Ornatos violeta

A cidade está deserta,
E alguém escreveu o teu nome em toda a parte:
Nas casas, nos carros, nas pontes, nas ruas.
Em todo o lado essa palavra
Repetida ao expoente da loucura!
Ora amarga! Ora doce!
Pra nos lembrar que o amor é uma doença,
Quando nele julgamos ver a nossa cura!

Quando alguém deixar de te dar amor
Pensa que há quem viva do teu calor
Hoje é só um dia
E vai voltar amanhã

Não tens nojo de te olhar pela manhã?
E ver no espelho o reflexo do rancor?
Julgo haver mais ódio em mim
Do que em ti haverá amor

Eu abro a dor de ser quem sou

Quando alguém deixar de te dar amor
Pensa que há quem viva do teu calor

Guardar cá dentro amor
Não nos faz nada bem
Quando cá fora o ódio quer entrar

Foi como entrar
Foi como arder
Para ti nem foi viver
Foi mudar o mundo
Sem pensar em mim

Pra nos lembrar que o amor é uma doença,
Quando nele julgamos ver a nossa cura!

Se eu não for capaz
Eu espero vê-lo em ti
Eis como me ajudar
Sentir não é mostrar
E dar não é sentir
É morrer em paz

Eu vou dizer até me ouvir,
A dor chegou para ficar.