valdenir de lima oliveira

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Eterno Amor

Hoje o teu silêncio,
Gritou mais alto no meu coração
E foi tanta dor e emoção
Ao lembrar de você,do nosso amor
E da nossa União

Hoje o teu silêncio,
Gritou mais alto no meu coração
E foi tanta dor e saudade
Ao lembrar de você, do seu calor
E da nossa amizade

Mas tanta força tem a minha fé
Que apesar de tudo
Eu me considero
Um cara sortudo
Pois ainda me restou alegrias
E razões que me mantém de pé

Hoje o teu silêncio,
Bateu mais forte
Aqui no meu peito
E ao lembrar de você
Eu sentir bem fundo
Essa tua ausência
Desde o meu lado esquerdo
Até meu lado direito
Pois sem você nessa vida
Me falta um pedaço
E isso é quase um defeito

Hoje a tua presença
Se fez Real no meu pensamento
E foi minha sentença
Não ter um ideal
Em seu lugar
Só dor e tormento

Pois a tua lembrança
Estará sempre viva
E por toda a minha vida
Há de me acompanhar
Desde a pista de dança
Até o cantar de uma diva

Pois lembrar de você
É um sonho real
Vou cultivar pra sempre
Esse meu sentimento
Porque me faz tão bem
E é tão natural

Lembrar de você
É como ler um bom livro
E jamais se esquecer
É viajar no tempo
Dessa nossa história
Chamada de amor
Entre eu e você.

Inserida por valdenirdelimaolivei

Ócio

Pra um sol bem quente
Eu uso um chapéu
Pra minha dor de dente
Eu olho pro céu
Pra meus amigos
Eu mando lembranças
Pra meu bem querer
Um pote de mel
Eu faço da vida
Uma linda resenha
E exponho tudo
Aqui no papel

Eu mostro a beleza
Do teu sorriso
E encontro a certeza
Do meu paraíso
Amar tudo ali
É muito mais que preciso
É quase sagrado por ser precioso

E se é pra correr apressado
Eu já nem saio do lugar
Minha vida é andar devagar
E sempre cheguei lá do outro lado
Onde a luta começa
E a glória termina
Onde implora a menina
E te faz promessa
Onde o campo é minado
E a virtude regressa.

Inserida por valdenirdelimaolivei

Martírio

Bomba, tiro e guerra
Tudo isso vê na tv
Sei que é parte de uma nova era
Mas é tão difícil de crê
Que a vida assim se desfaz
Por tão pouco ou quase nada
Mas o que se pode fazer
Se é destino deixar tudo pra trás
E a maldade é o que te faz morrer

Eu vejo o lado de fora
E também o lado de dentro
O que acontece agora
E o que vêm lá do centro
De onde a carniça é maior
E a piedade é cada vez menor
De onde se lavam com sangue
As mãos em vez de suor

De onde se grita olha a paz
E o outro já diz olha a faca
Alguns lutam e refaz
E o outro chuta e te empaca

A garganta ali ja vive rouca
De tanto gritar socorro
E os velhos pés descalços
Já andam tão cansados
De tanto correr pra o morro.

Inserida por valdenirdelimaolivei

O Sol Embriagado

Hoje o sol embriagado
Não mostrou seu olhar na terra
Preferiu se esconder
Entre os montes daquela serra
Pra não ter que explicar
O seu olhar envergonhado
Quando abrirmos a porta
E também a janela

Hoje o sol fez barulho
Como nunca se ouviu
Quando caiu na bebedeira
E o seu olhar não se abriu
Parecia que alguém
Teria feito tudo isso
Por prazer ou capricho
E por um enorme feitiço

O sol dormiu o dia inteiro
E de ressaca escureceu
E todo o mundo permaneceu
No breu confuso do terreiro
Sem entender ali quase nada
Porque ele se escondeu
Alguns correram pra rua
Pra saber o que aconteceu
Se foi o dia que virou noite
Ou foi o sol que morreu.

Inserida por valdenirdelimaolivei

Recôndito

Somos feitos de sonhos
E de uma certa magia
As vezes parecemos bisonho
Mas é só por não ter alegria

Somos bicho do mato
Metade do mundo acabado
Sentindo se abandonado
Como se fossem um rato

As vezes me falta alegria
Por isso não mostro um sorriso
Fugir com você me parece preciso
É a liberdade que eu mais gostaria

As vezes eu sinto a loucura
Querendo sempre me rondar
É como quem roda um peão
E sente o mundo apressar
Depois me deixa cambalho
Caido de cara no chão

Somos o bicho da seda
Que tem bico e que tem sede
Somos o rio e a rede
O frio, o nicho e a parede

Somos a lógica do desprezo
E a mágica da tristeza
Que invade essa vida
Em uma enorme correnteza

Somos o gelo
E o elo desse grão
Que deixou tão amarelo
O meu pobre coração

Você que nem sabe
E nem sente o que eu sinto
E quando me olha
Eu finjo que minto
Pra não ter que encarar
Essa vontade que tenho
De te amarrar pelos cantos
E segurar pelos dentes

Somos um beco sem saida
E um jornal sem notícias
Sem normas e sem malicias
Somos um boteco sem bebida

Vivo esperando a coragem
De um dia poder te falar
O que vive preso em mim
Aqui sempre a engasgar
E quando eu te falo bobagem
Eu sinto as horas passar
Mas vem sempre a voragem
Em tudo que tenho pra mostrar
E me deixa sozinho outra vez
Aqui sofrendo calado
Com um sentimento guardado
E se valendo por dez
Mas nunca acaba de vez
E por vezes tem me afogado.

Inserida por valdenirdelimaolivei

As Pedras

Eu converso com as pedras
E só elas me entende
As vezes parece loucura
Mas o papo se estende

E eu me perco na doçura
De um grande gesto bonito
Porque pedra quando fala
É tão alto e profundo
Que chega a tocar o infinito

As pedras são grandes amigas
E grandes guerreiras também
Elas guardam lembranças antigas
E são sempre pisadas por alguém

As pedras são heroínas
E guardiãs de grandes segredos
Dos mais loucos desejos
Ás águas mais cristalinas

As pedras escondem mistérios
Que a vida não sabe explicar
Porque existe matar
E esses tais de cemitérios

As pedras sabem amar
E também o valor do perdão
Porque vem do coração
O que sempre sabem falar

As pedras tem sempre emoção
E sabem tão bem escutar
Mesmo que o desatino é chorar
E de sempre perder a noção

Elas tem sempre razão
E grandes sentimentos
Pois entendem de tudo
E conhece cada tormento

Desde as dores do mundo
Em meio a multidão
Aos amores profundos
Em meio à ilusão
Quando a maré vem
E o barco se afunda

Quando a brisa levanta
E o sorriso se fecha
Quando se atira um flecha
E o cupido se espanta
Quando feliz é quem vive
E não só o que canta

Quando não é primavera
E as flores se enganam
Quando os aromas se emanam
E já não é o que espera

Quando o pó virar tédio
E o amor virar ódio
Quando o pavor virar sódio
E o suor virar remédio.

Façanha

A mulher canta
Porque não sabe
Outra maneira
De afastar
O que te espanta

A mulher dança
Porque não sabe
Ficar sozinha
Parada no canto
Numa tardezinha
Ouvindo tristeza
E curtindo lembranças

E quando ela pula
E faz piruetas
É pra esconder a gula
E destrair o capeta
E quando o baile acaba
Toda sujeira ela varre
Algumas pro lado de fora
E outras pra debaixo do tapete

A mulher quando ama
É porque já cansou
De matar e morrer
Por uma só pessoa
É porque já casou
E isso só não bastou
Quis fazer diferente
Acendendo outra chama.

Inserida por valdenirdelimaolivei

Dissabor

Cada um tem sua história
Pra contar
E seus motivos
Pra sorrir ou chorar
Cada um sabe da dor
Onde sente
E seus motivos
Pra lutar e seguir em frente

Cada um veste o medo
A que lhes foi dado
Como a certeza da morte
Que um dia foi marcada
Cada um sabe da fome
Que por vezes tem passado
E quando chega a madrugada
Parece que ela some
Não sei se é de tanto frio
Ou é de tanto ter guardada

Cada um sabe o limite
Da sua fúria
E até que ponto vai
A sua lamúria
E quando a loucura acabar
E a tua lucidez
Despertar de vez
O teu limite vai acabar
E a nossa amizade também

Pois você foi sim muito além
E por vezes tem me machucado
Em todos queria por um fim
E como eu não era ninguém
Pensou até em ter me matado
Mas eu sou um sobrevivente
E quero matar o passado
Que insiste em fazer presente
Aqui preso dentro de mim.

Inserida por valdenirdelimaolivei

O Silêncio De Um Menino

Lá vai o menino correndo
Contente apressado pra missa
Com o seu cabelo cortado
Molhado e suado camisa

A missa já vai começar
E hoje por ser domingo
Tão pouco ele tem pra falar
Já cansado de tanto aclamar
Hoje é o teu silêncio
Que vão escutar

E de cabeça baixa
Todos vão ficar
Quando o silêncio te possuir
E toda verdade
Ele insistir em falar

Até a hipocrisia
Deixará de existir
E toda anistia
mudará de lugar

Pois o silêncio de um menino
Conta uma verdade inteira
Mesmo que ele seja traquino
E pule da ribanceira

Porque quando
Um menino se calar
Maiores verdades
Ele traz no olhar

E até o teto da igreja
Há de desabar
Quando testemunhos ali
Se pronunciarem

O jarro, o Santo e o sino
Até o escarro, e o canto
Se espantarar com o menino
A vela, a flor e as donzelas
Vão sumir com a dor e as mazelas Porque já sabem rezar
E dizerem amém ao destino.

Inserida por valdenirdelimaolivei

Os Olhos Da Noite

A noite me consome
Como o vicio e o cigarro
Eu me perco nessa fome
Preso dentro do carro

A noite me paralisa
E só o medo parece fazer sentido
A vida parece tão curta e mais lisa
E meu coração tão duro e partido

Os olhos da noite me cega
E também me apavora
Quando a menina chora
E o menino escorrega

Os olhos da noite me contam
Segredos que a vida te esconde
E as coisas que elas aprontam
Só o breu da noite responde.

Inserida por valdenirdelimaolivei

Eterna Paixão

Pelo sim,
Pelo não
Estou com você
E não abro mão

Haja o que houver
Eu posso até sofrer
Mas guardarei Você
No meu coração

Como quem guarda
No jarro uma flor
E mesmo que o espinho
Te causa alguma dor
ela sempre serar
A sua eterna paixão

E há sempre a espera
De um novo botão
Que brote o amor
A ternura e o perdão

E que sirva de alimento
A toda e qualquer ilusão
Desde a alma de um pecador
Até a calma de um pescador
Quando o breu da noite chegar
E o brilho do sol acordar
Menina, moça e rapaz
Tão cedo irão despertar

O sorriso é um enorme portão
Que brilha em faísca na multidão
O amor é a chave
Para abrir qualquer porta
Em todo sentido
Em qualquer direção.

Inserida por valdenirdelimaolivei

Odisséia

Um pé na estrada
E o outro de tocaia
Esperando que a madrugada
Lhe sirva de gandaia

A fé me levanta
E me serve de escada
Eu deixo o ferro
O escudo e a espada
E da sacada ainda posso ver
Insanas mulheradas
Descendo de míni saía

O céu escureceu
E tantas estrelas eu vi brilhar
Mas o destino era sempre breu
E só o amor pôde me guiar

Eu te dei mil abraços
E também beijos roubados
Depois cortei um dobrado
Quando eu resistir
E me vestir de palhaço

A minha vida sempre foi
Um samba de lata
E só o amor me convida
Pra correr e cair
Nos braços dessa mulata

A minha sina sempre foi
Correr, cair e levantar
Fumar um cachimbo e rezar
E depois me embrenhar pela Mata

Mais longe quis andar e sumir
Nas curvas que o vento faz Por ai
E quando a saudade apertava
Eu te mandava lembranças
Por um sinal de fumaça

Aonde eu vou não tem caminho
É eu quem faço a minha trilha
E é sempre feita com carinho
Pra receber as maravilhas

É muito pouco o que eu sei
É quase nada eu ja nem lembro
Se um dia eu já fui rei
Foi no fim lá de Dezembro

Quando a estrada ainda era calma
E a alma ainda era tudo
Pra vida a gente batia palmas
E de dor não se falava no mundo

A vida cobrava tão pouco da gente
E a amizade era tão natural
Só quem viveu
É quem sabe, quem sente
Que o peso da luta era tão normal

A gente deitava
Ali nas calçadas
Contando as estrelas
E ouvindo piadas

E quem por ali passava
Achava muito engraçado
E acabava do nosso lado
Contando histórias
E dando risadas

Pois o mundo era ali
E o medo eu não via
Não tinha moto
Não tinha halli
Não tinha os bêbados
Á nos iludir

Não tinha grito
Não tinha berro
Não tinha choro
Não tinha vela

Não tinha agouro
Não tinha remela
Não tinha cachorro
Não tinha gamela

Não tinha pato
Não tinha prato
Não tinha prata
Não tinha ouro

Não tinha rato
Não tinha besouro
Nem carrapato
Nem tinha touro

Não tinha lata
Não tinha leite
Não tinha nata
Não tinha azeite

Não tinha pão
Não tinha queijo
Não tinha cão
Não tinha beijo

Não tinha você
Não tinha desejo
Não tinha sofrer
E não tinha morrer.

Inserida por valdenirdelimaolivei

De Bem Com A Vida

Vamos dar cambalhotas
E fingir que está tudo bem
Deixe de lado as revoltas
Curtidas sempre por alguém
Curte a delicadeza da vida
E viva sempre até abusar
Busque a felicidade
Na beleza pura de um novo do dia
E viva sempre com muita alegria
Porque o amanhã é incerto
E ele pode nunca chegar

Vamos dar gargalhadas
Porque somos muito vivo
E por si só isso já é motivo
Pra lhe servir de medalhas

Vamos abrir o nosso coração
E deixe o seu orgulho de lado
Abrace com muita emoção
E ame pra ser amado

Vamos abrir um sorriso
Pras coisas simples da vida
Deixe a ambição de lado
E viva só o que é preciso.

Inserida por valdenirdelimaolivei

Presságio

Eu vejo braços no ar
Defendendo a nação
Eu ouço desatinos
E me ponho a chorar
Pois conheço o destino
De toda essa gente
Que insiste segurar o rojão
E conter a enchente
Obedecendo o coração
Pra poder se libertar

Eu vejo uma multidão a caminhar
Intensamente na mesma direção
E sinto que a luta
Ainda demora acabar
Enquanto não se falar em amar
E em ter compaixão

Eu vejo abraços
Travados com a luta
Por isso há uma luz
Lá no fim do túnel
Acendendo um sorriso
Que ainda reluz
Mostrando que esse
É o fim da labuta.

Inserida por valdenirdelimaolivei

Grilos

Hoje eu acordei assustado
Com grilos no meu blusão
Hoje eu paguei meus pecados
Com grilos até no colchão
Tinha grilos em todo lugar
No quarto,na cozinha
No banheiro e na sala de estar
Alguns já em pé no portão
Esperando a sua vez de entrar
Tinha grilos até no telhado
Todo atrevido e molhado
Parecia que saiu do banho
Ou talvez do fundo do mar

Tinha grilos até na torneira
E quando se abria
Parecia cachoeira
Era tanto grilo pra lá,
E tanto grilo pra cá
Como se fosse uma cordilheira
E quanto mais se subia
Menos parecia acabar
Tinha grilos pra todos os lados
E grilos de todos os modos
Pois enquanto alguns
Se agasalhava no cobertor
Alguns passeavam no corredor
E outros refrescavam na geladeira.

Inserida por valdenirdelimaolivei

A Tribo

Quando essa tribo chegar
E entrar pela porta da frente
Cantando o que mais gostar
Como se fosse gente
Vai fazer o velho corpo cansado
Alegre voltar a dançar
E até essa gente amaldiçoada
Vai ficar tão contente
E até a madrugada
Vai querer balançar
Quando essa tribo chegar
Tudo vai ser diferente
O sol e a lua juntos vão brilhar
Como se fossem parente.

Inserida por valdenirdelimaolivei

Imprensa

Já não é o que pensa
Já não é o que faz
Quando a imprensa é quem diz
O que a gente não fala
Ela entra e sai sem pedir licença
E aonde quer que ela vá
Já carrega na mão a sua mala
Cheia de fofoca
Cheia de indecência
Não importa a cor,
Credo ou a crença
Ela está sempre presente
Ali fazendo sala
Pra vida alheia
Que não te pertence
Como se fosse uma aranha
Tecendo cada fio
No emaranhado da vida
Como se fosse sua teia.

Inserida por valdenirdelimaolivei

Simplicidade

Eu preciso de tão pouco pra viver
Só uma vida com bons amigos
E água pra tomar banho e beber
Um sorriso eu preciso também
Mas que ele seja sincero
Pra mim não ter que esconder
A simplicidade é o que me faz feliz
E a felicidade me mantém de pé
A tristeza está por um triz
Pois sempre que ela chega perto
Eu mando ela ir embora
E pra bem longe eu faço correr.

Inserida por valdenirdelimaolivei

Brasil

Vamos embora desse lugar
Pois já deu o que tinha que dar
Quem ficar aqui vai sofrer
E tão certo vão te liquidar
Quando o poder mais alto mandar
E o velho barão aqui morrer

Brasil é a poeira,
De um triste e lamentável deserto
Entre grandes futuros insertos
Que o vento costuma levar
Sempre junto com a bandeira

Brasil é pra quem sabe nadar
E não pra quem quer chegar lá
Pois no caminho morrerá afogado
Ou de bala perdida em algum lugar

Brasil é a fome
Brasil é a guerra
O dinheiro ele come
E a noite ele berra
Tão alto que a besta fera
Que de susto até some

O Brasil é um relógio atrasado
Nos passos,
De quem anda apressado
Correndo se contra o tempo
Pra sustentar o presente
E consertar o passado

O Brasil,
É a miséria
Mais séria
Que existe
Ela cerca você
E em toda odisseia
Ela persiste
Cortando como uma faca amolada
Todos os seus punhos
Como se eles fossem salada

O Brasil é uma gilete
No bolso no pobre
E por mais que ele corre
Acaba grudado feito chiclete
Trabalhador aqui não tem vez
Só contas no final do mês
Murro ele leva no rosto
E juros ele leva no bolso
Carne pra ele é puro pecado
Mas chumbo é sempre do grosso
Amizade sincera é pura vaidade
Diferente daquela,
Que te corta o pescoço
Quando o pivete chega
E diz não querer roer só o osso.

Inserida por valdenirdelimaolivei

Traços

Com o lápis no papel
E o pé no chinelo
Eu desenho o céu de azul
E também de amarelo

Com a caneta
Eu desenho o sossego
Desenho o passado
E também o morcego
Desenho o presente
E pressinto o futuro
Um recinto fechado
Fechando teu ego

Com a caneta
Eu derrubo a marreta
Construo a cadeira
E tranco a cadeia
Desenho um índio na sua aldeia
Dançando tango e fazendo careta

Com a caneta
Eu escrevo o seu nome
E com lápis seu sobrenome
Com a borracha
Eu apago o passado
E escrevo outra história
Com você do meu lado.

Labor

Lá vem o barco
E o braço fraco
Do menino a remar
Ele vem pra cumprir o destino
E mostrar que sabe lutar
E quando nada sai
Do jeito que ele espera
Também não se desespera
Porque sabe que a vida é um arco
E dona de grandes percalços
Mas tem sempre alguém na curva
Sempre prontos á nos esperar
Porque conhece o segredo da vida
E sabe que um dia ela vai melhorar
Por isso os sonhos
Ele desenha na areia
Porque sabe que um dia
Ele vem pra pintar.

Inserida por valdenirdelimaolivei

Lição De Um Arrependimento

Arrepender-se
É aprender
Com o erro
Pra que da próxima vez
Possa fazer diferente
Se tiver de render-se
Que seja sem nenhum berro
Mesmo que a situação
É de desespero
E exija de você
Ser um pouco mais serio
Não devemos
Fazer o que faz essa gente
Sem antes escutar
O que diz o coração
Porque as vezes uma palavra dita
Por mais pequena que ela seja
Pode tomar a proporção
De uma profunda enchente
Capaz de inundar um coração
E mudar a nossa mente.

Inserida por valdenirdelimaolivei

Dilúvio

A casa desabou
Porque choveu
A noite inteira
O telhado parecia
Uma enorme peneira
E tanta gota ali desceu
Molhando o que se não via
Quando a luz se apagou
E casa escureceu
O vento forte
E tão veloz
Fez o menino se assustar
E tudo ali deixou sem voz
E quando o relâmpago abria
E o trovão turrava
Já não sabia
Quem mais empurrava
E tão pouco o que seria de nós.

Inserida por valdenirdelimaolivei

Desafogo

Aonde queima o fogo
Afoga também a água
E quando se entrega o jogo
Entrega também as mágoas
Guardadas no coração
No auge dessa jornada
E a dor quando vem
É sempre em disparada
A gente quer segurar
E tirar ela com as mãos

Aonde passa o ferro
Fere também a fé
O menino solta um berro
E o destino morre a pé
E quanto mais ele corre
Mais longe parece que é
Aonde passa o riso
Passa também o choro
Só não passa o que é preciso
Pra nos tirar desse agouro
Volta e meia é sempre isso
Sentimento tão valente
Por vezes tão conciso
E forte como um touro.

Fascínio

O que eu sinto por você
Não caberia num papel
É tanta vontade em te ver
Que chega ser maior que o céu
E quando você passa por mim
E nem olha pra trás
É como se me deixasse ao léu
E decretasse o meu fim

O que eu sinto por você
Vai além dos meus olhos
Você é a mais pura magia
Com a mais louca e sabia alegria
Por isso quero te ver toda hora
E já fico mal se eu te espero
E você demora
É como se a noite ali chegasse
E o dia já fosse embora

É um sentimento tão puro
Que invade e queima
Dentro do coração
É dias e noites assim
Esse tormento dentro mim
É como um ferro
Martelando na pedra
Ou eu caindo de cara
Em cima do chão duro

Todos os dias eu penso em você
E o que eu sinto é tão sincero
Por isso tenho medo em te perder
E ser feliz contigo
É só o que eu espero

E ser teu amigo só é tão pouco
Eu quero ser muito mais que isso
As vezes parece que eu sou louco
Mas é de você que eu preciso

Eu nunca vou te esquecer
E sempre mais
Eu vou te querer
Você é luz que ilumina
Os meus passos
Quando o sol sumir
E o céu escurecer

E quando o seu abraço surgir
Tudo aqui há de vencer
Todo medo que tenho guardado
Já não vou mais temer
E tudo que chorou
Aqui dentro de mim
Um dia vai sorrir.