Lucia Judice

Meus sofrimentos nunca foram intensos ou graves mas, mesmo assim, sofro muitíssimo pois tapeiam-me meus fingidos males.

Quem cria, quer cria. Quer gerir, parir, traduzir sentimentos.

No fundo da bolsa, abrigo moedas douradas que se juntam para somar dignidade. A pouca que me resta, nesta idade...

Sou um corpo, curtindo ter alma!

A vida reverbera transitiva. Só a gente estanca.

Só ameaça aos outros, com seu amor, quem é amado.

Passo o dia todo em trapos, parcos panos que não escondem os danos.

Da sua crítica retiro a glicose. O resto é excremento.

A pessoa que gosta de ficar só deve lembrar-se que sobra mais tempo, em sua cabeça, pra pensar e criar algo de bom pra humanidade. Se não, após uma vida, terá sobrado apenas silencio.

Porque eu sei que é DEUS quem põe estas pessoas batendo à minha porta para eu ajudar? Porque é ele quem tira da minha vida para que eu possa descansar.

Só ameaça o outro com seu amor que é amado. E o amor vira arma apontada, engatilhada na alma da coitada

Quando se sofre muito, observe... a chuva dói.
Quando se está sozinho, observe... a chuva assusta.
Quando se está longe de alguém, observe... a chuva chora.

De tua crítica, retiro a glicose.
O resto é excremento...

Só me olhas a face e não sabes nada de meus sentimentos.

É pena que só queira poesias, quem já as tem.