tadeumemoria

226 - 250 do total de 800 pensamentos de tadeumemoria

Tapioca
Com suas mãos sofridas e negras,
A goma molhada é esfarelada
Enquanto me fala da vida...
E nela algo me diz,
Que a áfrica é Vó de todos os brasileiros,
A fécula repousa,
O descanso que os negros não tiveram,
Mas minha Vó tem o sorriso,
Tem o prazer pela vida,
Que correntes, troncos e rebenques não lhe tiraram...
O leite de coco, feito com esmero
Corre entre seus dedos,
Ralado e esmagados por mãos potentes;
Enquanto a tapioca é assada,
Ela me fala com certa nostalgia,
De um amor do passado,
Nesse momento os olhos
De vovó são como o lago,
Mas nenhum guerreiro mostra o seu lado fraco
E quando a tapioca cheira, ela pega a frigideira
E no movimento rápido vira a tapioca,
Então me olha com carinho, neste rico país
Que ela ajudou a construir;
Morando sob uma humilde casinha de taipa,
De piso morto, ela ainda é feliz...
TADEU G. MEMÓRIA

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somos como a terra, precisamos de "chuvas"...

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Minha nossa senhora aparecida!
Cida, abrace Sandra agora, adote
Essa alma e perdoe nossos deuses...
Tão orfãos de consciência...
Tenha paciência,
Pelé disse: Love, Love,Love...

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É preciso morrer
para escrever um poema
Renunciar ao paraíso
Jogar-se do vigésimo andar, beijar a naja
Ainda assim vale a pena...

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Tenho lembranças doces de olhares serenos...

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Ela o-olhou pasma, não sei se pelo tamanho; pedi que o beijasse para fomentar intimidade entre sua boca e ele; relutou, havia um certo receio, mas era inegável que havia um magnetismo entre ambos...

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Quase nada é um quasímodo emergindo do lago...

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Gato preto segue o teu curso,
Não cruza o meu caminho
Preciso de sorte pra caminhar sozinho
Preciso de uma gata
pra caminhar com sorte
Preciso de um urso para ser mais forte
Gato preto na encruzilhada é espirito ruim,
Na madrugada é mau sinal,
No meio do caminho é tempo de azar,
Gato preto, meu pesadelo,
Tigresa dente de sabre,
Dromedário no deserto,
Gato preto fica esperto,
Não fica perto, perto de quem come...
Longe de quem trabalha, não atrapalha,
Tá chegando o carnaval,
Não vai virar tamborim...

a verdade é uma vaca atolada num mangue
a mentira é uma ferida da qual nunca se extingue o sangue

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o ser humano é um universo imenso perdido em insignificâncias

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A noite me conduz
o mar é muito mais que luz
é um cancioneiro
cantando uma canção de amor eterno
e nesse mar de imensidão
tem tantos mares a cantar o amor

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Não me fale de felicidade
não conheço tal cidade
isso é uma província tão distante...
uma via inviável
tenho alguns sorrisos em molduras
alguns retratos em estantes
prateleiras de aglomerados
não sustentam o sentimento
assim por tanto tempo
não me fale tão suave de ternura,
essa rua deserta e escura
só me traz espanto...
não me faça sonhar ou ter pesadelos...

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E.Ts
Já te falei sobre os discos voadores
No meu firmamento pessoal,
Sobre os aliens e meteoros,
Já te falei sobre a minha gravidade,
Sobre os dragões que povoam as minhas cidades,
Já te falei sobre são Jorge guerreiro,
Jorge Ben ou Jorge Ben Jor, Seu Jorge,
Acho que tivemos sorte,
Mas sob os astros, quando a vaca caminha
Numa total penumbra quem aposta
Que um rastro de bosta...
Quem caminha seguro com uma vaca em sua frente?
Quem caminha seguro com uma vaca no escuro?
Teremos sempre ameaças de chifres
Jamais teremos férias em Chipre
Teremos sempre ETs a povoar nossas inseguranças
Teremos sempre monstros
Nos olhos mais ternos de nossas crianças
Quase sempre não somos os únicos culpados pelos nossos pecados

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eu acredito no amor

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AQUI MORA A SAUDADE
o teu olhar perdido na esquina,
o teu sorriso escondido atrás da cortina,
a vida pouca vai se apagando
como uma vela a cada olhar,
esses silencio, essas cruzes, esses avestruzes
que passeiam em nossos cemitérios
segura a mão da lembrança,
e se apóia, não submerge,
somos túmulos de nós mesmos
no nosso funeral diário,
mas sobreviva na fé do amor e da paixão
não se entregue, se entregue...
e se não der certo, deu certo,
esse tropeço também é viver,
essa capela, esses sinos esses sinos
assassinos esses túmulos ...
essas cruzes, esses avestruzes que passeiam...

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DOSES HOMEOPÁTICAS
O amor é salutar em doses homeopáticas
então ame o que tiver de amar
beije o que tiver de beijar
chupe o que tiver de chupar
engula o que tiver de engolir
mas não vá se envenenar
o amor é salutar em doses homeopáticas
o amor tem efeito colaterais
as vezes brinco com o sentimento das palavras
derrubo o bêbado na rua,
dispo a bela na calçada,
pairo a lua cheia sobre o jardim
cora o jasmim
açucena entra no meu poema assim do nada
um toque divino e o sentimento das palavras
promove uma gestação no meu verso no meu universo menino...

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O amor tem efeitos colaterais

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Vá,
deixe pra trás todos os momentos que passamos,
deixe pra trás todas as lutas que vivemos,
deixe pra trás tudo ao que nos aventuramos,
deixe pra trás meu coração amargurado,
deixe pra trás esta paixão,
não vale apena não...
o amor renasce com olhares e sorrisos
tão fácil e vulgar como as borboletas
de flor em flor em qualquer jardim...
esqueça que um dia fomos dois,
que numa igreja um dia nos jogaram arroz...
esqueça a saudade que sentiremos,
as lembranças que teremos,
desejos a nos consumir...
vá ser feliz
mesmo que só dure uma semana...

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Faço malabares com as estrelas
tenho meia dúzia de planetas na gaveta
já viajei na calda do cometa
e lapido diamantes que já foram meteoros...

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Se eu soubesse chover
não me molharia tanto...

Ela pegou a vassoura
e saiu voando pela janela,
ainda vejo sua silhueta sobre a vassoura
em contraste com a lua cheia...
mais cedo fez chover pétalas de rosas
me falou da essência do amor...
e cheirando a jasmim
levitava entre entre as bromélias do jardim,
ela me disse que era pra sempre
que era infinito, sempre que acontecesse
deitamos a luz da lua
acordamos a luz das estrelas
e tudo que era poesia invadiu minha rua...

AUSÊNCIA

Prismas diferentes dão tonalidades diferentes às verdades da vida. Ás vezes sob o cajueiro centenário, que se espalha no fundo do quintal, fico a observar o firmamento; acho que é uma forma romântica de preencher ausências; é um ângulo que de certa forma me protege de mim mesmo. Cada estrela dessas é uma ausência e sob o cajueiro eu sou um prisma perdido que seus galhos camuflam, e a angústia de ser só é de alguma forma sacudida; e os meteoros que viajam cambiantes eu chamo de estrelas cadentes e faço um desejo. O cajueiro já me conhece, e conhece todos os meus desejos; conheceu a minha primeira namorada e seus gemidos; bem perto de sua raiz enterrei demônios: cajuzinhos em oferenda para o Deus das estrelas; acreditava que assim as namoradas voltavam; mas no meio da noite sempre tinha pesadelos com seus galhos me apertando; acordava de madrugada, corria pra janela e observava o cajueiro sacudido pelo vento litoral; parecia comemorar alguma coisa; talvez a minha ausência, até que de trás de seu tronco iam surgndo as namoradas, que leves como algodão, eram carregadas pelo vento ou arremessadas pelos seus galhos em direção a abóboda celeste. Cada estrela dessas é uma ausência, mas o cajueiro floresce com a neblina primaveril numa promessa fiel e infalível de frutificar e acolher agruras e angústias de qualquer ausência.

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VINTE ANOS DE MENTE
Mas se não for eu,
seja feliz assim mesmo
nem tudo é completo...
completo vinte anos
no ano que vem ,
vinte anos de mente, de mentalidade...
e se essa cidade fosse minha,
galerias de jóias seriam suas,
seriam suas as sorvceterias...
meu maior prazer é tua alegria ,
é o teu prazer,
mas se não for eu,
seja feliz assim mesmo,
nem todo amor
tem o mesmo tamanho
o mel dos meus olhos castanhos
aliviam a dor,
meu coração tem o suporte
para qualquer adeus,
mas se não for eu
será alguém com muita sorte
seja feliz do seu jeito..
nem tudo é perfeito guarde
no peito a lembrança
do que é ser criança.
E se a esperança ainda arde,
se a paixão te consome
aguarde, tenho todo amor
pra matar essa fome...

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POR ELAS
Por elas o sol se põe espetacularmente, dourando o horizonte, bronzeando as nuvens, mas seus olhares melancólicos não abandonam suas faces. Elas precisam saber o que é felicidade, elas precisam saber o que é sonhar; elas precisam saber o que é o bem e o mal; o que é ruim e o que é bom. Por elas o mar se revolta e se acalma; por elas chove e faz sol e o arco-iris surge sublime, divino, cheio de cores. Deus apaixonado fez as flores, os pássaros e as cachoeiras, inventou a noite cheia de estrelas e de luzes; mas seus olhares melancólicos... elas são felizes e não sabem, são irresistíveis e não percebem, são donas de tudo e negligenciam... por elas o sol nasce pela manhã, num milagre único que jamais se repetirá da mesma forma, e a brisa sopra nas suas peles de cetim, acariciando seus cabelos e lhes fazendo lacrimejar, mas no final da tarde, alheias ao crepúsculo e às promessas de uma noite, elas se pintam, se vestem, e se adereçam para uma batalha em busca da felicidade que está ali ao comando de suas vozes, alcance de suas mãos, mas elas não percebem e vão em busca da paixão...

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ADOLESCENDO
A menina de vestido estampado
Saltava na calçada como se pulasse estrelas,
Apontava o firmamento como se pudesse tê-las
E a saia se erguia, mostrando a intimidade
Dos seus quinze anos...
Danos em mim,
Amarelinhas nunca mexeu comigo assim...
Porque as alças também lhe caiam
Mostrando a adolescência adolescendo nos seus seios...
A menina de vestido estampado
Saltava na calçada como se pulasse estrelas
Apontava o firmamento como se pudesse tê-las...
E ela podia...

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