e uma lista de coisas pendentes para serem feitas a qualquer horinha dessas. Deixo para amanhã, qualquer coisa bonita, talvez quem sabe uma lembrança patética, uma abusada vontade, uma sentimento que coça, um vazio sem canção.
E por último deixo o perigo do meu amor.
E você se foi para longe de min, nem mesmo deixou um bilhete de despedida, o amor muitas vezes é a razão da dor, mas mesmo assim, ela é o meu primeiro pensamento do dia e o último nas noites frias.
Há se existisse estação de trem para Pasárgada,
seria uma imensa fila.
Estação sem volta, bilhete só de ida.
Uma vez recebi um bilhete – se for feitiço prefiro viver enfeitiçada – Uma boa noite querida Feiticeira!
Então se você sabe que alguém
espera por você, deixe notícias. Um
bilhete, uma ligação ou sinal de
fumaça, caso se faça entendido. Mas
não deixe o outro à sua espera, à
mercê das suas escolhas. Faça o que
quer fazer, mas dê a liberdade tanto
quanto necessita da sua.
Tem pessoas que deveriam nascer com um bilhete assim: "Desculpe, te devo um cérebro, assinado: Deus"
Ontem um bilhete de amor,
Hoje o abandono.
ser estável num momento e instável no outro, não sei ainda, se é uma qualidade ou um defeito do ser humano.
as pessoas podiam ser sempre da mesma forma no amor.
ter o mesmo carinho, sempre. Ter a mesma preocupação, sempre. ter o mesmo respeito sempre. ser para toda vida um cúmplice para o outro(a). ser para sempre amigo(a) para o outro(a).
mas..., a necessidade própria do ser humano, se sobressai, e isso, importa bem mais do que fazer o outro(a) feliz.
BILHETE ENCONTRADO NA PRAIA
"Queria agora compor um texto com um milhão de palavras que pudessem descrever exatamente como me sinto e porque eu assim me sinto. Gostaria também que essas mesmas palavras pudessem fazer justiça ao teu nome, a tua beleza, ao teu olhar, ao teu perfume, a tudo que a ti se refere. Que elas pudessem mostrar ao mundo o quanto pra mim você é importante. Após lê-las, eu gostaria que todos pudessem olhar pra você, florzinha, orgulhosos de que num mundo tão imperfeito foi o tempo capaz de trazê-la à existência. Desconfio que se essa façanha eu conseguisse, e com um milhão de palavras te descrevesse, as pessoas que as lessem talvez até te confundissem com um anjo, certos de que você, meu amor, só pode mesmo ser de cima. Porque tu és perfeita demais para nascer entre humanos. No final, depois de tanto pensar, não consegui encontrar outras palavras que não essas, que explicam porque assim te vejo e porque assim me sinto, e queira Deus possa eu um dia dizê-las docemente aos teus ouvidos: EU TE AMO."
Palavras comportam pessoas, paisagens, todas as formas de amor, silêncios.
Palavras cometem bilhetes, sonetos, cartas,contratos.
Palavras confortam, instigam, preenchem.
Palavras também se ausentam, entendem vazios.
Palavras constroem histórias, imagens, conceitos.
Palavras aceitam tudo, palavras não têm preconceito.
