Sílvio Fagno

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Por que a felicidade de alguns depende da infelicidade de outros?!

Inserida por SilvioFagno

Condição -

Podemos ser tudo o que desejarmos.
Mas somos, tão somente, tudo o que fazemos.

Inserida por SilvioFagno

Às Vezes Calar-se é Dizer Mais -

Gosto desses dias em que não tenho forças para revidar maldade, mau-caratismo, podridão.
Ao contrário do que pensam os "fodões": são esses dias que me fazem mais forte, nobre, especial.

Inserida por SilvioFagno

Há Dias

Há dias em que tudo que eu posso é me recolher.
Ocupar o mais solitário cômodo da casa, onde ninguém vai, onde a luz natural não alcança, onde quase nada chega. Só as menores coisas (ainda que, algumas, tomem tudo): fragmentos de grandes lembranças; um inseto ou outro; a esperança; o silêncio; a saudade.
E nesses dias toma-se banho mais depressa;
Come-se mais rapidamente;
Dorme-se maiscedo.
Mesmo nos dias mais quentes, tem-se frio (um frio interno),um tremor, uma angústia.
Pensamento desordenados, acelerados, destrutivos.
Nesses dias eu sou, apenas, uma lágrima de dor genuína que escorre pelo rosto e só o escuro do quarto e a solidão da alma a reconhecem.
A luz volta, eu sei.
A vida e os sonhos continuam.
Mas, por hoje, é isso.

Não Há Evolução -

Não se pode falar em desenvolvimento, em evolução humana enquanto houver pessoas morrendo em decorrência da fome.
Nada evolue sem que, primeiro, se priorize e se alimente o básico, o vital, o essencial.
Mesmo nos dias em que as Bolsas de Valores estão em alta, pessoas continuam morrendo de fome.

(Não há evolução!)

Inserida por SilvioFagno

Nulo -

Vou deixá-lo, por enquanto, aqui, quieto.
Ele é grande, sincero, cuidadoso, mas não o suficiente para o recíproco. (Mostram-me).
Então, é melhor preservá-lo seguro (ainda que incompleto), no peito (ainda que machucado).
Sentimento: inquieto, calado - nulo.

Inserida por SilvioFagno

Desejos Impulsivos -

Aprendes a controlar os teus desejos impulsivos e terás, assim, encontrado (em parte), a chave da sabedoria sobre ti.
Controla-os, não os mates.
Ou então, morrerás de tédio em vida.

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Bendita Vírgula Maldita -

Não leia Bukowski! Não, leia Bukowski! Não leia Bukowski! Não, leia Bukowski! Não leia Bukowski! Não, leia Bukowski! Não leia Bukowski! Não, leia Bukowski! Não leia Bukowski! Não, leia Bukowski! Não leia Bukowski! Não, leia Bukowski! Não leia Bukowski! Não, leia Bukowski!

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O Estado que negligencia a educação, cultua a mediocridade.

A Viagem (As Pequenas Grandes Coisas) -

Muitas pequenas grandes coisas têm passado por despercebidas nesta rara, às vezes longa, às vezes breve, jornada que é a vida de cada um de nós.
A correria e o excesso de informações - em sua maioria, fúteis - dos nossos dia, têm nos afastado do que realmente importa: o olhar, o toque, o sentir, o dizer, o ouvir (pequenos gestos e cuidados diários).
Perdemos a percepção de evolução, do gasto, da mudança.
Temos nos colocado no automático: o pragmático e mecânico cotidiano das tarefas diárias, sem a, muitas vezes necessária, atenção nos detalhes que, quase sempre, determina o resultado.
Nos relacionamos por conveniências; nos olhamos por desconfiança; nos atraímos por novidades.
Logo, o espanto, a surpresa: a criança cresceu, a flor murchou, a relação esfriou, a oportunidade passou, algo, dolorosamente, se perdeu.
Sim, temos perdido muito tentando ganhar, sabe se lá o quê.
Conheço pessoas que passaram a vida inteira acumulando dinheiro e perdas.
Certamente e infelizmente, o dinheiro acumulado nunca reparará as perdas.
Não desperdicemos a oportunidade de amar em excesso: o outro, a família, os amigos, seres, lugares, sensações e, de vez em quando, parar, descer do “veículo” e admirar a paisagem desta "estrada".
Pois, nesta viagem, entre o despertar e o adormecer, o grande barato não é a inevitável, angustiante e misteriosa chegada. Mas sim, as paradas, as pequenas grandes coisas e pessoas que encontramos pelo caminho e que nos fazem, ainda que momentaneamente, esquecer o fatal e irreversível destino dos que aqui nascem.
Não compre a ideia de um depois, apesar de achar que estamos vivos pelas incertezas.
O Tempo que temos é o agora, e Tempo é tudo.
Assim, sigamos na busca.
Entre erros e acertos: tentativas.
Entre lágrimas e sorrisos: emoções.
Entre o início e o fim: viva... vida.

(Poesia e boas escolhas).

Ano (Novo?) -

Sei que quando o barulho dos fogos começar lá fora, algumas lembranças me levarão às lágrimas.
A gente passa o ano inteiro com restos de choro presos na garganta, no limite, por transbordar.
É, inegavelmente, somos partes deste ciclo que se encerra para um novo (mais repetitivo do que se imagina).
E, sendo partes, estamos sujeitos a, qualquer momento, parar no Tempo a cada jornada.
E para um homem como eu - cheio de traumas e receios e dúvidas, sem crenças religiosas, tentando fugir da superficialidade da massa, sem esperança na humanidade - não saber quem ou o quê me trouxe ou me permitiu chegar até este momento é, um tanto quanto, angustiante e, ao mesmo tempo, há um estranho alívio.
Eu também agradeço, mas eu não sei direito a quem ou a o quê.
Se você não tem essa dúvida, eu tenho dúvida sobre você; sobre mim; sobre ter certezas.
É tudo do Tempo e amanhã será mais um primeiro dia de mais um ano (novo?) a menos.
(Eu acho).

Inserida por SilvioFagno

A Tardezinha (A Hora da Saudade) -

Aqui estou, mais uma vez observando a Tardezinha.
Nem é dia nem é noite: é esse meio termo cinza, com pinceladas azuladas e alaranjadas entre o dia e a noite.
Para mim, é a hora mais nostálgica de um dia, e também a mais bela.
É a hora da brisa leve; o momento do olhar cuidadoso e paciente; o instante raro em que nasce a Poesia.
É a hora em que as aves diurnas se calam e os animais noturnos se manifestam.
O momento em que o sol vermelho se esconde atrás da cortina infinita do horizonte.
Talvez, seja o instante em que "Deus" pare para refletir; a hora em que o Tempo respira mais profundamente - a vida desacelera.
Avós e netos pelas calçadas; jovens de volta do Colégio; aquela série de TV favorita.
É a hora adolescente na velhice: de espírito sábio e gestos nobres.
Ela é a fotografia desfocada e, assim, poética; a pureza das crianças e dos palhaços; o amor adolescente passeando de mãos dadas na pracinha; a canção que traduz a essência dos namorados; as brincadeiras entre amigos; o elo que une o amor à amizade; o avesso da maldade; a rebeldia adolescente; o amor de pai e mãe; as brigas amorosas entre irmãos; a fé, sabedoria e bênção dos mais velhos.
Ela é o encanto dos olhos e do olhar; a leveza e espiritualidade da alma; é o misterioso e estranho e belo e sentimental contidos no íntimo do ser; é o lúdico e lírico; a balada de Rock; desenho animado na juventude; os sábados; dezembro por findar; livros, café e uma boa companhia nos dias frios; o sonho dos românticos; a taça de vinho, chocolate e o pensamento; o beijo roubado (tão esperado); cartas de amor escritas a mão; versos simples rabiscados no papel; a poesia dentro do poema; a nobre inspiração do Poeta.
Ela é esse meio tom entre a luz e a escuridão; o ponto de equilíbrio entre o céu e a terra.
Neste magnífico instante, nem é dia nem é noite: é a passagem. A hora da saudade.
O momento de voltar pra casa.

Inserida por SilvioFagno

Somos Começo, Meio e Fim -

Estamos aqui porque somos partes disso tudo. Somos começo, meio e fim.
Não podemos fugir dos fatos, do acaso, das escolhas e consequências. Somos partes fundamentais, mas não somos donos absolutos.
Atribuimos os resultados às nossas escolhas, mas não estamos protegidos do acaso desconhecido das forças que regem o Universo. Bem ou mal, elas se materializam, muitas vezes, no inesperado, no surpreendente, no inexplicável (às vezes lúdico, às vezes trágico).
Somos começo, meio e fim.
O sol nasce, aquece, ilumina e se põe; a flor nasce, perfuma, encanta e se vai. Mas a vida também é dos que sonham (infinitos sonhos). É do professor e do aprendiz; a vida é das crianças, dos jovens, dos palhaços, das senhoras e senhores.
A vida é do indispensável - do amor, da amizade, da poesia.
A vida e tudo aquilo que é parte dela, é imprescindível a ela.
No sopro que é, se totaliza; mesmo breve, se faz completa. E só porque há começo, meio e fim.
Um começo, um meio e um fim são inerentes à vida. Porque um começo, um meio e um fim é a síntese da síntese (ainda que fria), da vida.
A grandeza da vida é proporcional aos seus prezeres e mistérios.
Nascer é uma dádiva; viver, estar vivo é o sentido fundamental de nascer; e morrer é o completar natural de um ciclo, a ordem máxima da vida.
O que nos resta se não aceitar e adaptar-se a tudo isto, adiando ao máximo o tempo de morrer sozinho?
Não nos conformar é preciso, pois é questão de desejo e vontade de usufruir esse privilégio de estar vivo.
Afinal, somos do ontem, do hoje e do amanhã, mas pertencemos (na carne), somente ao agora - de fato, um presente.
Porque somos do Tempo, pertencentes a ele desde o começo, meio e fim.

(Sorte e boas escolhas!).

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De Pai Pra Filho -

Um dia, quando eu já não estiver mais aqui para ouvi-lo, talvez meu filho dirá: "meu pai sempre dizia: John, cuidado com as quinas!
Eu nunca entendi muito bem o que meu pai queria dizer sobre quinas.
Sei que ele falava das quinas de camas e mesas e cadeiras, mas também era sobre esquinas e ruas desconhecidas; era sobre medo e dor e solidão; sobre a sorte e estrelas cadentes.
Acho que meu pai falava mesmo era sobre o amor: ele sabia que se eu machucasse meu dedo numa 'quina' qualquer do mundo ele também choraria."

Inserida por SilvioFagno

Aquela Moça -

Meu Deus! Meu Deus! Meu Deus!
Como eu poderia ter amado aquela moça, eternamente.
Sim, a amaria eternamente.
Não essa que se fez fútil e vulgar e descartável.
Mas aquela que só existiu no meu mais nobre sentimento, covardemente destruído.

Inserida por SilvioFagno

É Triste -

Não me deslumbro com a falsa positividade da grande maioria das pessoas.
Se observarmos em volta, com alguma sensibilidade e um olhar um pouco mais cuidadoso, perceberemos, tão logo, que a vida, para a maioria, é triste.
De algum modo é triste.
E aqueles quem têm a sensibilidade à flor da pele, a alma leve, sentem muito mais tudo isso.
As pessoas andam presas a trabalhos maçantes, relacionamentos destrutivos, crenças escravistas.
Numa competição sangrenta e inútil que tem nos levados a exaustão física e mental.
Que tem ceifado amizades, amores, tempo.
(Sim, tempo).
Não temos tanto e eu não vejo com bons olhos alguma luz futura.
(Espero, ao menos, que os bons não percam a esperança.
Porque os maus nunca perdem).

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Os Quases, Todos e Restos -

Caro leitor, cá estou, neste exato momento, precisamente, às 15h10, de uma tarde cinzenta, de uma segunda-feira de Carnaval, revendo, relendo, reavaliando minha vida e pensando em tudo que eu perdi durante esta trajetória.
Entendo que seria mais aconselhável pensar em tudo que ganhei, sim, eu sei.
Mas a verdade é que, neste momento, me ficaram, ironicamente, as coisas que eu perdi: os quases, todos e restos.
Quanto tempo perdido esperando quem nunca veio?!
Quantas noites perdidas sem sono (por medo, raiva, doenças etc.) ?!
E perdi dentes, unhas, cabelos;
E perdi a hora do almoço, da escola, de dormir;
E perdi o lance, a estratégia, o jogo;
Perdi a fala, a oportunidade, a conquista;
E perdi a vergonha, a moral, a dignidade;
E perdi a fome, a compostura, o sonho;
E perdi a calma, o controle, o chão;
Perdi o desejo, o sentido, a razão;
E perdi as chaves, a palavra, a memória;
E perdi a melhor parte do bolo, do filme, da festa;
Quase perdi a esperança.
Perdi animais de estimação que eram como partes da família.
E o que dizer dos ídolos, amigos e familiares que se foram para sempre?!
É, já nem lembro quantas e quantas vezes, de peito apertado, olhos marejados e gosto amargo da decepção e rejeição, eu me perdi e me encontrei, inteiramente, despedaçado.
É bem verdade que ganhei muitas coisas também. Apesar de que, perdemos (em quantidade), muito mais do que ganhamos e, de certo modo, às vezes, ganhamos quando perdemos e vice-versa.
O fato é que, apesar das perdas - muitas inevitáveis e algumas necessárias -, eu gostaria muito de poder olhar (não para trás), mas para o lado e enxergar (seguro e orgulhoso), um Amor – companheiro fiel, cúmplice, amigo e recíproco.
Pois, sendo assim, eu não o teria perdido também no caminho.

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Repetidas e Limitadas -

A quantidade de pessoas repetidas e limitadas que encontramos por aí é absurda.
É tão difícil cruzar uma alma elevada, profunda, especial quanto aceitar essa realidade.
Uma vez ou outra a gente acha que encontrou, mas não, não encontrou.
É só mais uma pessoa legal, com alguma coisa legal. Ainda assim, cópia da cópia da cópia (claro, com suas particularidades).
E não importa se são magras, bem-sucedidas, atléticas, baixas, gordas, amarelas, fortes, diplomadas.
Se julgam-se espertas, inteligentes, superiores, felizes.
Se frequentam igrejas ou não; academias ou não; baladas ou não.
Não importa o quanto são justas e honestas e solidárias... não importa.
Superficialidade e mediocridade juntas, em estado funcional, denunciam: trata-se de uma pessoa "normal" (fora os defeitos e virtudes).
E no fim, são todas iguais.
Assim sendo, nada mais acontece.

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A Música -

A vida te oferece mil motivos para desistir.
A música te dá uma razão para viver.

Inserida por SilvioFagno

O Peso -

O peso da idade é sentido nas costas, ombros, braços, pernas, ossos e articulações doloridas.
Na falta de força e resistência e vitalidade de outrora.
Os restos acumulados de esforços repetitivos, horas extras, noites maldormidas, estresse, e a fragilidade natural do corpo no passar dos anos denunciam: estamos ficando velhos (ainda que tenhamos um espírito jovem).
Mas o verdadeiro peso da idade sente-se mesmo é na consciência: na realidade de todas as decisões e escolhas feitas.

Inserida por SilvioFagno

Já é Tarde? -

Já é tarde? Talvez não.
Apenas o que se vê; o que se tem; o que se é.
Sem atraso, nem pressa. Apenas, isto.
Estamos no passado e, talvez, num futuro, à procura do hoje - verdadeiramente um presente.
Por agora: até...

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O Calendário -

Em cima da mesa uma bandeja com ovos, uma cesta com algumas frutas, uma lata de óleo, remédios, pães e biscoitos.
Ainda na mesa à esquerda, uma garrafa de vinho tinto pela metade e uma de café cheia.
No centro facas e garfos e colheres dentro de um prato transparente, ao lado de um copo com água.
À direita um maço de cigarros, uma caixa de fósforos e um calendário na beira, meio que suspenso, quase para fora.
Nos rótulos informações nutricionais, composições químicas e advertências.
De tudo ali, o mais cruel, silencioso e implacável era o Calendário - que tudo conhecia, tudo abraçava, tudo devorava - tão certo e tão simples, no Tempo de ser: passado, presente e futuro.
Princípio, meio e fim.
Sendo apenas uma folha qualquer, numa mesa qualquer, numa tarde qualquer, de um dia qualquer, no cruel e silencioso e implacável Tempo de uma vida cronometrada (regressivamente).

Inserida por SilvioFagno

Lucidez -

Eu vejo e sinto e pressinto, detalhadamente, a vida e seus sabores e dissabores.
Em cores e sons e sentidos.
Recordo e revivo, com intensidade e nitidez, tudo, ao extremo.
Sinto o Tempo presente no ranger dos ossos e suor da pele;
No medo do desconhecido;
Na poesia dos gestos simples e nobres do meu filho.
Ouço o som do agora no vento que me assanha os cabelos e, neste instante, ameniza o calor do sol, em um quase fim de tarde, de uma quarta-feira qualquer de novembro.
Tenho anseios presentes que deuses me antecipam em pensamentos complexos, desordenados que disparam sinais e alarmes de alerta constantes.
Por quê?
A vida me chega em realidade e sonhos lúcidos:
E é esse o grande desafio; o grande duelo.
Se não, o grande mal.

Inserida por SilvioFagno

Reality Show -

A vida, de fato,
virou um Reality Show
(fútil,
superficial,
egocêntrico
e repetitivo).
Onde ninguém quer ser plateia.

Inserida por SilvioFagno

Novos Relacionamentos -

Os novos relacionamentos
estão sendo formados por pessoas
fragmentadas,
mutiladas,
traumatizadas.

Há sempre um
pé-atrás,
uma ansiedade
extrema,
uma desconfiança
mútua
e a pergunta:
A que horas começará a verdade?

E a verdade é trágica, amigo.

Inserida por SilvioFagno