Rodrigo Gael (Portugal)
Nem tudo era um pedacinho!
Um pedacinho de dádiva
Mais um pedacinho...
Um pedacinho de ombro
Também um pedacinho de ouvido
Um pedacinho de amor
E outros pedacinhos...
Só ninguém avisou
Que furacão não tem pedacinhos!
Viver no mundo do Ser...
Saber falar pouco e contar ainda menos. Todos são muito amigos, deves ter em atenção que alguns falseiam.
Estar ciente de que, por estar a tratar com outro ser humano - racional como tu - um dia pode morder a mão que o alimenta.
Igualmente ter em conta que, como animais, uns são mais agressivos que outros - no entanto, uma parte pode ser considera pacífica.
Nota: Mesmo um animal racional pacífico, se provocado, pode se tornar violento quando agredido.
Socialmente, o ser possui qualidade inata de convívio em grupo, no entanto, ainda que dotado desta valência, alguns são tragados pelo egoísmo doentio, sendo afastado por outros elementos.
Inveja é outro quesito presente no ser racional. Pode ser benéfica se for "consumida" de forma que te impulsione a construir o seu próprio abrigo. Se for usada apenas para denigrir as conquistas do vizinho, torna-se daninha à alma e como doença grave deve ser tratada.
A passividade também pode ser encontrada em alguns seres desta espécie racional.
Ingenuidade e inocência pode ser facilmente encontrada em elementos mais jovens nos clãs. Com o passar dos anos, o crescimento força o ser racional a aprender que, pura ingenuidade, aliada a inocência é a receita exata para ser pisado pela sociedade racional. Ou, assim apresentada!
Ficar "em cima do muro" é um termo muito utilizado, seja na forma verbal ou factual. É como der mais jeito ao jeitoso!
O ser racional é movido por sentimentos na sua maioria racionais ou irracionais - depende do prisma de quem observa - todavia, na mescla de sentimentos, um ser pode. Esconder - abafar, ou - no limite, exterminar o outro. Seja por medo, inveja, frustração pessoal, enfim. Uma parafernália de sentimentos que, se em um determinado momento pode ser bom para o ser, num outro momento, o mesmo sentimento pode ser odre. Irracional, mas odre!
Bem-vindo ao mundo do ser humano!
Rodrigo Gael - Portugal
Prometo-me
Prometo cuidar melhor de mim
Prometo deixar-me voar pleno pelo serrado
Voltar a mim, após cada voo, e, aindaque muito cansado, sempre alimentar minha tenacidade!
Rodrigo Gael - Portugal
Juízes da vida alheia
Hoje descobri que, todos quantos julgam as minhas buscas na vida, morrem de inveja por perceberem, que, afinal, só estou a buscar meus sonhos, coisa que eles não têm coragem de fazer. Preferem viver emoldurados num "belo quadro social".
Enquanto eles invejam meus passos, mas não andam, avanço, seguindo sempre o meu conceito de vida.
Rodrigo Gael - Portugal
A Balança Quebrada da Justiça
A justiça, idealmente, deveria ser uma balança imaculada, cega às distinções sociais e pesando unicamente os factos. Contudo, para uma parcela significativa da população, a realidade manifesta-se sob um véu opaco, onde a clareza dos princípios é obscurecida pela disparidade de recursos e pelo aparente descaso. Observa-se, com frequência alarmante, que a robustez de um sistema judicial se dissolve quando confrontado com a vulnerabilidade económica do cidadão.
O acesso pleno e eficaz à justiça, consagrado em textos fundamentais, parece, na prática, submeter-se a uma interpretação elástica que favorece quem detém o poder aquisitivo. A complexidade intrínseca dos procedimentos legais, aliada à percepção de uma indiferença por parte de alguns profissionais do direito, transforma a defesa de um direito numa odisseia solitária e, por vezes, inglória. O aconselhamento apressado, a falta de comunicação ou a recusa em explorar vias de recurso legítimas, sob a justificação de valores ou prazos que, na verdade, não são absolutos, geram um sentimento de abandono e profunda injustiça.
A crença na imparcialidade do julgamento é corroída quando se testemunham sentenças que parecem ignorar evidências claras ou dar peso desproporcional a certas narrativas, em detrimento de outras. A ideia de que erros graves, ou até mesmo intencionais, possam persistir sem contestação eficaz, especialmente em esferas onde a "última palavra" deveria ser a verdade, é um golpe devastador na confiança institucional. O cidadão comum, ao confrontar-se com tal realidade, sente que a sua voz se perde num labirinto burocrático e que a "corda" inevitavelmente arrebenta para o lado mais fraco, deixando-o num estado de desamparo e desilusão profunda.
Este cenário levanta questões severas sobre a verdadeira equidade de um sistema que, apesar de seus ideais nobres, parece, na prática, privilegiar o poder sobre a razão e o recurso sobre o direito. A percepção de que a verdade material é sacrificada em prol da celeridade ou da conveniência de um lado, enquanto o outro suporta o fardo de uma condenação injusta, mina a própria fundação da justiça.
Rodrigo Gael