Valentine Pellegrino

Perdoar é esvaziar o coração. É rasgar a dívida do outro para conosco. É dar uma nova chance ao outro. É entender que todos nós podemos errar.
Para perdoar: precisamos amar, precisamos suportar, precisamos abrir mão do orgulho e da vaidade.
Quem não perdoa sofre mais do que quem não é perdoado!

E como criança brincamos com a vida.
Que apesar de sofrida é muito querida.
Desembrulhamos sonhos.
Tiramos a poeira dos sapatos,
e rumamos para o alvo.
Abrimos a porta da esperança.
Percebemos que o passado
não tem poder sobre nós.

Então corro para o papel.
Aqui digo o que penso,
Digo o que quero,
doa a quem doer.
E talvez revolucione vidas, talvez cure
liberte e transforme!
Talvez ler doa menos e fale mais aos corações!

Mas o que ficou para trás,ficou no passado.
Ficou nas fotografias amareladas,
Nos objetos desgastados,
Nas lembranças cheias de falhas.
E me resta viver,
Me resta reescrever o futuro,
E aproveitar o presente.
Pois amanhã ele não mais existirá

As incertezas
continuam incertas.
Talvez seja bom,
Ou não.
Criar expectativas
Fere a alma,
Machuca,
Dói.
E o que vier
Será lucro.
E o que vier,
Chegará do mesmo jeito,
Mas fluirá no instante
Que brotar.
E não conspirará contra
O que eu esperei,
Pois nada esperarei,
Apenas viverei.

Calar é preciso,
Desacelerar é necessário,
Respirar fundo,
Deixar o tempo curar
deixar a noite falar
deixar o coração bater mais fraco.
Sofrer é preciso,
Aprender com o sofrimento
É extremamente necessário.
Deixar a alma ser tratada,
Deixar a dor ser curada
Deixar o choro secar.
Para que correr?
Para que nadar contra a maré?
Nem sempre quem ganha, é quem luta.
Ás vezes a melhor arma para uma batalha,
É o silêncio.

Intenso, profundo ...
Falta-me o ar!
Corrompe minha alma.
Acelera o meu coração.
Move-me, incendeia-me, inquieta-me.
Como um amor tão grande cabe dentro de mim?
Como um amor tão ilimitado habita o meu ser?
E mexo, remexo, viro-me do avesso.
Vasculho-me, interrogo-me, quase não me reconheço.
Quase não encontro-me, creio que não mais me pertenço.

Da mudança não espero mais nada do que o novo.
O prazer de ter ou não ter algo diferente.
De viver intensamente.
De amar incondicionalmente.
Da mudança não espero mais do que sorrir.
Ser leve, ser inteira, ser livre.
Viver a mudança sem medo de ser feliz!

Sinto-me como não pudesse pôr os pés no chão.
Não sei ao certo onde irei pisar.
A mudança me inquieta, me angústia, mas me fascina.
Não saber ao certo o que será do amanhã, às vezes me faz temer.
Outras vezes me faz voar!

As palavras teimam em saltar rapidamente de minha boca.
Muitas vezes saem sem eu mesma teorizar, planejar, refletir sobre o que direi.
Às vezes sinto-me como uma mensageira de ideias que vão além do que eu mesma penso!

Borboleteio sem rumo!
Não olho para baixo pra não temer e cair.
Não olho para o caminho que percorri, para que eu não resolva voltar.
Não sei o quanto falta para chegar...
Chegar aonde?
Nem eu mesma sei para onde irei...
Voou sem rumo, sem expectativas , sem planos...
Deixo que o vento me leve, e leve prossigo.

⁠Recomeçar!

De repente a realidade bate a porta.
É hora de recomeçar.
Hora de levantar e fazer acontecer.
Hora de repensar, reprojetar, ressignificar.
A vida pede mais.
O mundo pede mais.
Eu preciso de mais.
A zona de conforto me amolece.
Me amortece, me envelhece.
Quando paro de sonhar, sinto-me sem vida.
A rotina me paraliza, o novo me assusta.
Tantos " será? " tantos " e se? " tantos por quê não?...
Recomeçar assusta.
Recomeçar dá preguiça.
Recomeçar traz angústias.
Recomeçar é pra os fortes.
Recomeçar é pra os sonhadores.
Recomeçar é pra quem não tem medo de viver.

⁠Intensa

Ela tem um mundo dentro de si.
Um mundo tão grande, que assusta.
Todos os sentimentos juntos em um só coração.
Asas que as fazem voar, sem lembrar do chão.
Ela vive as 4 estações em um só dia.
Aquece, ferve, incendeia.
Se desfaz em folhas pelo chão.
Esfria, congela, se encolhe...
E quando pensamos que não há mais o que esperar, ressurge, floresce, se refaz.
Ela é verão, é inverno .
É outono e primavera.
Intensa, indomável, sensível, amável.
Por horas é tudo que quer ser.
Autêntica, forte, espirituosa.
Outras horas perde o controle de si.
Se desconecta, se perde, mete os pés pelas mãos.
Ela é o que é.
Um enigma, um mistério, uma incerteza.
Mas também é clara, transparente, previsível.
Vive o que sente, sente intensamente tudo o que vive.
O pouco, nunca é suficiente.
O muito às vezes a disitabiliza.
Ela é assim.
Todas as estações num sia só!

⁠Não pare!
Ei, não pare!

Você que luta por si, e pelo outro.
Que sente falta de colo e cuidado.
Que sofre calada pra não ter que explicar.
Que sente apertos no peito, frio na barriga, dores no corpo

Não pare!
Prossiga!
Tenha fé!

Vai suavizar, vai passar.
Sua resposta vai chegar, ainda que demore.

⁠Às vezes me pergunto:
Por que depois dos quarenta?
Depois dos quarenta aprendi a me amar!
Depois dos quarenta mergulhei numa nova profissão!
Depois dos quarenta comecei a me cuidar mais.
Depois dos quarenta comecei a me desafiar, a me superar!
Depois dos 40 entendi que não quero apenas “sobreviver".
Quero viver novidades!
Hoje me encontro mais atenta as minhas próprias necessidades.
O tempo urge, já não sinto mais que tenho muito tempo para perder tempo.
Sinto-me vivenciando um turbilhão de emoções.
Repensei e reavaliei que perdi muito tempo.
Tinha medos , tinha limites impostos por mim mesma, tinha a pretensão de agradar a todos, cuidar de todos, então sobrava pouco de mim para mim.
Não estou dizendo que isso tudo precisa acontecer depois dos quarenta, mas comigo foi assim!
E prossigo neste ritmo e nesta linda missão de cuidar bem de mim!

⁠Houve um tempo em que eu temia as alturas.
Temia ousar, voar , fazer novas descobertas.
Tudo parecia sobre controle.
Meu mundo colorido,
meu castelo encantado,
meu trono de rainha ,
minha vida dentro da caixinha.
Mas a caixinha se quebrou,
E quanto eu pensei que iria partir ao meio,
Me vi por inteira.
Do jeitinho que sou.
Do jeitinho que eu quero ser.
Larguei o controle e entendi que a vida se vive, vivendo.
Ao mergulhar no escuro de minha alma, me desprendi do medo de não me encaixar.
Parei de querer agradar a todos , passei a viver um caso de amor comigo mesma.
E onde está Deus em tudo isso? Provavelmente muitos estão a perguntar.
Ele está em tudo, Ele é e nunca deixará de ser o meu grande amor!
Agora literalmente não tenho mais medo de alturas, abro as asas e me permito voar, impulsionada pelos ventos da verdade!

⁠As adversidades tem me ensinado a ser mais empática.
A entender melhor a dor do outro.
Entender o peso de ser avaliada, julgada,
rotulada.
As adversidades tem me ensinado que ser forte o tempo todo cansa,
que se permitir ser cuidada, ajudada, protegida é muitas vezes necessário.
Que a gente precisa dar mais valor as pequenas alegrias, e não deixar a vida para depois.
A adversidade tem me ensinado a amar de verdade os que não se encaixam.
Os desajustados, os desprezados , os que estão perdidos.
Sofrer adversidades na pele pode nos transformar em alguém melhor, ou pior.
Eu escolhi me tornar a minha melhor versão!
E você?

⁠Pode dar um zoom, pode conferir!
Há marcas de quem já viveu um bom tempo!
Rugas, linhas de expressões, manchas…
Pode dar um zoom, mas só verá superfície.
Há muito mais por dentro,
Longe dos olhos juízes,
Longe das palavras vazias,
Longe dos rótulos, dos deméritos.
Há uma alma pulsante,
Há uma criança exuberante,
Uma mulher errante,
Um casulo, uma borboleta e muitos voos!