Pascal
O pensamento é a nossa dignidade. Tratemos, por conseguinte, de pensar bem, pois aí é que está o princípio da moral.
A consciência é o melhor livro de moral que temos, e é certamente aquele que mais devemos consultar...
A persistência é a força geradora da vida dentro de nós;
a persistência é o combustível para as grandes realizações,
a persistência é a fé que nos faz acreditar no impossível,
a persistência é a coragem que nos faz enfrentar obstáculos que parecem maior do que nós,
persistência é garantia de vitória após combate;
Seja persistente, porque enquanto existir vida nada é impossível para aquele que persiste ignorando o impossível e acreditando em Deus.
A verdade está tão obscurecida nestes tempos e a mentira tão assentada, que, a menos que se ame a verdade, já não é possível reconhecê-la.
Deixamos algo de nós mesmos para trás quando saimos de um lugar. Continuamos lá, apesar de termos partido. E há coisas em nós que só podemos encontrar voltando lá.
A tarefa principal do homem é conhecer a si mesmo, mas para cumprir esse empreendimento a razão não nos pode ajudar muito, pois ela é fraca, desnecessária e imprecisa e cai constantemente na fantasia, no sentimentalismo e no hábito. Para conhecer-nos o melhor caminho é o do coração.
Mas mesmo limitados, somos os únicos seres pensantes da natureza. Somos também um dos seres mais fracos da natureza, mas somos fracos pensantes e é no pensamento que está nossa dignidade, nossa nobreza e superioridade frente à natureza. Nós somos miseráveis e mortais, mas sabermos que somos miseráveis e mortais e nisso está nossa grandeza.
Mas, quanto aos que passam a vida sem pensar nesse último fim da existência, de forma que, por essa razão, não descobrem em si próprios as luzes que os persuadam, deixando de procurá-las em outra parte e de examinar a fundo se essa opinião é daquelas que o povo recebe com uma simplicidade crédula ou daquelas que, embora obscuras por natureza, possuem, contudo, um fundamento bastante sólido e inabalável, eu os considero de maneira diferente.
É, por conseguinte, um grande mal permanecer nessa dúvida, sendo ao menos um dever indispensável investigar quando ela existe, porque aquele que duvida e não investiga se torna, então, não só infeliz, mas também injusto. Com efeito, se com isso se mostra tranquilo e satisfeito, se disso faz profissão e se por isso se sente orgulhoso, fazendo disso o motivo de sua alegria e de sua vaidade, não tenho termos para qualificar tão extravagante criatura.
O tempo cura as dores e as queixas, porque nós nos modificamos, não somos sempre a mesma pessoa. Nem o ofensor, nem o ofendido, são os mesmos.
974(949)
Como a paz nos Estados só tem por objetivo manter os bens dos povos em segurança, assim também a paz da igreja só tem por objetivo manter em segurança a verdade que é o seu bem, e o tesouro em que está o seu coração. E como pilhá-lo, sem se opor a isso, temendo perturbar o repouso ( porque a paz, só sendo justa e útil pela segurança do bem, torna-se injusta e perniciosa quando o deixa perder-se, e a GUERRA que pode defendê-lo se torna justa e necessária); da mesma forma, na igreja, quando a VERDADE é ofendida pelos inimigos da fé, quando se quer arrancá-la do coração dos fiéis para nele fazer reinar o erro, ficar em paz então seria servir a igreja, ou traí-la? Seria defendê-la ou arruiná-la? E não é visível que, como é um crime perturbar a paz onde reina a verdade, também é um crime ficar em paz quando se destrói a verdade? Há, pois, um tempo em que a paz é justa e outro em que é injusta. E está escrito que "HÁ TEMPO DE PAZ E TEMPO DE GUERRA"; e é o interesse da verdade que os distingue. Mas não há tempo de verdade e tempo de erro, e está escrito, ao contrário, que, "A VERDADE DE DEUS PERMANECE ETERNAMENTE"; e é por isso que Jesus Cristo, que disse que veio trazer a paz, disse também que veio trazer a guerra; mas não disse que veio trazer tanto a VERDADE quanto a mentira. A verdade é, portanto, a primeira regra e o fim último das coisas.
Se o universo nos esmagasse agora, agora! nós ainda seríamos o elemento mais nobre que o universo esmagou porque nós sabemos que nós morremos e nós sabemos também o quanto nós somos frágeis.
Jesus sofre
em sua paixão os tormentos que os homens lhe infligem; mas na agonia sofre os
tormentos que a ele mesmo se impõe: Turbare semetipsum. É um suplício de
mão não humana, mas todo-poderosa, e é preciso ser todo-poderoso para
suportá-lo.
 
 
 
 
 
 
 
 
