Rodrigo Vieira
"..que atire a primeira pedra quem nunca errou por amor...(de repente uma pedra lhe atingiu a face). - Você nunca errou por amor? - Nunca! (respondeu toda orgulhosa).
-Então ele abriu um sorriso e disse: Coitada, tenho dó de você por acertar sempre.. Se nunca errou, é porque nunca amou de verdade. Quem ama perde a razão, a noção, o bom senso, o pudor... não tem como não errar. A única certeza, é fazer o você acha que está certo. Prefiro continuar errando, amando, sofrendo, tentando..."
Espere
O tempo passar
O emprego passar
A oportunidade passar
A felicidade passar
O grande amor passar
A saúde acabar
Espere
Pra amar a Deus
Pra sorrir
Pra mudar de vida
Pra dizer eu te amo
Pra reconhecer teu valor
Pra ter amor próprio
Espere
Em ter atitude
Em ter foco
Em buscar conhecimento
Em reconhecer quem te ama
Um dia melhor
O bater na porta
Espere
Pra enfrentar desafios
Um milagre
O amanhã
Os resultados
Sua vida acabar
A morte chegar
Espere, e sempre ficará para trás todos seus sonhos e conquistas na vida, e você se tornará nada menos que um (nada)
Escritos perdidos
Quando eu partir
Procurem meus escritos perdidos
Poucos saberão onde os guardei
Ali não escondi nada
Ali foi onde me revelei
Não se assuste com a intensidade
Foi apenas um pouco da metade
Um tanto que me doei
Senti poucos limites
Corri, amei, chorei
De onde vem estas palavras
Ali está o Rodrigo
Alguém que muitos acham que existe
Mas a verdade é que quieto eu fico
Fico para me manter em riste
Para partir como sempre sonhei
Guardados de uma manhã de domingo
Não te olho de longe
Não aprecio tua nova vida
Lembro somente da minha versão
A versão que te fiz minha querida
É um passar de tempo balsâmico
Como quem assopra uma ferida
Busco novos rumos em pensamento
E te guardo sempre pra vida
Saudade em silêncio
Surge devagar, nas ruas e lugares
Momentos que nem posso contar
Tempo de entrega, devoção
Tempo de intensidade
Ventre, Coração
Não poderia durar
Anos, nossa paixão
Estranheza é não te ouvir mais falar
Um luto forçado
Igual o silêncio que insisti em quebrar
O tempo apaga a realidade
Não apaga o que insisto lembrar
No fundinho, ali naquele cantinho
Somos nós, no confessionário da vida
Conversando coisas que ninguém imaginaria
Juro que para ninguém vou contar
Nem deixei ainda de sentir
Ainda está longe de não te amar
Coisas que preciso não falar
Mas sigo, noutro lugar, outro alguém
O tempo passou, as intensidades também
Ficou somente o silêncio
O silêncio da saudade
Aceitar
Por vezes é difícil aceitar
É necessário esquecer
Não mais esperar
Nem aguardar o nosso anoitecer
Uma ordem arbitrária!
Nunca mais vou lhe ver!
Que dure pouco tempo
Quanto tempo será?
