Renata Ferreira Santos

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Será que isso passa? Não passa. Será que melhora? Que alivia? Que suporta? Ando pra lá e pra cá dentro de mim e não encontro saída. Escorrem pelos dedos todas as minhas expectativas. Eu não sei o que fazer com isso. Eu não sei o que fazer de mim. Solidão de mãos dadas...A cada dia levantamos a nossa casa, cada dia ela fica maior. Eu tão só.

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Quero acreditar que eles estão por aí. Quero acreditar que não esqueceram de mim, que me espreitam pela janela, que suavizam meus dias e que uma hora tornarão o peso de meus ombros mais leves. Quero voltar a acreditar em anjos. Que eles existem e sabem de mim. Que voam alegres em volta de mim e que quando estou triste como agora, triste de doer por inteira, eles também estão aqui. Podem ficar em silêncio, eu aceito. Não precisa de sinal, eu aguento, mas peço que fiquem, que entrelacem suas mãos junto a minha e não me soltem, não me deixem andar mais tão só. Tão só que nem estrada há, nem há nuvens, nem vento também. Não me deixem por aí. Não me deixem por aqui assim.
Anjos, criaturas inocentes...Se façam eternamente aqui presente.

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Eu só quero duas coisas meu Deus... Amor e Felicidade, mas que venham com muita paz. Guerra, eu não quero mais.

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Lembro do dia em que era perfeita. Em que não haviam marcas de dor em mim, em que minha alma era intacta. Lembro de quando o sorriso era franco e os olhos mais vivos. Eu sequei e isso foi há algum tempo atrás. Primeiro tive que sofrer todas as dores, todas as perdas, toda vergonha e humilhação até entender que após isso eu não iria morrer. Eu que quis, que procurei a morte em sólidos "confetes" brancos, não a achei. Hoje estou aqui. Não tão seca quanto antes. O verde natural da planta que eu sou nessa natureza feroz que nos cerca volta aos poucos. Não. Eu não estou curada, mas estou melhor. Se vai cicatrizar eu não sei. Mas não sangra como antes.

Não posso ficar desanimada, triste, fatídica. O ano apenas começou e muitas coisas ainda estão por vir. Sei que na maioria das vezes escrevo coisas não tão alegres, quem sabe até pessimista. Mas estou falando apenas de mim. Sei que não posso esperar tudo sentada, a vida não vai mudar com as minhas lamentações, com as minhas frustrações, com o remédio que eu tomo pra não ver e ouvir mais nada. É preciso reagir. Eu sei que a vida é valiosa e que tem onze meses pela frente pra que eu me surpreenda. Pra que eu venha aqui dividir muitas alegrias, grandes, pequenas, não importa. Que a vontade de viver e superar sejam minhas palavras de ordem. Que a fé tome conta de todo meu ser sem que eu possa evitar e que o destino prepare uma terra fértil para minha felicidade brotar. Hoje só quero cantar, falar, escrever coisas alegres. Hoje quero a cada minuto nascer de novo e de novo e quantas vezes for necessário. Hoje eu quero a benção de todas as energias positivas percorrendo minha alma, minha mente e meu corpo. Hoje, eu quero ser mais feliz que ontem e amanhã vou querer o mesmo.

Eu acordo, tomo um banho, me ajeito. Mas no fundo eu tenho uma preguiça do mundo. Uma vergonha de me mostrar, de sorrir livremente. Tudo bem. Deixa estar. Creio que um dia ainda serei diferente e daí quem sabe eu chego lá...Lá? Não sei onde é.

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Olho o rio da vida passar por mim. Não há muito o que fazer. Toco nas águas com vontade de recuperar algo, mas meus olhos tristes sabem que não há o que encontrar. Tudo foi levado, mas eu ainda estou aqui. Quem sabe em ruínas, mas ainda estou aqui. Ruínas também são preciosas. Guardam histórias, resquícios de épocas que não voltam mais. Talvez eu seja ruína. Quem sabe eu guarde em mim todos os ventos que já movimentaram o rio da minha vida? Quem sabe eu me reconstrua de novo?

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Me desculpem os que amam praia, adoram o sol. Eu gosto da chuva. Tempo "feio" como dizem, tudo nublado, céu fechado, bem escurinho. Olho para janela e nesses raros momentos vejo que faço parte em alguma coisa desse mundo. O barulho da chuva, o cheiro de terra molhada que ela provoca são para mim de uma beleza e uma significação meio doida de explicar. Banho de chuva então? Liberdade total. Alma lavada. Acho que gosto tanto da chuva porque para mim é a representação do céu chorando. O sol, como já disse anteriormente em algum texto, não combina comigo. Já a chuva...Ah! a chuva. Sinto como se fossemos uma só. Lágrimas de dor e alegria por todos os lados. Celebração da autêntica solidão que os tempos nublados nos trazem. Eu gosto disso: Legitimidade.
Claro que o sol é lindo e legitima para mim uma alegria perfeita. Mas eu não sou perfeita, nem tão alegre assim. Entendo-me melhor com a chuva.

Essa madeira é a minha vida. Vivo tentando equilibrar-me, nem sempre consigo. Mas tento. Gosto de viver solta, pagando pra ver. Claro que os prejuízos por ser assim são altos, mas e daí? A vida é curta e arriscar é o que me restou. Tudo de certo e concreto que eu tinha me tiraram, então...Arrisco-me. Quebro a cara pra valer. Coração moído, mas acostumado. Depois de tanto sofrer, não é qualquer vento que vai me derrubar. A dureza da vida também nos proporciona bem ou mau a rigidez de resistir.

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Lembro-me de todo meu passado. Das pessoas que permiti, abri as portas para que entrassem e fizessem estragos. Outras vieram de mansinho e da mesma maneira saíram. Foram tantas experiências, tantas risadas e tanta lágrima derramada. Lembro de quando fui feliz e me questiono: Será que fui mesmo? Mudaram-me aos poucos. Me desfiguraram os sonhos, os planos, as vontades, a crença no amor. Tornei-me alguém tão diferente de quem eu era. Olho para minhas fotos e é como se estivesse vendo outra pessoa. O sorriso mudou, de repente nem é mais tão sincero quanto antes. O olhar é inquieto e por vezes contemplativo. Contemplativo ao nada. Vejo tanta significação no "Nada", vejo tanta coisa dentro dele que acho que deveria ter outro nome, pois "Nada" me soa injusto demais. Eu guardo muitas coisas no Nada, o Nada sabe muito de mim. Todas as vezes que a dor aperta e alguém pergunta gentilmente o que foi é no Nada que escondo minha dor ao responder: Não foi nada.
Quando alguém me entristece tanto que dói a alma eu digo que não foi nada, que vai passar. O Nada para mim é minha gaveta de relíquias...Nem todas da melhor qualidade, mas todas legítimas. O Nada e eu temos um laço, um segredo. Ele suporta todas as minhas desculpas. Guarda cada uma. O Nada sempre leva a culpa ou a guarda. O Nada tem muito valor para mim.

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Eu não sei quem sou. Olho-me no espelho e não me reconheço.
Mudo diariamente. Uma convivência comigo é impossível eu acho. Cada dia sou uma, mas o coração é o mesmo. O humor muda, a feição também. Vivo melhor na chuva, o sol ofusca as minhas observações sobre o mundo e as pessoas. Eu sou gente nublada. Céu pesado, escuro, pronto para derramar tempestades. Eu sou aquilo que não sei, que cansei de procurar. Sou aquilo que deixei de ser por desistência, covardia ou cansaço de tanto tentar. Não tento mais. Deixo-me ser a cada dia, seja lá como serei...Não sou dona de mim. Meu dono é o tempo, os livros que leio, as músicas que escuto. Pois estes me modificam sem que eu queira, mas me fazem bem. Criei uma barreira diante de mim. Só olho o mundo desconfiada quando anoitece e ninguém me vê. Que ninguém ouse vir para cá. Que ninguém ouse transpor minha barreira. O coração diz que nasci para ser só. Só eu e eu.

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Então a vida e eu estamos assim...Não esperamos mais grandes coisas uma da outra. Entramos numa fase sem expectativas, apenas deixando rolar. Sem cobranças, sem crises. Seguindo o ditado "o que não tem remédio, remediado está". E assim vamos nós, vez ou outra de mãos dadas, outras um pouco distantes, desconfiadas e em alguns momentos, longos momentos caladas. A vida não me diz nada e eu nada falo. Acho que estamos em um grave silêncio, numa profunda observação. Quase um estudo, uma pesquisa para descobrir quem somos. O ruim é que tenho a sensação de que nunca iremos obter resposta alguma.

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Escrever a própria história não é fácil. Imaginar é. Como ainda não podem nos impedir de imaginar, quero imaginar-me num lindo lugar, bem calmo e solitário, lendo a minha própria história e no final seu eu chorar que seja de alegria. Imaginar, assim como sonhar é de graça, mas acredito que dá pra enfeitar mais.

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Aquele momento em que você não quer falar com ninguém porque sabe que os outros não vão entender você e nem respeitar a sua vontade de ficar só. Só você e seus Eu's.

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Quanto mais eu leio e escrevo, mais me reconheço e estranho-me. Queria descobrir quem sou eu, como esses poetas que nem me conheceram sabe tão bem de mim? Como falam da minha vida e dos meus medos em seus livros? Como podem? Poetas para mim são mágicos e não me importa o que os outros achem, prefiro os poetas do que fadas.

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Que pousem em meu corpo as borboletas da alegria e levem embora o cansaço daquilo que nem sei ou que prefiro me calar.

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Não é a primeira vez que isso me ocorre, mas já aconteceu de você não aguentar mais ser você? Eu sim. Ser eu me pesa porque eu penso o tempo todo. Não sei parar de pensar e se penso em parar de pensar, penso ainda mais na motivação que me fez querer isso. Todo meu ser se resume em pensar e sentir. Sinto exaustivamente, penso desenfreadamente. Isso cansa. Hoje eu não queria ser eu. Queria ser livre de mim. Queria não querer escrever nada, mas não consigo! Não escrevo coisa alguma sem que sinta e sentir me consome, logo quando escrevo, embora sinta-me brevemente aliviada, consumo a mim mesma. Sou uma confusão. Ninguém pode entender. Eu não compreendo. Eu só queria um cantinho um pouco escuro e sem barulho algum. Nele queria ficar sentadinha, sem pensar, sem sentir, sem ser. Tem horas que dá vontade de desistir de ser eu, mas como fazer isso? Nasci assim: confusa, desconexa, boba, boa e triste. Mas não de uma tristeza avassaladora, já não estou mais tão resistente assim. Queria dar um tempo de mim, mas carrego-me o tempo todo. Hoje eu queria não ser eu. Queria ser qualquer coisa, um copo, uma gaveta...Qualquer coisa que não sente, que não pensa. Qualquer coisa que não me fizesse perceber que não tenho como fugir de ser eu mesma.

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Ando tão desacreditada nas pessoas. Toma conta mim um sentimento tão profundo de descrença. Ando ficando cada vez mais na minha. Cada vez mais arredia aos outros. Queria beber o tal chá de sumiço, sem ter data marcada para voltar.

Tem dias que a saudade bate lá dentro e dói...

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Eu não acreditava que um dia a gente acabava cansando pra valer, lá no fundo, bem de verdade. Até esse dia chegar e chegou.

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Então ficou decidido que ela nunca mais o deixaria brincar com seu coração, com seus planos. Ela decretou que ele não a merecia. Tem hora que não tem jeito, a vida simplesmente esfrega na sua cara aquilo que você não quer de jeito nenhum ver.

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Cada dia que passa percebo que sei menos da vida, das pessoas e das coisas. Dia após dia desconheço um pouco de tudo. Percebo-me num mundo cheio de teorias, receitas de felicidade, comportamentos ideais. Tudo parece-me aos olhos dos outros tão justificável. Ofender, magoar, ferir tem prazo de validade para passar. Nesse mundo onde tudo é para ontem, não temos nem mais tempo de curarmos a nossa própria dor no tempo que for. O mundo e quando falo o "mundo" falo na verdade das pessoas. Nos exigem tanto. Quanto cansaço de tudo isso! Queria muitas vezes o isolamento, porque quase toda gente que eu converso sabe de tudo e eu ali, pura ouvinte sem concordar com nada. Atrevo-me a dizer meu ponto de vista? Nem sempre. Quando o faço, de nada adianta, pois as pessoas estão cada vez melhores em seus argumentos egoístas, daí desisto. Quando não o faço, penso em como as pessoas são tão cheias de si. Questiono-me frequentemente: Será que é assim mesmo? Será que todos ou a maioria estão certos? Será que sou errada em tudo? Será que nada tenho de bom ou tudo faço de errado? Apesar de todos os meus defeitos que não procuro justificar, pois odeio justificativas, prefiro assumir o que for, não consigo ouvir outra palavra dentro de mim a não ser: "Continue no que você acredita, ninguém além de você precisa acreditar ou acompanhá-la". Somente isso para me dar forças. Somente essa intuição para me fazer prosseguir num mundo de perfeitas vítimas que querem tudo e não nos dão nada. Não deveria, mas ainda indigno-me com a capacidade do ser humano em ser tão conveniente a si mesmo.

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Os que sonham sabem que há um livro a ser aberto, com histórias maravilhosas sobre cada um de nós. Nós que sonhamos sabemos o quanto é penoso ir de encontro ao livro. A estrada é cheia de pedras enormes, caminhos falsos, labirintos gigantescos. Faz frio, dá fome, dá vontade de desistir, de chorar. Mas não podemos! Temos um sonho na bagagem que fica dentro de nós, escondido num brilho de um olhar, num sorriso tímido, mas que toda noite é revelado e venerado antes de dormirmos. É isso que nos alimenta e é nessa firmeza que encontraremos o livro com as melhores histórias que ainda vamos viver.

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Tem hora que a força diminui de tal maneira que dá vontade de deixar a maré levar, o barco afundar. Mas passa. Tomamos o controle e nada vai nos desviar do caminho que queremos chegar. Nada. Nem ninguém.

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Pensam que nós olhamos para o nada, porém vemos muito nesse suposto vazio. Sentimos intensamente nessa quietude que só pertence a nós. A contemplação das coisas e das pessoas, e a observação minuciosa de todas elas é o nosso escape.

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