Ruth

A rosa chocou_se ao saber que tinha espinhos
Encolheu se de tristeza ao saber que sua beleza poderia machucar quem lhe desse carinho

⁠Baque
Sabe quando estamos tranquilos? Sem nenhuma previsão de qualquer crise a caminho? E, embora estejamos só caminhando despropositadamente na estrada da vida, algo nos atinge. Estávamos lentos, mas a crise não. Ela bate com força. Nos derruba. Nos joga pra longe da estrada. Pra longe do caminho que achávamos que seguíamos tão tranquilos.

Ela nos transfere toda a energia da sua velocidade e espera que lidemos com isso. A mente vai a mil. Parece muita energia pra pouco corpo. Várias conexões são feitas. Problemas que nunca pensamos que tínhamos.

Invade a sensação de que a melhor opção é gastar toda a energia que nos foi transferida através de lágrimas.
Quantos litros são necessários pra sair toda a agitação de uma mente inquieta? Meu palpite: talvez infinito não seja o bastante.
Quantos problemas e pensamentos podem ser diluídos no choro? Outro palpite: não tantos quanto costumamos achar.

A lágrima nem sempre é uma uma boa solução. As vezes, não passa de paliativo. Coloque vários problemas nela e você vai simplesmente os ver se tornarem corpo de fundo no teu coração.

Claro, ocasionalmente, as lágrimas são necessárias, mas não coloque tantas expectativas nelas. Alguns problemas mais densos simplesmente não se diluem no choro. Alguns só se diluem em Palavras.

Meu relacionamento com palavras sempre teve altos e baixos. Normalmente, como uma pessoas tímida, costumava guardar em mim mais palavras do que deveria. Ainda guardo.

Mas, às vezes, tudo o que precisamos é de uma boa conversa. Se não com um bom amigo, um bom caderno também é eficaz. Palavra vai, palavra vem... Impressionante como elas traduzem problemas, sentimentos, pensamentos... E fazem você se sentir mais leve, uma vez colocadas pra fora. Ainda me assusta como isso é possível.

E, se não formos as pessoas que precisam falar no momento, estejamos dispostas a ser pessoas que ouvem. E ao responder, sempre lembrar de escolher as melhores palavras. Não existe pior ato do que jogar palavras que ferem em pessoas que já precisam de um curativo.

As palavras repletas de amor são sempre as melhores. São cicatrizantes.

26.06.17