Beira Rio
Saudades da roça
De andar beira rio, beira lama.
Da garota na porteira que me chama.
Dos feixes de cana, garapa coar.
De no rio pular
Sem saber nadar.
De contemplar ás estrelas a noite
De sentar frente á fogueira
De ouvir casos e casos contar.
Pois bem! Sou como um menino, sentado à beira de um rio, com algumas pedras na mão.
Volto ao tempo de incerteza, de raiva, de medo… Volto a ser aquele que lança as pedras! E me perco do que as recolhe…
Um rancho... a beira rio... um canto... um ninho... um quarto... no mato...
Sua presença será suficiente para arquitetarmos a melhor das mansões,
Nos piores e mais áridos desertos,
Fartura será conseqüência com sua presença,
Vou ser água pura, pra você no meio do deserto... um Oasis
sem miragem... Sou real, longe porem não breve...
É só continuar a me olhar com esses olhos que serei o que você quiser, quando você quiser. Serei eu... serei eu em você...
Manhã fria, chuva fina e contínua... A cabana à beira rio, que preguiçoso desce, abriga a minh'alma que em gemidos padece - banzo é o mal -, o tempo não curou-me; o vento açoitou-me prenúncio do temporal.
A beira rio
A cascata em queda livre
Desafia a gravidade, cai mansa
O tortuoso barranco
Deixa o rio caudaloso e sereno
A paineira debruça seus galhos sobre as águas
E se faz firme e não cai
A escadinha toda torta
Rachada pelo tempo, nos leva
E nos entrega ao rancho beira rio
Que ostenta o velho fogão a lenha
Este que aquece a panela de ferro
Tem tutu e galinhada!
Ás vezes piaba e pirão...
Neste tal tem prosa e tem piada
Tem amizade, na chegada
E saudade na saída!
São velhos companheiros
Que ensina a molecada
A cuidar de quem nos cuida
Sem cobrar nada.
A viola chorosa entoa em mi
É uma cantiga daqui
Fala de nós e de Davi
De uma luta histórica
Que parece sem fim
Mas com final feliz.
...........” Catarino Salvador “..
“…Dedilhei salgueiros á beira-rio,
Bailei com margaridas embriagadas,
Entrelaçando pétalas pelo céu, de
Começos e recomeços, na imensidão
Do mar de amar...”
Coaxando à beira rio
Me enamorou
Lavando o pé no fio,
Quando me viu pulou
Quando te encontro distraída,
Caçando em banho de sol,
Jacente na vitória régia,
Sereia!
Eu te amo, como amo a lagoa,
As poças, a chuva e moscas...
Te quero toda minha,
Sapinha linda.
Adoro as nossas terças feiras, nestas manhãs pela neblina com o nascer do sol à beira rio/mar e pelas planícies das lezírias, suspirar ao teu ouvido poeticamente com carinho e passarmos as nossas línguas pelos nossos corpos húmidos e excitados de tanto prazer e beijar-nos como se fossemos poemas recheados de paixão e aventura. E durante as madrugadas como entrelaçavamos os nossos corpos pelas estrelas e pela natureza e adoçar-mos as línguas gostosamente nas taças de vinho e sorrindo com poesia e amor para o mundo e para o universo